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A mulher do metrô

Metrô é um dos cenários caóticos para quem anda de condução em São Paulo. Isso todo mundo já sabe. Mas, o que as pessoas às vezes não percebem, é que é possível criar poesia mesmo em meio ao contexto mais inimaginável. Pois é.

Metrô Barra Funda, quase oito horas da manhã. Enquanto esperava o próximo trem chegar, reparei numa oriental (que obviamente não sei dizer se era japa, chinesa ou coreana...). Muito bonita, muito atípica... que chamou a minha atenção. Ela era linda e eu simplesmente não conseguia parar de olhar para ela.

Ela, por sua vez, tinha um olhar distraído. Fiquei imaginando no que ela estaria pensando. Mas a sua beleza, que não sei porquê, era a única coisa que sobressaía... E isso porque nem acho as orientais bonitas. E ela também não é o meu modelo de beleza feminina. Mas, ali, ela me encantou.

Todos entraram, ela ficou mais perto da porta e eu fiquei num local estratégico em que poderia observá-la, sem ela perceber. Trocamos um breve olhar. Eu continuei a observando e ela continuou distraída. Ela realmente era muito bonita, imaginei que fosse mestiça, pela "constituição física"... e eu não conseguia parar de olhar para ela.

Um pouco antes de chegar na estação Anhangabaú, eu sentei. Fiquei com a visão mais privilegiada ainda e continuei observando-a. Ela desceu. E eu não parei de observá-la sair, colocar a blusa (ela estava apenas com uma camisetinha, mesmo no frio...) e subir as escadas rolantes. O metrô fecha as portas e parte. E ela, da escada rolante, olhar para a minha direção. Para mim? Não sei... mas esse último olhar trocado e essa suposta cumplicidade me deixaram sorrindo até a estação seguinte, onde desci.

Tenho algumas historinhas assim, retiradas desse cotidiano caótico que é viver em São Paulo. Esta será uma daquelas que eu nunca mais esquecerei...

LAS ACACIAS - o filme

Dentre todos os cinco filmes que vi na Mostra Internacional de Cinema, elejo Las Acacias como o que mais mexeu comigo. É o típico filme de Mostra: simples mas com uma intensidade que, desculpa, só alcança poucos. Porque, sim, a maioria vai ao cinema para contabilizar quantos filmes viu e não sentir e refletir sobre o que viu. Ao final, você apenas ouve comentários do tipo: "bonitinho, a menina é uma gracinha. Este foi o vigésimo filme que eu vi!". Pfff.

Las Acacias é outra pérola do profícuo cinema argentino. Trata-se de um road movie sem as lantejoulas a que estamos acostumados. Mostra personagens secos, cortados, tolhidos -- como as acácias mostradas logo no início do filme.

Mas se as acácias são as árvores cortadas (que podem voltar a brotar) e os personagens são as acácias, veremos que mesmo depois de vinte minutos de filme quase sem diálogo (mas nem por isso menos intenso e cheio de mensagens), o que os personagens ali mais querem é um contato mútuo, é relacionar-se, é compartilhar.

O personagem de Rúben me pegou fundo porque ele me parece o mais real protótipo de um ser humano que sofreu, perdeu e arriscou tanto que simplesmente preferiu se fechar em seu mundo vazio, silencioso e egoísta. Jacinta também é outa mulher sem sonhos apenas com a dura realidade de manter sua filhinha viva. E a filhinha, Anahí, é o elo inimaginável que une esses dois desertos. Secos e sedentos.

Não preciso dizer o quanto chorei e o quanto foi catártico para mim, diante da fase que estava vivendo. A relação entre os dois é intensa: sem palavras, sem contato físico, sem olhar. Não é tensão sexual ou romântica, é a vontade de sentir a vida outra vez, como ela foi um dia. Eles sabem (e não sabem) que precisam voltar a viver e eles sabem que, ironicamente, a aridez comum entre seus sentimentos é que os trará de volta ao sorriso.

Um filme lindo, perfeito, mágico, simples e cheio de doçura. Vou caçar para comprar. Se voltar a reprisar ou se estrear, por favor, não percam... é uma obra de arte em homenagem à esperança e à vida!

CALVET, o filme: a intensidade e a loucura

Sina de escritor é essa: a ideia surgir em muitos momentos, naquelas horas inapropriadas, quando não há o alcance de nenhuma caneta ou um pedaço de um verso de um papel qualquer. Guardar o pensamento na memória e torcer para que ela cresça o suficiente para virar um verso, um capítulo qualquer.

Eu vi Calvet - documentário sobre o artista plástico Jean-Marc Calvet -, semana passada, na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. E pensei numa das frases que ele mais repete: "vomitar tudo para fora". Ele é intenso e maluco num nível tão assustadoramente genuíno, real que não tinha como pensar nele como alguém parecido comigo.

Porque quando vc se dá conta da própria intensidade, seja ela dita por alguém seja ela descoberta por si própria, vc não tem muitas opções. Vc pode ser inconsequente ou tentar tirar proveito disso. Certamente Calvet foi inconsequente antes de tirar proveito e é isso (mais ou menos) do que o documentário trata.

Vivemos numa sociedade horrorosamente opressora!!! Vivemos numa sociedade que diz o que precisamos ser, o que precisamos dizer, o que precisamos fazer. As regras que determinam o que é correto e o que é esperado. Quando não correspondemos a essa imensa expectativa silenciosa, é praticamente impossível não pirar.

O que mais me tocou no documentário sobre Calvet é a sua coragem inversa em mergulhar fundo, fundo, fundo e apenas mais fundo nos seus próprios tormentos. É alguém que não tem medo de descobrir o que há por trás dos fantasmas (reais e ilusórios) de seu medo. É a coragem (aquilo que mais admiro) de não pensar no que o outro vai pensar, mas fazer aquilo que acredita que precisa ser feito. Calvet é uma alma perturbada e, ainda assim, corajosa e livre.

Seus quadros são retrato de sua intensidade de sentimentos. Sua voz: rápida, agitada e articulada. Sua sinceridade: rasgante, honesta, dolorosa e verdadeira. Como não tinha lido a sinopse direito antes de ver o filme (como sempre digo, faça isso às vezes e vc se surpreenderá!), não sabia ao certo o que me esperava. Achei que fosse ficção... a vida pode ATÉ parecer ficção em muitas vezes. Mas não é. Se o filme repassar na repescagem, veja! Indicadíssimo.

Trilha sonora de hoje: The Different

You've never been to the moon
But don't you want to go
Under the sea in the volcano
You've never looked into my eyes
But don't you want to know
What the dark and the wild
And the different know.


Come dance with me now

We'll dance without a care
I'm as free as a fire
And change is in the air
There are some things in my life
I'll never understand
But they become the force
That makes me who I am.

Don't you worry about the kids

The kids are all right
Mama's rollin' in the back yard
Filled with love and light
'Cause you live and you learn
And you learn to hold on
And time will make it heal
And time will make it gone.

Come with me now.

Come with me now.
It's time to try.
It's time to fly.

Lançamento - Pequenos afazeres domésticos

Amigos paulistanos, quero convidar vocês a se encontrarem comigo para o lançamento do livro de poemas (sim! isso mesmo que você leu!) da minha amiga poeta, escorpiana, cabelos vermelhos: Lilian Aquino.

