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Minha "filha"

Ainda meio sonada pelo excesso de remédios dos últimos dias (andei gripada, virolada e com amigdalite. Agora, tô com sinusite. Quem merece?!)... hoje quase pensei em não postar. Mas, minha filha querida -- Poliana -- me inspirou. E hoje este post bem tardio vai em homenagem a ela.

Pouca gente sabe, mas em teoria, não era para darmos certo. Não teria como nos suportarmos. Somos diametralmente opostas, cada uma no seu ângulo. Mas, a vida tem essas coisas misteriosas, que vira e mexe a gente esbarra. Nos idos de 2004, eu conheci a morena de cara séria, quase impenetrável.

De lá para cá, apelidos, convivência, muitas lágrimas minhas e muita conversa. De todas as pessoas que conheci, ela foi a com quem mais me dei bem. Tive afinidades fantásticas e ainda as tenho. Mas minha filha pode confirmar o que estou dizendo. Se éramos para ter dado errado, hoje temos certeza de que a nossa amizade será eterna.

Para celebrar o momento nostálgico em que me encontro esses dias, me lembrei dos dias em que praticamente convivíamos 24 horas por dia, coisa que nem namorado tem privilégio. Quando ia dormir na casa dela (antes de ela morar com o Rafa), passamos literalmente 48 horas uma ao lado da outra. Ela, falando sem parar, e eu, quieta. Podem acreditar, eu sou uma pessoa quieta!

Idas e vindas em supermercados, Liberdade, cafés. Nossas inesquecíveis conversas pós-prandiais. Cada uma compartilhando sonhos e tentando decifrar enigmas oníricos. Pura psicologia. Pura astrologia. Puro cinema. Pura fofocagem.

Ainda hoje em dia, eu escuto alguém dizer que não sabe como a gente se dá tão bem. Pois é. temos um respeito mútuo uma pela outra. Principalmente pelo modus operandi. Isso é o mais essencial e primordial de tudo. Acho que se todos os casais tivessem um pouco disso que temos como amigas, eles seriam mais felizes. A sensação de completude vem desse estado mútuo de respeito e empatia. No mais puro sentido semântico dessas palavras.

A gente já brincou para tentar desvendar esse darma. Já seguramos as pontas uma da outra. E mesmo hoje, muito distantes, ainda temos essa sintonia. Ela é indestrutível.

Hoje, minha filha veio me falar de "trânsitos e transitórios". Como boa ascendente em áries que é (e eu conheci alguns espécimes para comprovar essa teoria), ela tem uma destreza e uma insatisfação implacável. Isso sempre causou admiração para uma aquática como eu. Vou citar uma frase dela. Ela pode ficar brava, mas a frase merece citação.

"mas os demônios internos estarão sempre comigo, sei disso. como estiveram até o fim com ele, que não morreu em paz por ter tomado essa decisão. mas a gente blefa com a gente mesmo e engana a nossa mente, faz parte da vida..."

Eu pensei em tantas respostas para dar. Acabei sequer respondendo ao email. Fiquei com essas coisas na cabeça. Com esses sonhos que perseguimos. Com essa ânsia de encontrar o "Porto Desejado". Será que tudo é ilusão?

Se vocês não entenderam nada da conversa, ok. Eu e a minha filha sempre brincamos dizendo que vamos compartilhar o mesmo espaço na Casa de Saúde. Falando de Filosofia, Cinema e Astrologia. Um pouco de Espiritualidade. Questionando tudo. Chegando a muitos detalhes e poucas conclusões. Exceto esta, que já chegamos: a vida é transitória.

Obrigada por existir em minha vida, filha. Já disse isso em muitos lugares e repito aqui: sem você, minha vida não seria a mesma e não teria a graça que tem.

***

http://www.youtube.com/watch?v=2vf3ZE7CLg0

Momento nostálgico + Queen



Em uma tarde típica de outono como esta de hoje, me lembro de um tempo "livre" que vivi no Japão, lá pelos idos de 1996. Costumava pegar minha bicicleta e andar. Muito. Aproveitava para ver a paisagem, as casas, as lojas, as pessoas. Passeei muito por todos os supermercados possíveis (quem me conhece, sabe que é um dos meus passatempos favoritos).

