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Capítulo final: Zoológico no Rio de Janeiro

Se você pensar em Rio de Janeiro, um dos lugares menos pensados pra passear é o Zoológico. E é por isso que eu estava lá: pra fazer os passeios que reúnam o mínimo possível de pessoas! rs

Quinta da Boa Vista, que fica em São Cristóvão, lugar lindo de se visitar. O parque abriga um Museu e extensa área verde que protege todo mundo do sol torrante carioca. Não deu tempo de ver tudo, óbvio, fica pra outro dia. Meu objetivo era ver os animais.

Minha última experiência em zoos foi em SP e há tanto tempo que eu nem me lembro mais. Apenas, sim, me lembro de duas coisas: não ter visto o serpentário (uma grande frustração minha!) e tudo ser muito grande demais. Ainda viria a descobrir, como se verá, que certas coisas nunca mudam mesmo...

O caminho até o zoo é meio longe, logo que você desce da estação de trem. Mas dá pra aproveitar a paisagem com um parque arborizado com árvores antiquíssimas! Fiquei imaginando quantos anos teriam aquelas árvores e coqueiros e, na minha ignorância, calculei uns 200 anos aproximadamente. Depois checando uns sites, vi que esse lugar existe desde a época de D. Pedro II!!! Ou seja... Nunca vi árvores tão antigas como no Rio de Janeiro!

Paralelamente, vocêm também pode observar o espaço que foi reservado para os animais que ficam em semiliberdade. Aqui postei a foto de um... cervo, eu acho. Também vi gatinhos lindos passeando no parque, sem nenhum medo dos transeuntes.

Minha má sorte foi ter pego o zoológico num dia de visitação escolar. Que terror foi aquele??? Crianças e mais crianças e infinitas crianças gritando "Gatinho, acorda, que eu vim de longe pra te ver." Total fail... mas fazer o que?

O serpentário é minúsculo e mal deu pra ver umas cobras amuadas em caixas tão pequenas que fiquei pensando se elas estariam minimamente confortáveis ali. 

A mesma sensação ficou com a parte das aves. Não entendo nada de ornitologia, mas definitivamente, os animais que mais admiro são aves e felinos. Adoro as aves, as suas cores, a sua delicadeza, a capacidade de voar.

De resto, este zoológico é pequeno, dá pra percorrê-lo inteiro em duas horas, olhando tudo com calma. No entanto, uma péssima impressão ficou: os bichinhos enjaulados. Nunca senti tanta aflição. Como disse meu amor, em determinado momento, parecia que sentíamos a tristeza deles. Pode parecer exagero ou sentimentalismo, mas fato é que não vou postar nenhuma foto de nenhum bichinho enjaulado. Porque vendo as fotos em casa, comprovei mesmo que seria impossível eles estarem felizes enjaulados, mesmo que a sobrevivência deles dependa dessa prisão.

Apesar disso, o passeio foi muito proveitoso e agradável. E posto aqui umas fotos de bichinhos ao ar livre. E a de passarinhos, que não sei a raça, provavelmente mãe e filhote, comendo. Pra quem quiser conhecer São Cristóvão e a Quinta da Boa Vista, taí a dica.



 




Capítulo 5 - Sala Imax: a experiência

Preciso compartilhar a experiência de assistir a um filme em uma sala Imax, afinal, este foi mais um dos capítulos agradáveis que passei em minha estadia em Sampa.

Já ouvi, desde a inauguração do complexo Imax no Shopping Bourbon, de tudo que foi possível: filas gigantescas pra comprar ingresso, ingressos que se esgotam com semanas de antecedência da estreia de um filme, que é uma das melhores experiências em cinema no momento etc. Faltava ir.
Quem me conhece, sabe minha total ojeriza por fila em cinema. Só enfrento filas em Mostra Internacional e olha que a última fila de Mostra que eu peguei foi em 2007... hehe

Mas fomos eu e meu amor ao Shopping Bourbon. Bom, primeiro que eu nunca tinha estado lá. E fiquei impressionada com o luxo. Na decoração, no mármore do piso, nos dourados que saltam e transbordam em todos os cantos. Em lojas caríssimas (não vou desfilar marcas aqui). Primeiro: susto no valor do ingresso: R$34 a inteira. Triste de mim que não tenho meia de estudante faz tempo... Sorte de quem é cliente Itaú, que ganha meia na faixa.