Ela já disse tudo no blogue dela, sala dos passos perdidos: é muita coragem publicar poesia no Brasil, infelizmente. Mais coragem ainda, publicar um autor desconhecido. Mas... grandes realizações vem para aqueles que não têm medo de sonhar, de se arriscar, de se atirar no escuro!

Lembro quando li os primeiros poemas da Lilian... lirismo puro. Uma doçura única vinda dessa escorpiana com ascendente em peixes. Imagens simples, olhar único, metáforas que trazem os cheiros até você. Ela não é despretensiosa, ela faz isso de propósito... e como faz bem!!!

Querida, estou tão, mas tão, mas tãããão feliz por você, que você não tem ideia!!! Muito orgulho de ter você espalhando sua doçura por aí. No dia 10/11 estarei lá para te abraçar, para ver você brilhar, para tirar uma foto com você, pegar seu autógrafo.

Ansiosa por esse dia! E parabéns, mais uma vez, para você!

Aquela que me conhece mais do que a mim mesma

Finalmente, depois de quase sete anos de amizade, temos uma foto juntas! hahaha Aposto que uma história assim, ninguém tem...

Pois é, somos duas exigentes com fotos e adia daqui e dali... eu disse a ela, ontem, que de hoje não podia passar, porque não tínhamos uma foto sequer juntas! Como assim? Argumento impossível de ser batido.

O finde ao lado dela foi algo que precisava muito. Para ajudar a curar minhas feridas, para ajudar a lembrar quem eu sou, para filosofar sobre a vida -- e TODOS os seus aspectos. Obrigada, filha, por ser a amiga que é na minha vida.

Uma noite, um sábado qualquer

Este fim de semana tem sido mais do que especial. Estou compartilhando as horas com a minha querida filha Poliana. Como sempre digo aqui, aquela que me conhece mais do que a mim mesma.

Essa proximidade tem me feito muito bem. Passamos um bom tempo bem distantes uma da outra. Então, de repente, é bom lembrar de tudo que somos quando estamos juntas. A cumplicidade de pensamentos. A capacidade de filosofar sobre os mais diferentes assuntos. A capacidade dela de entender minha intensidade e minha água. E eu olho para ela e ela simplesmente É a minha melhor amiga.

Os filmes que assistimos hoje da Mostra Internacional foram escolhidos por ela. Perfeitamente escolhidos, diga-se de passagem. Mas devo dizer que Cavet e Las Acacias merecerão posts exclusivos, porque... mexeram tanto comigo, mas tanto!!! Adoro esses filmes, estava com saudades de ver filmes assim.

O dia foi quente. Almoçamos num restaurante indiano lacto-vegetariano chamado Gopala Madhava. Meus deuses... que comida divina!!! Fazia muito tempo que não comia uma refeição tão completa, tão perfeita, tão cheia de boas energias...

Comprei dois cds numa loja também divinamente perfeita, que fica dentro de uma galeria da Rua Augusta, chamada Compact Blue. Tem todas as raridades inimaginadas. Achei vários cds da Melissa Etheridge, mas comprei o Skin, álbum de 2001, que contém a famigerada "Walking on water". Corta pulsos, mas adorei. Também achei o álbum ao vivo da Isabella Taviani. Em breve espero poder ter o autógrafo da própria nele... rs.

À noite, começou a chover, como é típico de São Paulo ter as quatro estações do ano num mesmo dia. E enquanto esperávamos o ônibus para voltar, e enquanto falávamos do vazio do meu coração (como se isso pudesse ser conversado feito conversa e filosofia de bar), parou um carro antiquíssimo, desses de colecionador, bem na frente do ponto de ônibus, em plena Avenida Paulista. Eu não tinha me dado conta de que dentro do carro haviam um noivo e uma noiva. Quando reparei, sorri. E eles, lá de dentro, acenaram para mim e para a Poliana. Sorri mais ainda e acenei alegremente para eles... que cena maluca e inusitada!!! Naquele único instante, eu fui apenas felicidade. Eu senti a felicidade deles... eu compartilhei a felicidade com eles. Um rapaz no ponto também compartilhou isso com a gente. O carro se foi e eu apenas pensei... "isso é alegria". Mesmo que eles se separem daqui a uma semana, essa cena nunca se apagará da minha mente.

E enquanto a noite se esvaía em chuva, frio e conversas profundas... ficou a frase: "Não tenha vergonha de errar. Se você erra, é sinal de que você está tentando." >> perfeito para mim, que achava que andava errando tanto, ao arriscar tanto, ao ser tanto... eu. Pode ser erro. Mas também -- e principalmente -- foi tentativa. Boa lição para hoje!

Uma noite, uma sexta qualquer...

Na noite desta sexta-feira, caminhei pela Avenida Paulista ao lado da minha "filha", Poliana. Meu olhar estava (como ainda está) distante, perdido, procurando o algo além no horizonte. Não sou a melhor das companhias agora. Tenho mais perguntas do que respostas, um bocado de sentimentos conturbados dentro do meu cérebro. E tenho um coração vazio, seco e frio.

Ainda preciso dos espaços abertos. Ainda preciso olhar mais para cima do que para baixo. Ainda preciso da companhia dos amigos que me acalentem e não me julguem. Ainda preciso descobrir, de novo, quem eu sou. Ainda preciso saber discernir o que é verdade e o que é mentira sobre tudo aquilo que disseram de mim.

Não sei o que tudo isso quer dizer. Mas comecei a entender que essa minha necessidade absoluta de compreensão só me leva a mais incompreensão. O tempo é um senhor poderoso que tem pregado peças absurdas comigo. Minha mãe sempre dizia que nós fazemos nosso tempo... acho que ela se enganou porque tem vezes que não temos controle nenhum sobre nada aquilo que acontece nas nossas vidas!

E frases de músicas surgem impávidas na minha cabeça. Elas vêm do nada e ficam retumbando. E frases poéticas surgem, poesias rasgando meu coração e querendo ser cuspidas para fora de mim. E nomes de capítulos de livros, frases inteiras, brotam de mim sem parar. Ganhei um bloco de anotações que tem sido meu companheiro inseparável. Anoto todos os pensamentos, todas as palavras, todas as ideias. Não sei o que virá disso... mas sei que virá algo!

E enquanto assisto a cidade adormecer, deixo meus pensamentos voarem longe... para bem longe daqui. Para as lembranças que não encontraram seu lugar certo no meu coração vazio. Para a felicidade que parecia um simples conceito mas que foi duramente tolhida pela realidade. Para a compreensão de tantas coisas que aconteceram e querem tanto me endurecer. Se o agora dói demais em mim, deixa doer... deixa doer até não conseguir doer mais do que essa dor insuportável que agora sinto. Amanhã será outro dia. Amanhã será outro tempo.

With a little help from my friends

Este post é exclusivamente para agradecer aos amigos especiais e únicos que têm sabido -- cada um a seu jeito -- estar ao meu lado neste momento da minha vida.

> Poliana: o que seria de mim sem você? Como eu conseguiria existir sem essa pessoa que me conhece mais do que a mim mesma? Você já passou de ser imprescindível em minha vida. E você é a única nesse sentido!

