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Zélia Duncan no Teatro de Niterói - um show de cores e talento

Para encerrar esta semana cheia de shows (foi algo inédito assistir a três shows), hoje fui ver Zélia Duncan no Teatro de Niterói (aqui pertinho de casa...) para gravação do seu DVD "Pelo sabor do gesto" e para comemorar TRINTA anos de carreira! Como assim, trinta?! Pois é. Nem acreditei quando ela disse isso...

Primeiro: eu não conhecia o teatro e achei-o lindo, soberbo.  Decidi que quero ver peças e mais eventos lá, ainda mais para aproveitar que fica a 10 minutos de casa! ;-) Segundo, o cenário: aquarela pura, seguindo a própria concepção do encarte do cd. Se você, por acaso, baixou o cd e não sabe do que tô falando, vai lá prestigiar a Zélia e compre.

O cenário em aquarela, combinando com o vestido balonê de ZD, com as roupas também coloridas dos músicos da banda, com o canhão de luzes... foi apenas parte do que o show reservava. A abertura foi assim, com "Boas Razões" e Fernanda Takai e John Ulhoa no palco com ZD. Direto, uma surpresa! Aquilo seria apenas o indício de como o show seria...

O setlist foi baseado no último cd dela "Pelo sabor do gesto" mostrou uma Zélia confortável, humilde e talento mais do que sobra. Outro destaque e surpresa que me emocionou foi que ela cantou o refrão de "Todos os verbos do mundo" em libras (linguagem dos surdos e mudos) após contar uma bela história que, não saberei reproduzir em nomes completos agora.

Confesso: foi o primeiro show oficial de ZD que assisti. Vi um show gratuito uma vez, há zilhões de anos atrás. Estou determinada a assisti-la mais vezes, porque enquanto a via no palco, entendi porque ela está onde ela merece estar: como uma de nossas melhores representantes da atual MPB. Sua humildade é tão inacreditável quanto a cena que vi do lado de fora, enquanto esperava para entrar: a mãe de Zélia estava na fila (junto aos mortais) para entrar no teatro. Na fila? Sim. Ela estava lá, sorridente, com a camiseta da gravação do dvd, como qualquer fã, esperando a vez de entrar. E não ficou na primeira fila! Para mim, isso demonstra claramente como o caráter da mãe selou o caráter da filha. E isso me fez admirar Zélia ainda mais. Ela tem a simplicidade -- e talento estratosférico -- que muitas cantoras e cantores da mesma geração (cheia de estrelismo pop) não têm. O movimento é de dentro para fora.

As surpresas de Christiaan Oyens, Marcelo Jeneci, Paulinho Moska (doido e simpático!) encheram o show com mais cores. Ainda foi lindo vê-la cantar "I love you" de Roberto Carlos. Ao final, todos os convidados subiram ao palco outra vez. Ficou uma sensação de alegria inefável... a alegria de uma artista feliz com os trinta anos e, como ela mesma disse, os próximos anos que a vida permitir. Ah, como assim?! A vida vai lhe permitir muitos e muitos e eternos anos!

Isabella Taviani no Teatro Rival - parte 2

Sim. Está virando regra meus posts sobre os shows que costumo ir. Fico muito feliz de ouvir os comentários e os feedbacks das pessoas que, em geral, gostam de ler os meus textos. Tenham certeza apenas de algo: escrevo com o coração, tentando traduzir com a máxima fidelidade tudo o que senti.

Primeira coisa que deve ser dita: admiro MUITO a artista Isabella Taviani. Porque é incrível como ela não faz NUNCA um show igual ao outro. Isso pode parecer um comentário meio óbvio, mas a certa repetição acaba sendo uma característica meio comum, quando a gente acompanha o artista de perto. Mesmo set list, mesmos comentários entre uma música e outra, mesmo, mesmo, mesmo...

MAS -- e enfatizo isso -- IT É UMA ARTISTA DIFERENTE. Gosto demais de suas músicas. Gosto demais de sua voz melodiosa e potente. Gosto demais de sua presença de palco. Gosto demais de seu carisma e do seu carinho para com cada um de seus fãs. Isso a torna mais do que única. Cada vez que vou a um show seu, penso em como ela consegue essa arte de ser ela mesma se reinventando todos os dias. > Isso não é simplesmente um elogio rasgado, é uma verdade visceral para mim. E motivos de sobra para justificar porque fui aos dois shows no Teatro Rival.