Vimos o único filme em cartaz, na sessão das 18h00 e alguma coisa: A lenda dos guardiões. Sim, o famoso filme das corujinhas. Nem sabia, mas esse bichinho, de fato, tem alguma coisa comigo...

Por sorte, a sala estava vazia, devia ter uns 10 gatos pingados, o que para mim é o ideal em um cinema! Antes do filme começar, ainda tive de ouvir de um chato do lado que em "Porto Alegre a sala é mil vezes melhor". OK.

Óculos 3D por cima dos óculos de grau e o filme começou. Tirando o pequeno fato de que achei que poderiam ter mais cenas 3D chocantes o espetáculo 3D é um espetáculo mesmo!!! Incrível. Já tinha visto 3D em algumas salas por aí, mas nada se compara mesmo à experiência IMAX. Fiquei pensando nos R$34 pagos... vale a pena. Claro, escolha o filme adequadamente e veja... fiquei pensando em Matrix, Senhor dos Anéis e tantos outros filmes num 3D Imax...
O filme em si tem uma bonita história sobre coragem, esperança e caráter. Vale também a pena ver em 2D. O diretor Zack Snyder de Madrugada dos Mortos me impressionou, porque ele sabe mesmo contar uma boa história.

Senna - o documentário

Ontem, além de ter visto a Isabella Taviani (sem querer...), fui ao cinema ver Senna. Claro que foi sem querer, também, porque cheguei no shopping e peguei o que dava para pegar. Achei uma boa coincidência ter podido ver esse documentário, que tinha ouvido por cima, e não os outros 500 blockbusters em cartaz. Aliás, nada contra blockbusters, só não tava a fim de ver.

A primeira pergunta que fiz foi por que o filme não foi dirigido por um brasileiro? Talvez por ele ser um ídolo mundial, como é tantas vezes repetido? Acho que esse trabalho poderia ter sido por um brasileiro. Exagero? Talvez...

O documentário não traz nenhuma novidade estonteante, a menos que você não conheça quase nada sobre Ayrton Senna. Achei um pouco exagerado -- como sempre acho! -- a trilha sonora que te obriga às lágrimas. Desnecessário. As cenas são emocionantes por si próprias e a ênfase da trilha sonora eu sempre dispenso. Na sala vi marmanjos, mulheres, senhores e senhoras chorando. E eu também não pude evitar minhas lágrimas quando revi sua primeira gloriosa vitória no GP do Brasil.

Eu gosto de Fórmula 1 por causa do meu pai e por causa de Ayrton Senna. Concordo com os depoimentos de que ele era a única alegria no Brasil, numa época de década de 1990. Lembra? Brasil tinha perdido a Copa, vivíamos recessão e inflação altíssimas. Eu ainda estudava Educação Moral e Cívica na escola. Um pouco depois, tivemos o impeachment do Collor. Tempos duros aqueles... Senna era um alento a um povo sofrido. Foi para mim também. Porque era um motivo de orgulho, ver o hino nacional sendo tocado e ouvido por milhões de pessoas ao redor do mundo.

O documentário também mantém sua linha narrativa em torno da eterna briga Prost-Senna. Mas também ressalta a humildade do piloto e sua preocupação com as crianças carentes no Brasil. Um resumão bem contado de 1988 a 1994. Quase poderia passar num Discovery da vida... mas vamos dar um desconto: a figura de Senna está onde merece estar. E vale a pena assistir e relembrar do melhor piloto que representou o Brasil lá fora.

Luxúria IT - pela Chef Ana Zambelli

Desde que a famosa Chef carioca Ana Zambelli criou uma sobremesa para o menu do restaurante Galeto Mania, eu estava morrendo de vontade de comer. A foto era algo tentador, ainda mais para uma pessoa como eu, que adooora doces. Então você imagina reunir -- em um doce -- o tema luxúria, inspirado na música Luxúria, da Isabella Taviani? Não titubeei, aproveitando o fato que essa rede só tem no Rio de Janeiro e aproveitando que eles inaguraram uma nova filial na Barra da Tijuca!

