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Música do dia - Two story town

Os dias andam estranhos. Tantas coisas acontecendo, coisas velhas... coisas novas. A instabilidade misturada a tantas coisas que eu queria dizer mas não posso. Não é o momento das coisas secretas... eu diria apenas que é o momento do meu silêncio pessoal.

Enquanto ainda penso no que vou pensar e sentir... sigo com esta música, perfeita para rascunhar alguns dos meus sentimentos.


Pensamento

Para refletir os últimos acontecimentos da minha vida.
A tranquilidade fundada na inspiração que emana da mente búdica jamais pode ser abalada e sempre se mostrará correta (preceito búdico).

O desafio da humanidade

Faz algum tempo que estou com vontade de escrever sobre algo que vira e mexe é um assunto que perpassa meus textos aqui no blogue. Hoje eu queria falar brevemente sobre ele: o egoísmo humano.

Acho que a humanidade nunca esteve diante de tantas catástrofes como agora. Se dermos observarmos brevemente, tsunamis, terremotos, vulcões, furacões (isso para lembrar as catástrofes naturais) e incêndios, queimadas, atentados, guerras civis (ou não). Não costumam dizer que é nas horas difíceis é que vemos a real personalidade de cada um? Muita gente acha ruim o princípio de colocar dez neguinhos presos dentro de um espaço mínimo e colocá-los sob pressão absoluta numa questão de vida ou morte (estou me referindo a uma das premissas de Jogos Mortais) ou outras pessoas acham ruim a canalhice de uns participantes desses reality shows da vida. Mas, convenhamos, fato é que o ser humano é egoísta. Seja no cinema, seja na televisão, seja na vida real.

Numa tentativa muito humilde da minha parte, vou tentar esmiuçar o egoísmo humano o mais simples possível: somos egoístas porque a nossa vida é miserável e vazia. Não importa classe social, econômica, credo, origem, nada. Estamos todos no mesmo balaio. A nossa vida mecanicista e capitalista nos obrigou a um ritmo de vida cujo único propósito é apenas o de ganhar dinheiro, uns mais outros menos. O que importa, hoje em dia, é ter dinheiro. Sem dinheiro não compramos nossos sonhos, não sonhamos outros desejos, não temos o último aparelho tecnológico da moda, não estamos mais ou menos parecidos uns com os outros seja na roupa, seja no cabelo. Sem dinheiro, não estamos inseridos na sociedade e, portanto, não somos ninguém.

Claro que (ainda bem!) nem todos pensam assim. Mas a imensa e gigantesca maioria (que não pensa para refletir e chegar a essa conclusão) sim. Somos esmagados pela necessidade de ter dinheiro e fazemos o que for preciso para ter essa moeda que compra tudo que puder ser comprado. Nessa onda, somado ao caos diário de cidades superpopulosas, vivemos um verdadeiro pandemônio (para não dizer inferno) na Terra.

Cidades lotadas, com pessoas focadas apenas em ganhar dinheiro, trabalhando em empregos que não gostariam de estar trabalhando, negando seus talentos pessoais em empregos que apenas forneçam o básico, hipnotizados por música ruim, comida ruim. Vida encurralada, sem saída. Os ricos se escondem por detrás de um suposto glamour que preencheria suas vidas. Os pobres exibem sua pobreza com agressividade, justificando inúmeras atitudes por isso.

As pessoas se esqueceram do seu universo interno. Se esqueceram da comunhão com a Natureza. Pensam mecânica e racionalmente acreditando ter o controle das perguntas e das respostas. Destroem tudo ao seu redor, porque a sua riqueza interior está praticamente extinta. Dentro de cada um de nós há uma centelha que nunca se extinguirá... mas tenham certeza de que apenas ela por si só nunca resolverá a situação em que nos encontramos agora.

Por isso, mesmo assim, tenho fé de que a humanidade aprenderá primeiro a se aceitar, a se valorizar, a derrubar leis e barreiras que nos prendem a atitudes que não servem mais para o atual movimento da vida. Este desafio é imenso mas não é impossível de ser vencido. O egoísmo é a principal prova que precisaremos vencer, pois enquanto não aprendermos a ver apenas o nosso próprio umbigo como o mais importante e que se danem os outros, nunca aprenderemos a pratica o real sentido do amor universal.

Palmirinha Onofre - um exemplo de vida

Ganhei de presente de aniversário da minha querida irmã aquele tão aguardando (por mim) livro da Palmirinha Onofre: A receita da minha vida. Fiquei muito feliz!!!

Nas primeiras linhas, percebi que é um livro para ler e reler. Percebi que foi um livro escrito com o coração e percebi que a jornalista que o escreveu foi muito perspicaz em tentar manter o estilo Palmirinha de ser o mais fidedigno possível. Somente pontos a acrescentar! O livro ainda traz receitas especiais e fotos da Palmirinha. Impresso em fonte grande (imaginei que seria bom para as "amiguinhas" que apreciem um livro "fácil de ler".

Conheço muita gente que não aprecia a Vovozinha. Muita gente que se irrita com a simplicidade dela. Para mim isso apenas quer dizer uma coisa: se você não é capaz de gostar da Palmirinha, sinto muito, mas acho que você ainda tem muita coisa a aprender. Conhecemos trocentas histórias de vida por aí, e poderíamos até dizer que a dela é mais "outra história". Conhecemos história de pessoas carismáticas que dão sorte na vida e conseguem o que querem. Mas ninguém tem a história única que cada um tem, e ninguém pode menosprezar os feitos dessa senhorinha qua alcançou os 80 anos com saúde e lucidez invejáveis.

Eu tenho orgulho e saudades de vê-la na TV Gazeta. Sempre que podia, corria para ligar a televisão às 13h15. A despeito do excesso de merchandising, era cativante vê-la cozinhar com tanto amor (e confusão às vezes... risos). Marcou época e deixou saudades. Muitas querem imitá-la ou tentar ocupar seu lugar. Vai demorar para alguém conseguir isso. Eu diria que ela ocupou um lugar deixado pela saudosa Ofélia.

Obrigada, Palmirinha, pelo seu exemplo de vida, cheia de coragem, perseverança, força e determinação. Um excelente estímulo a uma geração tão mimada, como a de hoje. Um exemplo, aliás, a qualquer pessoa que admire o caráter idôneo de alguém.

Por uma militância gay

Quem me conhece sabe que não sou militante. De causa nenhuma. Mas isso não significa que eu tenha minhas opiniões e faça minhas propagandas e defesas das coisas em que acredito. Meu blogue, meu twitter e meu facebook falam por mim.

Porém, uma coisa é fazer desses mecanismos virtuais a sua trincheira militante. Sim, porque no caso da militância a analogia à guerra ainda é a que traz os melhores adjetivos comparativos, embora, de verdade, não devesse.

Eu nunca escrevi nada em nenhum desses mundos virtuais algo que ofendesse a ninguém em específico. Uma das lições que aprendi desde a tenra idade é a de quando mais cedo você julga, mais cedo ainda você estará no lugar do julgado. Com pior sentença, tenha certeza!

A militância que trago aqui é a gay. A do homossexual que, de alguns vários anos para cá, tem estado cada vez mais em destaque na mídia. Sim, a “perfídia mídia”. O cúmulo a que chegamos foi a incompreensível criação do dia do “Orgulho Hetero”. Digo incompreensível porque dias de orgulho comemorativo costumam ser criados para as minorias ou para aqueles que sofrem preconceitos.

Eu acho que a criação de uma data dessa reflete exatamente a que andas a nossa sociedade: num limite perigoso de aceitação e repudia. Quem vive no meio termo hermético dessa existência pode entrar em parafuso por não saber que lado estar, mesmo que a gente saiba que não existe lado para ficar. O único lado que todos deveriam estar é o do amor e fraternidade.

Esta longa introdução é para contar o que aconteceu comigo, hoje, aqui em Niterói, estado do Rio de Janeiro. Mal-informada como sou, não sabia que hoje teria Parada Gay. Saímos, eu e minha namorada, para comemorar o aniversário do namorado da amiga dela, no bairro de Icaraí. Antes disso, passamos no shopping para comprar um presente para ele. Na saída, pegamos um táxi para irmos até o restaurante onde seria comemorado o aniversário.

No primeiro minuto, logo ao sair do shopping, o táxi é fechado na contramão por dois negões montados numa moto. Dando uma de carioca gente boa, não se alterou, apenas disse que os caras não deveriam fazer aquilo. Tudo de boa.

