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Sobre a inveja


Todos nós estamos procurando por algo. Alguns sabem, outros não. Talvez a grande diferença esteja em ter certeza. Quantos de nós podem afirmar isso? Onde está a verdadeira segurança? Em uma vida sem riscos ou na constante sensação de nunca saber o que virá a seguir?

Não há angústia nessas questões que – de alguma forma –, sempre me assombraram com sua incerteza e com sua impetuosidade. Hoje, na verdade, vim pensando no poder da inveja. E em quanto mais poder lhe atribuímos toda vez que queremos falar nela. A inveja definitivamente é um poderoso sentimento com o qual convivemos, com consciência ou não.

E a inveja é irmã gêmea da cobiça. Pergunte-se a si mesmo: o que você quer para você? Ou o que você cobiça? A lista pode ser bem grande... Aí você pode se perguntar o que você faz para ter aquilo que você deseja. Uns lutam para ter enquanto outras pessoas lutam para que outros não tenham. E isso pode ser tanto um ato físico como um ato pensado ou sentido – o que é pior ainda.

As pessoas têm tanta inveja inconsciente que elas simplesmente vão para onde todas estão indo, sem questionar. Seria absurdo chamar isso de inveja? Pode ser. Pode ser burrice também. Pode ser pensamento condicionado. Mas não deixa de ser inveja. A impressão de que “o melhor” sempre está onde está a muvuca pode até ser verdade em raros casos... mas, no geral, trata-se apenas de ter aquilo que os outros têm. Simples assim.

Vou me dar como exemplo. Isabella Taviani é um imenso motivo de inveja para muitas pessoas que eu sei. Não serei hipócrita aqui em afirmar que nunca senti inveja por ninguém em relação a IT. Mas, ao contrário do que as pessoas costumam fazer, eu criei o meu caminho, o meu jeito, apliquei o meu eu. Quando as pessoas mostram a sua singularidade, elas se tornam encantadoras e únicas. Quando elas imitam (por causa da inveja), tornam-se uma massa disforme cujo único objetivo é uma disputa ignorante para mostrar quem tem o penacho ou o ego maior.

Todas as coisas que fiz, faço e farei por IT são coisas minhas. São coisas que me tornam Cristiane Maruyama (Crisantemus) – fã de Isabella Taviani. Não quero ser melhor nem mais especial do que ninguém: quero ser EU MESMA. Por isso, a todos os invejosos de plantão que me acompanham em todas as mídias sociais, digo-lhes o seguinte: muito amor, paz e luz no coração de cada um de vocês. Por que não nos unimos ao invés de dividirmos forças?

Isabella Taviani em Brasília -- eu fui!!!

Ainda estou em estado de êxtase. É tudo o que eu sei dizer.

Parecia que eu estava me tornando aquela fã que sempre diz que o último show foi o melhor... parecia ser esse o caminho deste blogue que relata as peripécias que este humilde ser humano aqui faz por Isabella Taviani. Não é BEM a verdade... rs Confesso que o show no Teatro de Niterói sempre terá o gosto de ser aquele mais especial... e vocês sabem o motivo. Porém, devo confessar aqui, abertamente, que este show de Brasília teve O SABOR especial além do próprio show em si e por TODAS as coisas que concomitantemente aconteceram. O que faz este show ser o melhor é o conjunto de todos os fatos envolvidos...

Show com gosto de despedida, praticamente encerrando a turnê de Meu coração não quer vivendo batendo devagar. Show que os peixinhos de BSB não viam há algum tempo. Um show que eu queria ver (e estar) em Brasília pela primeira vez. Queria fazer essa surpresa para IT. Queria provar na prática que dizer "Eu estarei aonde quer que você vá" não é frase clichê dita irresponsavelmente. Eu REALMENTE vou aonde tiver de ir por ela. Por que eu faço isso? Precisa de motivo? Nem todas as perguntas tem respostas, mas se eu tiver de dar uma única resposta a essa pergunta, é simples: amor. O amor na acepção mais pura que eu conseguir alcançar.

Por isso, faço o que faço. E por isso eu sei que esse show foi especial. Ele parece que veio coroar tudo o que eu já vivi por causa de Isabella Taviani. Todas as emoções que eu já senti. Todas as pessoas maravilhosas que conheci em shows, em twitter, em facebook. Meus irmãos #DTs. As lágrimas que chorei expurgando dores novas e antigas. As alegrias que compartilhei cantando o amor e a amizade. Simplesmente... tudo.

O show teve uma energia... indescritível. Já vi várias plateias... das mais calmas às mais ensandecidas. As pessoas que ali estiveram são de um amor único por IT. Como sempre faço, acompanho o show observando a plateia, observando o que as pessoas estão fazendo. Foi tão bom ver cada um daqueles fãs de BSB curtindo ali. Foi uma comunhão muito bonita.

Como também foi lindo estar ali na primeira fila (oba! sempre! rs) ver todo mundo cantando e sorrindo em todas as músicas. Ouvir a IT dizer "Tem gente de São Paulo, gente do Rio... que bacana! Muito bonito isso!". Foi lindo estar ao lado dos novos amigos brasilienses que nunca tinham ido a um show dela e ouvir ao final "Adorei o show! Ela é uma artista muito carinhosa, uma pessoa única!".

Foi maravilhoso estar ao lado de tantas e tantas pessoas queridas... Simone, Tatah, Cris Barufi (Xará queridona!), Ana. O abraço no camarim, o reencontro com Myllena e sua infinita e belíssima doçura. Os bastidores que a gente nunca conta, só comenta... rs. As surpresas que a gente nem pensa que vai fazer, mas que faz e dá tão certo que parece mentira. A vida tecendo suas tramas, desatando nós, fechando outros.


Repito novamente: obrigada, obrigada, obrigada... Isa por ter entrado na minha vida. Ela nunca seria a mesma sem você. Estarei sempre com você... não importa onde!

Quem te conhece de verdade?

Vez em quando (ou quase sempre...), me deparo com pessoas que pensam me conhecer... O movimento é inverso, já que todo mundo quer compreensão alheia, não é? Depende. Pergunto: de qual parte sua você quer compreensão alheia? Então tuitei a seguinte frase: "Quem pensa que me conhece, se engana, esses são muitos! Só me conhece quem me surpreende. E esses... raríssimos". E comecei a refletir sobre ela. Então, vamos.

Eu não sei de vocês, mas eu tenho múltiplos eus e admito isso sem receio algum. Existe o eu-trabalho. O eu-social. O eu-público. O eu-colega. O eu-amigo. O eu-twitter. O eu-facebook. O eu-blogue. O eu-caseiro. O eu-canceriano. O eu-geminiano. O eu-pisciano. O eu-leonino. E existe um
eu-especial, aquele que une todos os eus citados. Desse eu-especial, eu tenho o eu-amor, o eu-romântico e o mais especial-especial de todos: o eu-espiritual.

Muitos podem conhecer várias facetas suas, uns mais outros menos. No entanto, quem -- de verdade -- irá conhecer você completamente? Raríssimas pessoas. E quem vai conhecer você mesmo de verdade além de você? E não digo isso porque se trata de uma coisa "exclusiva". Para conhecer alguém de verdade, precisamos de duas coisas:
amor e empatia. E num mundo tão egoísta e agitado como o nosso... é praticamente impossível essa proposta.

Impossível mas realizável. Como sempre digo, tive o privilégio (e ainda tenho!) de conhecer algumas pessoas cuja proposta de amizade foi além dos ditames da sociedade insana que vivemos. Porque querer conhecer alguém profundamente exige uma entrega muito maior do que a de qualquer relacionamento amoroso. Exige você aceitar essa pessoa com defeitos e virtudes, exige sinceridade e honestidade, exige reciprocidade. E todos nós sabemos que o amor nos dias de hoje é sinônimo de egoísmo (seja o que eu espero que você seja, ou a fila anda, porque tem muita gente disponível aí).


