Clique

Rio 2016

Pois é e as notícias se confirmaram. Não sou pessimista, mas sou cética e bem realista. Adorei a notícia e tals, minha querida Jana me disse que não rolou estresse no Rio na época do Pan-07, mas duvido... é muito mídia, muita grana e só dinheiro público escorrendo pelo ralo. Legal, vai ser a primeira Olimpíada na América Latina, mas porra... poderíamos investir em aumentar o IDH. Ok. Não sou de política nem falo disso. Mas repito o que li no twitter do Jr. Tostoi, que reflete minhas palavras:

caramba.... bom, agora é torcer pra roubarem o mínimo e não queimarem nosso filme...

** algo que me diz que até lá teremos o trem-bala Rio-SP. Será exagerado pensar nisso???
*** também gosto da opinião do Juca Kfouri, neste podcast da Folha de S.Paulo.
**** e também partilho da opinião de Marcos Guterman, editor do Estado de S. Paulo.

Um certo alívio

Após alguns meses de correria, estresse, aperto no coração e tantas coisas que aconteceram... minha vida parece tomar um rumo normal de novo. Não que o significado de normal esteja sequer próximo do ideal para mim.

Mas, sinto ventos novos... pelo menos eu mereço um pouco de calmaria depois de tanta loucura. Estou lendo um livro (do qual não falarei agora, apenas quando terminar de ler, e isso vai demorar um pouco ainda. Estou curtindo com calma impensada ler esse livro, porque eu sempre tive ansiedade em terminar um livro em uma semana) que tem trechos incríveis. Vou citar um aqui:

O caminho do ioga consiste em desatar os nós inerentes à condição humana, algo que definirei aqui, de forma extremamente simplificada, como a desoladora incapacidade de sustentar o contentamento. Ao longo dos séculos, diferentes escolas de pensamento encontraram explicações diferentes para o estado de aparente falha inerente do ser humano. Os taoístas chamam-no de desequilíbrio; o budismo, de ignorância; o islamismo põe a culpa de nosso pesar na rebelião contra Deus; e a tradição judaico-cristã atribui todo o nosso sofrimento ao pecado original. Os freudianos afirmam que a infelicidade é o resultado inevitável de um embate entre nosso pulsões naturais e as necessidades da civilização.

Hoje vou ao HSBC ver o famigerado Anticristo, que tem um tema que em breve abordarei aqui. Antes de abordá-lo, preciso ver este filme. Assim, quem cair de sopetão e quiser uma cia chata de primeira fila de cinema e silêncio durante o filme, estarei por lá, às 18h30, na primeira fila do cinema do HSBC pra ver o mais novo filme do von Trier.

***

E minha trilha sonora de hoje é composta dessa novíssima música da Isabella Taviani em parceria com Toni Platão: Um vendaval. Amo esta música! Em breve postarei minha opinião sobre o novo álbum dela. Hoje tem show em SP e eu não irei!!! :-(

Music of the day

Fiquei pensando em algumas músicas "sensuais" e sempre me vem à mente:

1-) Slave to love, Bryan Ferry
(longe de lembrar o 9 e 1/2 semanas de amor, o álbum do Bryan Ferry que tem essa música, Boys and Girls, é lindo lindo, atemporal, que sobreviveu com os anos por ter nascido na década de 80.

2-) Cose della vita, Eros Ramazzotti
(sem palavras. Aqui eu coloquei uma versão recente desta música cantada com Tina Turner! Descobri estes dias!)

3-) No ordinary love, Sade
(quase música de motel... hahaha, mas linda!)

4-) Is this love, Whitesnake
(não nego minha idade e minha eterna preferência pela música dos anos 80. Esta é fantástica! Dá-lhe David Coverdale e sua voz única)

5-) Let's make it baby, Bon Jovi
(demo da época de New Jersey, nunca lançada oficialmente... é um crime o que o Jon faz com os vocais dessa música!)

6-) Hypnotised, Simple Minds
(adoro esta música, definitivamente, me faz viajar! O álbum Good news from the next world está nos meus eternos favoritos.)

Se eu me lembrar de mais alguma... adiciono.

Falta de assunto (ou de inspiração?)