Menos de cinco minutos depois, o táxi entra numa rua ligeiramente congestionada. Num ímpeto, com a voz totalmente agressiva e alterada, fala em alto e bom tom: “Eu acho um puta absurdo fecharem a única avenida principal da cidade para deixar um monte de viado, travesti e sapatão ficaram fazendo putaria no meio da rua.” Repetiu a mesma frase, com certa variação, logo em seguida, mas mantendo o tom agressivo da voz.

Primeiro, alguém que fala isso, sabendo que tem dois passagerios dentro do carro é porque sabe que não está falando sozinho. Se fez pensando isso e usar isso como argumento (como ele fez) é muita falsa ingenuidade. Numa fração de segundo eu pensei que nunca tinha passado por aquilo em toda a minha vida. Numa fração de segundo, eu pensei em todos os homossexuais assassinados diariamente em todo o Brasil justamente por causa desse ódio injustificado e desmedido. Numa fração de segundo, eu pensei que aquele era o momento de, pela primeira vez na minha vida, militar pela causa, levantar armas e falar. Eu não podia simplesmente me calar, não podia!

E não me calei. Com a voz alta e muito séria disse que todas as pessoas têm direito a liberdade de expressão e era muita falta de educação falar desse jeito dessas pessoas. Óbvio que isso apenas jogou mais lenha na fogueira ignorante do taxista. Se alguém pensou que era tarde para voltar atrás, eu fui até o fim.

Os argumentos que ele usou eram os óbvios de qualquer intolerante preconceituoso. Eles não querem argumentar, eles apenas falam da putaria ao ar livre. Eu virei para ele e disse: “E se eu disser ao senhor que sou lésbica e acho que o senhor não deve falar isso porque são todos seres humanos?”. Um ligeiro e brevíssimo segundo de silêncio. Ele começou a discorrer ainda mais sobre a putaria diante de crianças etc. Eu apenas voltei a insistir, com a voz tão alta quanto a dele, mas firme, que ele deveria respeitar as diferenças, as liberdades de expressão das pessoas. Óbvio que a essa altura ele apenas queria falar da putaria. Aumentei ainda mais minha voz e finalizei: “O senhor disse o seu ponto de vista. Eu disse o meu ponto de vista. Acho melhor pararmos aqui a conversa.”

Silêncio nos minutos finais do trajeto, que graças ao bom Senhor, era curto. Lembrei de tudo que sempre acreditei e que sempre digo aqui sobre sentir amor para as pessoas. Eu nunca tinha passado por uma situação semelhante. Eu senti o ódio dele atravessando cada célula do meu corpo, esse ódio que imagino que seja o veículo que causa tanta tristeza e injustiça no mundo. Pensei que não adianta discutir com ele, mas ele estava diante de Cristiane Maruyama e ele não podia simplesmente falar daquela forma. Porque se ele queria, como disse, que pensou alto, que não queria ofender, mentira. Quem fala assim sempre espera uma resposta. Que no caso dele, não foi a que ele esperava.

Decidi que não queria mais falar do assunto, mas queria ter dito muito claramente minha opinião. Meu amor ficou em silêncio o tempo todo e apenas pousou a mão na minha. Mas, ao sair, o motorista virou para trás e inventou uma desculpa apenas para justificar que o que ele não gosta não é de homossexuais, mas da putaria. Arram. Meu amor finalizou da melhor maneira possível: “O senhor precisa tomar cuidado, porque lida com público e não pode ficar falando sobre nada com tom pejorativo. Se não gosta, não diga nada, mas não faça isso que fez.”

Eu fiquei bastante mal com aquela carga negativa. Passou pela minha cabeça todas as coisas que todos os gays passam todos os dias. Tanta coisa passou pela minha cabeça... aquilo parecia ter sido escrito especialmente para mim. Um capítulo inesperado na minha vida. Uma dose real de intolerância humana. O que aconteceu comigo pode ser até ínfimo para a maior parte de vocês, leitores, mas para mim foi um fato. Eu diria que até um marco. Algo que sempre me fará lembrar dos motivos de eu estar viva, de eu ser quem sou, de eu ter orgulho de quem sou. De dizer a você, leitor, gay ou lésbica, que não devemos nos calar. Não devemos responder à violência com violência, mas não podemos simplesmente nos calar porque ele é um ignóbil brutamontes. Ele é, mas mesmo assim devemos erguer nossa voz, defender o que sempre fomos: seres humanos dotados de amor. Uma guerra de ódio deve ser enfrentada com muita coragem, força e amor.

Decepção e expectativas

Recentemente, escrevi no twitter e no facebook a seguinte frase: "As pessoas não te decepcionam... elas apenas mostram quem sempre foram!" Uma frase que causou alguma polêmica... mas que me fez pensar muito sobre as coisas que aconteceram comigo neste ano de 2011.

Acho que de acordo com a pessoa que sou agora, posso afirmar que a coisa mais difícil nesta vida é aprender a olhar o outro ser humano como um irmão que precisa de tanto amor e compreensão como você. Uma pessoa que está aqui compartilhando o tempo com você, aprendendo, errando, escolhendo, mudando. Fazendo exatamente o mesmo que você... e ela não é melhor nem pior que você.

Agora que estamos caminhando a todo vapor no segundo semestre, fica aquela sensação prévia de um ano que passou rápido demais, de um tempo que passa rápido demais, deixando sempre o algo para fazer, o algo para dizer, os sonhos ainda não terminados, os desejos ainda não concluídos. Por outro lado, acho que mais aquele capítulo sobre não criar expectativas foi aprendido. Sim, se você talvez quisesse saber isso, talvez parte de seus pressupostos estejam certos.

Porque não vai adiantar eu dizer o tudo que eu quero dizer, nosso canal de comunicação e compreensão é muito humano, fadado a muitas falhas e interferências. Não vai adiantar querer dar justificativas. Não vai adiantar procurar argumentos. E não há problemas em certas coisas se apresentarem assim: o problema está em como lidamos com isso.

Podemos evocar todo o passado e tudo que pressupomos saber da vida, uma da outra e de tudo. Ainda assim, não vai adiantar. O que adianta neste caso? Talvez... o silêncio. Pois criar expectativas nada mais é um desejo desesperado de ser feliz. Egoísta ou não, é isso. E uma decepção diante de uma expectativa frustrada nada mais é a infelicidade ardente queimando. Quem pode culpar aquele que tem expectativa e aquele que frustra a expectativa? São dois polos da mesma linha.

Talvez como uma promessa de amor, há um único segundo em que a promessa é eterna e a expectativa também. E apenas neste segundo ele pode ser tudo que quiser ser, mesmo que a gente nem tente controlar. Mas, como já disse aqui, os dias passam, o tempo passa, as pessoas mudam, as necessidades mudam, a vida muda! Nada é imutável e inalienável (já dizia sabiamente Machado de Assis no conto Noite de Almirante. Se não leu, leia! Machado era exímio conhecedor da alma humana).

Por isso, fica a dica não espere e nem fique chateado se você tiver criado qualquer expectativa que não se realizou. Aproveite enquanto o sonho for real. E não deixe de sonhar... apenas não exija que tudo gire ao seu redor como você gostaria que fosse... apenas psicopatas vivem assim! ;-)

Inspiração do momento

Mire no céu... se errar, ainda estará entre as estrelas.
(da minha amiga Denise Yumi. Uma frase aquariana, de uma aquariana, num momento aquariano!)

Isabella Taviani no Teatro Municipal de Niterói - vídeos

Aproveitem e saboreiem...





Isabella Taviani no Teatro Municipal de Niterói - sem palavras num post com muitas palavras!

Então... como começar este post? Não sei. Talvez... do começo? Um pequeno recuo no tempo para poder tentar transformar em palavras a experiência que foi assistir ao show de Isabella Taviani hoje no Teatro Municipal de Niterói. E aproveito para ir encontrando as palavras para tentar reproduzir com o máximo de fidelidade como foi este show. Porque até agora... estou totalmente muda.

O recuo no tempo me leva até outubro de 2010, nos dois shows que a IT fez em São Paulo, no Tom Jazz. Naquela ocasião, ela (como eventualmente faz) pediu aos fãs sugestões para o setlist. Estava em Sampa, iria assistir ao show e resolvi pedir uma música específica (quem leu minhas histórias sobre show de IT sabe qual é a música...). Ela disse que cantaria e eu fui ansiosa para ver. Ela me disse no camarim que até tinha ensaiado a música mas que ela não encaixava no repertório. E me prometeu que um dia a cantaria especialmente para mim.

