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Torta de frango com escarola

A fofa da Silvia Sibalde comentou comigo pelo Facebook que estava com saudade das minhas receitas! Isso bastou pra eu me motivar a pensar em fazer algo, mesmo neste calor infernal do Rio de Janeiro!

Sem muita inspiração, queria fazer uma torta, receita sempre fácil de fazer e que quase nunca dá errado. Perfeito!

A receita da massa é a mesma copiada diretamente da Ana Zambelli: simples e que fica uma delícia. O recheio dá um trabalhinho... mas recompensador. Vamos à receita:

Massa:
2 copos (tipo requeijão) de farinha de trigo
uma mesma medida de azeite
uma mesma medida de leite
2 ovos
2 colheres de sopa de fermento em pó
sal a gosto
um punhadinho salsa picada

Recheio:
1 peito de frango desfiado, depois de previamente cozido em folhas de louro
1 pé de escarola
1 vidro de azeitonas picadas
150 g de ervilhas pré-congeladas (odeio ervilha em lata, mas pode ser)
3 dentes de alho grandes
sal a gosto

Sem mistérios: frite o alho moído no azeite até ficar bem dourado. Depois frite a cebola, acrescente o frango, as ervilhas e as azeitonas e por fim a escarola. Aumente o fogo, porque senão a escarola solta água e vira inhaca. Depois de refogado, espere esfriar.

A massa é mais simples ainda. Jogue tudo no liquidificador e bata até ficar tudo homogêneo. Unte uma forma média (eu usei uma forma redonda com furo), jogue massa, todo o recheio e depois o restante da massa. Pré-aqueça o forno em 240ºC e coloque para assar por cerca de 25 minutos (porque eu gosto de uma massa bem douradinha). Sirva com saladas verdes ou puro mesmo... delícia! ;-)



The last friends (Prisoner of love) -- e os relacionamentos

Acordei tão pensativa com o tema relacionamentos. Assunto esse que vem martelando meus pensamentos... bom, é certo que eles me martelam desde que me conheço por gente. E é interessante ver como tudo muda ao longo do tempo. Espero não ter ficado mais amarga, como é tão de praxe em ver em pessoas mais vividas...

Primeiro, vim ao meu próprio blogue. Cliquei aqui na label: relacionamentos. Inspirada em três pessoas próximas que no mesmo dia conseguiram me chamar de psicóloga, devo apenas dizer que me senti extremamente honrada com essa maldição. Porque não é fácil enxergar tudo com visão raio-x e conseguir (claro que nem sempre) sintetizar com a minúcia e precisão necessárias. Mas adoro precisão e minúcias! 

Queria comentar, primeiro, que finalmente (e demorou!) terminei de ver a série japonesa Last Friends. Onze episódios de 45 minutos que demoraram... mas terminaram. Nós, ocidentais e brasileiros, nem fazemos ideia de como japonês é um povo dramático! Toda vez que vejo algo de lá, penso no quanto eles são sensíveis.

A história fala sobre... relacionamentos. Nenhuma novidade maior nisso, exceto pelo fato que na série tem uma personagem transexual. E até rola beijinho! Coisa que na nossa moderna sociedade brasileira... talvez no próximo milênio. Tirando as coisas exageradas, os dramas exagerados, os temperos mais do que exagerados em tudo, é legal ver como uma sociedade mais comum (tirando os japas que adoram se vestir de personagem de desenho animado, os que pintam o cabelo de roxo) lida com dramas tão comuns quanto o de qualquer ser humano. E o final é surpreendente!

A música-tema da série é Prisoner of love de Utada Hikaru, já devidamente postada aqui, que dá nome a este post, e que serve de gancho para eu poder voltar a falar de relacionamentos. Definitivamente, eu nunca terei a receita certa, embora até tenha pensado que tinha chegado tão perto de achar o Santo Graal. Isso é o cúmulo que a minha pretensão poderia querer. Vamos viver mais antes, certo?

Acho que, para mim, a melhor lição que tiro este ano é: você realmente ainda tem que muito o que aprender.


A torrente de sentimentos

Fazia muito tempo que não me sentia assim.

Estava com saudade de prosear... aquela conversa jogada fora, sabe? Mas sem falar mal de ninguém, sem ficar discutindo política ou tentando salvar o mundo. E neste fim de semana, tive a agradável surpresa de trocar tanta coisa boa com as mais do que queridas Cris Barufi, Fabi Lopes, Claudia Bertrani e Sharleu.

Estar fisicamente longe dos amigos foi tão bem definido pela Claudia como estar num lugar onde ainda você não conhece ninguém e não fez sua história. Ouvir isso me fez um bem danado. Sharleu sempre me faz sentir em casa, onde quer que conversemos. Vantagens de conhecer alguém há muito tempo e com quem você tem todas as intimidades que podem ser negociadas sem receio de cobranças indevidas futuras. Estar entre as loiras Xará e Fabi... bem, esse é um capítulo a parte, porque simplesmente é impossível não se contaminar com tanta energia boa vinda dessas duas surtadas!!!