Minhas amigas blogueiras andam tendo surtos de falta de inspiração. Eu confesso que tinha tido (como eventualmente tenho) esses problemas umas duas semanas atrás.

Eu arriscaria dizer que isso acontece por causa desse estresse louco que tem acometido cada uma de nós! (homens e mulheres) Uma crise de criatividade exige que a gente procure por estímulos de maneira livre. E não que sejamos presos por estímulos de pura pressão da rotina.

Eu sempre penso em temas novos, tenho uma lista gigante deles, mas nem sempre consigo transformar a ideia em texto prático e agradável de ler. Então, melhor nem escrever.

Assim, para as minhas amigas blogueiras com crise de criatividade e inspiração, sugiro uma avalanche de filmes novos, leitura de temas novos. Ou mesmo um longo período de reclusão que também é muito salutar e necessário para nos salvar da nossa própria loucura.

Para quem você escreve?

Esta pergunta sempre me vem à cabeça toda vez que posto neste blogue. E a minha resposta -- egoísta e mais previsível -- é: para mim mesma.

Muita gente tem me falado, uns de maneira mais direta do que outros, que blogue é sinônimo de megalomania de um eu egomaníaco. Não tiro a razão. Nenhuma. Mas, cada um tem seus motivos particulares de demonstrar sua necessidade de atenção. Uns podem fazer Arte disso. E acho que o blogue é um desses caminhos meio "tortuosos" entre a egomania e a Arte. Ou será que a própria Arte não seria megalomaníaca? Na sua forma mais bela, claro...

O fato é que eu vou explicar os motivos de ter iniciado este blogue, pra quem não sabia. Até fevereiro deste ano eu nunca fui leitora de blogues, nunca tive paciência, justamente por pensar meio assim. Mas meio que meu novo emprego, pessoas diferentes e ambiente hostil me fizeram precisar expressar meus pensamentos de alguma forma. E eis que resolvi começar este blogue.

Outro dia qualquer é originalmente uma música do Bon Jovi, minha banda favorita de todos os tempos. Any other day, incluída no último álbum de 2007 Lost Highway, parecia escrita para mim. Aliás, como muitas músicas bonjovianas, este foi meu hino em um ano difícil para mim, sob muitos aspectos. E eu ouvia essa música no repeat one sem parar.

Any other day (vejam este vídeo com letra, uma das melhores versões ao vivo!), assim como meu blogue, Outro dia qualquer, foi uma forma de salvação pessoal. Não tenho vergonha de admitir isso pra quem quiser me perguntar. Eu costumava escrever poemas. Tenho mais de 800 devidamente guardados, e vez ou outra eu posto algum aqui. Mas, é fato que a poesia não atinge mais as pessoas hoje em dia. Ironia ou não, nos animalizamos tanto que poesia só remete a um pensamento romântico do século XIX, infelizmente.

O pulo para a prosa foi um exercício mesclado de necessidade com desafio. E eu adorei. Já conheci muita gente legal e interessante. Pude conhecer assuntos que não conhecia até então. Quer coisa melhor que isso? E ainda por cima, pude ir exorcizando pequenos demoninhos que se aninhavam na minha cabeça, gritando para sair.

Hoje em dia, os demoninhos ainda existem, e minha necessidade de escrita diária também serve para manter minha criatividade e meus neurônios sempre em alerta, para nenhum deles morrer. Porém, da mesma forma que eu escrevia poemas para mim, pensando em cada um dos meus leitores, eu também escrevo este blogue para mim e para cada um que pode cair aqui. Quem sentir a conexão comigo, será mais uma ponte invisível criada. Se a conexão não existir, segue a vida.

Acho que meu único defeito (que para muitos, como eu, é uma virtude), é que não sei andar em grupos. Tenho imensa dificuldade em me classificar, porque acho que todos somos únicos para sermos encaixotados em alguma lista. Muitas pessoas sentem essa necessidade, e eu não as recrimino, muito pelo contrário. Assim, este blogue é um exercício de se manter único -- na medida do possível -- em um mar de tantas coisas iguais e parecidas.

Espero poder estar cumprindo esses objetivos a que me propus. Adoro louvores, como boa lua em leão que tenho. Mas não aqui. Como sempre digo, que esteja ao meu lado, quem verdadeiramente deseja estar.