O cardápio é muito extenso, variado e cheio de sabores que dá muita vontade de experimentar. Mas eu e meu amor fomos no básico galeto e sem arrependimento! Obviamente, minha curiosidade maior era experimentar a sobremesa... perguntamos ao garçom que apenas respondeu sorridente: "Essa sobremesa não pode faltar de jeito nenhum!". De acordo!

A sobremesa é de fato uma Luxúria. Eu achava que, pela foto, ela seria mais doce. Que nada! O bolo americano de chocolate, macio e quente, na medida certa, o sorvete crocante e o chantilly de cereja mais o ganache... não dá pra explicar, precisa comer! Uma delícia mesmo, de lamber os dedos. O menu indica que serve até três pessoas, mas eu como sozinha, sem piedade!

Eu preciso confessar que, a caminho da Barra da Tijuca, pensei: "poxa, poderia encontrar com a Isabella Taviani no restaurante..." desencanei. Achei mesmo que apenas iria encontrar a Chef Zambelli por lá. Nada. Eis que, enquanto esperávamos a Luxúria IT, vejo a Zambelli passando! Fiquei morrendo de vergonha de falar com ela. Mas eis que ela me reconheceu e veio falar comigo. E disse que a Diva estava no outro salão. Não queria incomodá-la, afinal, ali era a pessoa Isabella e não a artista. Mas depois do carinhoso convite da Chef, fui lá. E fui coroada da melhor maneira inimaginável: conhecer o Galeto Mania, comer a Luxúria IT, conhecer Ana Zambelli e rever a mais do que querida Isabella Taviani.

Foi um dia mais do que feliz e inesperado. Assim é a felicidade... nas coisas mínimas -- e cheias de surpresas -- que nos acontecem.

A coragem acima de todas as coisas

Não, não vou falar sobre o Rio de Janeiro, a cidade sitiada. Nem vou escrever o próximo capítulo no meu blogue. Hoje acordei reflexiva na madrugada... junto com as cigarras, com a manhã de sexta nublada e com os restos da chuva da noite passada.

Acordei pensando na coragem, um dos sentimentos quase tão belos quanto a esperança. Talvez porque estejam tão intimimamente ligados entre si. Acordei pensando que nada somos com a vida regada no esquecimento -- que diria estar ligada à covardia. Mas, claro, classificações são sempre limítrofes... este aqui é apenas um exercício de reflexão.

Conversando com minha amiga Sharleu disse a ela o quanto não acho que devemos ser nós mesmos. Quem diria, porque essa sempre uma das coisas que mais defendi ao longo de toda a minha vida. "Seja você mesma" parecia quase um mantra, de tanto que eu o entoava todos os dias. Porém, atualmente, para mim, agora, aquela velha frase "Conhece-te a ti mesmo" me parece uma das melhores frases para ser divulgada por aí.

O que você pode fazer para conhecer a si mesmo? Dar um pulo dentro de si mesmo é um dos exercícios de maior coragem que um ser humano pode se inflingir. Porque pular de bungee-jump é uma destreza admirável, mas e fazer o mesmo pulo dentro da própria autoconsciência? Nesse, às vezes nem mesmo os mais audaciosos conseguem.

Associo essas reflexões à releitura do livro da Ilana Casoy "Psicopata, louco ou cruel?". Associo às coisas que tenho aprendido nos últimos meses e a tudo que vivi neste ano de 2010. Tudo isso junto na minha cabeça... devo confessar: pura adrenalina! Ainda resolvi reassistir todos os filmes do David Lynch que tenho aqui. Eu sei que existe algo prestes a surgir dentro de mim.

Mas sei que posso dizer que estar em absoluto silêncio consigo mesmo é a melhor maneira de ouvir os próprios pensamentos. E aquietar a mente... até ouvir o próprio coração e o silêncio da alma. Você pode se assustar... porque nada nunca parecerá tão corajoso, simples e completo.

O Canto dos Malditos (ou O Bicho de Sete Cabeças)

Revi O Bicho de Sete Cabeças. Longa metragem de estreia da diretora Laís Bodanzky. Acho que a maioria aqui já viu o filme que também lançou Rodrigo Santoro à categoria de estrela. Sem querer, revi Caco Ciocler, que tinha esquecido completamente que fazia parte do filme.

