O exemplo mais recente do que digo é este: achei uma Caixa Preta entre posts e comentários no blog da Isabella Taviani. Ainda ando caçando algo por lá. Mas esta foi a melhor surpresa de todas. A sua autora escreve pouco, mas a sua concisão virginiana é justificada, porque ela escreve muito bem.
Comentei hoje no seu blog e reproduzo meu comentário aqui. Aos que se interessarem, vejam o que ela escreve e podem falar se concordam, discordam ou... nada.
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Me sinto uma intrusa lendo este post e seu comentário. Mas não consigo não postar, é mais forte do que eu. E é o inevitável da internet e do blog.
Assim, tentando justificar a minha invasão, escrevo um comentário sobre a precisão cirúrgica do seu post.
Eu tinha lido ele desde segunda-feira. E foi incrível como partes dele ecoaram com minhas próprias reflexões. Há algum período que ando recolhida, refletindo. Talvez a crise dos 30. Que seja.
Eu gostaria de observar dois itens: o amor é egoísta. Eu concordo. O amor, nesta forma humana e material que conhecemos, é egoísta. Talvez tenhamos casos de amor abnegado e compassivo, mas são poucos e são específicos. A grande maioria de nós é, sem sombras de dúvida, egoísta.
A outra coisa é já que o amor é egoísta, devemos amar antes de mais nada a nós mesmos. Mas paradoxal e ironicamente, não fazemos isso. Por isso precisamos do outro, que funciona como espelho e contrapeso da nossa mente. Por isso temos amigos e relacionamentos, para poder construir a nós mesmos entre as redes do que doamos e perdemos, do que cobramos e ganhamos.
No entanto, concordo. Apenas saberemos amar alguém egoisticamente saudável se nos amarmos primeiro. Parece quase uma charada sem saída, uma sinuca de bico, um xeque-mate... mas é a realidade mais tangível que temos. Assumirmos quem somos, amarmos o nosso próprio eu que conseguimos construir ao longo dos anos para, então, poder amar alguém com o amor mais sincero e honesto que podemos oferecer.