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Amores platônicos: ilusão ou idealismo? Coragem ou covardia?

Peguei a ideia no blogue da Aline. Minha amiga resolveu falar de um assunto que eu até tinha esquecido, e que acabou suscitando pensamentos devoradores dentro de mim.

Ainda tenho a recente leitura do livro Amar ou depender?, de Walter Riso. Concordei com cada linha escrita ao longo das 152 páginas. E, dentre essa leitura, minhas experiências vividas, as histórias que ouvi e outras que vi, fiquei com alguns nozinhos na cabeça, para a questão-tema deste post.

Há os que defendam o amor platônico como o mais puro. Para essas pessoas, a idolatração à distância, sem conhecimento do objeto desejado e sem quaisquer outras características de um relacionamento “comum” é uma espécie de sinônimo de pureza com tons de castidade. É um tipo de amor que não se macula, não importa o que aconteça.

Não deixo de concordar que sim, há uma “pureza imaculada” que cada um pode pintar com os adjetivos que quiser. Afinal, há o ser que ama e há um ser que é amado. Entre os dois não há sequer conhecimento da existência do outro. Bem, pode até existir, mas nunca como um “amor”. Aí eu até poderia classificar o amor platônico nível 2, onde a amizade é utilizada em lugar de um amor que não pode nunca ser declarado.

A questão que urge na minha cabeça é: por que um amor é platônico?

Acredito que essa pergunta é a principal que pode responder à outra pergunta. Várias frases surgem como respostas, mas a ideia principal não foge: covardia. Por que não podemos classificar o que ama platonicamente como um covarde? Por que, ao contrário disso, dizemos que ele é puro, ingênuo e casto?

Acho que tirando um caso de um moleque de 16 anos que se apaixona pela professora de 30 numa escola de um interior longínquo, que não tenha os conceitos de cidade grande, uma espécie de Sassá Mutema em O Salvador da Pátria, podemos até classificar o amor platônico dessa forma (mas sabemos como ele termina…). Mas qual a diferença entre o desejo sentido e o desejo realizado? Para mim, nenhuma. O desejo continua sendo desejo. E o amor platônico, mesmo sendo platônico, continua embutido de desejo.

Se o meu raciocínio estiver correto, o amor platônico deseja, mesmo que “platonicamente”, mas deseja. Pode não desejar uma noite de sexo quente, mas deseja o contato físico, deseja um souvenir – e eu até arriscaria uma comparação com um psicopata serial killer que pega esses restos que se tornam a sua alegria.

Mas uma pessoa que ama platonicamente não é um serial killer! Uma pessoa que ama platonicamente, para mim, ainda é uma covarde. Talvez baixa autoestima? Talvez complexo de inferioridade? Talvez medo de comprometimento? Talvez masoquista? Talvez frigidez sexual? Talvez uma mistura disso tudo e algo mais? Não dá para precisar.

Eu concluo isso pensando no sentido expandido do que é amar não-platonicamente e ter um relacionamento. Esse tipo de amor é doído, porque você acaba sofrendo – pela falta ou pelo excesso. Você não pode idolatrar seu ser amado, porque ele é feito de carne e osso, qualidades e defeitos, bafo matinal e mau-humor. Amar é, além de amar a pessoas pelas suas virtudes, amar a pessoa pelos seus defeitos.

Agora cito Walter Riso numa passagem que adoro:
Os laços afetivos sempre podem ser melhorados e aperfeiçoados, mas partindo do que realmente se é, do amor habitual, impuro e terreno que vivemos no dia a dia. Diminuir o “superamor” cósmico/universal e submetê-lo a relações de carne e osso é ingênuo, além de danoso. Os bons casais não vêm prontos de fábrica. É preciso poli-los na lida diária da vida, à força de suor, de esforço e, muitas vezes, de lágrimas.
Enquanto o amor universal não pede nenhuma mudança, o amor entre pessoas precisa de correspondência. Para que uma relação seja gratificante, deve haver reciprocidade, ou seja, uma troca equilibrada. O amor recíproco é aquele no qual o bem-estar não é privilégio de uma das partes, mas de ambas. (p. 128)

Bem, para não prolongar mais este já longo post, vou terminar falando de minha própria experiência: vivi todos os tipos de amores platônicos possíveis. TODOS. E sempre me via no desejo de viver um relacionamento que me completasse, me fizesse feliz. O amor platônico não é um meio de vida, é uma alternativa triste para uma pessoa que ainda não teve o “clique” de viver sem  alguns dos medos e talvez que citei acima. ARRISCAR. Pois é fato que todo amor platônico está fadado ao fracasso, mas é algo tão claramente previsto, que nem provoca quase dor. Porém, arriscar-se num amor não-platônico é jogar sem saber se você vai ganhar ou perder. Não depende apenas de você. Para mim, esse risco é como uma aposta: se você analisar bem, pode dar certo. Mas, pode não dar. Este é um dos prazeres da vida: errar quando for para errar. Mas, tentar sempre fazer dar certo. E TENTAR: ao menos, tentar. Afinal, acima do amor e qualquer outro sentimento, acredito que o nosso maior propósito seja aprender e crescer.

Crisantemus Sincerita Polemicus

Foi o nome científico dado pela minha querida filha Poliana!

Para quem me conhece de verdade: falae, não é minha cara?

Para quem não me conhece, fica a dica: esta sou eu. Me ame, me odeie, não importa. Apenas não espere que eu seja o que todos são. Detesto isso, cara...