Tive o o privilégio de conhecer Austregésilo Carrano, autor do livro que inspirou o roteiro do filme, senão me engano, em  2007, num evento na Casa das Rosas, em São Paulo, como parte da luta antimanicomial que ele fazia.

Quem me levou àquele encontro foi a minha querida prima Marli. Ela era amiga de Carrano e também por defender as mesmas causas. Foi uma noite memorável... pena eu não ter tirado fotografias. Lembro que as pessoas estavam ansiosas pelo Rodrigo Santoro, mas "apenas" a diretora Laís Bodanzky esteve presente.

Descobri (ou já poderia ter lido, mas tinha me esquecido) que Carrano morreu. Era um homem de personalidade muito marcante, como dá para perceber no próprio filme. Fiquei triste. As coisas pelas quais ele passou, e que são relatadas com impressionante realidade no filme, sempre me fazem pensar nas coisas que estão à margem da sociedade. As coisas que podemos colocar à margem de nossa própria vida. E o que costumamos fazer? Esquecer.

Um dia quero ler O Canto dos Malditos. Enquanto isso, vou pensando sobre esse filme que fica por muito tempo nas lembranças... e sobre como apenas precisamos esquecer para continuar sobrevivendo. Como fazemos isso no mais pequeno detalhe de nosso dia a dia. Acho que esquecer é uma das formas mais fáceis de fingir sobrevivência atualmente.

Deixo a voz grave de Arnaldo Antunes com denso poema:

Capítulo 4.4 - Ilha Grande (RJ): final

Pra não ficar me estendendo muito e apenas em Ilha Grande, vou dar uma resumida geral nos dias seguintes em que ficamos por lá.

Primeiro: o tempo realmente demora a passar. Um dia inteiro parece ter mais de 100 horas. Enquanto você está lá, não pensa em nada. Nada de twitter, facebook, contas pra pagar, celular, internet, busão cheio, chefe chato. Nada disso.

Na Ilha Grande não há carros. Os poucos existentes pertencem à PM, Prefeitura e Corpo de Bombeiros (pelo que vimos). Todo mundo anda de bicicleta ou a pé mesmo. Diariamente existem muitos e muitos turistas. Eu ouvi inglês, francês, espanhol, alemão e umas duas línguas desconhecidas. Isso faz o pessoal ser muito educado (na medida do possível) e solícito com qualquer estranho.

Nos dias seguintes, conhecemos a Praia do Abrãaozinho, após uma meia hora de caminhada (bem lenta) no meio de uma trilha. Fomos também a Praia do Galego e ao Poção. Conhecemos as Ruínas do Lazareto e o Aqueduto do Lazareto. No fim do século XIX uma enorme casa funcionou e as imponentes construções do aqueduto abasteciam de água doce esses moradores.

Deu vontade de fazer uma trilha até a Cachoeira da Feiticeira e ao Saco do Céu (que não sei porque se chama assim). Mas eram quase duas horas de caminhada (íngreme, diga-se de passagem) que exigia roupa e equipamento adequados. Ainda vou voltar lá e fazer essa trilha!

O Mirante da Praia Preta dá uma vista linda... bem, tudo lá é lindo, mesmo em dias de chuva. Pegamos um sábado chuvoso e fomos para a praia assim mesmo! Nenhum arrependimento nisso!

Coisas inusitadas aconteceram no último dia: na Praia do Galego cruzamos com siris/caranguejos (sei lá) e achei interessantíssimo! Teve um momento em que fiquei sentada imóvel, na pedra, e um passou por mim, pena não ter tirado uma foto. Pude ver o "símbolo do signo de Câncer" em ação e devo dizer que foi divertido. Numa das fotos vocês verão que ele lembra o Sirigueijo...

Os peixinhos (tainha, segundo uma mulher) invadem o rasinho da praia, sem muito medo da gente. Diversas formas de mexilhão, ostras moram nas pedras. Fiz alguns vídeos engraçados. Como a mata atlântica ainda continua por lá, vimos alguns macaquinhos, que suponho ser algum tipo de mico.

Pra terminar, o percurso de volta na barca foi uma verdadeira aventura! Pra leigos do mar, como nós, um mar semiagitado com algumas ondas foi motivo pra deixar todo mundo meio tenso e a barca balançando violentamente. Eu confesso que adorei! hehe E ainda fomos presenteados com alguns golfinhos e um tal de peixe-voador, quase chegando em Mangaratiba.