Bom, quem visita sempre este blogue até deve saber qual é a música... vou fazer suspense porque, infelizmente, é uma música pouco conhecida dos fãs! Diria que chega quase a ser um b-side de um disco, mesmo sendo música oficial. Não há registros no youtube em lugar algum dessa música ter sido cantada. Você conversa com os fãs e eles quase nem a conhecem... ou seja, é uma verdadeira pérola ali... esquecida. Não por mim e não por Cris Barufi, outra fã (acho que somos as únicas, Xará) que gosta muito dessa canção.

Então, a promessa ficou guardada. E, sempre que IT pede sugestões pro setlist, o pedido seguia junto. Até hoje. Até este dia 07 de agosto de 2011 que vai ficar por muito tempo nas minhas memórias... A própria tinha cantado bola no twitter quando, hoje, perguntou porque eu não tinha ido a nenhum show em Niterói. Só por isso, já morri. Ou vocês pensam que é comum assim um artista ter esse tipo de relacionamento com seu fã? Foi bonitinho, porque eu disse a ela que teria um presentinho e ela disse que teria um presente para mim. Desfibrilador cardíaco em ação, esperando o que eu veria!

E o que eu vi foi além de qualquer descrição possível que palavras podem tentar descrever. Palavras não são suficientes. Robertinha ficava olhando para mim toda hora, tentando captar o meu pensamento. Eu não tinha pensamento. Eu não tinha voz. Eu apenas liguei a câmera para filmar aquele momento único.

Quando as grossas cortinas do teatro foram abertas, estava lá imponente, na penumbra, meia-luz direcionada, ela, Isabella Taviani. Sozinha no palco, em pé, sem violão, sem acompanhamento, "apenas" a sua voz. A capela, eu ouvi Pontos Cardeais. Isso não tem descrição. Ela simplesmente abriu o show com a música dela que eu mais amo. Ela simplesmente soltou sua voz, forte, doce, melodiosa, aveludada, potente... ecoando na acústica deliciosa do teatro, ecoando fundo no meu coração que tinha parado de bater, neste corpo que tinha parado de respirar... meu corpo gelou, meus pensamentos cessaram. Foi como uma mágica acontecendo, um momento que nunca mais se repetiria e, por isso, ainda era mais único.

Até agora, eu tento reproduzir o que senti... não consigo. O que descrevi acima é o que mais se aproxima. Isso é muito mais do que qualquer pode desejar. Afinal, como disse, a canção é um espécie de b-side, que quase ninguém conhece. É uma música tão única que não se encaixa num repertório. No aguardado encontro no camarim, IT soltou se vozeirão me dizendo que tinha cantando Pontos Cardeais especialmente para mim. Eu apenas gaguejei (coisa que nunca tinha feito) para vocês verem. Abracei-a, agradeci. Precisa de mais algo?

O show começou mágico e seguiu perfeito. Isabella Taviani abusou da acústica e da qualidade do som do Teatro. Eu vi seu lado lírico em ação, fazendo pequenas adaptações vocais nas conhecidas músicas. Mas não era um arranjo diferente como foi nos shows de Lonas e Sesis. Era a voz de IT que estava divina. Se os anjos tiverem voz, foi a voz de IT esta noite. E a canção de Roberto e Isolda? Eu nunca tinha visto Isabella Taviani empunhando uma guitarra! Que versão e que interpretação! E "A canção qeu faltava"?... eu a adorei desde a primeira vez que ouvi!

O show terminou com uma pequena chuva de pétalas de rosas... para mim, o encerramento perfeito de um dia que começou perfeito. Perfeito, divino... talvez essas palavras se aproximem daquilo que vivi hoje. Eu já fui a muitos shows de IT (desde 2009, já que sou fã nova), mas este, obviamente, tem O GOSTO especial. Por motivos pessoais, por motivos específicos... não importa. Como sempre digo, quem perdeu, perdeu o show! Perdeu uma noite mágica, divina, celestial...

Isa, muito obrigada por existir, por ser a cantora que você é, por ser a alma que você é, pelo presente de hoje, por tudo que você significa na minha vida. Afirmo com toda a certeza do mundo: minha vida nunca seria a mesma se eu não pudesse ter o privilégio de compartilhá-la com você. Você tem esta fã para sempre, pois nunca deixarei de te acompanhar aonde quer que você for!

Queridos, mais fotos no meu facebook. Obrigada a vocês, também, por lerem este longo relato... eu precisava compartilhar com vocês.

A verdade, os protagonistas e os antagonistas da vida

Se fosse lhe dada a chance de saber a verdade sobre tudo, todas as perguntas que você pensou (e sequer sonhou) em fazer. Se fosse lhe dada a única chance de saber tudo sobre todos os mistérios da vida, do universo, da sua própria vida, do seu próprio universo. Se fosse lhe dada a chance de saber tudo aquilo que você sempre quis saber... me diga, você aceitaria esta chance?

Isso dá uma sensação de poder ilimitado, não é? Com meu parco conhecimento cinéfilo, lembro de alguns filmes que trouxeram esta temática: o protagonista chegar ao ponto do sem ponto, de clímax para saber se deseja saber ou não. Antagonistas também poderiam viver esse dilema. Mas a diferença entre protagonistas e antagonistas é que os primeiros titubeiam e, os segundos, avançam intempestuosamente.

Paro para observar os protagonistas e os antagonistas da nossa vida cotidiana -- não menos simples que um roteiro de um filme qualquer. Paro e penso em algumas pessoas... penso, num ato presunçoso, em qual seria a opção. Paro e lembro que também somos consequências de nossas próprias escolhas... mas paro, também, para pensar que em muitas vezes não temos a mínima consciência do que é viver na inconsciência. E como sabemos quando estamos vivendo inconsequentes e inconscientes? Eu diria que é quando julgamos o outro (coisa que mais fazemos...). Diria que é quando agimos sem o sentimento de amor puro e pleno.

Ninguém é vítima, ninguém é culpado. O real estado de consciência depende de tantos fatores... que fica impossível criticar (e, por consequência, julgar) alguém. E a imensa maioria de nós não quer saber a verdade. Não importa saber. Uma outra imensa maioria não tem condições de conhecer sequer a ponta do iceberg da verdade, pois ela simplesmente enlouqueceria. E uma outra maioria pensa que já sabe a verdade e vive sob seu jugo (pessoal e intransferível) passando como um verdadeiro trator sobre vidas alheias.

Ninguém está certo, ninguém está errado. A verdade pode ser pessoal para cada um, mas tem seu centro universal imutável. E depende apenas de cada um (paradoxo filosófico) olhar sob sua própria perspectiva pessoal para entender a universal. No entanto, se os olhos pessoais estão cegos, duvido muito que seja possível sequer um vislumbre de uma compreensão mais ampla.

O conhecimento é uma fonte inesgotável. Tristes são aqueles que sentenciam saber o suficiente sobre tudo e vivem sob a égide autoritária de uma personalidade castradora de si mesma e de todos com quem convive. Tristes são aqueles que até posam de humildes para atrair mais atenção para si, com máscaras de aceitação. Isso é tudo o que essas pessoas querem: aceitação.

E agora chego ao clímax deste post. Na minha opinião, o desejo de aceitação faz com que estejamos abertos ao conhecimento, à verdade e ao verdadeiro amor. Quanto de você deseja ardentemente ser aceito? Ser aceito pela sociedade? Ser aceito por sua família? Ser aceito por seus colegas de trabalho? Ser aceito pelos seus amigos? Ser aceito por seu grupo, qualquer que ele seja?

Se não somos aceitos, ficamos excluídos. O ostracismo social parece ser muito pior do que uma vida ignorante para a esmagadora maioria dos seres humanos. E, assim, vivemos sob a ilusão de que, sendo aceitos em alguma ramificação da nossa vida, somos felizes e não precisamos de mais nada. Será? Você sabe o que você mais deseja para a sua vida?

Quero escrever mais, mas acho que isto é o suficiente. Eu mesma ainda ando a refletir sobre esse assunto... que me veio neste insight às 05h00 da manhã deste sábado. Em uma hora em que todos estão fazendo tudo, menos filosofar sobre a vida, é quando sinto minha mente clarear... como o belo céu azul que tem feito estes dias. Ah!...

Onipotência

Os ventos sopram… a terra gira, as estações mudam. Ando a reler “O ponto de mutação” obra máxima de Fritjof Capra. Tinha ganhado esse livro de presente de aniversário em 2004, assistido ao filme em 2002, talvez, e pensado – na época – como esse livro mudou a minha cabeça. E é impressionante o poder que certas coisas têm na sua vida: de mudar. Mudar.