Interessante é perceber que algumas pessoas que você conhece (pelo canal de algum eu específico) supostamente deduzem que te conhecem no paralelismo "da parte pelo todo". Não somos gramática (ainda bem). A parte é mesmo uma parte e faz parte do todo, não é para deduzir o todo.


Em muitas outras vezes, a pessoa simplesmente te conhece pelo eu-

espiritual (no caso, o mais importante para mim). E, nesse caso, devo admitir, é uma sensação de "não ação" mais puramente ação que você pode sentir: o paradoxo. E o erro pode ser inverso, se você não se policiar: esquecer do todo e focar nos detalhes. Foque no todo.

Mas não importa qual parte sua esteja em ação, ou qual parte está com mais relevância do que outra. Como disse uma amiga querida uns dias atrás: "Coloque o coração à frente de tudo o que fizer... e permita que o Universo se encarregue do resto!" O Universo pode ser o que você quiser, mas o seu coração... será sempre o SEU coração. A frase mais clichê e mais verdadeira.

Um minuto a mais

A gente perde tempo com tantas besteiras!!!

A gente perde tempo pensando no que poderia ter sido. No tempo que passou e todas as coisas que poderíamos ter feito. Nas coisas feitas que poderiam ter sido diferentes. Naquela chance que deveria ter sido aproveitada, mas foi deixada de lado por outra coisa que a gente nem lembra mais.

A gente perde tempo pensando num futuro cheio de idealizações perfeitas. E perde tempo achando que tudo deveria ser sempre perfeito. Perde tanto tempo tentando encaixar uma peça redonda num buraco quadrado, sem sequer se dar conta de que a peça certa está ali do lado, basta você olhar para o lado.

A gente perde tempo exigindo tantos itens. Porque a gente tem medo de sofrer... a gente quer a segurança daquilo que a gente conhece, isso não é errado! Errado é perder tempo congelando a própria vida deixando o rio caudaloso passar ao seu lado e sequer olhar para ele. Perder tempo com a mesquinhez egoísta do nosso "ponto de vista". Sem amor, sem empatia.

A gente perde tempo porque a gente não sabe perdoar. Nem aos outros, nem a nós mesmos. Eu acabei de ver uma foto sua e fiquei com vontade de te abraçar. Cara, eu sempre lembro de você com o carinho de uma irmã que deveria estar presente na minha vida para sempre. Por que você não está aqui para sempre? Por que você se foi assim, tão idiotamente, e eu -- mais idiota e tão orgulhosa -- não tenho coragem de lhe falar outra vez?

Eu apenas queria te dizer que você está linda com aquele casaco. Te disse em pensamento, tá?

Você quer recordar o que podia ter sido ou viver o que pode ser vivido?

80 dias é um filme que passou na Mostra Internacional de Cinema, em São Paulo, no ano passado. E está passando novamente na Mostra Mix deste ano. Achei correndo, sem querer, na programação, li a sinopse e me encantei na hora. Vai passar mais algumas vezes ainda (a Mostra Mix vai até o dia 20/11) e quem quiser, vale muito a pena conferir.

Achei este site português cujo título da resenha dá título a este post: 80 dias é uma oportunidade para recordar o que podia ter sido. Entrou como faca quente no meu coração. E do que fala o filme? Trata de duas mulheres de 70 anos, que se reencontram depois de 50 anos, e percebem que mesmo depois de todo o tempo... há ainda algo entre elas.

Confesso que esperava um algo mais do roteiro, da direção... não sei bem dizer. O filme é cativante, mas ele meio que quaaase escorrega para uma narração pedante, sem brilho. Talvez falte uma certa objetividade no olhar do diretor. A câmera parece tremer bem como a história que é contada. Mas, apesar disso tudo, a beleza da história de Axun e Maite é linda.

Eu fui preparada para me emocionar e para chorar. E me emocionei e chorei. Estamos falando de duas mulheres de outro tempo, outra cultura, outra sociedade. A personagem de Axun traz aquela similaridade de muitas mulheres que têm o desejo pulsando mas o reprimem como se nada estivesse acontecendo. Apenas ao final, ela chora compulsivamente, em silêncio, sem dizer nada. E aquelas lágrimas são da despedida. Porque mesmo aos 70 anos, ela ainda precisa se despedir da promessa de viver um amor lésbico pleno.

Gostei muito de ver a terceira idade lésbica retratada, algo tão raro no cinema. Porque cansa sempre os mesmos rostinhos certinhos, plastificados, bonitinhos, forçando intimidade, sendo posers. Faz parte, mas confesso que me cansa. Ou então, os filmes lésbicos são sempre dramáticos, com fim trágico. Ou semi-eróticos muito mais para marmanjo se acabar do que para ser uma obra da sétima arte. O encanto de 80 dias está em esmiuçar o tempo que se passa por uma medida totalmente distante da que estamos acostumados.

E como todo bom filme precisa fazer, ficou a questão pairando: às vezes (como com Axun) você precisa esperar mais de 50 anos para ser quem você sempre soube que era. "Eu sei quem sou quando estou ao seu lado... (diz ela para Maite)". Mas, agora, não precisamos viver romances internéticos meteóricos que começam com uma teclada e terminam com um skype.  Tudo está mais descartável? Sim!!! Porém, a tentativa sempre será válida... para os puros e corajosos de coração. E volto ao título do blogue!


LAS ACACIAS - o filme

Dentre todos os cinco filmes que vi na Mostra Internacional de Cinema, elejo Las Acacias como o que mais mexeu comigo. É o típico filme de Mostra: simples mas com uma intensidade que, desculpa, só alcança poucos. Porque, sim, a maioria vai ao cinema para contabilizar quantos filmes viu e não sentir e refletir sobre o que viu. Ao final, você apenas ouve comentários do tipo: "bonitinho, a menina é uma gracinha. Este foi o vigésimo filme que eu vi!". Pfff.

Las Acacias é outra pérola do profícuo cinema argentino. Trata-se de um road movie sem as lantejoulas a que estamos acostumados. Mostra personagens secos, cortados, tolhidos -- como as acácias mostradas logo no início do filme.

Mas se as acácias são as árvores cortadas (que podem voltar a brotar) e os personagens são as acácias, veremos que mesmo depois de vinte minutos de filme quase sem diálogo (mas nem por isso menos intenso e cheio de mensagens), o que os personagens ali mais querem é um contato mútuo, é relacionar-se, é compartilhar.

O personagem de Rúben me pegou fundo porque ele me parece o mais real protótipo de um ser humano que sofreu, perdeu e arriscou tanto que simplesmente preferiu se fechar em seu mundo vazio, silencioso e egoísta. Jacinta também é outa mulher sem sonhos apenas com a dura realidade de manter sua filhinha viva. E a filhinha, Anahí, é o elo inimaginável que une esses dois desertos. Secos e sedentos.

Não preciso dizer o quanto chorei e o quanto foi catártico para mim, diante da fase que estava vivendo. A relação entre os dois é intensa: sem palavras, sem contato físico, sem olhar. Não é tensão sexual ou romântica, é a vontade de sentir a vida outra vez, como ela foi um dia. Eles sabem (e não sabem) que precisam voltar a viver e eles sabem que, ironicamente, a aridez comum entre seus sentimentos é que os trará de volta ao sorriso.

Um filme lindo, perfeito, mágico, simples e cheio de doçura. Vou caçar para comprar. Se voltar a reprisar ou se estrear, por favor, não percam... é uma obra de arte em homenagem à esperança e à vida!

O desafio da humanidade

Faz algum tempo que estou com vontade de escrever sobre algo que vira e mexe é um assunto que perpassa meus textos aqui no blogue. Hoje eu queria falar brevemente sobre ele: o egoísmo humano.