*** O convite para quem não gosta de praia e quer aprender a apreciar: Ilha Grande. Vale.











Capítulo 4.3 - Ilha Grande (RJ)

Primeiro dia de praia se foi com aquela inevitável sensação de... "Meu Deus, por que eu sempre odiei praia???". Era óbvio, visto que as minhas poucas experiências prévias tinham se dado em praias imundas. E desde que eu cruzei com um cocô boiando enquanto me banhava, nunca mais tive coragem de pôr os pés na água do mar. Nem mesmo quando fui a Copacabana (isto foi irônico).

Mas Ilha Grande não é assim. Ilha Grande é... única. Eu e meu amor parecíamos crianças com brinquedo novo. E poderíamos passar dias e dias e dias com esse brinquedo sem enjoar. Porque banhar-se no mar é poderoso, é saudável, é relaxante, é prazeroso... é tudo. Infelizmente, perdemos esse sentido nessas praias porquentas que nós temos. Eu não entro em nenhum outro mar que não tenha essa água transparente que eu vi lá.

De fato, como boa cidade turística E isolada, a comida em Ilha Grande é cara. No mercadinho do Abrãao até que tem muita coisa em conta e dá pra quebrar um belo de um galho. Você ainda encontra uns vendedores de pipoca, vendedores de bolo (com as iguarias mais diversas e inimagináveis, comi um pedaço de bolo de milho cremoso dos deuses!), vendedores de churrasquinho. E é óbvio que eu experimentei tudo, sem o mínimo medo de ter uma dor de barriga. Confiei que os moradores locais não fariam isso com os turistas.

Para comer rápido e razoavelmente bem, tem os restaurantes por quilo. Comemos em três e não vou me lembrar deles agora. Biergarten (acho que é assim) é o mais chiquetoso e caro, por ser natureba e ter pratos diferenciados. Fomos em um dentro do "shopping" (ruazinhas pequenas, arborizadas, compostas por inúmeras lojas) muito gostoso e barato. Também tivemos a péssima experiência de comer em um restaurante chamado Rei da Picanha (all thumbs down). Não vão nele, por favor. Foi o pior rodízio de carnes que já fui em toda a minha vida e me lembrou da importância de ser vegetariana. Ah sim, a vigilância sanitária também deveria barrar um restaurante que serve comida velha e estragada. Blé.
Mas vamos falar de coisas boas. A maior e imensa surpresa são os restaurantes que ficam de frente pro mar, mesas e tendas na praia, luz de velas e música ambiente. Pena que os fumantes imperam -- mesmo em locais paradisíacos -- como praga. Desculpe se você é fumante, mas é um verdadeiro PECADO e AFRONTA estar num local com tamanho ar puro e beleza natural e... fumar. E jogar sua bituca de cigarro no chão. E incomodar quem não fuma! (não se esqueça de que sou ex-fumante, aquele espécime mais chato do que quem nunca fumou!)

Eu queira muito comer frutos do mar frescos, afinal, não há melhor lugar para comer do que na praia. Fomos ao Rei do Camarão. Que surpresa fantástica! Um excelente restaurante e altamente indicado por mim, para quem estiver em Ilha Grande!

Comemos uma moqueca de camarão. Pelo nome parece a coisa mais simples, mas não é. O arroz estava simplesmente perfeito, de tão saboroso e fresco. O camarão, segundo o simpático garçom, fresquíssimo, tinha acabado de chegar. E o pirão? Um verdadeiro orgasmo gastronômico, para os verdadeiros apreciadores. A casquinha de siri então... *suspiro* E o preço saiu razoável para um bom restaurante, gastamos R$95 para duas pessoas, bebidas e 10% incluídos.

Existe também, como alternativa pra sobremesa e pra gastar aquele dinheiro que você economizou não andando de Costa Verde, o Sorvete Finlandês, que fica ao lado do porto. Diz-se que é fabricado em Penedo. Aí, eu fiquei imaginando o sorvete vindo de Penedo, passando pelo Rio de Janeiro, andando de catamarã, talvez passando por Angra dos Reis, para chegar até Ilha Grande. Vai ver por isso é caro (R$4,25/100g). Mas o bichinho é uma delícia que só! Porque sou extremamente criteriosa com sorvetes e é fácil receber um zero meu. Esse é delicioso, porque você não sente a gordura e, pelo contrário, sente os sabores de ingredientes que foram usados muito bem. Experimentei vários e gostei de todos!