Bem, post da tarde para falar que eu adoro assuntos polêmicos. Mas, odeio discuti-los em públicos. Isso para mim é desgaste de energia. Total desperdício. Claro, existem discussões, mesmo acaloradas, que trazem muito benefício. Em sua maioria, baboseiras. As pessoas apenas querem exibir seus egos, para ver qual penacho se sobressai no meio da penaiada.

Ok, ando meio radical. Mas, eu preciso ser radical com isso! Preciso defender as minhas crenças e o que sou. Mas, aqui. Neste blogue. Neste espaço megalomaníaco só meu, onde aporta quem quiser e continua lendo quem quiser. Aqui ninguém é forçado a nada.

Lembro do Enrico, meu colega do antigo emprego, que sempre dizia que eu deveria me candidatar ao programa do Abujamra - Provocações. Nem sei se esse programa ainda existe. Porém, toda vez que me meto em uma polêmica, me lembro dele.

No entanto, a despeito de tudo, a grande questão é: eu não gosto de discutir. Eu gosto de observar. Analisar. Esmiuçar. Compreender. Este é o cerne de tudo.

E sigam-me quem quiser me seguir! Quem não quiser, sem mágoas, fica para a próxima vida.

Tomei um chão!

*** altas gargalhadas ***

E um joelho roxo, como conta final.

Bem, pessoas queridas, hoje lá estava eu andando pelas ruas da Lapa (de SP, aquela feiona) pensando que todas as conduções estavam ótimas, ao contrário do caos de ontem, quando levei 3 horas para chegar em casa, quando escorreguei feio num pedaço de cabide quebrado!!! (para vcs verem como a coisa é feia)

Não deu nem tempo de pensar, meu pé direito foi no plástico, meu joelho esquerdo bateu no chão, minha mão direita se apoiou. Nem quero imaginar a cena.

De repente, ao meu redor, surgem duas pessoas extremamente educadas e solícitas. O homem ofereceu a mão para me ajudar e a senhora me perguntou se estava tudo bem e se eu tinha me machucado.

CONFESSO SOLENEMENTE AQUI que fiquei mais assustada com isso do que com a queda em si.

Eu, que sempre falo do meu amor paradoxal pelo ser humano, que não vejo mais esperança, que paulistanos são um bando de frios, mal-humorados e mal-educados (e dane-se os hífens do Novo Acordo!).

Aí, me lembrei da minha velha história de uns anos atrás, que alguns amigos pessoais devem se lembrar... do dia em que trazia a cesta de Natal no busão e que, no meio do caminho, a cesta de rompeu! Começaram a rolar latas de pêssego, goiabada, castanha do pará e toda a porra possível rua abaixo, a 200 metros da minha casa. Nisso, começaram a surgir pessoas do nada, pegando os itens para mim, meninos foram buscar sacolas de plástico em suas casas -- tudo para me ajudar.

Será que é o clima do Natal??? Não sei. Só sei que nessas raríssimas horas, me surpreendo. Uma surpresa boa que joga mel em meu ceticismo em relação ao ser humano.

Enfim... sobre a queda de hoje, minha calça ficou meio raspada, mas não rasgou. Minha mão de apoio tá meio dolorida, mas nada demais. O pior foi meu joelho, que se ralou... vai ficar uma cicatriz. Mais uma! Mas tudo bem. Cheguei no trampo, passei um antisséptico e colei um bandaid.

E o meu coração... recebeu outro bandaid pela atitude daqueles seres humanos. Eles podem até rir e tirar sarro da minha queda, que deve ter sido cinematográfica, de tão rápida que foi. No entanto, provaram porquê são seres humanos, não apenas pela existência de uma carcaça,  mas pelo que jaz no íntimo dela.

Happy Birthday, Mom!

Minha mãe nunca leria este blogue, mas hoje faço uma homenagem a essa senhorinha de 62 anos, sagitariana com ascendente e lua em câncer, eterna otimista e batalhadora (meio ranzinza, mas qual pessoa com ênfase em câncer não o é?), que nasceu hoje, 01/12.

Sou muito o que minha mãe me ensinou. E devo a ela toda a minha formação de caráter, autoestima e coragem que tenho hoje. Dentre as limitações etárias, nos damos bem. Ela me aceita. Eu não forço com ela, ela não força comigo. 

Obrigada, dona Leila, saiba que sempre foi um motivo de inspiração para mim!

Poesia no metrô

Eu sou do tempo que poesia é coisa para sonhador.

Andei um tempo pra dizer, depois, que poesia é quase sinônimo de Renato Russo (com todo o respeito, claro).

Nem uma coisa, nem outra. Dizia finado João Cabral de Melo Neto que poesia é obra de arte, são peças construídas, reflexo do trabalho de arquiteto e engenheiro.

Dentre a doçura de Cecília Meirelles, à competência de Fernando Pessoa e a crueza dita com alegria de Carlos Drummond de Andrade -- me surpreendi com este projeto do Metrô de SP: Poesia no metrô.

Faz tempo que estou para postar as fotinhas que tirei no metrô Vila Madalena. Desculpem a baixa qualidade, mas foram feitas da câmera VGA do meu celular.










Toda vez que passo nessa estação, me surpreendo com o fato de algumas pessoas pararem para ler os poemas. Algo tão grandioso que me deu lágrimas.

Grande iniciativa do metrô. Nesses dias selvagemente caóticos que vivemos, isto parece uma centelha. Que ela queime e se espalhe!