Os ventos sopram... a terra gira, as pessoas mudam. Quer dizer, se há uma regra universal na vida, eu diria que é a regra do livre-arbítrio. Você – e mais ninguém – é dono do seu destino. Não é recordação de nome de novela, não. A cada segundo de nossa vida, temos a oportunidade de fazer diferente. De escolher diferente. De desejar diferente. Mudar... mudar.

No entanto, a algumas pessoas é dado o direito supremo de julgamento da vida alheia. Ops, eu disse “a algumas pessoas”? O correto seria dizer: a todas as pessoas. Pois todos temos as nossas experiências de vidas que funcionam a partir daí como embasamento empírico para apontar falhas alheias como se as nossas próprias não fossem dignas de julgamento. Para alguns, esse poder extrapola limites. Para uns outros, pode ser motivos de autoculpa e autoflagelação com dizeres do tipo “eu não deveria dizer isso, mas eu digo isso” ou fazer exatamente as atitudes criticadas pensando intimamente que não deveria fazer. Um ciclo vicioso, digamos assim.

Nos últimos meses, a minha vida tem sido de reviravoltas. De reconhecimento, de autoconhecimento e de conhecimento, mesmo. Como dito, eu mesma acho que conheço certas coisas só por tê-las vivido a fundo. Ilusão. Eu também acho que conheço as pessoas porque a Astrologia me disse que a conhecia. Ilusão (e não é por culpa da Astrologia, claro). Eu também acho que aprendi a reconhecer o meio-termo dos extremos da vida, dos fatos e dos relacionamentos... ilusão.

Minha vida, por isso, tem sido uma completa ilusão? Desilusão? Eu diria que a minha vida tem sido um complexo e completo universo inteiro de novas possibilidades nunca antes vislumbradas. Eu mudei? Sim, eu mudei. Estou reaprendo a viver sem ilusões? Sim, estou batalhando. A vida é mais fácil dessa forma? Não é mais fácil ou mais difícil, é apenas nova. E como uma criança aprendendo a andar, estou reaprendendo a andar de novo.

Por isso, eis a minha resposta à sua pergunta: quando uma coisa não está fluindo, a melhor forma de desobstruir é deixar o rio seguir seu curso. Não forçar barricadas. Não exigir que as margens cedam. O rio segue seu curso e saberá qual o melhor caminho a tomar. Eu acho que dizer isso parece grosseiro, pois parece que sou superior: acredite em mim, não há superioridade nas minhas palavras, é você quem as está interpretando assim. E se você sabe que não me conhece o suficiente para tentar me compreender, não force uma interpretação baseada em traumas pessoais antigos, em reflexos doentios de uma sociedade hipócrita e igual. Você poderia simplesmente tentar... sentir. Mas se não houver, por ora, sentimentos em seu coração... calar não é sempre a melhor resposta?

Por isso, eis a minha resposta à sua outra pergunta: não olhe para o passado procurando por respostas como um arqueólogo atrás de relíquias. Ainda estamos vivos e nossos ossos não precisam nos dizer o que nossa alma e nossas atitudes do presente podem. Se você se sentir preso dentro de si mesmo, é porque há algo dentro de si que deseja ardentemente se libertar. Se você se sente sufocado, mesmo respirando e mesmo falando sem parar, é porque você ainda não passou da sua própria superfície e é apenas no verniz que você está patinando. Se você procura, inconscientemente, a culpa nos outros pelos erros que você não tem coragem de assumir, faça como eu: assuma os erros. Admita que se a única regra universal da vida for o livre-arbítrio, tentar o diferente (e, talvez, errar por isso) é o mínimo decente que podemos fazer por nós mesmos.

O vento está soprando... e eu sinto que é hora do silêncio entre nós. O silêncio e o tempo, bálsamos tão poderosos, saberão nos conduzir. Nossas mentes racionais e tão humanas agora não podem. Pois precisamos aprender que a onipotência inerente a cada ser humano vivo na face da Terra é a arma que têm nos conduzido a nossa própria destruição.

Melissa Etheridge - Company

De uns tempos (bastante tempo, aliás!), venho pensando nas pessoas que entraram e saíram da minha vida. Tantas pessoas, tantas circunstâncias. Exagerei no poder da palavra, exagerei no conhecimento e uso da Astrologia, exagerei no falso correto julgamento que achei que poderia fazer. Exagerei em muita coisa.

Ao mesmo tempo, tenho saboreado tantos novos sabores e temperos... que me pergunto constantemente qual é o real limite naquela velha frase: "melhor ser ignorante ou saber a resposta de todas as perguntas?".

Vou confessar uma coisa aqui: sabe do que sinto falta? Sinto falta de conhecer uma pessoa e me sentir tão instigada por ela, que eu seria capaz de fazer um revolução ao seu lado. Uma pessoa apaixonante! Não é amor, não é paixão, não é sexo... é uma conexão eletrizante, de pura energia e coincidência conectadas, sabe? Alguma vez na vida, todos nós sentimos isso.

E faz tempo, sabe, faz muito tempo que eu sinto falta dessa conexão que me arrepie e me surpreenda. Mas deve ser período, deve ser carma, deve ser essa nova pessoa que sou agora. Ironicamente, mais aberta e mais compreensível e, na mesma medida, mais sozinha.

As pessoas tornam-se tão previsíveis... tão egoisticamente previsíveis e tão ironicamente rasas... um racionalismo que se traduz assim: paralelas que nunca se cruzam.

Trilha sonora de hoje, Melissa Etheridge.

Meu aniversário + show da Myllena

Queridos leitores deste blogue, não tô com mão boa para escrever, então hoje vai por tópicos:

1-) Castelo do Vinho: mesmo chegando atrasada, consegui aproveitar profa. Maria Helena, Jana, Sharlene, Jeane e Robertinha. Nem enchemos a cara nem nada... rs.

2-) Lona de Jacarepaguá: show da querida Myllena com Alê e Daniel, Karla Rosalino, mais a galera do Castelo do Vinho. Tanta gente deveria ter estado lá, mas não pode... fez falta.

3-) Show da Myllena: o som da lona estava de ruim para péssimo. Não precisa ser expert no assunto para perceber isso, mas mesmo assim, Myllena apresentou um show "que começou calmo e cresceu até alcançar um auge no fim" - palavras de Isabella Taviani. Sempre penso como foi no Teatro Rival, em como seria ouvir a voz límpida e linda de Myllena.

4-) Jeane linda me deu marshmallows japoneses de presente. Adooorei, querida!

5-) No camarim, Myllena me deu o mais gostoso dos abraços. Compartilhei de sua energia limpa e linda, leve... é encantador ver sua alma mineira. Ela me desejou parabéns no meio do show, depois do show. Me disse que "um dia" canta Pontos Cardeais. Tô pensando mesmo que o dia em que ouvir esta música ao vivo eu vou precisar de um desfibrilador cardíaco... Enfim, e eu apenas penso como são privilegiados os que podem conviver com ela.

6-) Minha cara de pau ainda foi dar um abraço em IT, sentada num canto, sem querer ofuscar a mineira. E eu sempre ficarei arrepiada em ouvir a sua voz, uma das mais belas vozes que já ouvi em toda a minha vida, pessoalmente, tenha certeza disso!

7-) Pedi uma palheta para a Myllena, já que a senhorita Alessandra tem vergonha de ela mesma fazer o pedido. A garota trava com a cantora (diante de sua beleza, diz ela) e eu fiz a de porta-voz, com muito prazer! rs

A noite ainda foi longa, longa, longa, longa... meu aniversário, oficialmente é dia 18 de julho, mas comemorei muito feliz, ali, com os cariocas que puderam estar presentes e com a minha amiga paulista Sharlene que representou a todos. Foi bom demais.

Sinto a fase nova, de transmutação e de novos ares. Obrigada a todos que um dia estiveram comigo, a todos que me acompanham ao longo de muitos anos e a todos os novos chegados, que espero que fiquem por muito tempo.

Ame o próximo

Esta é a semana derradeira antes do meu aniversário. É aquela semana que todos os pensamentos correm, juntos com as energias que se renovam e se recriam. Meus sentidos andam mais do que nunca à flor da pele. Agora, me parece, que de verdade, eu cada vez mais deixo de ser aquela pessoa que sempre fui para me tornar naquela que realmente devo ser.

Brevemente, queria comentar sobre a raiva e o ódio. Lembro que minha amiga querida Gabitchs me disse que eu deveria escrever a respeito e, àquela época, não me achei pronta para falar qualquer coisa que fosse a respeito. Acho que hoje, agora, posso tentar.