> Maria Helena: seu cuidado comigo nos momentos mais inesperados fez crescer a nossa amizade e estreitar nosso laço de confiança. Obrigada por ter me ouvido como ninguém o fazia há muito tempo!

> Fabi Lopes: loira querida, do seu jeito, você também tem sido surpreendente em minha vida!

> Cláudia Bertrani: sua frieza e sua rudeza, apesar de frias e rudes, têm me mostrado a importância desses anos de amizade virtual. Perca a timidez e me conheça agora! Rá!

> Jussimionato: impressionante como você se apresentou a mim, me oferecendo as palavras precisas, sendo que eu nem tinha pedido nada. Impressionante como temos esse laço invisível, ao longo de todos esses anos, que nunca sequer pensou em se romper! Muito pelo contrário. Obrigada por ter estar aqui!

> Jana: terminamos um ciclo, começamos outro. Obrigada por todos os abraços... aqueles que mais precisei. Pessoalmente e virtualmente. Quero sempre tê-la ao meu lado.

> Cris Barufi: Xará... esses anos todos de amizade provaram que você sempre esteve perto nos momentos mais delicados. Obrigada por sua amizade, ao seu estilo, mas sempre leal.

> Volkert: e depois de tudo... a nossa amizade. Obrigada por tudo, viu?


O que basta?

Muito silêncio, queridos leitores deste blogue, muito silêncio.

O silêncio tem me feito companhia. E os espaços abertos. Preciso de duas coisas agora: de silêncio e de imensos espaços abertos. Minha tendência à claustrofobia parece ter se acentuado diante de certas coisas que andaram acontecendo na minha vida. Reflexo e resposta? Não sei, pode ser. Talvez algum psicólogo de plantão queira meter o bedelho.

Tenho andado nas ruas tentando não entrar no ritmo desvairado da vida paulistana. Pessoas correndo, pessoas mal-educadas, pessoas ranzinzas, pessoas insatisfeitas. Hoje eu vi uma moça sorrindo tão lindo na rua... sorrindo sozinha. Pensei: "o que terá lhe acontecido?". Queria que aquele sorriso fosse meu e que a sua felicidade -- mesmo momentânea -- fosse minha. Foi um sorriso lindo, espontâneo que eu sorri junto com ela naquela hora, por vê-la tão leve e feliz daquele jeito.

Mas os sorrisos são raros entre as pessoas que correm de um lado para o outro. As pessoas -- eu me incluo -- andam cabisbaixas, querendo ter mais pressa que o outro. E aí, eu me perguntei, como invariavelmente faço quando minha lucidez me toma: "O que lhe basta?"

Para uns, basta um emprego com uma rotina. Basta um salário que pague as contas. Basta uma estabilidade que, de preferência, não mude. Sair com os amigos, esquecer do emprego ruim, fazer dívidas, comprar coisas. Trabalhar mais um pouco.

Para uns, basta ser ignorante. A ignorância é uma bênção... (uma frase que eu disse uma vez e já causou MUITA polêmica! rs) Para essas pessoas, não interessa saber o que acontece no mundo, se qualquer coisa que você faça vai afetar alguém, desde jogar o lixo no chão a desrespeitar a faixa preferencial. Para que imaginar se existe um mundo invisível se o visível já tá ruim o suficiente?

Para uns, basta viver e deixar viver... excesso de responsabilidades apenas torna a vida mais chata e incômoda do que ela já é.

Para uns a vida é apenas a vida... se tiver de ser, será, se não tiver de ser, não será...

Para uns a vida é apenas o amor e a dedicação a outrem. Ao amor, a família. Para uns, a vida é dedicação ao mundo.

Para outros, a vida não precisa de amor. Podem-se passar os anos... e mais anos... e mais anos. Se não tiver à altura, melhor não ter nada.

O que lhe basta? Para mim, eu sempre achei que bastava ser idealista, acreditar em mim mesma, ser aquilo que eu nasci para ser, estar ao lado de pessoas que me aceitassem como eu sou. Isso sempre foi felicidade para mim. Mas a felicidade é um conceito complexo que depende muito mais do tempo do que de qualquer outra coisa. E o tempo é uma entidade impalpável, incontrolável. Não temos botão de avançar, voltar ou pausar. O tempo acontece com a vida a cada instante. Você pode deixar para depois, mas o que estará perdendo no agora? Você pode esperar e curtir a ceva e a colheita, mas isso também não será passividade ou controle imaginário? Você pode pausar a vida e querê-la pausada por toda a sua vida?

O que lhe basta? Ter controle ou fingir que aceita o controle? Viver ou deixar viver? Ser feliz ou ir atrás da felicidade? Minha resposta, para agora, seria: me basta um pouco de paz. Paz para entender as perguntas sem respostas. As respostas sem perguntas. As coisas que acontecem sem explicação, com explicação. O carma, o darma. O mistério, a solução. Paz para tudo isso.

'Cause I've got to break free...

Tears of the dragon



For too long now, there were secrets in my mind
For too long now, there were things I should've said
In the darkness, I was stumbling for the door
To find a reason, to find the time, the place, the hour
Waiting for the winter sun and the cold light of day
The misty ghost of childhood fears
The pressure is building and I can't stay away.
I throw myself into the sea
Release the wave,
Let it wash over me
To face the fear I once believed
The tears of the dragon for you and for me.
Where I was, I had wings that couldn't fly
Where I was, I had tears I couldn't cry
My emotions, frozen in an icy lake
I couldn't feel them until the ice began to break
I have no power over this, you know I'm afraid
The walls I built are crumbling, the water is moving,
I'm slipping away.

The hanged man

The hanged man rules my moment.

Minha trilha sonora

Where were you when I was burned and broken
While the days slipped by from my window watching
Where were you when I was hurt and I was helpless
Because the things you say and the things you do surround me
While you were hanging yourself on someone else's words
Dying to believe in what you heard
I was staring straight into the shining sun.

Lost in thought and lost in time
While the seeds of life and the seeds of change were planted
Outside the rain fell dark and slow
While I pondered on this dangerous but irresistible pastime
I took a heavenly ride through our silence
I knew the moment had arrived
For killing the past and coming back to life
I took a heavenly ride through our silence
I knew the waiting had begun
And headed straight...into the shining sun.

(Coming back to life, Pink Floyd): thanks to David Gilmour for writing this perfect song since the first time I heard it.


Parque e Museu da Independência

O dia amanheceu lindo na capital paulistana hoje. Um cenário perfeito havia se criado, especialmente para mim, para eu aproveitar meu "último dia" de férias.

Fazia muitos anos que eu não passeava sozinha. O que para alguns pode ser um tormento, sempre tem seu lado bom. É bom saber apreciar a própria companhia. E, neste exato instante da minha vida, me pareceu mais do que necessário este passeio: eu e mim mesma.

Nunca tinha ido para os lados do Ipiranga. Mas, agora, tenho motivos de sobra: minha "filha" mora ali perto. Após a tão calorosa receptividade mineira (todo o carinho que mais preciso agora), pela manhã tomamos um café juntas, como nos velhos tempos... aquela sensação reconfortante de você não precisar pensar para falar, aquele sentimento de que mesmo com o passar dos anos, a química e o entrosamento são os mesmos...

