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Top 33 - filmes

Recentemente, fiz um top33 com as minhas músicas favoritas do Bon Jovi. Aproveitando este "dia livre" de hoje, vou me dar o prazer de fazer algumas coisas que há tanto tempo não faço. Uma listinha com meus filmes favoritos (que achei que já tinha colocado aqui, olha a falha) pode ser o início. E, ainda por cima, estou aproveitando o gancho de uma conversa que tive com a Cláudia Bertrani ontem sobre nossos filmes favoritos. Nem preciso dizer, querida, que Cisne Negro entrou para esta lista, certo?

Em relação aos filmes, alguns critérios precisam ser esclarecidos: a escolha é puramente pessoal. Segundo, eu coleciono DVDs e até poderia me considerar cinéfila, mas meu universo de filmes não abarca todas as produções, de modo que pode ter muita coisa que eu não vi e que mereceria estar aqui... mas que não está porque eu não vi o filme ainda. Terceiro: tenho certeza de que me esqueci de algum e talvez volte pra editar. Talvez.

Segue a lista:

01.    Cidade dos sonhos
02.    Réquiem para um sonho
03.    Persona
04.    As horas
05.    Brilho eterno de uma mente sem lembranças
06.    Closer – perto demais
07.    Tomates verdes fritos 
08.    Matrix – trilogia
09.    2001 – uma odisséia no espaço
10.    Ponto de Mutação
11.    O silêncio dos inocentes
12.    Anticristo
13.    Cisne negro
14.    Monster – dsejo asssassino
15.    Psicopata americano
16.    O exorcista
17.    O iluminado
18.    O céu que nos protege
19.    Meninos não choram
20.    Alien – quadrilogia
21.    A viagem de Chihiro
22.    Thelma e Louise
23.    O segredo de Brokeback Mountain
24.    Em algum lugar do passado
25.    O segredo do abismo
26.    Veludo azul
27.    Má educação
28.    Paris, Texas
29.    Bagdad café
30.    Almas gêmeas
31.    Taxi driver
32.    Animatrix
33.    Jogo subterrâneo

Silêncio

Sem ideias, sem vontade de ter ideias agora.
Me recolho brevemente e observo. Continuem aqui, ein? Porque isso dura um dia, uma semana... quem sabe?
;-)

Infusão

(nulla virtute redemptum a vitiis - Juvenal)

Infundi teu sorriso
- fruto podre de minhas ilusões
em minha xícara de chá verde
e verti-te, como engolir saliva,
seca, dura, amarga.

Eis que tu eras meu espelho
hei-lo reluzente por sobre olhos
cegos e ignorantes.

Eis que tenho um par de globos
oculares doentes, que se exterminam
lentos, na solidão do dia-a-dia.

Infundi a tua simpatia
e no que restou não me reconheci
- sou um busto incompleto sem olhos
e sem a expressão dos imperadores
sequer imagino o que poderia ter sido.

(15/05/2003)

*** 2003 foi um ano especial na minha vida. Os poemas desse ano são únicos, talvez fruto do meu "encontro poético" com meu amigo Del Xênio, que me proporcionou fantásticas conversas líricas. Usei formas curtas, mais imagens do que descrições e, portanto, escrevi poemas imagéticos. Porém, com o tempo, eu voltaria ao meu estilo de escrever, uma humilde inspiração de Drummond meio Bandeira, com drama a la Clarice Lispector e pitadas de Ana Cristina Cesar. É... é assim que eu definiria os meus poemas.

Finalmente!

Não gosto de falar da minha vida pessoal, mas não tem como. De um ano para cá, mudanças -- literalmente -- inexoráveis começaram a acontecer. Mais uma delas: agora sou moradora da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro.

Os motivos não importam. O que importa é que há um ano, eu comecei a entrar num certo abismo de mim mesma.  Coisas que começaram a não dar certo como antes, o ímpeto idealista murchando numa crescente cada vez maior... assim, a realidade parece apenas refletir o que há por dentro. E eu estava cansada, vazia, sem objetivos.

Foi quando comecei as pequenas mudanças. Um passo por vez. Uma coisa por vez. Dia após dia, caí - levantei - caí de novo. Caí mais fundo. Mas fui arrancando uma força que parece tomar conta de mim nas horas mais improváveis. Chorei, entrei em depressão. Para todo mundo aí fora, sempre mantive um sorriso, porque não importa. Não importa fazer propaganda da própria tristeza. Você precisa ser forte para não cair no jogo da vítima. Você não precisa de nada disso.

E seguindo fui... dia após dia, mês após mês. Crises horrorosas e imaginado que não conseguiria. Consegui. Não há fórmula mágica, não há segredo. Por isso, o fato de estar morando agora em Niterói é apenas este outro presente que ganhei. E vou confessar: ainda vou voltar pra Sampa, minha terra de paulistanos mal-educados que eu tanto amo. São Paulo -- o lugar que eu ando em cada centímetro e parece sempre que estou em casa.

Assim, os últimos dias foram corridos, intensos, pacote, embrula, desempacota, guarda no lugar. Nada de postagens, sem tempo para nada além de frilar e empacotar. E, agora, frilar e desempacotar. Por isso, os poemas, que espero que tenham gostado. Andei anotando umas ideias de posts que pretendo desenvolver em breve.

Obrigada aos Deuses que nunca nos abandonam à nossa própria sorte, como muitos imaginam. E obrigada a cada um de meus amigos que me ajudaram como podiam, naqueles piores momentos. Esses -- e eles sabem quem são -- eu nunca vou esquecer.

horas desesperadas

Deixo as horas desesperadas
escorrerem entre meus dedos com calos
através de minha alma
ecoam os gritos silenciosos
das personas que vivem em mim
tudo bem… é apenas um outro segundo
nada que não tenhamos visto antes.

Deixo meus amigos invisíveis
fazerem marionete do meu corpo dolorido
já não me importo se as dores
confundiram-se com o que bebi ou comi
através de minha pele
exala o cheiro putrefato
de sonhos que morreram em mim
sem que eu tivesse percebido
tudo bem… como dizem
eu vou sobreviver.

Deixo a ansiedade, esta característica minha,
sorrir em meu lugar
mostrar a beleza que eu sei que existe
eu cumpro as obrigações
e eu estou ao seu lado, cúmplice,
eu sou o que você quer que eu seja
e deixei de ser
parte das energias cósmicas
uma estrela cândida e ingênua
tudo bem… não é sempre assim?

Deixo as horas desesperadas
invadirem os meus sentidos
tornarem-se meu guia
para este combustível de ansiedade
para responder às minhas perguntas
que nunca tinham sido respondidas
droga… eu apenas queria te conhecer
e saber que você seria minha
através dos tempos
ao longo de toda a existência… minha
unicamente minha.

E eu conto as horas desesperadas
que me perseguem em meus delírios esquizofrênicos
me estuprar, me deleitar, me destituir
eu quero cada segundo de cada hora
para simplesmente mostrar
que tudo está como deveria estar…
assim.

(21/04/2008)