Como morava perto da praia, ia até a praia, ver a lua se pôr sobre o mar... uma das cenas mais lindas que eu já vi em toda a minha vida. Cruzava quadras. Fazia cachorros latirem. Ao contrário daqui, nunca foi perigoso.

Tinha várias trilhas sonoras, mas para ilustrar esse momento, escolho Queen, banda que gosto demais.

Momento nostálgico. Mas necessário neste momento.


http://www.youtube.com/watch?v=4ADh8Fs3YdU

http://www.youtube.com/watch?v=gfLD-7bCtME&NR=1

http://www.youtube.com/watch?v=rNBWf54RvsI

http://www.youtube.com/watch?v=gI-bPZQhBLk

http://www.youtube.com/watch?v=hjyka1gkodo




Inacreditável

Adoro contar esta história: no período em que morei no Japão (96-97), eu tive o privilégio de acompanhar uma novela do horário nobre (!!!) (mesmo sem entender praticamente nada) em que a protagonista era uma garota confusa entre um amor de uma mulher e o amor de um homem. SIM!

Vocês pensem que o Brasil é uma terra "moderna"? Aqui o pensamento é mega-retrógrado nesse sentido. Lembrem-se da explosão das lésbicas em Torre de Babel e da "morte" de uma delas em Mulheres Apaixonadas.

Falta muito pra gente ainda. O dito calor humano brasileiro ainda não chegou a esse nível.

Infelizmente, eu não vou sequer saber citar o nome da novela... me perdoem por isso. Mas eu sabia que estava diante de algo inédito que nunca mais veria novamente, a menos em The L Word (muitos e muitos anos depois).

A música a seguir era a trilha sonora principal: Yumi Matsutoya interpretando belamente a Saigo no uso (A útlima mentira).

Ah sim, a novela se desenvolveu em meio a muito drama (bem no estilo nipônico que a minha amiga Sharleu mais adora) e terminou bastante libriano: ela ficou sozinha, embora tenha tido um caso tórrido com a mulher, dado uns beijos no homem... preferiu ficar sozinha.

http://www.youtube.com/watch?v=B8XcF1jn3iQ

Dolphin's cry

Love will lead us... she will lead us.

http://www.youtube.com/watch?v=WYC3WBFEPvs


http://letras.terra.com.br/live/579459/

http://letras.terra.com.br/live/914160/

Consciência holística - 1



Neste fim de semana, assisti a um filme chamado The eleventh hour. Mais incisivo e espiritualista, trabalha com o outro apelo, no extremo oposto de An inconvenient truth. Ambos apenas objetivam uma coisa: se não cuidarmos de nosso planeta Terra, o ser humano pode se auto-extinguir.

Isso não é ridículo???

Temos todas as ferramentas para não deixar isso acontecer. Mas a grande questão, como é dito no A última hora (como ficou no Brasil) é: nossa cultura está alcançando o auge de sua degradação. O auge da banalização, da ignorância, do egoísmo. Tudo começa com a atitude do nosso dia a dia. Com a postura que temos em casa, no trabalho, na rua. E isso se expande para os bairros, cidades, governantes e países. E imprensa que deveria noticiar outra coisa que não apenas espalhar a desgraça humana. Vamos morrer de uma maneira muito pior (como o sapo fervendo dentro de uma panela que não sabe que está fervendo - isso aparece no Uma verdade inconveniente [como ficou no Brasil]) e preferimos acompanhar a desgraça dos outros, como se ela nunca fosse nos atingir. Estamos no meio do olho do furacão e não queremos ver isso!!!

Muito mais do que blá-blá-blá natureba do qual eu poderia ser acusada, está a básica observação: o mundo ao nosso redor está caótico. Cada vez mais e de todas as formas possíveis. Enchentes, catástrofes naturais, violência, desrespeito, comida envenenada, televisão cada vez mais geradora de zumbis apáticos. Estamos à beira do caos. E é mais do que chegada a hora de escolher.

Sites selecionados para quem quiser saber mais sobre o assunto. Dói. Mas é a verdade que, se não assumirmos, será nossa algoz.

http://wip.warnerbros.com/11thhour/
http://www.climatecrisis.net/

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E, por coincidência (mesmo sabendo que não há coincidências nesta vida), abri o site da Folha e encontrei esta notícia sobre o excelente autor de A viagem de Chihiro e O castelo animado: Hayao Miyazaki. Vou comprar este livro. E indico, mesmo antes de lê-lo.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u542619.shtml