Depois de me despedir dela, comecei a caminhar. Sob um céu lindo... azul pintado para mim, vento gélido no rosto, calorzinho matinal morno: meu cenário e temperatura perfeitos. Eu andei muito... e teria andado mais se não fosse a mochila pesada. Mas mesmo a mochila pesada parecia o acompanhamento perfeito naquele instante. Parecíamos imbatíveis, eu e uma simples mochila, naquele exato segundo da minha vida.

A vida é feita desses segundos: onde tudo se encaixa, onde tudo faz sentido, onde nada precisa ser mudado. Eu estava livre, leve e solta. Livre dos meus próprios pesos, dos meus anseios, dos meus medos. Era uma poesia sendo escrita a cada passo. Mesmo carrancudos, os paulistanos pareciam sorrir para mim.

Visitar um ponto turístico num dia em que está praticamente vazio é um prazer inenarrável. O dia conspirava totalmente a meu favor. Andei, fiz várias fotos. Observei o céu. Pensei muito. Refleti muito. Tanto o Museu como a Praça da Independência são simples mas bonitos. E a beleza está nos detalhes. Alguns deles capturados pela minha câmera.

E estar num lugar cujo nome é Independência parece uma daquelas ironias sutis da vida. Mas nem posso reclamar, como poderia? Eu tenho ganhado tantos presentes que chego a me sentir uma garota mimada. É exagero? É sobra? Há falta? Não, nada disso. Tudo certo na medida como mereço e como saberei aproveitar.

Quem estiver em São Paulo e quiser aproveitar é um bom passeio. Nada excepcional mas agradável. Ainda mais se estiver vazio. Bom para pensar e refletir. Vi várias pessoas sozinhas -- como eu -- fazendo exatamente isso. Um homem de gravata sentado nas escadas de pedra, sob o sol, olhando o nada. O que ele estaria pensando? Quem saberia dizer? Em frente à pira, uma mulher, também parada olhando para o horizonte. E eu, ali, roubando esse silêncio alheio, compartilhando o meu silêncio no silêncio. Poesia urbana desenhada ali, diante dos meus olhos...

Mais fotinhas do passeio aqui no meu facebook.

Isabella Taviani no Planetário do Rio


Dia 14 de outubro de 2011 foi a data do meu último show de IT como moradora do Rio de Janeiro. Pois é... um dia começa, outro dia termina. Posso dizer que fechei com chave de ouro a curta temporada que fui moradora da cidade maravilhosa.

Não é possível descrever como foi assistir a um show da minha cantora (eternamente número 1) sob as estrelas da cúpula Carl Sagan. Precisa estar lá. Precisa fechar os olhos, reclinar-se sobre a cadeira, abri-los e ver as estrelas enquanto a voz de IT ecoa nas caixas de som. Precisa ver cenas da sua vida passando diante de seus olhos, estrelas de um lado a outro, versos de Isabella que entram nas suas veias, às vezes doce, às vezes tão rasgante...


Aquele foi um momento pessoalmente especial para mim. Sorvi cada verso de cada música como um recado final que precisava me ser dado. "Deixar a chuva lavar para escorrer daquela pele... todo o lodo e febre". "Porque não tenho tempo de errar... todos os erros do mundo". 

E foi bonito ver o público carioca ali presente cantando todas as canções. Foi bonito ver a cúpula lotada. Como a própria IT disse, estava uma energia muito boa... como sempre eu vi em todos os shows que vi.

No camarim, prometi a IT apenas o óbvio: "não importa onde eu more, continuarei sempre com você aonde você for."

Obrigada a TODOS os meus amigos cariocas que estiveram presentes nesse dia tão importante para mim. Nosso vínculo se criou por causa da IT e se estendeu para muito além disso. Acho que ainda não disse isso (ainda) à Isabella (embora ela deva saber): todas as pessoas que conheci por sua causa. Minha vida nunca seria a mesma se eu não tivesse conhecido e conversado com cada fã que eu conheci.

Por isso aos que puderam estar presentes: Deja, Camille, Maria Helena, Karla, Robertinha, Jeane, Alessandra. A todos os outros que conheço mais ou menos e não estiveram lá... o meu obrigada pelo carinho. Nos encontraremos, de novo, em breve, no próximo show da IT! E obrigada, também, ao abraço de urso de Myllena...

E uma conclusão

Não vou mais repetir (ok, somente agora...) que a minha vida anda uma verdadeira montanha-russa há mais de um ano. Talvez, mais precisamente, há uns dois anos. Nesse meio tempo, eu poderia juntar tudo que aconteceu e escrever um livro, sem titubear. E acho até que já tenha escrito alguns capítulos aqui, neste blogue.

E no meio dessa coisa toda que aconteceu e ainda acontece e -- sinto -- ainda vai acontecer, minha mente que pensa demais e que sempre pensará assim tentou achar alguma razão. Não há razão. Quando racionalizamos, perdemos a graça de todo o mistério da vida.

Mas eu sei que fui do céu ao inferno em um único dia. Várias vezes ao mês, várias vezes nesses últimos meses: e até no intervalo de uma única hora. E eu apenas me perguntava: por quê?

Por que tanta coisa assim? Um ser humano mortal e comum não quer uma vida comum, com tudo planejado, com surpresas óbvias e expectativas já esperadas? No fundo queremos e NÃO queremos. Queremos uma vida simples (e por vezes medíocre) porque não temos com o que nos preocupar e não corremos o risco de sofrer.

Eu gosto de uma vida assim, admito. Tudo numa toadinha igual, numa mesma velocidade... sem maiores surpresas. A vida não tem menos brilho por isso. Mas confesso que quando a vida se movimenta, você aprende mais e parece que tudo faz mais sentido, mesmo na correria e na confusão aparente.

Sempre disse uma frase a mim mesma e vou compartilhá-la aqui com vocês: nada na vida acontece por acaso. Se algo acontece com você agora, é porque você está preparado para viver isso. Aproveite a oportunidade, porque ela poderá ser única!

Então, estou aqui, de novo, braços abertos para a vida. Não carrego mágoas, não sinto tristeza (não quer dizer que eu não as viverei, claro...). Se tudo acontece por um motivo, não quero saber qual é. O que eu quero saber é que se a vida está me dando tudo isso, é porque mereço receber e me vangloriar e viver.

Estou me sentindo viva... sentindo uma energia renovada me reabastecer a cada pensamento que tenho. Não sei qual é o destino. Não sei qual é a estrada a tomar. E vou me despedindo de algumas pessoas que conheci e que se foram... e vou abraçando as novas que estão entrando.

Eu apenas agradeço a tudo que tem acontecido na minha vida. E agradeço a aqueles que conseguiram acompanhar as minhas mudanças, mesmo quando vivia a pior tempestade no alto-mar, sem velas e sem direção. Todos contribuíram de alguma forma.

Quero começar a fase nova da minha vida com a alegria e a inocência de uma criança. Não vou deixar de ser idealista. Não vou deixar que nada mude a minha essência. Isso vale para você. Isso vale para mim. Para cada um de nós.

Quote 2

As letras e as músicas do Bon Jovi sempre falam tão bem de mim... me peguei ouvindo Happy Now (que já postei aqui, antes) e percebi que esse é o meu hino agora! Uma música perfeita em todos os seus versos. Tudo que sou e quero agora.
What would you say to me

If I told you I had a dream
If I told you everything
Would you tell me to go back to sleep?
Take a look in these tired eyes
They're coming back to life
I know I can change, got hope in my veins
I'm telling you I ain't going back to the pain.