Acho que a humanidade nunca esteve diante de tantas catástrofes como agora. Se dermos observarmos brevemente, tsunamis, terremotos, vulcões, furacões (isso para lembrar as catástrofes naturais) e incêndios, queimadas, atentados, guerras civis (ou não). Não costumam dizer que é nas horas difíceis é que vemos a real personalidade de cada um? Muita gente acha ruim o princípio de colocar dez neguinhos presos dentro de um espaço mínimo e colocá-los sob pressão absoluta numa questão de vida ou morte (estou me referindo a uma das premissas de Jogos Mortais) ou outras pessoas acham ruim a canalhice de uns participantes desses reality shows da vida. Mas, convenhamos, fato é que o ser humano é egoísta. Seja no cinema, seja na televisão, seja na vida real.

Numa tentativa muito humilde da minha parte, vou tentar esmiuçar o egoísmo humano o mais simples possível: somos egoístas porque a nossa vida é miserável e vazia. Não importa classe social, econômica, credo, origem, nada. Estamos todos no mesmo balaio. A nossa vida mecanicista e capitalista nos obrigou a um ritmo de vida cujo único propósito é apenas o de ganhar dinheiro, uns mais outros menos. O que importa, hoje em dia, é ter dinheiro. Sem dinheiro não compramos nossos sonhos, não sonhamos outros desejos, não temos o último aparelho tecnológico da moda, não estamos mais ou menos parecidos uns com os outros seja na roupa, seja no cabelo. Sem dinheiro, não estamos inseridos na sociedade e, portanto, não somos ninguém.

Claro que (ainda bem!) nem todos pensam assim. Mas a imensa e gigantesca maioria (que não pensa para refletir e chegar a essa conclusão) sim. Somos esmagados pela necessidade de ter dinheiro e fazemos o que for preciso para ter essa moeda que compra tudo que puder ser comprado. Nessa onda, somado ao caos diário de cidades superpopulosas, vivemos um verdadeiro pandemônio (para não dizer inferno) na Terra.

Cidades lotadas, com pessoas focadas apenas em ganhar dinheiro, trabalhando em empregos que não gostariam de estar trabalhando, negando seus talentos pessoais em empregos que apenas forneçam o básico, hipnotizados por música ruim, comida ruim. Vida encurralada, sem saída. Os ricos se escondem por detrás de um suposto glamour que preencheria suas vidas. Os pobres exibem sua pobreza com agressividade, justificando inúmeras atitudes por isso.

As pessoas se esqueceram do seu universo interno. Se esqueceram da comunhão com a Natureza. Pensam mecânica e racionalmente acreditando ter o controle das perguntas e das respostas. Destroem tudo ao seu redor, porque a sua riqueza interior está praticamente extinta. Dentro de cada um de nós há uma centelha que nunca se extinguirá... mas tenham certeza de que apenas ela por si só nunca resolverá a situação em que nos encontramos agora.

Por isso, mesmo assim, tenho fé de que a humanidade aprenderá primeiro a se aceitar, a se valorizar, a derrubar leis e barreiras que nos prendem a atitudes que não servem mais para o atual movimento da vida. Este desafio é imenso mas não é impossível de ser vencido. O egoísmo é a principal prova que precisaremos vencer, pois enquanto não aprendermos a ver apenas o nosso próprio umbigo como o mais importante e que se danem os outros, nunca aprenderemos a pratica o real sentido do amor universal.

Por uma militância gay

Quem me conhece sabe que não sou militante. De causa nenhuma. Mas isso não significa que eu tenha minhas opiniões e faça minhas propagandas e defesas das coisas em que acredito. Meu blogue, meu twitter e meu facebook falam por mim.

Porém, uma coisa é fazer desses mecanismos virtuais a sua trincheira militante. Sim, porque no caso da militância a analogia à guerra ainda é a que traz os melhores adjetivos comparativos, embora, de verdade, não devesse.

Eu nunca escrevi nada em nenhum desses mundos virtuais algo que ofendesse a ninguém em específico. Uma das lições que aprendi desde a tenra idade é a de quando mais cedo você julga, mais cedo ainda você estará no lugar do julgado. Com pior sentença, tenha certeza!

A militância que trago aqui é a gay. A do homossexual que, de alguns vários anos para cá, tem estado cada vez mais em destaque na mídia. Sim, a “perfídia mídia”. O cúmulo a que chegamos foi a incompreensível criação do dia do “Orgulho Hetero”. Digo incompreensível porque dias de orgulho comemorativo costumam ser criados para as minorias ou para aqueles que sofrem preconceitos.

Eu acho que a criação de uma data dessa reflete exatamente a que andas a nossa sociedade: num limite perigoso de aceitação e repudia. Quem vive no meio termo hermético dessa existência pode entrar em parafuso por não saber que lado estar, mesmo que a gente saiba que não existe lado para ficar. O único lado que todos deveriam estar é o do amor e fraternidade.

Esta longa introdução é para contar o que aconteceu comigo, hoje, aqui em Niterói, estado do Rio de Janeiro. Mal-informada como sou, não sabia que hoje teria Parada Gay. Saímos, eu e minha namorada, para comemorar o aniversário do namorado da amiga dela, no bairro de Icaraí. Antes disso, passamos no shopping para comprar um presente para ele. Na saída, pegamos um táxi para irmos até o restaurante onde seria comemorado o aniversário.

No primeiro minuto, logo ao sair do shopping, o táxi é fechado na contramão por dois negões montados numa moto. Dando uma de carioca gente boa, não se alterou, apenas disse que os caras não deveriam fazer aquilo. Tudo de boa.

Menos de cinco minutos depois, o táxi entra numa rua ligeiramente congestionada. Num ímpeto, com a voz totalmente agressiva e alterada, fala em alto e bom tom: “Eu acho um puta absurdo fecharem a única avenida principal da cidade para deixar um monte de viado, travesti e sapatão ficaram fazendo putaria no meio da rua.” Repetiu a mesma frase, com certa variação, logo em seguida, mas mantendo o tom agressivo da voz.

Primeiro, alguém que fala isso, sabendo que tem dois passagerios dentro do carro é porque sabe que não está falando sozinho. Se fez pensando isso e usar isso como argumento (como ele fez) é muita falsa ingenuidade. Numa fração de segundo eu pensei que nunca tinha passado por aquilo em toda a minha vida. Numa fração de segundo, eu pensei em todos os homossexuais assassinados diariamente em todo o Brasil justamente por causa desse ódio injustificado e desmedido. Numa fração de segundo, eu pensei que aquele era o momento de, pela primeira vez na minha vida, militar pela causa, levantar armas e falar. Eu não podia simplesmente me calar, não podia!

E não me calei. Com a voz alta e muito séria disse que todas as pessoas têm direito a liberdade de expressão e era muita falta de educação falar desse jeito dessas pessoas. Óbvio que isso apenas jogou mais lenha na fogueira ignorante do taxista. Se alguém pensou que era tarde para voltar atrás, eu fui até o fim.

Os argumentos que ele usou eram os óbvios de qualquer intolerante preconceituoso. Eles não querem argumentar, eles apenas falam da putaria ao ar livre. Eu virei para ele e disse: “E se eu disser ao senhor que sou lésbica e acho que o senhor não deve falar isso porque são todos seres humanos?”. Um ligeiro e brevíssimo segundo de silêncio. Ele começou a discorrer ainda mais sobre a putaria diante de crianças etc. Eu apenas voltei a insistir, com a voz tão alta quanto a dele, mas firme, que ele deveria respeitar as diferenças, as liberdades de expressão das pessoas. Óbvio que a essa altura ele apenas queria falar da putaria. Aumentei ainda mais minha voz e finalizei: “O senhor disse o seu ponto de vista. Eu disse o meu ponto de vista. Acho melhor pararmos aqui a conversa.”