Último dia de show, havia um clima solto. Alguns rostos conhecidos da quinta-feira... outros novos. A casa ficou lotada! A abertura com o show da Thathi foi algo impressionante, porque foi a primeira vez que a vi ao vivo. Baiana de guitarra potente com um imenso futuro a frente! As covers e as músicas de sua autoria são lindas!

Também havia uma ansiedade para a participação de Luiza Possi. Mas, antes disso, tivemos uma doce surpresa agradável quando IT chamou Myllena para subir ao palco e cantar com ela a inédita "Canção de amor clichê". Confesso que com duas vozes e um violão apenas, ela ficou mais forte. E eu gostei mais dessa versão do que a ouvida no show da Myllena.

De repente, então, sem mais nem menos, no meio de "Borboletas e risos" entra Luiza Possi, num vestido lindo! As duas fizeram um dueto lindo nessa canção que ganhou todo a meiguice e doçura da loira, num resultado cheio de surpresas! Eu adorei. Pena que não estava preparada para gravar e peguei apenas metade do vídeo. Vamos torcer para algum fã ter gravado ela inteira!

Luiza Possi ainda cantou "Outro mar" (segunda vez que tive a chance de ouvi-la cantada ao vivo pela dupla -- a outra foi no Tom Jazz, ano passado) e num bis final, fez dueto no repeteco de "Digitais". Alguém queria mais? IT ainda incluiu "Recado do tempo" antes de terminar o show com a clássica "De qualquer maneira" (Peixinho, para os íntimos).

O público estava caloroso, mãos e vozes em coro... a casa lotada. Nessas horas, não me canso de deixar de olhar o palco e voltar meus olhos para o público. É fascinante observar rostos cantando, outros chorando, outros em transe, outros apenas.... assistindo. A banda, como sempre, unida e fantástica, naquela sintonia perfeita deles. IT e seus convidados arrasando.

E, como tinha comentado com a própria Isabella, a velha e boa IT que nós conhecemos, dos olhso arregalados, da certa angústia e intensidade de emoções está de volta!!! Não da mesma forma que a conhecíamos.... mas madura. Uma maturidade cheia de adeus ao passado e repleta de esperança do futuro. Os verdadeiros fãs entendem o recado e a aplaudem, confabulam e compactuam com ela.

Infelizmente, por causa do outro evento da noite, ela não pôde abrir o camarim. Faltou a foto e o abraço... (sorte a minha que tirei foto na quinta! rs) No entanto, sobraram emoções diversificadas para todos os gostos. A minha, em especial, é a contínua e crescente admiração por ela. Preciso de IT na minha vida. E obrigada, mais uma vez, por este show lindo que proporcionou aos fãs cariocas!

Isabella Taviani no Teatro Rival - olhos bem abertos!

Fazia um tempo que eu não vinha postar aqui. Por n motivos que não cabem ser ditos aqui, eu simplesmente tava na minha, quieta, no meu canto. Um turbilhão de emoções dentro de mim... e eu nem contava que fosse ver IT no Teatro Rival Petrobras hoje. Achei que seria apenas no sábado. Achei que perderia o Frejat ao vivo. Mas... quando o Universo conspira, a gente apenas acata e diz amém.

Graças à querida Borboleta Azul consegui comprar meu par de ingressos. E, assim, pude ter a oportunidade de -- mais uma vez, graças a Deus -- assistir a um show de IT. E hoje eu precisava. Hoje eu queria sentir a energia única dessa mulher quando está no palco. Hoje era especial... mais do que sempre já é.

Quem nunca foi a um show de Isabella Taviani não sabe o que está perdendo. Esta noite, por exemplo, perdeu uma parceria fantástica com Frejat cantando Bete Balanço. Sem palavras para descrever o baixo e a guitarra ao vivo, nessa música. Frejat com seu vozeirão lindo de Deus casou perfeitamente com IT. Aliás, abençoada esta mulher que pode fazer parcerias com vozeirões lindos como já tinha sido com Toni Platão no VivoRio e hoje no Rival!