Can I be happy now?
Can I let my breath out
Let me believe
I'm building a dream
Don't try to drag me down
I just wanna scream out loud
Can I be happy now?
Went down on my knees
I learned how to bleed
I'm turning my world around

Can I be happy now
Can I break free somehow
I just wanna live again
Love again
Take my pride up off of the ground

I'm ready to pick a fight
Crawl out of the dark to shine a light
I ain't throwing stones, got sins of my own
Ain't everybody just trying to find their way home

You're born and you die, and it's gone in a minute
I ain't looking back, 'cause I don't wanna miss it
You better live now
Cause no one's gonna get out alive

Quote

Outra frase surgiu impávida na minha cabeça e ecoa sem parar:
"everything happens for a reason".

(adoro essa minha capacidade de pensar com mais clareza em inglês...rs. Vai entender)

Lembrança de um sonho (que não lembro se tive)

"now it's a dream's memoir"

Uma frase que veio solta, assim, na minha mente. Como fragmentos de um poema que não escrevi e não escreverei. E sua poesia insiste em ser agridoce.

Se eu dissesse tudo que tenho vontade de dizer, eu não teria ouvidos para me escutar. Se a minha verdade regesse a minha própria verdade, eu não teria mais verdades a buscar.

Se os meus desejos se tornassem realidade, não quer dizer que eu ainda me sentiria sedenta por algo mais. Se o meu fogo se extinguisse, a quem poderia pedir para reacendê-lo?

Se a necessidade fosse apenas o suficiente, se as palavras fossem suficiente, se a conspiração ajeitasse tudo. Talvez, ainda assim, eu me sentiria confusa.

"now it's a dream's memoir"

Eu penso nas interconexões misteriosas da vida como quem está diante de um quebra-cabeças. Ou a ler um manual de instruções. Ou um jogo de RPG. Tudo tem o mesmo peso e sentido, mesmo que absurdo.

Meu absurdo é sempre acreditar no invisível e me lançar a ele sem medo, sem amarras. Quantas vezes eu fui ao céu e quantas vezes eu caí no abismo. Os polos do mesmo. Os meus extremos internos.

Eu não sou apenas palavras, mas também sou elas. Não sou apenas sentimentos, mas me transporto neles. Sou desejo, um vulcão, uma brisa, o vácuo e o silêncio.

"now it's a dream's memoir"

Não sei se os sonhos tornam-se realidade, se um sonho não é um objetivo egoísta. Mas estou eu diante de minha própria vida pensando nos sonhos, outra vez. A folha em branco assusta um pouco mas é nela que me deitarei, atirarei, verterei até escapar outra vez, um passo fora de mim mesma, minha própria realidade, viva outra vez.

O ontem, o hoje e o amanhã

O tempo é um cavalo selvagem, indomável e inatingível na minha vida. O momento, um filho gêmeo parido de um eco, é outro ser vivo que corre ao meu redor como uma criança rebelde pedindo atenção. As nuances dos segundos são cores vibrantes que apenas meus olhos podem tocar. Não sou nada além de uma mera espectadora de tudo esse tempo que se prostra diante de mim, impetuoso, irritadiço, pungente e paradoxal.

O sofrimento é uma cor primária que se desdobra em secundárias, terciárias... até formar cores imperceptíveis. Mas sabemos de onde ela surgiu. Não podemos desfazer a mistura que, como lágrima e chuva, é tudo mas ainda é apenas água. O sofrimento é uma água congelada que punge mais dor que uma pedra fria. Porque fora água e ainda é apenas água. O sofrimento cega os olhos da alma, da mente e do coração. Pensam que o sofrimento é um meio. Na verdade, ele é apenas um acessório dispensável. Um enfeite de mal-gosto.

A alegria é um desejo perigoso. A alegria existe em seu coração e transborda de suas mãos como água de uma cachoeira. Mas é intenso e é revolto. Mesmo sem saber sua origem, é um bálsamo que poucas pessoas aprenderam a manipular. Pois somos treinados a viver sob tristeza para compensá-la com tanto materialismo que acabamos nos esquecendo de quem sempre fomos apenas para ficarmos socialmente parecidos uns com os outros.

O desejo é um desejo. A vontade é uma vontade. A mágica sempre será mágica. As verdades apenas são verdadeiros para o seu portador. A necessidade de outro é um eterno mistério que palavra nenhuma decifra. O amor... não conhecemos o verdadeiro amor, mas estamos acostumados a um amor egoísta que não dá sem esperar nada de volta. Ele precisa ter algo de volta. O egoísmo é um sinônimo de felicidade em algumas vezes. A perfeição? Essa nunca existiu nem nunca existirá.

Acho que conheço bastante de tudo aquilo que passou por mim. Acho que estou sobrevivendo bem ao hoje. O amanhã? O amanhã  não é um quadro em branco, não é uma folha que a gente sabe que vai cair, não é a continuação do hoje. O amanhã é o meu sonho que sonhei sem ter sonhado. Um misto de verdade e mentira, realidade e ficção que estas mãos e este coração tentam desvendar. Vou sorrir enquanto o presente ainda é eterno presente.

A rapidez de um segundo

Qual o real sentido da palavra "intensidade"?

Qual a velocidade de mudança de um segundo?

Ainda no compasso dessas transformações tão inexoráveis que vêm ocorrendo na minha vida, eu tenho escolhido a minha capacidade de imaginação para me transportar de volta às minhas próprias lembranças. Talvez, elas não sejam como realmente aconteceram... E,com certeza, eu estarei perdendo os detalhes seletivos da memória... mas que importa? A alegria e a doçura serão ainda mais saborosas.

Eu sinto falta das texturas do tempo. Sinto falta da poesia que se desalojou de mim. Me imbuí de tanta racionalidade capricorniana e caminhei no extremo de uma extremidade de mim mesma... que me perdi na racionalidade que nunca foi minha, mas emprestada.

Me perdi e me achei nessa senda. Me escondi atrás da minha água congelada. Mas, essa mesma água que vive em mim, está me trazendo de volta à vida. Não sou perdedora nem vencedora... apenas uma eterna lutadora.

Qual a pergunta que nunca me fizeram? Aquilo que sou. No mesmo instante dos ventos incontroláveis, a calmaria. No mesmo instante da tempestade, um vulcão em brasa. Os paradoxos, os extremos opostos, o agridoce nos lábios. Aquilo que tudo que eu sempre serei: um pouco além daquilo imaginado. Um pouco menos do que deveria ser. Aquela que sempre fui e serei.

Braços abertos para a vida...

Será a vida acontecendo como deve acontecer?

Estou eu conectada com esse mistério chamado vida? Estarei eu ouvindo seus recados silenciosos e fazendo o que precisa ser feito?

Eu andei parando e pensando... e mesmo no meio da tempestade de poeira invadindo o deserto momentâneo da minha vida, eu sempre estive acompanhada daquela presença misteriosa. Uma certeza que nunca faltou na minha vida. Um sensação de conforto que sempre me fez continuar caminhando adiante mesmo sem ter ideia para onde ir, o que fazer, o que dizer, o que programar. Essas coisas racionais e frias (da terra) que nunca foram o meu forte.

