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Da loucura à poesia

Sabiamente, a querida Claudia Bertrani acabou de me dizer isso. E eu fiquei pensando nisso. Decerto -- e muito decerto! -- as pessoas do signo de terra são as que me conhecem melhor, mesmo até quando não deveriam, no caso, o fato de sermos "amigas virtuais".

Dias atrás, postei que andava sozinha e que conversar com as pessoas por msn me fez um bem danado. Não nego! Mas eu sou aquela das antigas, sabe? Aquela que gosta de sentar com um suco, em um café qualquer, olhar nos olhos... fazer leitura corporal. Sentir a energia. Isso, sim, é a realidade!

Mas, não sei porquê, nos acostumamos com o virtual, com o comodismo de mal levantar o dedo pra clicar no mouse e ver a carinha do outro que tuitou algo pra vc ou que "te curtiu" no facebook. Ah, valha-me lá, gente, isso é vida??

É parte dela, sim, mais uma vez, não nego. Eu não quero aqui, com minha sã ignorância querer destituir a globalização de seus benefícios. É muito delicioso poder conhecer pessoas do Brasil inteiro através de uma tela do computador. Pessoas como a Xará (Cris Barufi), ou a gaúcha geninha Michelle Lange. Amigas de Recife, Paraíba, Salvador, Minas Gerais... onde tudo seria mais profícuo e rápido assim?

Porém, precisamos -- e muito -- do téte a téte que nunca pode ser substituído. Porque não somos simplesmente alguém esperando alguém postar algo pra você. Isso pode satisfazer, mas é um alimento pobre. E precisamos sentir o perfume -- que pode ser bom ou ruim -- que vem da pessoa. E precisamos saber como ela segura o copo e os talheres. Observar aonde os olhos direcionam quando ela fala. Conhecer seus trejeitos e seus tiques nervosos. Saber qual lado do pé a pessoa força mais ao andar. Ver os perdigotos saindo da boca, enquanto fala.

Eu gosto disso! E por sentir tanta falta, tenho me sentido total escrava desse mundo virtual que muitas vezes não corresponde às suas expectativas! Injusto? Muito pelo contrário! É o que ele tem pra oferecer, assim, fácil e imediato, como uma esmola sentimental. Mas a vida real ainda é feita das pessoas que tocamos, mesmo que seja de vez em quando!

Por isso, vou sim, encontrar com meus amigos na minha próxima ida a SP. Quero saber como todos estão, quero contar das agruras e das alegrias. Quero ver as roupas que vestem, quero ver os olhos, o cabelo, a vontade, a ausência! Porque, a triste ironia do mundo virtual é que você nem lembra mais o que escreveu. Você nem salva o histórico de suas conversas. Eu acabei de apagar todos os meus! E a vida, assim, se apaga, com um simples clicar? Ela começa com um clique e termina no clique seguinte?

A vida cheia de cores e aromas e sensações não poderia nunca se restringir a isso. E apenas cabe, a cada um de nós, saber dar o devido valor, saber o real sentido, saber os pesos e medidas. Não é difícil. Conheço e conheci pessoas totalmente trancafiadas no mundo internet, incapazes de interação social mínima. Conheço pessoas que se mostram tão simpáticas no mundo virtual, mas que na vida real são insossas e caladas.

Nada disso é novidade. O que será sempre novidade é: o que você quer pra você? Se nesses dias que se passaram, eu tive meu surto louco no twitter, agora sigo por aquele caminho que nunca deixou de me acolher tão bem: a poesia! Me acompanha?

Música do dia - Two story town

Bem poderiam ser trocentas músicas... mas ontem à noite revi o dvd do Bon Jovi - Crush Tour e lembrei de como gosto dessa canção (bem, alguém me diz qual música do BJ eu não gosto? rá): Two story town serve bem para ilustrar o atual momento em que me vejo: meio testemunha da minha própria vida, meio testemunha da vida.

Fora que essa música, do ano de 1999, tem um significado todo especial para mim. Ano difícil aquele... descobertas e redescobertas. Muitas caminhadas solitárias na região da Saúde, pensando em como tudo poderia ser! Suspiro... como a gente cresce e aprende!

Reouvindo essa mesma música, uma avalanche de sentimentos me acometeu (coisa normal para mim, nos últimos dias, né?). E essa música mais do que nunca pareceu perfeita.

ps: nem mil vidas podem agradecer ao Bon Jovi por todas as letras que ele escreveu...
I couldn't sleep
Took a walk down 2nd Avenue
Sick of dreaming dreams that never come true
One way street and I know where its leading to
(...)
One shot to make a move now
The ghosts are calling me out
And me I'm just one story
In a two story town
But you're never gonna find me in the lost and found
(...)
It's just the same old sights and the same old sounds
I’m gonna take my horse and ride him off this merry-go-round
I won't give in and I won't back down

A torrente de sentimentos - parte 2

Não. Isso nem é capítulos continuados de uma suposta novela que eu teria criado. Nasci com certas dificuldades naturais e por mais que tenha até aprendido técnicas, não consigo ir além da teoria. Escrever romances capitulados é uma dessas grandes dificuldades.

Mas eu hei de convir, mesmo contra a minha racional vontade que, ultimamente, meus relacionamentos pessoais andam conturbadíssimos. Além de ouvir as histórias mirabolantes, eis que me vejo até como personagem central deles, espelhado diretamente dos filmes que mais adoro... A vida não é irônica?