Silêncio nos minutos finais do trajeto, que graças ao bom Senhor, era curto. Lembrei de tudo que sempre acreditei e que sempre digo aqui sobre sentir amor para as pessoas. Eu nunca tinha passado por uma situação semelhante. Eu senti o ódio dele atravessando cada célula do meu corpo, esse ódio que imagino que seja o veículo que causa tanta tristeza e injustiça no mundo. Pensei que não adianta discutir com ele, mas ele estava diante de Cristiane Maruyama e ele não podia simplesmente falar daquela forma. Porque se ele queria, como disse, que pensou alto, que não queria ofender, mentira. Quem fala assim sempre espera uma resposta. Que no caso dele, não foi a que ele esperava.

Decidi que não queria mais falar do assunto, mas queria ter dito muito claramente minha opinião. Meu amor ficou em silêncio o tempo todo e apenas pousou a mão na minha. Mas, ao sair, o motorista virou para trás e inventou uma desculpa apenas para justificar que o que ele não gosta não é de homossexuais, mas da putaria. Arram. Meu amor finalizou da melhor maneira possível: “O senhor precisa tomar cuidado, porque lida com público e não pode ficar falando sobre nada com tom pejorativo. Se não gosta, não diga nada, mas não faça isso que fez.”

Eu fiquei bastante mal com aquela carga negativa. Passou pela minha cabeça todas as coisas que todos os gays passam todos os dias. Tanta coisa passou pela minha cabeça... aquilo parecia ter sido escrito especialmente para mim. Um capítulo inesperado na minha vida. Uma dose real de intolerância humana. O que aconteceu comigo pode ser até ínfimo para a maior parte de vocês, leitores, mas para mim foi um fato. Eu diria que até um marco. Algo que sempre me fará lembrar dos motivos de eu estar viva, de eu ser quem sou, de eu ter orgulho de quem sou. De dizer a você, leitor, gay ou lésbica, que não devemos nos calar. Não devemos responder à violência com violência, mas não podemos simplesmente nos calar porque ele é um ignóbil brutamontes. Ele é, mas mesmo assim devemos erguer nossa voz, defender o que sempre fomos: seres humanos dotados de amor. Uma guerra de ódio deve ser enfrentada com muita coragem, força e amor.

Isabella Taviani no Teatro Municipal de Niterói - sem palavras num post com muitas palavras!

Então... como começar este post? Não sei. Talvez... do começo? Um pequeno recuo no tempo para poder tentar transformar em palavras a experiência que foi assistir ao show de Isabella Taviani hoje no Teatro Municipal de Niterói. E aproveito para ir encontrando as palavras para tentar reproduzir com o máximo de fidelidade como foi este show. Porque até agora... estou totalmente muda.

O recuo no tempo me leva até outubro de 2010, nos dois shows que a IT fez em São Paulo, no Tom Jazz. Naquela ocasião, ela (como eventualmente faz) pediu aos fãs sugestões para o setlist. Estava em Sampa, iria assistir ao show e resolvi pedir uma música específica (quem leu minhas histórias sobre show de IT sabe qual é a música...). Ela disse que cantaria e eu fui ansiosa para ver. Ela me disse no camarim que até tinha ensaiado a música mas que ela não encaixava no repertório. E me prometeu que um dia a cantaria especialmente para mim.

Bom, quem visita sempre este blogue até deve saber qual é a música... vou fazer suspense porque, infelizmente, é uma música pouco conhecida dos fãs! Diria que chega quase a ser um b-side de um disco, mesmo sendo música oficial. Não há registros no youtube em lugar algum dessa música ter sido cantada. Você conversa com os fãs e eles quase nem a conhecem... ou seja, é uma verdadeira pérola ali... esquecida. Não por mim e não por Cris Barufi, outra fã (acho que somos as únicas, Xará) que gosta muito dessa canção.

Então, a promessa ficou guardada. E, sempre que IT pede sugestões pro setlist, o pedido seguia junto. Até hoje. Até este dia 07 de agosto de 2011 que vai ficar por muito tempo nas minhas memórias... A própria tinha cantado bola no twitter quando, hoje, perguntou porque eu não tinha ido a nenhum show em Niterói. Só por isso, já morri. Ou vocês pensam que é comum assim um artista ter esse tipo de relacionamento com seu fã? Foi bonitinho, porque eu disse a ela que teria um presentinho e ela disse que teria um presente para mim. Desfibrilador cardíaco em ação, esperando o que eu veria!

E o que eu vi foi além de qualquer descrição possível que palavras podem tentar descrever. Palavras não são suficientes. Robertinha ficava olhando para mim toda hora, tentando captar o meu pensamento. Eu não tinha pensamento. Eu não tinha voz. Eu apenas liguei a câmera para filmar aquele momento único.

Quando as grossas cortinas do teatro foram abertas, estava lá imponente, na penumbra, meia-luz direcionada, ela, Isabella Taviani. Sozinha no palco, em pé, sem violão, sem acompanhamento, "apenas" a sua voz. A capela, eu ouvi Pontos Cardeais. Isso não tem descrição. Ela simplesmente abriu o show com a música dela que eu mais amo. Ela simplesmente soltou sua voz, forte, doce, melodiosa, aveludada, potente... ecoando na acústica deliciosa do teatro, ecoando fundo no meu coração que tinha parado de bater, neste corpo que tinha parado de respirar... meu corpo gelou, meus pensamentos cessaram. Foi como uma mágica acontecendo, um momento que nunca mais se repetiria e, por isso, ainda era mais único.

Até agora, eu tento reproduzir o que senti... não consigo. O que descrevi acima é o que mais se aproxima. Isso é muito mais do que qualquer pode desejar. Afinal, como disse, a canção é um espécie de b-side, que quase ninguém conhece. É uma música tão única que não se encaixa num repertório. No aguardado encontro no camarim, IT soltou se vozeirão me dizendo que tinha cantando Pontos Cardeais especialmente para mim. Eu apenas gaguejei (coisa que nunca tinha feito) para vocês verem. Abracei-a, agradeci. Precisa de mais algo?

O show começou mágico e seguiu perfeito. Isabella Taviani abusou da acústica e da qualidade do som do Teatro. Eu vi seu lado lírico em ação, fazendo pequenas adaptações vocais nas conhecidas músicas. Mas não era um arranjo diferente como foi nos shows de Lonas e Sesis. Era a voz de IT que estava divina. Se os anjos tiverem voz, foi a voz de IT esta noite. E a canção de Roberto e Isolda? Eu nunca tinha visto Isabella Taviani empunhando uma guitarra! Que versão e que interpretação! E "A canção qeu faltava"?... eu a adorei desde a primeira vez que ouvi!

O show terminou com uma pequena chuva de pétalas de rosas... para mim, o encerramento perfeito de um dia que começou perfeito. Perfeito, divino... talvez essas palavras se aproximem daquilo que vivi hoje. Eu já fui a muitos shows de IT (desde 2009, já que sou fã nova), mas este, obviamente, tem O GOSTO especial. Por motivos pessoais, por motivos específicos... não importa. Como sempre digo, quem perdeu, perdeu o show! Perdeu uma noite mágica, divina, celestial...

Isa, muito obrigada por existir, por ser a cantora que você é, por ser a alma que você é, pelo presente de hoje, por tudo que você significa na minha vida. Afirmo com toda a certeza do mundo: minha vida nunca seria a mesma se eu não pudesse ter o privilégio de compartilhá-la com você. Você tem esta fã para sempre, pois nunca deixarei de te acompanhar aonde quer que você for!

Queridos, mais fotos no meu facebook. Obrigada a vocês, também, por lerem este longo relato... eu precisava compartilhar com vocês.