Mas a falta aparente de "racionalidade" traz benefícios para a sensibilidade bem aguçada, bem trabalhada. Agora eu sinto uma liberdade nunca antes sentida. Agora eu estou diante da minha estrada, reta, infinita... e o meu destino? O meu destino é apenas comigo mesma. Com tudo aquilo que ainda nem sonhei mas quero que aconteça. O meu objetivo é ainda me tornar mais a pessoa que eu sempre fui e ainda não conheço. O meu foco é apenas ouvir o meu santuário interno... estar conectada comigo mesma cada vez mais.

Eu não sei do futuro. Não sei. No entanto, eu sei o que eu quero para mim. Sinto cada vez mais a união de todos os meus eus... sempre tão espalhados em cada pessoa que magoei, aquelas que decepcionei, aquelas que deveria ter tratado de uma outra forma. Aquelas que deveria ter dito outras palavras. Aquelas que simplesmente se foram e não voltarão mais.

Se há um privilégio na vida de um ser humano, devo dizer que nos últimos três anos da minha vida (talvez até mais, se pensar...) eu fui uma das mais privilegiadas. Eu vi tantas coisas acontecerem diante dos meus olhos. Eu vivi tantas e tantas situações. E diante de todas elas, uma escolha. E para todas elas, um caminho. Ao fim de todas elas, apenas um objetivo. Quando você se propõe a conhecer todas as verdades da vida, você pode se cegar, ou enloquecer, fugir ou simplesmente não aceitar. Quando você tem acesso à mais profunda consciência de si mesmo, o que você espera encontrar?

Apenas sei, agora, que estou aqui... de braços abertos para a vida. Quero viver, quero sonhar, quero aprender, quero ser... tudo novo de novo, como se fosse a primeira vez! Com o coração cheio de alegria, esperança e amor pela vida. Como deve ser... e você? Aceita caminhar comigo?

O ponto de mutação

Para homenagear a atual fase da minha vida, lembrei desse filme do Bernt Capra, baseado na obra homônima do primo Fritjof Capra. Um livro revolucionário que inspirou um filme extraordinário. Leiam o livro, assistam ao filme, se puderem.

Aqui, seleciono um pequeno vídeo em que um poema de Pablo Neruda é recitado. Perfeito. Espero sinceramente que gostem...

Um pouco de Astrologia - capítulo final: os signos de fogo

Como assim, justamente deixei os signos de fogo para o fim? O fogo que constrói, o fogo que destrói. O fogo que tudo inicia, com sua força, sua ação, sua coragem e sua impetuosidade!

O zodíaco se inicia com um signo de fogo. Na tradição esotérica, o fogo criador deu a origem à vida e a tudo que conhecemos. Não poderia haver melhor descrição para o sentido do fogo. A tríade de fogo -- áries, leão, sagitário -- é a dos signos cuja força, por vezes, torna-se arrogância e crueldade, até, nos casos mais extremistas.

Eu conheço duas garotas muito bem, e me permita desde já utilizar o nome de vocês: Fabiane Lopes e Aline Naomi. Mulheres de fogo! hahaha no bom sentido. Acho interessante homenageá-las aqui, porque vocês simbolizam bem as qualidades (e alguns defeitos... hehe) dos signos de fogo.

Fabi é ariana com ascendente em sagitário e a querida Aline justamente o contrário, sagitariana com ascendente em áries. O que me impressiona é a capacidade inata de nunca ficarem estáticas. Para esses signos, por vezes, esse excesso de voltagem se traduz numa mente agitada, que tem insônia e incapacidade de sentar a bunda quieto! ;-)

Áries, por ser o primeiro, tem essa coisa de abrir caminhos literalmente. Não teme desbravar o que ninguém ainda teve coragem de fazer. E, de preferência, precisa estar acompanhado de alguém que caminhe assim como ele, com bravura indômita!  São os mais impacientes do zodíaco, podendo ser muito rudes quando algo não sai do jeito que a velocidade de seu tempo pessoal.

Sagitário é o libertário do mundo. Muito parecido com Aquário, Sagitário é um ser livre que existe para viver o mundo. Um sagitariano costuma ter altos padrões de moral e muito caráter. Mas, também, é dos mais falantes e dos mais chatos, quando não tem consciência que nem tudo gira em torno de sua experiência de fogo desbravador das montanhas.

Os leoninos levam a triste fama de serem egocêntricos, quase egoístas, em vários casos. Mas um leonino que se autoconheça bem é um dos amigos mais leais do Zodíaco. Sua honra, lealdade e fidelidade são dignas dos reis da idade média! São amorosos, afetuosos, um pouquinho escandalosos, mas não dão pouco quando acham que vc merece. Esse é o problema...rs

Para completar esta breve explicação astrológica-esotérica sobre os signos do Zodíaco, vale enfatizar um mapa astral, por exemplo, que não tenha muitos elementos de fogo. A pessoa é tímida demais, sem ação, extremamente passiva em pensamentos, atitudes. O fogo -- que muitas pessoas de terra podem detestar, por exemplo -- é aquele que revitaliza seu corpo. Aquele que te puxa para cima, mesmo sendo sem-noção, chato ou agitado demais, ainda é esse fogo que faz as coisas acontecerem.

E nisso, podemos fechar com uma imagem interessante: os signos de ar dão a ideia, os signos de fogo criam, os signos de terra plantam, os signos de água alimentam. Em linhas bem gerais, cumprimos esse ciclo na nossa vida. E, para isso, precisamos ter todos os elementos equilibrados dentro do nosso corpo, da nossa mente, da nossa alma.

Um pouco de Astrologia: signos de ar

Os signos de ar… ah! Chegamos ao elemento que representa a origem das ideias! Quer ter uma boa sugestão para qualquer coisa? Pergunte a uma pessoa do signo de ar. Quer conversar sem parar, falando sobre qualquer coisa? Escolha uma pessoa de ar. Quer uma companhia que dificilmente se enjoe, reclame ou ache algo ruim? Tenha ao seu lado uma pessoa de ar!

Geminianos, librianos e aquarianos formam a tríade dos elementos de ar. Costumam ser conhecidos por serem liberais, mutantes e mutáveis, adaptáveis, sociais. Quer companhia para sair sem saber para onde vai, sem planos, sem destino? Signo de ar. Uma pessoa de ar sempre tem uma história para contar, uma fofoca para compartilhar, cordas e mais cordas para a sua imaginação e estratégias mirabolantes (que nem sempre dão certo, claro).

Por outro lado, os signos de ar também apresentam vários defeitos notórios. Por exemplo, a dos geminianos fofoqueiros e adúlteros. Librianos? Fazem o que querem, quando querem e demoram a tomar uma decisão – quando conseguem escolher uma... Aquarianos? Os únicos que sabem o destino da humanidade e aqueles que sempre precisam estar com a razão, de alguma forma.

São defeitos? Sim. Como venho dizendo, todos os signos apresentam virtudes e defeitos. Todos nós temos todos os signos no nosso mapa e, portanto, potencialidade para desenvolver um defeito geminiano, mesmo não sendo do signo de gêmeos. Portanto, como sempre digo: cuidado ao julgar, ao analisar e ao enfiar todos os gatos no mesmo saco. (tadinhos dos gatinhos...)