Como sempre, gosto de tirar proveito de tudo. E se Augusto Cury diz que sábio é aquele que aprende com o exemplo dos outros, devo admitir que estou desvirtuando até o conselho de minha mãe, que sempre me disse, desde que me lembro, que devemos aprender com o exemplo alheio. Meu lado racional me diz "por que?" e meu outro lado apenas suspira "c'est la vie".

A despeito de tudo, devo dizer que estou sobrevivendo bem. Para coroar um ano cheio de loopings, quedas em 90º e parafusos psicodélicos, eu decidi fazer piada de tudo! Porque ser chato, dramático e pedante... ninguém merece. Estou aproveitando o trânsito de Sagitário no meu mapa pra ver otimismo em tudo, uma alegria e uma esperança indevidas, que chega quase a ser pecado, diante da situação em que me encontro!

Eu lembro que tinha rascunhado um post sobre minha "retrospectiva 2010". Pfff. Larga disso. A minha vida é esta, ligeiramente desenhada neste blog e sabida pelos amigos íntimos. Isto basta, não é? Minha sanidade mental mantém razoavelmente lúcida e é isso que eu quero focar, quando vejo tantos sinais bons à minha frente!

Pra terminar, vou contar a brevíssima (e anônima) história de uma amiga que não sabe o que escolher e ama quem não deveria amar... e até ama quem está ali. As histórias... aaaah as histórias. Elas são mais iguais do que poderiam ser. Nos filmes, nos livros... na vida real. Observando, vendo e vivendo... vou caminhando. Bora.

Torta de frango com escarola

A fofa da Silvia Sibalde comentou comigo pelo Facebook que estava com saudade das minhas receitas! Isso bastou pra eu me motivar a pensar em fazer algo, mesmo neste calor infernal do Rio de Janeiro!

Sem muita inspiração, queria fazer uma torta, receita sempre fácil de fazer e que quase nunca dá errado. Perfeito!

A receita da massa é a mesma copiada diretamente da Ana Zambelli: simples e que fica uma delícia. O recheio dá um trabalhinho... mas recompensador. Vamos à receita:

Massa:
2 copos (tipo requeijão) de farinha de trigo
uma mesma medida de azeite
uma mesma medida de leite
2 ovos
2 colheres de sopa de fermento em pó
sal a gosto
um punhadinho salsa picada

Recheio:
1 peito de frango desfiado, depois de previamente cozido em folhas de louro
1 pé de escarola
1 vidro de azeitonas picadas
150 g de ervilhas pré-congeladas (odeio ervilha em lata, mas pode ser)
3 dentes de alho grandes
sal a gosto

Sem mistérios: frite o alho moído no azeite até ficar bem dourado. Depois frite a cebola, acrescente o frango, as ervilhas e as azeitonas e por fim a escarola. Aumente o fogo, porque senão a escarola solta água e vira inhaca. Depois de refogado, espere esfriar.

A massa é mais simples ainda. Jogue tudo no liquidificador e bata até ficar tudo homogêneo. Unte uma forma média (eu usei uma forma redonda com furo), jogue massa, todo o recheio e depois o restante da massa. Pré-aqueça o forno em 240ºC e coloque para assar por cerca de 25 minutos (porque eu gosto de uma massa bem douradinha). Sirva com saladas verdes ou puro mesmo... delícia! ;-)



The last friends (Prisoner of love) -- e os relacionamentos

Acordei tão pensativa com o tema relacionamentos. Assunto esse que vem martelando meus pensamentos... bom, é certo que eles me martelam desde que me conheço por gente. E é interessante ver como tudo muda ao longo do tempo. Espero não ter ficado mais amarga, como é tão de praxe em ver em pessoas mais vividas...

Primeiro, vim ao meu próprio blogue. Cliquei aqui na label: relacionamentos. Inspirada em três pessoas próximas que no mesmo dia conseguiram me chamar de psicóloga, devo apenas dizer que me senti extremamente honrada com essa maldição. Porque não é fácil enxergar tudo com visão raio-x e conseguir (claro que nem sempre) sintetizar com a minúcia e precisão necessárias. Mas adoro precisão e minúcias! 

Queria comentar, primeiro, que finalmente (e demorou!) terminei de ver a série japonesa Last Friends. Onze episódios de 45 minutos que demoraram... mas terminaram. Nós, ocidentais e brasileiros, nem fazemos ideia de como japonês é um povo dramático! Toda vez que vejo algo de lá, penso no quanto eles são sensíveis.

A história fala sobre... relacionamentos. Nenhuma novidade maior nisso, exceto pelo fato que na série tem uma personagem transexual. E até rola beijinho! Coisa que na nossa moderna sociedade brasileira... talvez no próximo milênio. Tirando as coisas exageradas, os dramas exagerados, os temperos mais do que exagerados em tudo, é legal ver como uma sociedade mais comum (tirando os japas que adoram se vestir de personagem de desenho animado, os que pintam o cabelo de roxo) lida com dramas tão comuns quanto o de qualquer ser humano. E o final é surpreendente!

A música-tema da série é Prisoner of love de Utada Hikaru, já devidamente postada aqui, que dá nome a este post, e que serve de gancho para eu poder voltar a falar de relacionamentos. Definitivamente, eu nunca terei a receita certa, embora até tenha pensado que tinha chegado tão perto de achar o Santo Graal. Isso é o cúmulo que a minha pretensão poderia querer. Vamos viver mais antes, certo?

Acho que, para mim, a melhor lição que tiro este ano é: você realmente ainda tem que muito o que aprender.