A verdade, os protagonistas e os antagonistas da vida

Se fosse lhe dada a chance de saber a verdade sobre tudo, todas as perguntas que você pensou (e sequer sonhou) em fazer. Se fosse lhe dada a única chance de saber tudo sobre todos os mistérios da vida, do universo, da sua própria vida, do seu próprio universo. Se fosse lhe dada a chance de saber tudo aquilo que você sempre quis saber... me diga, você aceitaria esta chance?

Isso dá uma sensação de poder ilimitado, não é? Com meu parco conhecimento cinéfilo, lembro de alguns filmes que trouxeram esta temática: o protagonista chegar ao ponto do sem ponto, de clímax para saber se deseja saber ou não. Antagonistas também poderiam viver esse dilema. Mas a diferença entre protagonistas e antagonistas é que os primeiros titubeiam e, os segundos, avançam intempestuosamente.

Paro para observar os protagonistas e os antagonistas da nossa vida cotidiana -- não menos simples que um roteiro de um filme qualquer. Paro e penso em algumas pessoas... penso, num ato presunçoso, em qual seria a opção. Paro e lembro que também somos consequências de nossas próprias escolhas... mas paro, também, para pensar que em muitas vezes não temos a mínima consciência do que é viver na inconsciência. E como sabemos quando estamos vivendo inconsequentes e inconscientes? Eu diria que é quando julgamos o outro (coisa que mais fazemos...). Diria que é quando agimos sem o sentimento de amor puro e pleno.

Ninguém é vítima, ninguém é culpado. O real estado de consciência depende de tantos fatores... que fica impossível criticar (e, por consequência, julgar) alguém. E a imensa maioria de nós não quer saber a verdade. Não importa saber. Uma outra imensa maioria não tem condições de conhecer sequer a ponta do iceberg da verdade, pois ela simplesmente enlouqueceria. E uma outra maioria pensa que já sabe a verdade e vive sob seu jugo (pessoal e intransferível) passando como um verdadeiro trator sobre vidas alheias.

Ninguém está certo, ninguém está errado. A verdade pode ser pessoal para cada um, mas tem seu centro universal imutável. E depende apenas de cada um (paradoxo filosófico) olhar sob sua própria perspectiva pessoal para entender a universal. No entanto, se os olhos pessoais estão cegos, duvido muito que seja possível sequer um vislumbre de uma compreensão mais ampla.

O conhecimento é uma fonte inesgotável. Tristes são aqueles que sentenciam saber o suficiente sobre tudo e vivem sob a égide autoritária de uma personalidade castradora de si mesma e de todos com quem convive. Tristes são aqueles que até posam de humildes para atrair mais atenção para si, com máscaras de aceitação. Isso é tudo o que essas pessoas querem: aceitação.

E agora chego ao clímax deste post. Na minha opinião, o desejo de aceitação faz com que estejamos abertos ao conhecimento, à verdade e ao verdadeiro amor. Quanto de você deseja ardentemente ser aceito? Ser aceito pela sociedade? Ser aceito por sua família? Ser aceito por seus colegas de trabalho? Ser aceito pelos seus amigos? Ser aceito por seu grupo, qualquer que ele seja?

Se não somos aceitos, ficamos excluídos. O ostracismo social parece ser muito pior do que uma vida ignorante para a esmagadora maioria dos seres humanos. E, assim, vivemos sob a ilusão de que, sendo aceitos em alguma ramificação da nossa vida, somos felizes e não precisamos de mais nada. Será? Você sabe o que você mais deseja para a sua vida?

Quero escrever mais, mas acho que isto é o suficiente. Eu mesma ainda ando a refletir sobre esse assunto... que me veio neste insight às 05h00 da manhã deste sábado. Em uma hora em que todos estão fazendo tudo, menos filosofar sobre a vida, é quando sinto minha mente clarear... como o belo céu azul que tem feito estes dias. Ah!...

Melissa Etheridge - Company

De uns tempos (bastante tempo, aliás!), venho pensando nas pessoas que entraram e saíram da minha vida. Tantas pessoas, tantas circunstâncias. Exagerei no poder da palavra, exagerei no conhecimento e uso da Astrologia, exagerei no falso correto julgamento que achei que poderia fazer. Exagerei em muita coisa.

Ao mesmo tempo, tenho saboreado tantos novos sabores e temperos... que me pergunto constantemente qual é o real limite naquela velha frase: "melhor ser ignorante ou saber a resposta de todas as perguntas?".

Vou confessar uma coisa aqui: sabe do que sinto falta? Sinto falta de conhecer uma pessoa e me sentir tão instigada por ela, que eu seria capaz de fazer um revolução ao seu lado. Uma pessoa apaixonante! Não é amor, não é paixão, não é sexo... é uma conexão eletrizante, de pura energia e coincidência conectadas, sabe? Alguma vez na vida, todos nós sentimos isso.

E faz tempo, sabe, faz muito tempo que eu sinto falta dessa conexão que me arrepie e me surpreenda. Mas deve ser período, deve ser carma, deve ser essa nova pessoa que sou agora. Ironicamente, mais aberta e mais compreensível e, na mesma medida, mais sozinha.

As pessoas tornam-se tão previsíveis... tão egoisticamente previsíveis e tão ironicamente rasas... um racionalismo que se traduz assim: paralelas que nunca se cruzam.

Trilha sonora de hoje, Melissa Etheridge.

Música do dia - Here with me

Oh, nunca fui de musiquinhas doces, com vozes melodiosas e tals. Isso é tarefa da minha irmã, que sempre me encheu de novidades nesse sentido. Inclusive, é ela quem gosta de Dido. Eu vou ouvindo umas rebarbas aqui e ali e às vezes gosto de algo.

Ontem vi um filme chamado "Mais que o acaso" ou Bounce, em inglês, título MUITO melhor. Casal insosso composto por Gwyneth Paltrow e Ben Affleck.  Mas eu peguei o filme pela metade, enquanto zapeava na hora do almoço. Bem na hora, estava tocando essa música da Dido "Here with me" e a cena conduzida enquanto a música seguia... me deu uma nostalgia danada de algo que não sei explicar o quê. O modo como ele olhava para ela, uma mulher perdida entre um sonho e um devaneio, uma atriz libriana conduzindo uma personagem libriana. O olhar dele tentando disfarçar que não tinha se encantado com essa doçura.

Só essa cena me fez terminar de assistir ao filme. Nâo me perguntem. Não aconteceu nada de extraordinário, mas oa menos fugiu um pouco (bem pouco) do lugar-comum. Eu gostei. E essa música ficou retumbando enquanto pensava no cd da minha irmã em sp (que vou ripar pra mim) e no quanto precisava ouvir essa música (como faço agora) no repeat one.

Em especial, esse álbum da Dido - No Angel - só tem pérolas. E a voz dela, rouca na medida certa, em arranjos bem ao meu estilo, me fazem viajar. E pensar nesse tipo de amor... tão puro e tão ingênuo, que supera a tudo.



O sem-parâmetro como parâmetro

Como tinha postado anteriormente, deixei um gancho para falar da ausência de parâmetros como parâmetro. Vou explicar onde tenho visto essa regra imperar e, como consequência, presentear seus afiliados com a mais ampla gama de experiências. Falo de relacionamentos amorosos.

Há quem defenda a liberdade total nessa delicada área da vida de qualquer um. Não deixo de entender os motivos. Veja: se você for um franco atirador, amar é um definitivamente um ato livre! Você pode amar em todos os níveis -- da paixão absoluta ao amor menor (existe isso? Eu acho que sim!), e experimentar as mais diferentes sensações. Conheço -- E MUITA -- gente adepta dessa prática.

Por outro lado, há quem defenda o critério meticuloso como maneira de se relacionar com alguém. Conheço pessoas que decidem que detalhes pequenos servem para decidir a inviabilidade de uma experiência a dois. Também conheço MUITA gente adepta desse estilo. Dificuldades com o português, uma certa higiene aqui e ali, um tic nervoso: tudo isso pode vir a ser motivo para o total descarte de um pretendente. Também entendo esse pensamento porque, durante muitos anos, foi o meu fio-condutor para a minha vida amorosa.