Não fiz muitas orgias gastronômicas em Ilha Grande... mas as poucas experiências foram fantásticas. A seguir algumas fotitas para deixarem vocês na vontade! rs






Capítulo 4.2 - Ilha Grande (RJ)

Na manhã em que iríamos pegar a Barca para Ilha Grande, acordamos cedo. Tomamos um café na padoca da esquina e compramos as passagens: R$6,50 durante a semana e R$13,00 aos sábados, domingos e feriados! Me admira sempre o jeito bom das pessoas de ganhar grana fácil!

O percurso todo dura cerca de 1h30. Sim... muita coisa! Não me lembro de ter estado em alto-mar antes, é delicioso! A maresia, a barca se mexendo pra lá e pra cá (os mais sensíveis devem tomar Dramin). No meio do caminho vi cargueiros gigantes com escritos da Korea. Pensei naquelas guloseimas deliciosas e nas tralhas todas vendidas nas 25 de março e Uruguaianas da vida. Também vi um iate bonitão.

Ao chegar em Ilha Grande, as pessoas sabem que você é um turista e que, necessariamente, traz algumas coisas consigo: dinheiro, muito dinheiro, vontade de gastar, necessidade de lugar pra dormir e de lugar pra comer.

Ainda mais eu -- sendo japa -- tenho etiquetas indeléveis de um fama que nem sempre quero ostentar (principalmente quando meu lado leonino tá tímido). Mas eu fui a única japa em quase todos os momentos em que estive lá. E mesmo se não fosse, as pessoas sempre querem te empurrar alguma coisa... normal. Então, quando chegar lá, você (ou não) passar por isso. E pode gostar (ou não).

Há de se ressaltar que em nenhum momento minha privacidade (que tanto prezo) foi invadida. Os funcionários, os moradores... todos. Em alguns estabelecimentos, o atendimento não era exemplar, mas também não foi péssimo em nenhum momento.

Descer da barca foi mágico, porque eu estava ansiosíssima para ver a água. E é surpreendente!!! No cais, a água da praia é apenas... transparente. Sim. Transparente. Eu estava morrendo de vontade de colocar meu bíquini (ops, eu disse isso?!) e mergulhar (ops, eu nem sei nadar!). Nada importava, nem o fato de nunca ter vestido um biquíni (sim, particularidades minhas) e não saber nadar.

Fomos a pousada, check-in, deixamos as coisas, trocamos de roupa e perguntamos à simpática Cíntia qual era a praia mais perto para ir. Ela disse Praia Negra. Fiquei curiosa imaginando por que ela se chamaria assim. As fotos ao final do post mostrarão porquê.

A pé, previamente munidas de bolsa térmica com água, cerveja e uns petiscos fomos. E nunca em toda a minha vida me surpreendi com um cenário natural tão lindo!!!! De encher os olhos. Tudo parece simetricamente perfeito, ainda intocado pela ação humana.

Ao longo das pequenas e várias caminhadas que fizemos, descobrimos que Ilha Grande já foi lugar para ricos empresários do açúcar morarem, já foi hospital e presídio na época militar. Agora é "apenas" um paraíso, como vocês podem ver nas imagens...





Capítulo 4.1 - Ilha Grande (RJ)

Novembro de 2010. A despeito de toda a correria que minha vida estava, eu e meu amor fizemos uma pausa para as suas férias. Destino? Ilha Grande, Rio de Janeiro.

Se você olhar no mapa, Ilha Grande (que é mesmo uma ilha... grande!) faz parte da cidade de Angra dos Reis. Eu não me lembro de ter estado em outra ilha que não fosse o Japão. Mas ao contrário do país, Ilha Grande realmente está isolada de tudo e conta com uma infraestrutura simples... como a de uma cidade do interior.