O ar, de maneira bem genérica, rege o sistema nervoso humano. Daí o paralelo com a ansiedade, com o racionalismo exacerbado, com as idéias sem fim, com a comunicação – que pode ser expressa em palavras ditas, escritas ou interpretadas. Existem vários e importantes ícones em todos os segmentos das Artes, pois, afinal, este é um bom foco para a mente de ar.

Assim como não seríamos nada sem a persistência e a paciência da terra, sem a sensibilidade e a transmutação da água – também não seríamos nada sem as ideias e a comunicabilidade do ar. Como vocês podem, os elementos apenas funcionam se unos e coesos, bem trabalhados e bem desenvolvidos. O elemento ar é a peça que nos dá a capacidade de sermos racionais e eloqentes, sociáveis e com ideias. Quando o foco de um signo de ar está obscurecido, ele se torna ansioso, confuso, dúbio e arrogante. Ter consciência disso e aprender a lidar com isso é o segredo mais simples que se pode compartilhar. Isso sim, geminiano, pode espalhar para todo mundo saber! ;-)

Um pouco de Astrologia: signos de água

Menção seja feita: acredito que os signos de água sejam os mais incompreendidos do zodíaco.  A má fama é injusta, por um lado, porque generaliza todos os três signos que compõe a tríade da água (câncer, escorpião e peixes) e porque as pessoas se esquecem daquele conceito básico de que somos compostos de cerca de 75% de água. O planeta terra é básicamente água.

A lembrança disso é essencial para fazer os mais leigos entenderem e, de alguma forma, pararem apenas de repetir o que os outros dizem. Pare e reflita um pouco. Essa reflexão não é para convencimento a respeito do que penso, muito pelo contrário! É apenas para abrirmos as nossas mentes. Nada mais motivador e saudável.

Toda essa má fama que os signos de água levam é por causa dos sentimentos. Intensos e por vezes levados às últimas consequências, as pessoas de água são as que mais perdem o controle do que devem sentir e do que devem dizer e falar. São os mais sensíveis, os mais sensitivos, os mais emotivos, os mais empáticos, os maiores transmutadores e transformadores.

A água é o elemento que precisamos quando queremos nos tornar uma outra pessoa, quando queremos exorcizar nossos demônios. Quando abraçamos alguém em silêncio ou quando recebemos um presente inesperado -- eis uma água em ação. Quando queremos uma sopa quente numa noite fria, quando esperamos compreensão depois de um dia difícil, quando queremos apenas o aconchego de um doce olhar... é da água que recebemos tais dádivas.
A água é o caminho da meditação, da paz interior, do contato com o seu eu mais profundo, de aprender a ouvir a intuição. É tudo o que não é palpável... apenas sentido. E sentido em todos os níveis de corpo, mente e alma.

Infelizmente, os bilhões de seres humanos habitam o mundo, quantos são aqueles que conhecem a si próprios? Quais são aqueles que encaram os próprios defeitos e qualidades? Quem tem o autojulgamento (não automutilação) e discernimento? Somos todos eternos aprendizes. Todos. E não é diferente para com os signos de água.

Vivemos numa sociedade em que somos treinados desde muito cedo a agir conforme tantas regras. Regras que nos tolhem, que nos diminuem e nos tatua com convenções. Desde cedo, somos esmagados para esconder nossas emoções. Mostrar sentimentos é fraqueza. Ser sensível é coisa de gay. E por aí vai... assim, as pequenas crianças de água crescem e se transformam em indíviduos cujo autoconhecimento sobre os próprios sentimentos está totalmente desequilibrado.

Por que falei tudo isso? Porque conheci algumas pessoas de água que pareciam verdadeiras pedras de gelo. E isso é muito mais comum do que se imagina. Ou vemos pessoas de água dramáticas ou vemos pedras de gelo ambulantes. Ao contrário, também conheci pessoas de câncer verdadeiro nutridores do mundo. Piscianos poetas. Escorpianos excelentes líderes.

Uma água sem autoconhecimento torna-se uma "Felícia" da vida. Ou uma pessoa sem autoestima alguma, cuja vida é apenas dedicada à entrega ao outro, sem medida. Ou uma pessoa amarga, seca, dura que critica, julga e condena. Vou me dar como exemplo: sou canceriana com ascendente em peixes. Eu tive muita sorte de nascer e viver numa família que, apesar dos pesares, me deu a educação básica necessária para enfrentar a "dureza" do mundo lá fora. Porque na cabeça de uma pessoa de água, esse mesmo mundo não tem pessoas que prejudicam umas às outras.

Penso que precisamos aprender a desenvolver e a saber lidar com a água que todos nós temos. Acredito que com isso a intolerância que vejo -- tão grande e tão injusta -- para com cancerianos, escorpiões e peixes será transmutada em pessoas mais criativas e compreensivas. Com aquele sentimento cada vez mais raro hoje em dia: empatia. A empatia -- capacidade plena de se colocar no lugar do outro -- é desígnio dos signos de água. E algo que todos nós precisamos ter.

Próximos capítulos: signos de ar e fogo.

Um pouco de Astrologia: signos de terra

Nada como escrever um post depois de refletir bastante sobre um assunto. Com o trânsito da lua em câncer no meu mapa natal, e na casa 4, eu estava numa onda retrô-sentimental-saudosista-melancólica quase querendo cortar os pulsos mesmo! Não tenho nada contra ser canceriana, mas tem momentos em que é um verdadeiro teste saber lidar com as altas e baixas da maré que invade a lua...

Aliás, inspirada no post anterior e nos contínuos pedidos que recebo (uns com mais cara de pau, outros menos) para analisar mapas natais, resolvi fazer umas reflexões astrológicas sobre os signos do elemento terra. Sim... a velha e boa terra!

Desde que descobri que não tenho nenhuma terra (analisando meu próprio mapa), abri uma verdadeira cruzada para me cercar desse elemento tanto quanto pudesse. Aprendi muitas coisas nesse caminho... e já se vão muitos anos! Não sei se me tornei uma entendedora plena, mas posso me considerar aquela que sabe compreender bem as características peculiares a este elemento.

O elemento terra é o da germinação, da gestação e o dos planos a longo prazo. Eles não têm pressa. Demoram o tempo que for, desde que seja perfeitamente bem-feito! Claro, a perfeição é uma utopia, mas não para os signos do elemento terra. Quer dizer, alguém precisa explicar para eles que por mais que eles pensem que alcançaram a perfeição (até), ela não existe nem se tivesse de existir... rs.

Taurinos, virginianos e capricornianos são, na minha pessoal opinião, os melhores signos para uma amizade duradoura e longeva. Porém, ao contrário dos signos de água que precisam do estar constante, para as pessoas de terra podem se passar anos que o reencontro será sempre com a mesma lealdade que foi alcançada. E, nesse reencontro, será colocado mais um bloquinho para uma amizade ainda mais fortalecida. Eles nunca vão te deixar na mão. Eles nunca darão metade.