Mas, vejamos a simplicidade da coisa: extremismos não servem nem mais no Oriente Médio, quem dirá na vida amorosa do ser humano? Sou contra a liberdade total -- caiu na rede é peixe; e também sou contra excluir alguém porque a pessoa esqueceu de colocar crase num verbo bitransitivo e troca uns 's' às vezes. Isso tudo parece hilário, mas acontece demais na vida real!

O que me fez pensar no texto desse post foi que, em um período curtíssimo de tempo, presenciei -- em diversos meios de comunicação -- a defesa quase nervosa do sem-parâmetro como parâmetro. É quase neguinho apontando o dedo na sua cara porque você pode ser meio indeciso ou meio seletivo demais. Ou é neguinho dando conselho sem ninguém ter pedido. As pessoas gostam demais de se meter na vida das outras... o que me fez pensar o seguinte: não está fazendo mal, então não pode ser tão ruim assim, né?

Não. Não acho. Não gosto de ninguém apontando dedo na cara de ninguém, principalmente um defensor do sem-parâmetro querendo fazer descer goela abaixo um parâmetro. É quase um silogismo? Não sei, também. Só sei que vou compartilhar o seguinte (numa tênue defesa dos criteriosos em relação ao franco-atiradores): até o momento, não conheço UM EXEMPLO sequer de uma pessoa REALIZADA que pegava ou amava o primeiro que aparecia na frente. Por um tempo, até parece excitante a aventura do sem-limites. Mas, longe de moralismos (quem me conhece, sabe bem disso), o qeu vejo é um coração esburacado pelo tempo.

Esses que amam indiscriminadamente são carentes disfarçados. Porque disfarçam sua carência na ampla abertura de amar quem estiver disponível. Porque disfarçam sua sensibilidade em sua agressividade. E porque, com o tempo, vão espalhando aos quatro ventos que não restam esperanças, depois de uma vida inteira tentando, tentando... e nada conseguindo. Porque, sim, a pessoa mesmo atirando pra todos os lados, continua sozinha e solitária. Com sorte, não estará muito amarga.

Assim, basicamente o que quis dizer com o post de anteontem foi: os sem-parâmetros querendo comprovar seu parâmetro (e ponto de vista) pra mim, é totalmente furada. Desconfio demais e não ouço conselhos mesmo! Por outro lado, como disse antes, sem extremismos. Ou dá tudo ou não dá nada, não dá. E, somente cá entre nós, eu confesso que gosto de certas regras, certos requisitos, ainda mais no campo amoroso. Para uns, o coração é uma estrada livre e perdida. Para você?...

Uma reflexão sobre o amor platônico

"Pior que perder um amor platônico é perder as amizades que esse mesmo amor causou..." 

Já falei algumas vezes aqui sobre amor platônico. Triste assumir, mas confesso que sou versada nesse assunto. No final de 2009, eu escrevi o seguinte post: Amores platônicos: ilusão ou idealismo? Àquela época (e a gente sempre pensa isso...) eu supunha que já tinha visto de tudo no assunto que tange amores platônicos. Nada como viver e ir vivendo e aprender certas coisas...

O que vou contar aqui é um exemplo de algo que vivi e que tenho presenciado ao meu redor. Espero que o relato não ofenda a ninguém (do passado ou do presente). Trata-se, apenas, de análise empírica, sem ofensas pessoais, certo?

O amor platônico que citei no post de cima era mais puro, mais imaginado mesmo. Do tipo que um mínimo de contato físico e presença física eram necessários. O amor platônico pode, a partir desse estágio, partir para uma necessidade maior, visto que como não pode ser realizado (e por isso é platônico...). Nesse caso, o objeto amado (que pode ou não saber desse amor) precisa ser constantemente visto, conversado, tocado (como amigo, claro), abraçado, qualquer coisa que satisfaça o desejo interno que é de coisas mais sérias e "proibidas".

Vivi algumas situações assim com amigas minhas, que obviamente não vou citar nomes, elas sabem! Sim, sabem. Aí fica o conflito moral e ético, que numa conversa com a querida Maria Pia, foi trazido à tona: um amor platônico é idealizado, certo? Certo. Mas a partir do momento em que há convívio diário (ou quase assim) ele continua idealizado? Não. Segunda pergunta: não é óbvio que a outra parte que é amada desconfia minimamente de algo? Ou, pior, ela pode saber! Nesse caso, como fica? Mais complicado é se a outra parte for -- num amor platônico lésbico -- heterossexual e casada. Ainda assim é complicado se a outra parte for lésbica e casada. Porque o amor platônico toma esses "ares proibidos", que podem ser muito interessantes para muita gente...

Eu digo que já vivi essas duas situações. Não é legal. Não é nada bom estar apaixonado por uma mulher heterossexual/lésbica casada. Mas aí Maria Pia me compartilhou um caso de uma  garota que tem seu amor platônico assumido, mas que não deixa de viver outros romances por isso. Muito admirável e corajoso isso! Porque ela joga limpo com a única pessoa com quem ela deve jogar limpo: ela mesma. Aí entramos não num conflito ético, mas num conflito de autoestima.

Quanta autoestima tem uma pessoa que vive uma situação assim? Podemos pensar nos casos de pessoas extremamente tímidas ou talvez as extremamente mal-resolvidas que precisam pisar em ovos bem podres para aprender a viver. Faz parte da vida. E pode surpreeender muito aquela pessoa que, por fora, parece um universo inteiro de audácia, coragem e maturidade... mas na verdade é uma carente emocional, cheia de rupturas, imaturidade e baixa estima.

Todos nós já passamos por essas fases alguma vez na vida. Há quem tenha algum capricho no ego, mas duvido que ninguém nunca tenha vivido isso antes. Assim caímos e aprendemos, saboreamos o amargo para tentar saber como pode ser o doce. Porém -- e ressalto o porém -- o que nos distingue é a nossa capacidade de saber o que fazer diante disso. O eterno livre-arbítrio que, para muitos, é um verdadeiro fardo, enquanto para outros é uma excelente ferramenta de vida.

Levanto uma última questão: o que acontece quando a outra pessoa sabe que você é apaixonada por ela? Por uma coisa é você estar apaixonada por alguém proibido e fazer tudo para estar perto. A outra coisa -- e talvez mais grave -- é essa parte ter ciência disso e, ao invés de cortar, dar corda. Qual é o conflito envolvido nisso? Todos, na minha opinião!!! Teremos duas pessoas com baixa estima, vivendo um jogo perigoso de sedução semi-assumida, simplesmente para ter o ego inflado? Porque -- é verdade -- o objeto desejado ADORA estar num pedestal vendo o outro se matar para fazer qualquer coisa. Entre mulheres, isso me parece ainda mais acentuado.

Tem certo e errado nesta história? Não gosto de colocar as coisas assim. O que eu penso -- como eterna defensora do livre-arbítrio -- que você pode fazer o que quiser com a sua vida. E você pode fazer o que você quiser com aquela pessoa que aceitar o que você tiver para oferecer. O problema é envolver pessoas que não tem nada a ver com a história. Pessoas que sequer sabem da história e sofrerão as consequências das atitudes decididas individualmente.

Eu prefiro não julgar quem brinca com sentimentos alheios, mas quero essas pessoas bem longe de mim. Porque não consigo entender quem mente em público, porque a pior mentira é para si mesmo. Uma pessoa que ama platonicamente assim vai dormir todas as noites sozinha, pensando em fatos que poderiam ser, em uma vida inteira que poderia ser feita, mas que é desperdiçada num tempo verbal e em imaginação. Uma pessoa que alimenta a paixão platônica de alguém, dorme acompanhada, talvez com um mínimo de consciência, mas covarde para tomar as atitudes necessárias de corte da relação, porque preza uma suposta amizade (que apenas em raros casos existe). Na verdade, preza ter uma pessoa a seus pés que louva a sua existência, simplesmente por ela existir. É de fazer bem para o ego de qualquer um, certo?