Então, Gabitchs, sabe o que acho do ódio? Vou pensar nas pessoas próximas a mim que vociferam ódio aos quatro cantos. Pessoas comuns do nosso dia a dia. Eu me lembro da pessoa que fui um dia. E lembro com tristeza de como isso ficou grafado na memória das pessoas com quem convivi nesse período.

O ódio que vemos no nosso cotidiano nada mais do que aquilo que revelamos que há dentro de cada um de nós. Enquanto não aprendermos a transmutar esse sentimento tão próximo e tão oposto ao amor, não conseguiremos deixar de classificar as coisas. Não deixaremos de sentir ódio quando podíamos sentir mais amor. O amor puro que ainda não aprendemos a sentir de verdade e que parece tão utópico.

Essas pessoas próximas a mim sentem raiva e ódio por tudo! Pelos atendentes, pelas pessoas que andam na rua, pelas coisas mínimas, pelos acontecimentos mínimos, pela causas mínimas! Eu sei, como sei, porque eu já fui assim. É o nosso lado instintivo-animal mais fácil de ser. Somos reativos quando reclamos de tudo que passamos e que não gostamos de passar.

Essas pessoas próximas a mim, Gabitchs, sentem ódio por tudo que lhes acontece, porque na minha modesta opinião, é esse ódio preso dentro delas. Todos nós temos todos esses sentimentos e todos nós precisamos aprender a lidar com eles. Os caminhos são vários e as formas de demonstrá-los, idem.

Acredito, ainda, que as pessoas do ódio são as pessoas que mais sentem amor. Mas elas ainda não sabem disso. E eu sei que tudo isso pode parecer bem um blá-blá-blá de autoajuda, mas isso é tudo do mais sincero que posso dizer. O meu ódio interno ainda me atenta, como um velho hábito persistente, a fazer com que eu seja instintiva-reativa: mas tenho cada vez escolhido o caminho do meio -- aquele que acho que todos deveriam ao menos tentar seguir.

Os anos 90

Esta semana foi dedicada à música dos anos 90. Assumo e confesso: vou ser aquelas tias que daqui uns belos anos vai dizer assim aos jovens: "Meu filho, música boa é dos anos 80-90!". hahaha

Talvez por ter sido marcada fortemente pela minha pré-pós adolescência, tenho coleções infinitas de lembranças de músicas dessa época. Num tempo em que haviam rádios rocks famosas, que o cenário internacional da música saía de um ostracismo criativo indo para o grunge, eu guardava e memorizava todas as músicas. Foi um período fértil, porque eu ouvía de tudo. Naqueles anos, não tínhamos mp3, não tinha download de músicas. Tínhamos vinis e rádio pra ouvir, nada mais. Quem tinha gravador de fitas k7 corria pra gravar músicas das rádios para poder fazer o famoso "repeat one" que dava trabalho porqque você tinha de rebobinar fita. Doido? Sim! Mídias ainda não tinham alcançado o nível que temos hoje, tudo num plug-push-play.

Assim, não me escuso de ouvir música dessa época. Agora, para mim, tudo parece tão esquisito. Sinto em falar em público, mas o Radiohead parece que imputou um estilo musical cool e cult que todos ouvem, gozam e vociferam aos quatro cantos. Gosto é gosto, mas não consigo ouvir Muse, Keane e afins. Eu bem que tentei e ainda me pego tentando, mas não consigo. Gabitchs sempre me salva, me indicando bandas que aprendi a gostar como Sterophonics e She Wants Revenge.

Então, trouxe uns cds de SP para o Rio e comecei a reouvir material que não ouvia a muito tempo. Ainda tô ouvindo. Eu poderia encher páginas e páginas de vídeos com as coisas que ando ouvindo, mas vou poupá-los da minha loucura que já compartilhei por twitter.

Alguém lembra do Maskavo Roots? Tempestade é uma clássica nacional de 1993 (posteriormente regravada pelo Pato Fu), bem como Pérola do Paulo Ricardo e RPM numa tentativa de reunir o RPM. Ficou nesse cd. Ouvi dizer que eles estão se reunir de novo... mas duvido que haja um RPM rock como deve ser. Bem, em todas as vezes que ouço Pérola lembro do meu grande amor platônico, o maior de todos que tive e que já ouvi dizer. Esse amor dessa época gerou páginas, páginas, páginas, páginas, páginas infinitas de poemas, histórias, contos e muitas noites maldormidas. E eu mal sabia seu nome. Platônico como deve ser.





Como brinde deixo Take me for a little while que já postei várias vezes neste blogue, porque é uma dádiva ver um único cd que reuniu David Coverdale e Jimmy Page. O álbum inteiro (que eu tenho... hehe) é um clássico. E esta música, em especial, é a minha favorita. [detalhe, nunca tinha visto o vídeo, nem sabia que existia! brega master, estilão Coverdale... :P. Que guitarra é aquela com 50 milhões de cordas, alguém me explica?]



Da década de 90 também tem o Simple Minds, banda fabulosa, cheia de outros clássicos. Este álbum também está na lista daqueles que levarei para uma ilha deserta: Good News From the Next World. E She's a River e Hypnotised... ah.



Um dia frio (e pensamentos esparsos...)

Os dias andam bem frios, por estes lados do Rio de Janeiro. Claro, nem tanto frios se comparados a outras capitais como SP e as terras gaúchas. Confesso que o inverno aqui no Rio é agradável. Você sente frio mas não sente o incômodo de não conseguir fazer nada, por viver em um país tropical totalmente despreparado para baixas temperaturas (e as altas também). A gente bem poderia fazer assim: viver no Rio de Janeiro no inverno e nos polos do planeta no verão, que tal?

Mas este post não é para falar de frio, embora tenha até suas conexões. Ainda pensando no que escrevi ontem, me peguei pensando ainda mais em como a nossa sociedade está doente. Como aquelas opções que pensamos que poderiam "nos ajudar" como a religião e psicologia estão mais doentes ainda. Vivemos literalmente numa selva de pedra cercados de egoístas, uns doidos assumidos, outros enrustidos. A quem procurar ajuda, num momento de tensão, seja ele em qual nível for?

Reparei que as pessoas andam bebendo cada vez mais, assistindo a televisão cada vez mais, fumando cada vez mais, uma necessidade doída de fugir de si mesmo para, imagino, tentar se salvar? Colocar a vida em piloto automático (isso me lembra o filme Click, que embora tenha suas precariedades, considero um puta filme com uma puta ideia simples bem executada, de acordo com o que se propõe a ser) é uma escolha -- e como tal -- tem suas consequências. Aliás, tudo na vida tem consequências: uma hora a gente paga o preço da escolha de cada uma delas, pode acreditar.

Fiquei pensando que em toda a minha vida eu nunca vi as pessoas tão sem suas máscaras como vejo agora. E, se antes isso me trazia agonia, agora me traz êxtase (paródia nada ver com Agonia e Êxtase, uma pérola do cinema [Sharlene, comprei esse filme por sua causa e não me arrependo]). É como se eu entendesse, mesmo sem entender. É como se eu compreendesse, pois é o único ato cabível em dias como estes. Não julgar, não criticar, não condenar -- atitudes que sempre fui expert em fazer e que, atualmente, cada vez menos cabem em mim.

Penso em quando vamos tentar o diferente. Mesmo sabendo que as regras não são genéricas a todos (ainda bem!!!), mesmo sabendo que a esperança reside onde a gente pensa que ele nem sonha em existir, mesmo sabendo que se nosso objetivo é único e comum a todos, mas todos vivem dispersos, vivendo suas vidas ainda assim. Louco, né? Esta é a minha cabeça agora.

Deixo outra pergunta: qual o seu objetivo maior e real nesta vida?

Dia da insônia (e de pensamentos)

Hoje foi aquele dia em que virei a madrugada insone. Por motivos de trabalho, um misto de necessidade e prazer de curtir a noite silenciosa. Sem msn com janelinhas subindo, sem twitter com pessoas dando bom dia ou boa tarde. Sem telefone tocando números indesejados. Sem o barulho da rua. Apenas eu, o frio, chá quente e um gato do meu lado (enquanto meu amor dorme...).

Ando silenciosa, talvez presenciando mais uma mudança radical em mim. Quem me conhece, sabe que não sou estática. Vivo mudando. Bom, penso que todos devam ser assim, mas a gente bem sabe que muitos mudam o verniz mas não mudam sua essência. Aí é fácil. Então, longe de mudar cabelos, roupas e aparência em geral; longe de mudar de casa, de emprego ou de namoro, a real mudança traz uma sensação paradoxal: o prazer e a ansiedade de uma perspectiva totalmente nova e, ao mesmo tempo, a angústia de deixar para trás uma segurança (que pode ser real ou falsa).