O principal acesso são as barcas, vindas principalmente de Mangaratiba. Aliás, foi por essa via de acesso que nós viemos. Se um dia quiser ir à Ilha Grande, não pegue um ônibus da Costa Verde, a menos que não queira trabalho para se locomover (certas pessoas quando viajam, são assim, ainda mais com algumas malas a mais). Vá cortando pelos meandros, dá muito certo, sem maiores problemas! Você gasta cerca de R$15 para ir contra os R$52 da Costa Verde. Com a diferença dá pra tomar sorvete! ;-)

Esse foi o caminho que fizemos. Fomos até Itaguaí, daí para Mangaratiba, daí para Ilha Grande. Porém, antes, uma pausa. Pernoitamos em Mangaratiba porque a Barca sai muito cedo e em apenas dois horários: 08h00 e 17h30. Ou seja, no fim das contas, fica a seu critério vir de Costa Verde ou não, dependendo de onde estiver vindo também. Eu confesso que ter pernoitado em Mangaratiba foi uma experiência magnífica.

Conhecemos a cidade em cerca de 1 hora. Sim. E andando. Tudo se encontra no centro, da prefeitura à câmara dos vereadores, a igreja, a escola, o hospital, o necrotério, o mercado, as pousadas e os pequenos restaurantes. Comemos um cachorro quente na praça central e ficamos curtindo o mar. Que estava sujo, infelizmente. Tomamos sorvete na orla e ficamos conversando.

O tempo passa muito lento enquanto você está nesses lugares. As pessoas vivem e sentem o tempo de outra forma. Essa percepção inicial apenas iria mais e mais se confirmar ao longo dos dias.










ps: caso não tenha ficado claro, as duas fotinhas acima são de Mangaratiba. Uma, com a vista da praia. A outra, de uma rua, perto do centro. Gracinha...

Capítulo 3 - Twin Peaks

Hoje, domingo, finalmente eu e meu amor conseguimos terminar de assistir à série criada pelo Mestre David Lynch "Twin Peaks". Há alguns anos, quando saiu a edição definitiva e dourada (lindona!) com as duas temporadas, corri e comprei. Assistir já é outra história...

Sou devota do sr. David Lynch, meus leitores já sabem disso. Mas assistir a 29 episódios de 45 minutos cada demora... e conciliar que duas vontades, dois estares ao mesmo tempo em cada um dos episódios fez com que eu levasse uns dois anos para ver tudo.

Ok, isso já passou. Agora, as considerações. A série oscila... principalmente nos capítulos em que não é dirigido ou por Lynch ou por Mark Foster, isso fica nítido. No meio da segunda temporada, quando a coisa engatilha, volta a ficar meio enrolada. Acho essa mania péssima, principalmente para roteiristas que não vivem dentro da cabeça de Lynch. Ou que vivam para agradar patrocinadores ou seja lá quem for que não o seu próprio criador.

Tudo bem... tirando tudo isso, vale cada segundo ver Twin Peaks. Você vê sementes preciosas que serão trabalhadas em A Estrada Perdida, Cidade dos Sonhos e até culminar em Império dos Sonhos. Claro que minha obra preferida continuará sempre sendo Cidade dos Sonhos, que consideraria, pretensiosamente falando, um meio termo entre A Estrada Perdida e Império dos Sonhos.

O que mais gosto nos trabalhos de David Lynch é sempre mostrar que o que os olhos veem é apenas a superfície. Existe sempre mais e muito mais... em lábios vermelhos, em olhares lânguidos, em bucolismo, em luzes azuis e cortinas vermelhas, em xícaras de café... e em sonhos. Sempre os sonhos, o inconsciente, a intuição, os sinais. Grande David Lynch!

Os atores formaram um ótimo time, tirando alguns que por mais que se esforcem, não produzem carisma no espectador. Kyle Maclachlan é fantástico e -- não à toa -- foi até conisderado alter ego de Lynch (assim como Laura Dern é a musa dele).

Bom para saber, é preciso ver. Não sei se é fácil de achar, talvez seja fácil de baixar.  Agora estou vendo o "Twin Peaks - os últimos dias de Laura Palmer" e começarei a ler o livro "O diário secreto de Laura Palmer" -- ambos presentes da minha filha. Demais para pessoas comuns? Talvez. Mas nunca é o suficiente tentar adentrar um pouquinho o universo de David Lynch.

Capítulo 2 - andando em grupos

Quem me conhece um pouquinho sabe o quanto tenho aversão a andar em grupos. Bem, mas como todas as aversões que -- invariavalmente -- me causaram problemas, estou tentando resolver este. 