Na minha vida pessoal, descartei a vida platônica faz muito tempo. Agora, espero, na vida exterior que observo, que estragos mínimos aconteçam, porque estrago já tem. E espero, de coração, que as pessoas apenas aprendam o seguinte: todos nós merecemos o melhor, em todos os campos de nossa vida. Não metade, não 1/24, não o ínfimo. Apenas o melhor. E, nesse caso, o amor platônico não serve para nada. Mas como disse, cada um tem seu livre-arbítrio para escolher o que tiver de escolher. Que assim seja!

Isabella Taviani na Lona Elsa Osborne - o show

Eu já vi quase dez shows da Isabella Taviani desde 2008, quando me tornei fã dela. Se perdi os shows do início da carreira, posso acompanhar passo a passo dela, agora. Com base nisso, devo dizer: este show de hoje, na Lona Elsa Osborne, foi o show mais diferente de todos! Diferente em que sentido? Vou explicar...

Primeiro vamos contar o que é uma Lona Cultural. Sim, Claudia Bertrani, Lona é mesmo uma lona estendida, cadeiras dispostas no centro e um palco. Essa Lona Elsa Osborne tinha um ar condicionado muito agradável, até. Comportou cerca de 500 pessoas muito bem!

Cheguei cedo e as coisas boas foram acontecendo! Primeiro, fui agraciada com uma primeira fila, uma primeira cadeira de frente para o microfone da Isa. Perguntei para a menina que tinha sentado na segunda fila se tinha alguém na frente e ela disse que não. Não? Eu achei que estava reservado. Perguntei a ela por que não queria sentar no lugar mais disputado do show? Porque não, respondeu ela. Muito bem, eu agradeço! rs

Encontro com Robertinha, Jopin Silva, May Lira... e o show começa com Mylenna desfilando suas composições belas. Foram cinco músicas e eu não sei o nome delas ainda, para reproduzir aqui. Impressionante a presença de palco e simpatia dessa mineira que, com certeza, vai longe!

Nisso, entra a poderosa Isabella Taviani com "Meu coração não quer viver batendo devagar". Havia algo de diferente naquela noite, naquele show que estava apenas por começar... com os cabelos novos, bem curtos, mais claros, com uma atitude que é de IT mas que tinha algo a mais... ela começou o show.

A segunda boa coisa que aconteceu foi, num certo momento da primeira música, que ela olhou para a primeirac fila, olhou para mim e me reconheceu... com um leve aceno de cabeça, me deu um oi. E eu, óbvio, morri por dentro e nem conseguia mais tirar fotos! Uma dádiva única, discreta. Um presente maravilhoso que recebi.

O show parecia ruidoso, meio raivoso, uma meia mistura de catarse com combustão de sentimentos. Ela não queria arranjos doces, ela queria o grito da guitarra, o trovão enfurecido do baixo e da bateria, a força potente de sua voz. "Em cada gota de suor", em cada acorde, em cada verso cantado.

Eu queria captar mais do que uma fã é capaz de captar... mas depois da performance dela em "Digitais", nada mais precisava ser dito. Ela vinha, nos últimos shows, fazendo uma versão mais calma e mais doce. Danem-se a calma e a doçura. A IT mais intensa de todas as ITs que eu vi ao vivo, estava ali. Eu nunca me esquecerei dessa performance. Nunca mais.

Ao fim, antes do clássico fechamento do show com "De qualquer maneira", rolou uma cover de "O meu sangue ferve por você" do Sidney Magal por IT e Myllena no palco. Não vi ninguém comentando dela cantando essa música em outras Lonas (pode ser falta de conhecimento meu), mas o vídeo foi gravado e será postado em breve!

Pena que a IT não atendeu ninguém. Ficou o desejo de dar um abraço forte nessa mulher tão romântica e sensível e tão forte ao mesmo tempo. Ficou a vontade de desejar as melhores coisas, porque somente boas coisas podem acontecer para alguém que tem uma energia como ela tem. Ficou o abraço para o próximo show, porque eu quero dar esse abraço em Isabella!!!


Obrigada, IT, por ser quem você é, exatamente assim, sem tirar nem pôr nada. Obrigada por mais esse show único e maravilhoso que eu tive o privilégio de assistir. Obrigada.

Trilha sonora de hoje: Only love

Porque desde que (quase sem querer me indicaram...) ouvi Melissa Etheridge de verdade pela primeira vez, não parei mais de ouvir. Não sabia que ela canta desde 1980, que ela é lésbica assumida, que ela teve câncer de mama, que é democrata e defensora do meio ambiente. Ou seja, uma artista perfeita! Quase. Eu tinha gostado de ouvir várias músicas em estúdio quando parti para as performances ao vivo. Aí, não teve jeito: gamei de vez. Ela tem exatamente o estilo de música, de letra, de melodia, de voz, de atitude, de tudoque eu gosto. Não pensei que pudesse encontrar uma cantora nestes dias de hoje que pudesse me surpreender assim, juro que não pensava. A música anda numa outra vertente, com outros gostos e estilos -- que não me agradam. Eu gosto do velho e bom rock and roll, não tem jeito.

Aí, eis que me indicam (ok, ninguém me indicou, na verdade, foi a Isabella Taviani que disse que ela não saía do Ipod dela. Fiquei curiosa e fui atrás). Agora tenho um mundo inteiro de Melissa Etheridge para descobrir, me dá uma certa ansiedade, mas vou curtir aos poucos, e tenha certeza de que terei todas as músicas dela, de um jeito ou de outro! rs

A trilha de hoje é esta música que fala sobre amor... o verdadeiro, na minha humilde opinião.


Only love is real
Everything is love
Everything you feel
That's what your world is made of

Uma ode ao amor

Faz algum tempo que queria fazer um (novo) post sobre o amor. Ao mesmo tempo que sentia falta dele -- como o belo sentimento que parece estarmos esquecendo --, eu sentia essa agonia intrínseca que não consegue ser dissociada desse sentimento. Minha pergunta: desde quando amor é sofrimento? Minha outra pergunta: por que apenas amamos alguém sexualmente? Então... o que é amor?

Já imagino milhões de ecos de resposta que já ouvi ao longo da minha vida. O que me pareceria meio óbvio torna-se uma incógnita: se todos já sabem disso, por que a permuta de amor e dor ainda continua? Por que somos seres humanos tão dependentes do sofrimento para sentir que há vida pulsando? Por que insistimos no paradoxo, mesmo sabendo que ele não existe? Por que criamos o paradoxo para ratificar a vida que existe por si só?

As pessoas acham e pensam muita coisa, mas se esquecem do principal: quem somos no mais íntimo recôndito de nossa alma. E essa digital virtual apenas nós mesmos a conhecemos. Essa marca que não precisa ser exibida para que outros acreditem que ela existe. Pois existem algumas pessoas por aí que exibem suas cicatrizes como troféus de uma vida amarga da qual não se extraiu nada além de rugas, conta bancária vazia e sonhos destroçados.

Pois apenas penso que somos os seres humanos que deturparam o verdadeiro sentido do amor. Não deveríamos associá-lo a dor, mas o fazemos. Colocamos ele na mesma balança do ódio, com pesos e medidas iguais. Confundimos ele com paixão. Achamos que ele precisa ser eterno com uma pessoa específica, mas ele é eterno com todos. O amor não é herói nem bandido, é apenas o sentimento que une a todos, com a maior pureza que ainda nem conhecemos. O amor não é instrumento de compra e venda, pois seu real sentido perpassa além da tosca semântica que conhecemos.