E nesse meio-termo, ínterim de mim mesma, por vezes me vejo na tangente de minha própria vida, em outras, correndo atrás do próprio rabo. Não tão ácida nem tão doce, não tão agressiva nem tão esquisita. Não sei me definir. Mas sei que o silêncio me alimenta de maneira visceral nesses dias.

Aí me pego pensando, fazendo aquela retrospectiva antes do aniversário que se aproxima. Tantas coisas se sucederam neste ano. Amigos que vieram e que se foram. Aquelas palavras calorosas, ditas em tom de cumplicidade num momento íntimo, simplesmente se foram. Fica a lembrança e esta minha atitude canceriana de dar um longo adeus ao passado. Porque, sim, marca e eu sempre sentirei saudades daquilo que foi bom e que o tempo nunca apagará.

Ah... e as pessoas que vivem suas vidas em um círculo? Tudo bem, nossa vida é cíclica... mas de vez em quando não dá vontade de ser diferente? Qual o grande objetivo da nossa vida?

Cadê o desejo ardente, interno e real de ser verdadeiramente feliz? As pessoas, hoje em dia, se vendem por tão pouco. Se doam por nada. Perdem a luz interior e a ingenuidade, a doçura e o amor em troco de ilusões. Não me excluo, mas estou desesperadamente tentando ser diferente.

E você? O que você está fazendo de verdade para a sua vida?

Ausência

Gente, prometo retomar este blogue!!! Nunca fiquei tanto tempo sem postar... emails, twitter, facebook... essas coisas andam bem quietas. Talvez e apenas o twitter ainda esteja bem atualizado dada à sua praticidade. Ando bem curtindo demais o silêncio... mas me aguardem, pois as ideias fervilham dentro de mim, apenas ainda não foram concebidas!

Então vá, vá pra Jacarepaguá!

Queridos amigos e leitores deste blogue, está decidido (com bastante antecedência, como é de meu gosto...): vou comemorar meu aniversário aqui no Rio de Janeiro! E não poderia hver lugar mais interessante do que... Jacarepaguá. Por que? Explico.

 No dia 16 de julho, a querida cantora Myllena fará um show na Lona Cultura Jacob do Bandolim, que fica em Jacarepaguá. Oras, não é um momento perfeito para comemorar meu aniversário E ainda assistir ao show dela? Claro que sim!

Neste sábado, fui com a minha mais nova amiga carioca -- a Alessandra -- comprar ingressos. Fui apresentada ao bairro, uma gracinha, simples e arborizado. E aproveitei para conhecer um lugar chamado Castelo do Vinho. Aí, para mim parecia uma combinação perfeita: um warm-up jantando e bebendo suco de uva, show da Myllena com participação de Isabella Taviani e depois... ah quem se preocupa com depois? 

Sei que duas amigas minhas de SP praticamente confirmaram que virão. Então, assim, amigos paulistas e amigos cariocas, sintam-se mais do que convidados a vir jantar comigo, beber uns vinhos e papear no Castelo do Vinho. Depois, quem quiser, bora ver o show de Myllena na Lona Cultural (ali do lado) e... depois... depois a gente vê o que faz.

Segue o serviço:
Rua Samuel das Neves, 376 - Pechincha (Rio de Janeiro)

Praça Geraldo Simonard, sn - Pechincha (Rio de Janeiro)

A partir das 16h00 estarei lá no Castelo do Vinho e como boa beberrona que sou, estarei enchendo a cara de álcool como bem sabem os meus amigos. Estão todos convidados. Apenas peço que me confirme para eu separar o número adequado de lugares.

Observações:
1-) o título do blogue é em homenagem absoluta à música "Esquinas de Jacarepaguá" faixa bônus do último álbum de Isabella Taviani (Meu coração não quer viver batendo devagar). Dá uma olhadinha no videozinho abaixo.
2-) quero ver Jeane Soares, Robertinha La Despistada, Fafá Barbalho, Karla Rosalino, Profa. Maria Helena, Deja, Moema (onde vc tá?) todas no show, hein?

Uma ode ao silêncio

Bendito seja o mundo moderno!

Alguém parou para reparar que estamos vivendo, talvez, os tempos mais barulhentos de toda a história da raça humana? As novas tecnologias não trouxeram apenas novos equipamentos mas também maior acessos dessas mesmas tecnologias a um novo cada vez maior de pessoas.

Nosso atual tempo é o tempo da pressa, o tempo da suposta ausência de desperdício. Se queremos dias mais longos, queremos cada vez mais aparatos mais suporte. Já virou clichê dizer que somos uma geração dos descartáveis. É um círculo vicioso querer sempre o aparelho mais moderno, com mais aplicativos, com maiores funções.

Minha mãe é da geração pós-guerra do Japão. Os filhos daqueles que enfrentaram a guerra tiveram de aprender a economizar tudo e qualquer coisa a todo custo. Acho isso o extremo oposto e sempre entrei em embates com minha mãe por isso: a sua mania de guardar tudo achando que vai precisar depois. Não vai! Mas ela tem realmente um pensamento cristalizado de que pode precisar.

Da mesma forma, vejo a geração dos descartáveis achar que o simples ato de comprar cada vez coisas mais modernas é um ato salutar. Não acho, sinto muito quem pensa assim. Mas, digamos que o poder aquisitivo é uma ferramenta tentadora.

Bem isso tudo foi uma volta gigante dada para dizer que eu sinto falta do silêncio. As pessoas parecem constantemente energizadas para falar alto, berrar ao invés de conversar. O som nunca pode estar em um decibel de respeito ao vizinho. Em aviões, trens, ônibus e metrôs, os DJs ambulantes de acham dono de seu metro quadrado e foda-se quem estiver literalmente ao seu lado com dor de cabeça ou um simples gosto musical diferente.

Nas periferias, carros bombados consideram lugar público qualquer um em que possa estacionar seu carro, abrir o capô e ligar seu funk ou pagode (porque são sempre esses gêneros musicais) em altíssimo volume, não importa a hora do dia ou da noite. E muita gente ganha grana bombando carros assim, pensa.

Você conseguiria ficar em silêncio por mais de uma hora, sem dizer uma única palavra, nem que fosse para você mesmo? Duvido. Somos movidos a açúcar e a uma constante necessidade de estar fazendo algo, porque o ócio já não se diferencia da preguiça e silêncio é coisa de monge tibetano.

Fico imaginando aonde estaremos daqui a um tempo. Lembro que diziam que usar fones de ouvidos durante muito tempo estragaria a audição de uma pessoa a médio prazo. E viver nesse constante barulho diário, sem protetor auricular, o que pode causar? Garanto que ficar apenas surdo será luxo.

Duas aquarianas!

Com um imenso sorriso no rosto, me peguei pensando num filme que vi em São Paulo, na Mostra Internacional de 200: Caramel. Às vezes me dá saudade fazer aquelas maratonas de filmes do mundo inteiro e descobrir atores novos e culturas novas... quem sabe numa nova fase, em breve?

Citei Caramel porque é um filme dirigido e também atuado pela belíssima atriz Nadine Labaki. Ela merece divulgação porque é linda. Estratosfericamente linda. Aí, caçando, descubro que ela é aquariana como uma outra atriz belíssima, musa minha há mais de vinte anos: Christiane Torloni. Aí me peguei nas coincidências: além de serem do mesmo dia de nascimento (18 de fevereiro), as duas são belas morenas, com olhos grandes (adoro), sorriso grande e encantador. *suspiro*

Minha xará todo mundo conhece, mas a Nadine Labaki, não. O site oficial dela está fora do ar temporariamente (uma pena), mas clica aqui e aqui para saber mais dela. E tentem caçar Caramel para assistir. Vale a pena.

Ah: em alguns momentos (como acima), eu me rendo às aquarianas... rs

Novo início!

A coisa chega assim: de mansinho. Você não faz mesura e de repente, o inusitado: simplesmente acontece. Uma pergunta parece básica -- como foi? Ninguém sabe. Fato é que quando certas coisas precisam acontecer, nada as impede de tornarem-se reais.

Neste início de madrugada em pleno sábado, me pego pensando num assunto que queria postar há meses, sem exagero: o término das amizades.