Acho que nesses últimos meses acabei -- meio que sem querer -- exigindo demais de mim em diversas situações novas. Sim. Quando li este texto no site Somos Todos Um (que nem gosto muito, viu, indico apenas este texto aqui), penso que procurei exercitar ao máximo a humildade que, em mim, sempre foi meio falha. Quando me chamam de orgulhosa, me espanto. Mas não sou aquele tipo de orgulhosa que fere os outros (em quase a maioria de todas as vezes...), sou aquela orgulhosa que tem crença demais nas próprias crenças, entendeu? Isso acaba calcificando as possibilidades de conhecer outras coisas, por simplesmente você achar que... nem precisa.

Sou meio extremista, como não deveria ser em tantas vezes, e larguei o outro lado meu, aquele velho de sempre, com características minhas e tão propriamente minhas que me senti meio que me esvaziando. Porque é óbvio que quando você está em um ambiente social coletivo novo, você tem inúmeras opções de máscara para vestir. Vesti todas as possíveis e impensadas... e esqueci como era ser eu mesma. Um pouco do melhor que sempre houve em mim.

E, pelos bons deuses, como isso é bom... é um relento saber que ainda sei ser o melhor de mim. Você quase se esquece disso quando precisa viver tantos outros personagens. Ser o meu personagem favorito me renovou demais. Aí, como não consigo deixar de evitar o pensamento, pensei em como nos sabotamos assim, todos os dias? A minha sabotagem foi intencional, mas quantos de nós não se sabotam sem saber?

Bem, apenas quero e muito deixar aqui este registro de agradecimento a essa boa energia trocada. Bom também saber que tenho amigos tão distantes... e tão perto assim.

Minhas mães e meu pai - teaser

Graças à minha querida Fabi, consegui ter acesso ao trecho que tinha comentado no post anterior, quando me referia ao diálogo heartbreaking do filme que me levou às lágrimas. Mas, escute: se você não quiser ouvir, depois não reclame que eu dei parte do filme para você ver. Ou seja, apenas aperte o play abaixo se você não se importa de ver um "quase" final antes de tudo.

Obrigada por isso, Fabi!...

Minhas mães e meu pai - o filme

Sexta-feira fui conferir o The kids are all right -- que em português ficou como Minhas mães e meu pai. Filme que anda concorrendo a tantos prêmios, vem sendo tão elogiado pela crítica... aí eu fico reticente e achando que tem alguma coisa esquisita por trás disso tudo. Porém, nos últimos tempos andei perdendo tantos filmes com temática lésbica, que não podia perder esse!

Trago, mais uma vez, o Mestre David Lynch para dizer: "Um filme não precisa ser explicado. Ele é o que você quiser. Cada um o interpreta como preferir e conseguir." Sempre penso nessa lição grandiosa do mestre quando vou ver um filme qualquer. Percebi que, para este filme, de fato não há barreiras entre classificá-la como filme lésbico ou hetero. Eis a primeira conclusão que tirei, ao sair do cinema.

Vi entrevistas das atrizes Annette Benning e Julianne Moore que afirmam que é um filme sobre família, sobre detalhes particulares, sobre o amor. E quer tema mais universal do que falar sobre família? Família é meio aquela música velha do Titãs. Família é tudo igual e tudo diferente ao mesmo tempo.

Gostei muito da crítica da Veja Rio, de Isabela Boscov. Considerando o alcance que essa revista tem no público (e não necessariamente a sua idoneidade...) ela foi bastante feliz ao dizer: "O saldo é um filme que fala com muito conhecimento de causa de um casamento gay -- e, com compreensão e afeição inesgotáveis, de um casamento qualquer, e ponto." Acho que essa frase resumiria bem o filme. Porém, se ficou curioso além disso, precisa mesmo é ir vê-lo.

O elenco está soberbo, mesmo, como andei lendo. Gosto da plasticidade e da pluralidade de personagens que Mark Ruffalo e Julianne Moore conseguem fazer. Annette Benning é clássica. Os filhos tão especiais quanto. Mais que isso seria interessante fazer um único aparte: a relação entre o casal lésbico. Se tiver dúvidas de verossimilhança, acompanhe o desenvolvimento da história.

O filme tem um roteiro tão coeso que assusta. E é simples. Uma mágica que poucos roteiristas conseguem alcançar. O monólogo impactante, quase ao final do filme, interpretado pela Jules, vivida por Julianne Moore, me levou às lágrimas. Porque eu nunca vi uma definição mais perfeita de casamento do que aquilo que ela disse.

Infelizmente, eu queria reproduzir o trecho, mas não achei a versão final do roteiro na internet. Achei uma versão anterior, que pelo que li, não é a versão que foi filmada. Uma pena. Caso você, meu querido leitor, fica curioso, sacie-a indo ao cinema ver esse filme. Vale, viu? Porque em tempos de tantos filmes de ação, com foco em violência, 3D e mirabolantes histórias, a maior graça da vida está mesmo em detalhes... e em filmes como este.