Gostei demais de ver Argumentos de Vidro de volta no repertório, fazia muito tempo que não ouvia essa música ao vivo! Mas, para mim, dois momentos foram mágicos e especiais: Todos os erros do mundo (com os olhos arregalados de IT de volta, lembrando aquela mulher raivosa de 2003) e Diga Sim. Eu senti alguns cliques gigantescos dentro de mim... e eu agradeço demais pelo ser humano maravilhoso que é Isabella Taviani por compartilhar essa energia com seus fãs!

Hoje assisti ao show de maneira diferente. Sim, eu vi uma Isabella numa mistura perfeita de doce e raivosa. Sim, o figurino brilhante estava lindo. Sim, a química dela com Frejat era nitidamente sincronizada. Sim, o público cantou todas as músicas, respeitou seu silêncio e fez coro quando o microfone se voltou pra plateia. Mas, o que vi foi os músicos individualmente. É linda a "família IT" no palco. Vi Sérgio Melo tocar sua bateria inteira em Iguais. Vi Marco Vasconcellos e Catatau tocarem guitarra e baixo durante toda a execução de Todos os erros do mundo.

E recarreguei minhas baterias, minha energia, minha vontade. Apenas isso -- somente isso -- é que um show de IT faz com você. Vale ver. E rever, porque sabadão eu estarei de novo lá pra conferir a dupla fofa IT e Luiza Possi (que já tinha visto no Tom Jazz). Imagina a minha ansiedade?
ps: Hoje vou ficar devendo mais fotos e vídeos, porque fiz meia dúzia de fotos e nenhum vídeo, já que minha câmera foi sem bateria pro show. Prometo que sábado trago as recordações!

Saudades...

Hoje acordei com saudades.

Tal como define o dicionário, uma certa melancolia me atingiu hoje. Em cheio. Fiquei pensando num coração (de ontem) como uma estrada vazia e, se pintada como me sinto agora, ela teria as cores da saudade. E qual seria a cor da saudade para mim? Uma mistura de sépia com salmão em tons alaranjados...

Fiquei pensando se estivesse em São Paulo, o que estaria fazendo agora? Quando as vontades são maiores que a capacidade realizá-los, sempre nos sentimos assim... meio fracassados, meio perdidos. Fazemos pensamento positivo e entregamos a nossa sinceridade aos trâmites misteriosos do destino. E seguimos um dia após o outro.

Tudo parece ser sempre mais tentador quando não faz parte da nossa realidade. Se o ditado da grama do vizinho parece ser unânime, então por que pensamos assim? Talvez, mesmo quando impossível, o desafio é o grande xis da questão. Temos vontade de fazer algo, mas desde que seja o desafio maior daquilo que a nossa mediocridade pode suportar.

Mas, voltando à saudade, sinto saudade do cheiro de SP: poluído em tantos lugares, arejado e único em outros. Sinto saudade de pisar em cada centímetro daquele lugar -- mesmo os desconhecidos -- e sempre me sentir em casa. Sinto saudade dos meus amigos: tantas e tantas pessoas que não falo há tanto tempo! Queria sentar num banco de praça e ficar vendo as horas passarem... as pessoas correndo de um lado a outro, com pressas. São Paulo é a cidade das pessoas apressadas! (em mal-educadas também... mas isso é detlahe! rs)

Também tenho saudade do cheiro de mato, de olhar o verde e me perder no movimento calmo. Saudade das lojinhas da Liberdade. Do cinema vazio à uma da tarde. De andar pela Rua Augusta... das longas conversas que compartilhei tendo a Avenida Paulista como testemunha...

Nada é como deveria ser. Se eu estivesse em São Paulo, talvez sentisse saudade do Rio. Do carioca que anda sem pressa, do mar-- disponível a qualquer hora do dia, sem estresse. Do sotaque, das pessoas que sempre sorriem (em geral). Mas é sempre assim: a grama do vizinho é sempre mais verde. 

Mas é fato: hoje acordei com muitas saudades.