Eu nunca pude ser capaz de entender algumas coisas que se sucederam na minha vida. Não sou ingênua nem pretensiosa para adivinhar e para predizer. Fui pega de calça curta, mesmo quando agi ou quando recebi uma ação.

Sinto falta dessas pessoas que se foram. Sim, não sou orgulhosa para dizer que não sinto falta, porque sinto falta sim. Talvez eu sinta falta daquilo que ficou bom e ficou eternizado nas memórias. Porque antes de terminar havia um sentimento bom, quente, afetuoso, reconfortante de amizade.

Sempre reparei em mim mesma uma necessidade de controle absoluto sobre tudo o que fosse exterior a mim. Claro que a mesma regra não valia para o controle de mim mesma. Assim, eu podia viver uma vida desregrada até o momento em que invadissem a minha privacidade.

Não dizem que a necessidade de controle é justamente a ausência dela? Pois, digamos, que com isso eu tenha tido experiências amargas e doces nesse sentido.

Isso tudo para dizer que estou com o coração aberto em relação às novas pessoas que entrarão em minha vida! SIM! Oficialmente (olha o controle...) que a temporada de reclusão, crise e o caralho a quatro estão terminadas.

O nevoeiro cede e a escuridão vira dia. Nada ainda é sinônimo de pura alegria, porque a vida é batalha diária. Para sermos plenos, precisamos plantar diariamente. Para sermos felizes, espalhamos felicidade a cada segundo. Para sermos todo, precisamos nos fragmentar -- sem nos quebrar. Fácil, né? ;-)

E que todos os meus amigos cariocas sejam bem-vindos neste coração paulistano, mas cheio de vontade de viver a vida plenamente. Todos nós merecemos!

E assim...

Não diria que esteja vivendo uma crise criativa. Palavra forte, essa. Parece que se a gente ficar pensando nela por muito tempo, vai grudar igual sarna e nem o mais poderoso dos remédios antissarna darão conta de resolver a questão!

Eu acho que estou... num misto complicado de silêncio com revolução interna. Ah sim! Muitas coisas estão acontecendo e para a gente ser bem malcriado e sacana, vou dizer que não interessa falar disso. Quem está por perto sabe e blá-blá-blá. Alguns fatos são expressivos: nunca li tanto na minha vida -- a trabalho. Nunca fiquei tanto tempo sem postar -- por motivos meus. E nunca me senti tão... imitada. Seria essa a palavra?

Inspiração e imitação parecem andar ali... tão perto que quase se dão as mãos. Eu me vejo, um pedaço retorcido de ferro falsamente forjado, nas palavras de outrem. As palavras dos outros que parecem as minhas palavras. As atitudes alheias que parecem tão deliberadamente copiadas de mim.

Oh, eu diria que estou tão autoconfiante a ponto de achar que tudo gira em torno do meu umbigo? Não. Mas eu diria que se não for tão óbvio para eu me achar tão superpoderosa é, no mínimo, passível de observação apurada.

Mas mesmo assim, os dias estão tão gostosos de se viver... eu descobri que me redescubro nos outros -- mesmo que eles estejam a me copiar. A convivência não é a mesma sem os elementos do exterior. Eu nunca julguei que teria tantos amigos cariocas! Olha só a ironia. Alguns que ali me leem sabem o que eu quero dizer. E se eu nunca fiz deste blogue um confessionário, transformo-o no dito cujo agora mesmo!!!

A amizade é um troço demorado de ter. Mas, como tudo, precisa começar. E fico feliz os bons ventos soprando com força, esperança e alegria aqui no Rio de Janeiro. Amém! Que assim seja!

Matéria sobre Isabella Taviani no Palco MPB

E não é que foi ao ar??? O mais inusitado foi que não planejei nem pedi para isso acontecer.  Não fui atrás de ninguém para pedir para falar. Ao contrário, a voz tinha de ser a da Fafá (que aparece logo depois de mim), porque ela é fã da IT há mais de 15 anos! Mas foi uma delícia poder falar de uma artista de que gosto tanto... E foi uma honra, porque procurei manter o tom que a própria IT tem de força e humildade nas palavras. É isso aí! Obrigada de novo, rádio MPB FM! ;-)

Isabella Taviani no Palco MPB

Pela primeira vez, fui assistir a um Palco MPB -- evento patrocinado pela rádio carioca MPB FM. Artistas apresentam-se gratuitamente ao público em algum espaço e quem quiser ver, pega senha gratuita ou concorre a ingressos pela própria rádio.

Não preciso dizer o quanto gostei do show. Fazia algum tempo (mais de dois meses, o que para uma fã é muita coisa!) que não via a querida IT. E, também, fazia algum tempo que não via minhas queridas amigas -- feitas com a unção e motivo cujo nome responde a Isabella Taviani. Ou seja, foi um dia único e especial para mim.

Pois, convenhamos: chegar na fila às 13h00 não é privilégio e paciência de muitos. Mas, lá estávamos: Karla Rosalino, Cristina Kok, Jeane Soares, a primeira leva a chegar. A segunda foi Deja, Maria Helena. As últimas foram Fafá Barbalho e Robertinha La Despistada.

Foi um dia frio! Aquela região, extremamente aberta e arborizada, trouxe ventos gélidos que eu não julguei capazes no Rio de Janeiro! Tava um frio digno de Avenida Paulista à noite! E eu, sem blusa, confesso que fiquei com unhas roxas.

No entanto, aquelas sete horas entre a chegada e o show passaram voando! Muita risada, muita piada, muita conversa sobre tudo e sobre todos. Eu sempre acho incrível como Isabella Taviani consegue reunir -- tão bem -- pessoas tão diferentes. E, olhando também as pessoas presentes na fila, dava para ver que sua música atinge todas as faixas etárias, todas as classes sociais. Todo mundo ali, que tinha acabado de sair do trabalho (ou fugido dele), que estava à toa, que estava simplesmente ali.

Durante o show, Renato Fonseca (teclados), Marco Vasconcelos (violão) e Isabella fizeram um show que me lembrou os acústicos nos Sesis, no ano passado. Versões ligeiramente alteradas das músicas que ela costuma cantar nos shows. Aproveitou para apresentar "Meu amor mineiro" -- canção inédita em que declara seu amor à Minas Gerais e tudo aquilo que seu estado produz. Palhinha a capela de "Sob Medida" (foi uma delícia ouvi-la ao vivo, só a voz da IT e da plateia). Repetecos em dose dupla de "Arranjo" e "Luxúria" (dá-lhe DTs!). 

Ainda tive o direito de dar uma entrevista para a própria MPB FM. Não sei quando e se vai ao ar, mas foi mega divertido responder "Por que vc está aqui hoje?", "O que é a cantora IT?", "O que a música dela tem que atrai seu público?". ORAS POIS! Meu amor à artista Isabella Taviani está aqui grafado a ferro e fogo neste blogue! Foi um prazer imenso poder publicá-lo de outra forma! Mesmo que não vá ao ar, obrigada MPB FM!

Como fiquei longe, não tenho fotos minhas, mas posto as fotos de Drika Landim que estão no site da rádio. A fotinha acima é crédito de Robertinha La Despistada.

Uma pena foi que IT não recebeu ninguém no camarim, nem as fãs veteranas para tirar suas milésimas fotos e seus milésimos autógrafos. Mas cada um ali saiu sorridente, feliz, satisfeito, alma lavada e energia renovada! Até o próximo.