O que não gosto do andar em grupos é porque as pessoas pensam igual e, na minha modesta conclusão, não raciocinam muito. Mas nem toda a regra é geral e nem todo mundo pode receber a mesma regra.

Claro, também, que com isso não vou forçar o meu lado psicopata (não, não tem NADA a ver com a vontade de querer matar alguém). Pra falar a verdade, eu acho que sempre forcei as coisas em mim até que elas dessem certo. Tentar ser psicopata era uma dessas... hehe.

Então, primeiro parei de usar etiquetas e denominações: as pessoas surpreendem, não? Parei de usar os olhos viciados e tento usar os olhos da alma: essa é difícil, porque somos seres que adoooram julgar.

E me joguei nos testes da vida. O mais interessante nisso tudo é que as maiores lições que precisamos e devemos aprender estão justamente naquele caminho abandonado, que mais te irrita. Não se force a ponto de você realmente desejar matar alguém... mas se vc acha que precisa mesmo mudar algo em você, faça isso.

Estou numa maratona pessoal revendo alguns filmes de psicopata bons que tenho aqui. Juro que gostaria de escrever posts e mais posts mas devo confessar que esta semana não estou muito inspirada para escrever. Me forço o exercício, mas sinto que meus textos não estão ainda bons... enfim.

Lição deste capítulo: nunca deixe de tentar aquilo que você mais odeia. Você pode descobrir que não odeia tanto assim...


Capítulo 1 - os aniversários que (não) esqueci!

O tempo de ausência tem seu preço e suas consequências... passou-se o período dos aniversariantes de Libra, adivinhe qual o signo seguinte que me esqueci de esquecer??? rs ESCORPIÃO.

Não conheço muitas pessoas de escorpião. Mas, como precisa ser quando se trata desse signo, conheço poucas... e pessoas que se tornam cada vez mais especiais com o passar dos anos!

Para não dar brigas, farei por ordem cronológica:


26 de outubro: a queridíssima Karina Perna fez aniver... companheira #DT!
27 de outubro: Miguelson! Ah meu amigo querido... 
05 de novembro: NilceR! Minha atriz favorita que cada vez mais vai brilhar!
11 de novembro: Regiane Miyashiro... aquela que conheço "desde" 2001. Precisa mais nada.
15 de novembro: Lilian Aquino poeta linda e fofa... num me esqueci de você!


Os escorpianos? Bem, os escorpianos... evita falar defeitos (porque eles não têm) e ressalta as qualidades. Se no começo é uma coisa meio desconfiada, olhares de lado, provas genuínas de caráter... com o tempo adoça e tempera na medida certa. Adoro cada um de vocês.

Voltando ao mundo material...

No últimos dois meses muitas coisas aconteceram na minha vida. Muitas coisas que ficaram longe de serem relatadas aqui no blogue, porém que ficaram fortemente marcadas em mim.

Bem, primeiro, agradeço a cada um dos leitores que não deixaram de visitar este cantinho, mesmo quando não havia sinal de post. Meus queridos e fieis (conhecidos ou anônimos) leitores. Prometo compensar com bons textos!

Segundo, a longa pausa se deveu a um problema de saúde na minha família. Não entrarei em mais detalhes por preservar a minha intimidade. No entanto, saibam que está tudo nos eixos, tanto é por isso que estou aqui novamente!

Por fim, estou com muitas novas reflexões. Das espirituais e existencialistas ao meu velho e bom gosto por serial killers! Hahaha! Para quem não sabia, eu sempre tive uma fixação positiva por esse tipo humana. Obviamente, estou longe de ser uma especialista... mas tenha certeza de que aprendi bastante!

***

Hoje está um fim de tarde chuvoso aqui na cidade do Rio de Janeiro. Adoro esta cidade -- sempre tão barulhenta --, silenciosa sob nuvens negras, friozinho e chuva. Nos faz lembrar que em meio ao tumulto do dia a dia, é apenas no nosso silêncio que tudo faz sentido e que mais conseguimos ouvir o que precisa ser ouvida: a voz da nossa alma.

A partir de amanhã começarei um "pequeno diário" desse longo período de ausência. Espero que gostem, pois tenham certeza de que eu amarei!