Estou vivendo um momento muito profícuo em minha vida. Trinta e seis anos são isso, afinal? Essa roupa maleável, meio gasta, mas muito confortável que me veste tão bem e diz quem sou?
Meu passado parece aqueles quebra-cabeças com 10 mil peças que vão se formando a cada dia, trazendo uma nova figura pronta, uma nova textura. Encaixadas, parecem trazer sentidos novos às outras figuras. Não é um mosaico frankenstein diante de meus olhos. Acho que nunca vi tudo com tanta claridade!
E a mais clara de todas as coisas: precisamos do outro para sabermos quem somos! No isolamento deliberado ou arbitrário, podemos até chegar à mesma conclusão. Mas ela vai demorar mais e será mais sofrida, dará mais voltas e você terá a chance de se perder.
Quando temos o outro, estamos diante da mais pura oportunidade de: nos reconhecermos, de nos vermos, de escolhermos, de fugirmos ou de termos coragem. O olhar o outro é um exercício que melhora com a maturidade (em geral). E com a maturidade, você deixa de ver outras coisas para ver novas.
Está tudo muito metafórico e metafísico... mas não tenho melhores palavras para descrever isso. Estou aqui, madrugada de sábado, 01h15, ouvindo Pink Floyd e falando com uma tela. Mas é para mim mesma, ainda assim. E para quem se atrever ler isto aqui.
Enfim... apenas queria compartilhar com quem quer que leia este post, que uma nova fase se instalou de vez em minha vida. Vários demoninhos estão sendo apagados e estou tendo a oportunidade -- de verdade -- de perceber que ser quem sou é muito melhor do que eu poderia imaginar em meus desejos mais insanos!