Belíssimo texto de Frei Betto

Fonte original: http://sergyovitro.blogspot.com/2011/05/os-gays-e-biblia-frei-betto.html

Os gays e a Bíblia - FREI BETTO

É no mínimo surpreendente constatar as pressões sobre o Senado para evitar a lei que criminaliza a homofobia. Sofrem de amnésia os que insistem em segregar, discriminar, satanizar e condenar os casais homoafetivos. No tempo de Jesus, os segregados eram os pagãos, os doentes, os que exerciam determinadas atividades profissionais, como açougueiros e fiscais de renda. Com todos esses Jesus teve uma atitude inclusiva. Mais tarde, vitimizaram indígenas, negros, hereges e judeus. Hoje, homossexuais, muçulmanos e migrantes pobres (incluídas as “pessoas diferenciadas”...).
Relações entre pessoas do mesmo sexo ainda são ilegais em mais de 80 nações. Em alguns países islâmicos elas são punidas com castigos físicos ou pena de morte (Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Nigéria etc). No 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 2008, 27 países-membros da União Europeia assinaram resolução à ONU pela “despenalização universal da homossexualidade”.
A Igreja Católica deu um pequeno passo adiante ao incluir no seu catecismo a exigência de se evitar qualquer discriminação a homossexuais. No entanto, silenciam as autoridades eclesiásticas quando se trata de se pronunciar contra a homofobia. E, no entanto, se escutou sua discordância à decisão do STF ao aprovar o direito de união civil dos homoafetivos.
Ninguém escolhe ser homo ou heterossexual. A pessoa nasce assim. E, à luz do Evangelho, a Igreja não tem o direito de encarar ninguém como homo ou hetero, e sim como filho de Deus, chamado à comunhão com Ele e com o próximo, destinatário da graça divina.
São alarmantes os índices de agressões e assassinatos de homossexuais no Brasil. A urgência de uma lei contra a violência simbólica, que instaura procedimento social e fomenta a cultura da satanização.
A Igreja Católica já não condena homossexuais, mas impede que eles manifestem o seu amor por pessoas do mesmo sexo. Ora, todo amor não decorre de Deus? Não diz a Carta de João (I,7) que “quem ama conhece a Deus” (observe que João não diz que quem conhece a Deus ama...).
Por que fingir ignorar que o amor exige união e querer que essa união permaneça à margem da lei? No matrimônio são os noivos os verdadeiros ministros. E não o padre, como muitos imaginam. Pode a teologia negar a essencial sacramentalidade da união de duas pessoas que se amam, ainda que do mesmo sexo?
Ora, direis, ouvir a Bíblia! Sim, no contexto patriarcal em que foi escrita seria estranho aprovar o homossexualismo. Mas muitas passagens o subtendem, como o amor entre Davi por Jônatas (I Samuel 18), o centurião romano interessado na cura de seu servo (Lucas 7) e os “eunucos de nascença” (Mateus 19). E a tomar a Bíblia literalmente, teríamos que passar ao fio da espada todos que professam crenças diferentes da nossa e odiar pai e mãe para verdadeiramente seguir a Jesus.
Há que passar da hermenêutica singularizadora para a hermenêutica pluralizadora. Ontem, a Igreja Católica acusava os judeus de assassinos de Jesus; condenava ao limbo crianças mortas sem batismo; considerava legítima a escravidão;e censurava o empréstimo a juros. Por que excluir casais homoafetivos de direitos civis e religiosos?
Pecado é aceitar os mecanismos de exclusão e selecionar seres humanos por fatores biológicos, raciais, étnicos ou sexuais. Todos são filhos amados por Deus. Todos têm como vocação essencial amar e ser amados. A lei é feita para a pessoa, insiste Jesus, e não a pessoa para a lei.

Meu companheiro querido...

Nos suportamos o dia inteiro, todos os dias... dou umas broncas quando ele me morde, ficamos de bem. Ele dorme no meu colo o tempo todo... e fica nessa posição que é um charme só... com vocês, Floriano!

Sharlene's b-day!

Tá no fim do dia... mas presto aqui uma simples homenagem a uma das minhas melhores amigas: Sharlene.
Já cansei de contar a história de nós duas aqui, duas loucas que se reconheceram no meio do caos de São Paulo. Hoje fica apenas a lembrança e a vontade do abraço que gostaria de te dar. Quem sabe um dia comemoro seu aniversário ao seu lado... gostaria muito disso!
Para os leitores que quiserem xeretar as postagens anteriores sobre Sharlene... clica aqui!
Feliz aniversário, amiga. Luz e lucidez para você.

Minha receita de guacamole

Estamos na época dos abacates e toda pessoa que gosta de cozinhar, precisa aproveitar as frutas da época, por ter a maior variedade e as frutas com maior sabor. Ainda estamos na época de abacates... e taí uma boa oportunidade de fazer uma receita deliciosa e extremamente saudável. Além de megafácil de se fazer.

A receita original pede avocado, mas convenhamos que avocado é muito caro. Embora tenha um sabor mais encorpado e seja -- de longe -- macio e tenro, abacate sai 1/4 do preço e praticamente tem o mesmo resultado final.

Primeiramente tenha uma abacate médio em mãos. Detalhe: ele precisa estar MUITO maduro. Abacate verde não rola. Eu mesma já tentei e não deu certo. Ou vc compra uma fruta madura, ou compra verde e espera amadurecer (tipo, embrulhando no jornal, como minha mãe faz, essas coisas).

Pegue o abacate (de médio a pequeno, varia) e retire a polpa. Antes de começar a amassar com o garfo, esprema o suco de um limão siciliano (pode usar qualquer outro, mas vai por mim, porque com o siciliano o sabor fica divino). Aprendi essa dica como o senhor Claude Troisgros. Com um garfo, amasse delicadamente. Pique uma cebola pequena em cubos pequenos e acrescente. Um tomate pequeno, sem pele e sem sementes, em cubos também pequenos. Uma mão cheia de coentro picadinho. Vá misturando e incorporando os ingredientes. Precisa haver um equilíbrio correto e nenhum estar faltando ou sobrando, então fique de olho.

Acrescente azeite e sal a gosto. Por fim, fica a critério de cada um: vc pode pegar uma pimenta dedo de moça, tirar as sementes e picá-la bem fininho e colocar. Pode pegar uma pimenta jalapeno em conserva (como tenho aqui), picar e colocar. O sabor original é o da pimenta jalapeno, que não é muito ardida e é muito perfumada. Ou, ainda, usar uma pimenta Tabasco e despejar gotas a gosto.

Para acompanhar, doritos amarelo (de preferência). Costumo torrar um pouco de pão árabe (olha a mistureba) e comer, que fica muito bom também. Delícia! ;-)

Carne de soja ao molho agridoce

Ai... nem vou pedir desculpas aos leitores do blogue, mas desculpe mesmo assim! Os dias corridos, os compromissos, a preguiça, uma certa falta de criatividade.... enfim. Dias e dias sem postar. Mas não sem ideias.... apenas... guardadas, digamos assim.

Direto e reto: em homenagem a minha amiga Gabitchs, "criei" mais uma receita com proteína de soja. Devo dizer que toda vez que assisto à deliciosa China de Kylie Kwong, eu penso no óleo de amendoim, no óleo de gergelim, no gengibre, no vinho chinês para culinária, no vinagre chinês para culinária e pimentas, pimentas... de todos os tipos! Secas, frescas.... ah.

Mas culinária chinesa adooora uma carne de porco. Evitando isso, pensei em como poderia fazer uma carne de soja que ficasse saborosa e que me satisfizesse as lombrigas que Kwong me causou.

Então, fiz assim. Peguei uns 300g de proteína de soja (daquelas grandonas) e coloquei de molho com um pedaço generoso de gengibre ralado. Troquei de água umas 3 vezes, mantendo sempre na geladeira.

Peguei a proteína e piquei ela simulando uma carne, ou seja, em tiras finas. A proteína grandona já é um corta tesão culinário só de olhar, certo? Pique-a devidamente!

Peguei 2 cebolas médias e cortei em formato de pétalas, bem grandes. Numa panela (eu ganhei uma wok, mas pré-preparar a bichinha dá tanto trabalho, que deixei para estrear a wok depois.... :P) no fogo máximo, coloquei um pouco de óleo de soja e umas duas colheres de óleo de gergelim. Fritei um pouco. Acrescentei 3 colheres de sopa de molho de soja, 1 colher bem cheia de açúcar mascavo. Coloquei uma colher de sopa bem cheia de gengibre picado em palitos. E cozinhei. A isso, os chefs chamam de "caramelizar". Dá-lhe caramelizar, mesmo porque, adoro sabores agridoces.

Um minuto depois, acrescentei a soja picada. Cozinhei. Acrescentei em seguida 2-3 colheres de saquê (na falta de vinho chinês...). Segui cozinhando em fogo bem alto. À parte, torrei numa frigideira uns 50g de sementes de girassol com um pouco de sal, apenas. Quando as sementinhas estavam começando a ficar marrons, joguei por cima do cozido e abaixei o fogo. Queria deixar o caldo apurando para penetrar bem na carne.

Uns 5 minutos depois, provei e vi que faltava um pouco de sal. Aí, fica a critério de cada um. Uma pitada, mais um minuto e pronto. Mermão... ficou uma delícia que só! Eu consegui exatamente o que eu queria: um sabor agridoce, com um picante do gengibre e o aroma inigualável do óleo de gergelim. Fora a crocância das sementes de girassol (que poderia ser substituído por amendoim. Usei semente de girassol porque comprei um saco imenso!).

Para mim, fica como excelente opção para os vegetarianos e para os adoradores de comida saudável! Espero que gostem! Fica devendo foto... ;-)