Acredito que todos nós, sem exceção, já fomos tocados por esse amor puro, digno e infinito. Mas o nosso problema é querer sempre possuir, dominar e controlar tudo, por sermos inseguros com tudo aquilo que é exterior a nós. E perdemos a magia desse sentimento... e perdemos o seu real significado... e ficamos dando voltas e voltas, vivendo de uma felicidade feita de ilusão para voltar ao ponto inicial.

Não sou melhor nem pior do que ninguém que leu este post até aqui. No entanto, estou tentando o diferente, escapar das armadilhas ilusórias que nos prendem a nós mesmos. E, acredito, que o verdadeiro amor apenas seja a única chave real de libertação. Apenas o verdadeiro amor.

A torrente de sentimentos - parte 2

Não. Isso nem é capítulos continuados de uma suposta novela que eu teria criado. Nasci com certas dificuldades naturais e por mais que tenha até aprendido técnicas, não consigo ir além da teoria. Escrever romances capitulados é uma dessas grandes dificuldades.

Mas eu hei de convir, mesmo contra a minha racional vontade que, ultimamente, meus relacionamentos pessoais andam conturbadíssimos. Além de ouvir as histórias mirabolantes, eis que me vejo até como personagem central deles, espelhado diretamente dos filmes que mais adoro... A vida não é irônica?

Como sempre, gosto de tirar proveito de tudo. E se Augusto Cury diz que sábio é aquele que aprende com o exemplo dos outros, devo admitir que estou desvirtuando até o conselho de minha mãe, que sempre me disse, desde que me lembro, que devemos aprender com o exemplo alheio. Meu lado racional me diz "por que?" e meu outro lado apenas suspira "c'est la vie".

A despeito de tudo, devo dizer que estou sobrevivendo bem. Para coroar um ano cheio de loopings, quedas em 90º e parafusos psicodélicos, eu decidi fazer piada de tudo! Porque ser chato, dramático e pedante... ninguém merece. Estou aproveitando o trânsito de Sagitário no meu mapa pra ver otimismo em tudo, uma alegria e uma esperança indevidas, que chega quase a ser pecado, diante da situação em que me encontro!

Eu lembro que tinha rascunhado um post sobre minha "retrospectiva 2010". Pfff. Larga disso. A minha vida é esta, ligeiramente desenhada neste blog e sabida pelos amigos íntimos. Isto basta, não é? Minha sanidade mental mantém razoavelmente lúcida e é isso que eu quero focar, quando vejo tantos sinais bons à minha frente!

Pra terminar, vou contar a brevíssima (e anônima) história de uma amiga que não sabe o que escolher e ama quem não deveria amar... e até ama quem está ali. As histórias... aaaah as histórias. Elas são mais iguais do que poderiam ser. Nos filmes, nos livros... na vida real. Observando, vendo e vivendo... vou caminhando. Bora.

Pra falar de amor

Voltei agora pouco. Toda vez que faço minhas caminhadas noturnas no centro de SP é como se inúmeras e intensas faíscas acendessem em mim, todos os meus sentidos (os cincos, os sextos e os sétimos) ficam tão sensíveis. Tudo faz sentido.

Pensei mesmo que "love is all we need". E não esse "amor carnal" de sentido tão deturpado como temos hoje em dia. O amor -- o verdadeiro e puro amor -- que vivenciamos raríssimas vezes na vida. O amor compassivo que apenas ama, não importa o julgamento que façamos.

Aí pensei que poderia falar disso, aqui, neste blogue. Desse amor que tão pouco temos e que tanto precisamos! Tem alguém que você ama? Por que não aproveita para dizer? Pode ser a última vez que você vá ver. Como você vai saber que não será a última?

Fale uma palavra de carinho, despretensiosamente. Afague. Mande um email. Faça trégua no seu coração. Sorria, sem medo de sorrir. Ande, sem pressa. Viva, com intensidade, mas sem destruir ninguém ao seu redor.

E ame... de verdade, com a tranquilidade de um lago calmo. Diga que ama. Assuma que ama. Vai por mim, pode ser a última vez.

Isto aqui não é texto copiado de ninguém... vá por mim, são apenas palavras e sentimentos que brotaram do meu coração. Está servindo muito para mim... espero que sirva para você também!

O amor e o fanatismo

Estes dias tava lá tuitando quando a querida (e sempre sumida) Cláudia Bertrani veio me incentivar a falar sobre o amor fanático. Eu disse a ela que poderia levar pedradas como a Geni. E ela apenas me disse: "Cachorro late e a caravana passa!". Bastante motivador, não?

Já que tenho twitter e facebook como ferramentas para acompanhar meus artistas favoritos, invariavelmente acabo acompanhando os seus respectivos fãs. E invariavelmente tenho me surpreendido (deveria?) com as coisas vistas nas últimas semanas!!!

Ok, vamos à informação básica de tudo: internet e globalização mudaram a cara de tudo em todos os setores da nossa vida. Ainda me surpreeendo que em 1991 eu mandava cartas. Nessa mesma época, fiz curso de datilografia. Em 1998 mandei meu primeiro email no Bol e agora a minha caligrafia anda ficando cada vez mais preguiçosa porque apenas digito. As pessoas pararam de comprar no supermercado, as crianças só fazem trabalho pesquisando na internet. Tudo tem sua versão virtual e cada um de nós tem seu avatar.

Tudo é rápido demais, fácil demais e sem limites. Nessas horas não há firewall nem etiqueta para internet. A chamada "inclusão digital" me dá arrepios porque as pessoas não sabem ler nem escrever e caem aos borbotões na frente de um pc. As pessoas deveriam aprender a ler, escrever, visitar bibliotecas públicas (como fiz minha vida toda), não reclamar que não tem dinheiro pra ler, porque isso não é desculpa na hora de comprar Diário de S.Paulo, Lance ou Sou mais eu.

Assim, me assusta quando os fanáticos caem na rede diante de seus artistas. Quer dizer, artista que é artista precisa estar preparado para tudo! Faz parte da profissão. Esses fanáticos podem vir de todos os lugares, da inclusão digital ou da sua faculdade mas têm uma característica em comum: não admiram seu artista, louvam, colocam ele num pedestal em que certo e errado não existem, ele se torna norte e sul, alimento da alma.

O Merovíngio (do filme Matrix Revolutions) tem uma frase que adoro de ouvir toda vez que revejo esse filme: "Incrível como a paixão tem uma semelhança com a loucura". Coisas que apenas nós, "Os seres humanos", podemos ter.

Nesse caso, esse amor fanático se assemelha e muito com o amor religioso. Ops, pisei no calo de alguém? Desculpe, piso em ovos. Mas que tem muita semelhança, tem sim!

Assim vejo o fã diante de seu artista. Ali tão fácil e tão disponível, pela internet. Uns se atrevem a falar obscenidades, outros assumem o papel de zelador, outros querem ser amigos íntimos, outros são apenas fãs. Ocorre um verdadeiro mix de admiração, paixão, idolatração. O artista? Depende. Uns aceitam, outros recusam, outros administram bem.

A amor devocional vem sempre pintado de pureza, porque traz uma "falsa lealdade" consigo. Então, como costuma acontecer com as pessoas que amam demais, o fanático -- na minha humilde opinião -- precisa de um foco para direcionar a própria vida. Claro, ele dirá, eu faço o que quiser da minha vida. No entanto, se analisarmos bem, veremos que não é bem assim. Pois penso que quando colocamos algo no pedestal (que não seja a nossa honestidade, crescimento e aprendizado) tudo se perde. Vivemos uma vida que não é nossa. Vivemos uma realidade que pode até parecer, mas não nos pertence.

Agora, vamos às pedras ou ver apenas os cães ladrarem.