Obviamente, todo mundo se voltou e olhou para a japa herege. Se soubessem mais de mim, diriam que eu deveria ser queimada em carne viva ali mesmo, tudo em nome de Jesus. Mas, fui abrindo caminho e saí correndo dali.
Em geral, eles fazem essa marcha logo após a Parada Gay para expurgar a sujeira que os gays deixam na cidade. Pfff.
Parada à vistapor Vange Leonel
Nesta semana, São Paulo se prepara para receber centenas de milhares de visitantes do Brasil e do mundo para a Parada LGBT, evento que é o segundo em movimentação financeira gerada por turismo na cidade, atrás apenas da Fórmula 1.Há alguns anos, a parada é realizada durante o feriado de Corpus Christi para poder se multiplicar pela cidade. Além do megadesfile de domingo, rola a caminhada lésbica no sábado, a feira cultural no vale do Anhangabaú, festas em casas noturnas, debates, música e muito mais.
Tudo isso faz com que as ruas da capital mudem de cara durante quatro dias. Pelo menos nos arredores da Paulista e no centro da cidade, mais casais homossexuais podem ser vistos passeando pelas ruas, pelos restaurantes, pelos cinemas ou fazendo compras. Não à toa, o comércio e a indústria de turismo locais adoram a semana da parada.
Há, porém, quem se incomode com o sucesso comercial do evento, acreditando que sua "capitalização" passa uma falsa ideia de que somos respeitados. Tipo: "Só gostam da gente porque gay tem grana pra gastar". Pode ser. Numa era extremamente consumista, é possível acreditar que você vale o quanto compra.
Mas, por outro lado, podemos pensar de modo mais pragmático. O sucesso comercial da parada tem um ótimo efeito colateral: garante a homossexuais um espaço de expressão nas ruas e na mídia. Afinal, numa era intensamente midiática, você vale o quanto se expressa.