Não há efusividade, não há sentimentos transbordando e não há fogos de artifício quando você vai lidar ou esperar algo de uma pessoa de terra. Ao contrário, eles são muito chatos! Diria que são os campeões em chatice! Rabugentos, resmungões, calados, soturnos -- uns mais, outros menos. Têm extrema dificuldade de demonstrar sentimentos, preferem a praticidade de um ato a ter de demonstrar o que sente, com um abraço, por exemplo.

Eu diria que essa "frieza" horrorosa vinda dos signos de terra é mais forte em virgem e capricórnio (que também recebem a má fama de serem os psicopatas da vida... haha). Mas o que é preciso entender com eles é o seguinte: tudo que parecer efêmero, é descartado. Fogo de palha não tem nada a ver com eles. Por isso, tenha MUITA PACIÊNCIA quando receber uma patada de um virgem ou capricórnio. Aqueles com menos autoconhecimento de si próprios serão mais grossos ainda. Se você souber entendê-los, saberá que é apenas uma falta de tato, não falta de caráter.

Mas como sempre afirmo, NUNCA GENERALIZE. Não somos apenas o signo solar e reduzir uma interpretação a apenas isso é ignorância. Conheci vários capricórnios dotados de uma doçura indescritível. Tudo bem, uma delas tem ascendente em câncer... haha. Também conheci alguns virgens tão docemente prestativos... Minha melhor amiga de alma e de vida é uma virginiana (EXPERT em signos de água, então, digamos que nos complementamos até nisso! haha) assim, é tudo questão de saber olhar e como observar. Touro, nesse caso, é o mais afável de todos. Taurinos se dão maravilhosamente bem com cancerianos e librianos, interessante, não é? Mas, também, não abuse da paciência taurina. Porque quando eles se irritam, quebram (LITERALMENTE) e descontam toda a raiva guardada!

Para encerrar, digo que eu (por que será?... eu sei!) atraio DEMAIS pessoas do signo de terra para perto de mim. É uma atração fatal, mesmo! (gargalhadas) Tem sido ao longo de tantos anos... e eu ainda me surpreendo quando vejo um signo de terra batendo na porta. Mesmo não convivendo muito com as pessoas fisicamente todos os dias, isso não impediu que algumas pessoas desde o ano passado comprovassem a astrologia em prática (e também um pouco de darma, porque não?!). 

Oremos aos deuses para que a inspiração não me falte. Próximos capítulos com os outros elementos: fogo, água e ar.

Um pouco de tudo

Depois show que eu assisto, sempre fica aquela adrenalina correndo solta nas veias nos dias seguintes. Demora a passar... uma semana diria uns.

Este post é dedicado à Fabiana Kono, aquela que me apresentou à música de Nila Branco. Lembro dela me mandando mp3s, letras, links. Sempre dizendo que eu ia gostar. Mas eu lembro que aquela época eu era viciada em Ana Carolina e tudo parecia apenas cópia barata dela. Sim, pessoas, eu já pensei muito dessa forma... hoje procuro ser mais aberta mesmo às coisas que eu diria que nunca faria! :P

Pois bem, Fá me apresentou a Nila Branco. Até me surpreendeu o meu aniversário em 2010 me dando o dvd Confidências de presente. Não vou negar que mesmo tendo ganhado um presente já aberto (porque ela queria ver primeiro...), mesmo tendo sido uma dica valiosa dela -- uma imensa entendedora de MPB (por causa dela ouvi muito Jorge Vercilo, sabe, mas não consigo gostar de JV), eu levei aquele dvd a sério. Demorei a ver...

Hoje em dia, por motivos que não valem ser explicados aqui, não nos falamos mais. Sinto falta da capricorniana com ascendente em gêmeos e lua em virgem. Sinto saudade de suas eternas manias e até do seu cigarro insuportável. Se ela leu meu blogue, deve ter rido muito da minha atual paixonite pela Nila Branco. Deve ter dito "EU TE FALEI, VOCÊ NÃO ME OUVE" da mesma forma que ela disse quando começou minha sina de fã pela Isabella Taviani.

Pois é, Fá, eu assumo que vc realmente conheceu muitas partes de mim, principalmente a de cantoras que eu nunca pensei que viria a gostar e que hoje compõem parte daquilo que sou como ser humano. Provavelmente, se não fosse por você, nunca teria ouvido tanta MPB em toda a minha vida. Eu pensei demais em você no show no Leblon. Você tinha de estar ali ao meu lado, curtindo cada música que eu ainda nem conhecia direito. Ah...

Esta semana que se passou, me senti amplamente infuenciada pelo sobe e desce hormonal. E uma coisa ficou ali.... na cabeça. As pessoas falam tanto mal de tantos signos! Pessoas, não façam isso, por favor! É um sinônimo da maior ignorância! Já comentei isso aqui em diversos posts, e vou voltar a falar: aquilo que mais criticamos em um signo, tenha por certo, é aquilo que ainda não descobrimos em nós mesmos. Maior clichê? Impossível. Mas, nesse caso, é pura verdade.

Todos os signos do Zodíaco possuem defeitos e virtudes. Todos. E todos nós possuímos algum aspectos de cada um dos 12 signos do zodíaco. Se você não sabia disso, fique sabendo. Agora, pense: quais aspectos dos 12 signos você teria? Os defeitos ou as qualidades? Se você tivesse mais defeitos que qualidades, você gostaria de ser criticado por aquilo que talvez nem tenha consciência? Pois é.

Sinto saudade de todas as pessoas de terra que entraram e saíram da minha vida. Ou daquelas pessoas que oscilam entre ausência, silêncio e qualquer outra coisa. As pessoas de terra sempre tiveram um significado muito especial para mim. Quem acompanha meu blogue, sabe de todas as homenagens já feitas e ditas para este elemento. E as pessoas de terra envolvidas que acompanham este blogue, saberão que estou falando de vocês. Sim, estou falando que um dia espero a poeira sentar, o céu se abrir novamente, para uma nova época, um novo reinício.

Enquanto isso, "deixo as portas abertas da vida, pra ser vivida!".

Música do dia - Farsa

Porque essa letra do Zeca Baleiro com a interpretação de Nila Branco tornou-se numa das minhas preferidas dela, agora!


Nila Branco no Teatro Café Pequeno - Leblon/RJ

Vou ser muito sincera: praticamente não conhecia Nila Branco. Eu era uma daquelas da minúscula plateia (a menor em que estive presente até hoje, deveria ter umas vinte pessoas!) que se identificou quando ela disse: "muitos de vocês talvez não me conheçam..". Sim, eu FUI uma dessas pessoas, não mais!

No ano passado, ganhei o dvd da minha querida amiga Fabiana Kono, como presente de aniversário. Bonito mas por algum motivo, não me chamou a atenção. Vai ver que é porque sou assim com MPB, uma área em que não me aventuro muito. Foi assim com muitos artistas... muitos vieram, poucos ficaram. A Nila eu tenho certeza de que vai ficar por muito tempo!

Acreditam que ela não vinha fazer shows no Rio de Janeiro há mais de SEIS anos??? De acordo com um fã na plateia (que, orgulhoso, cantou TODAS as músicas!) que detalhou exatamente o último local que ela tinha se apresentado. Eu perguntei a ela porque ela não vem mais ao Rio, e ela apenas me respondeu com a promessa de que virá! Que o Universo conspire que sim!

O show foi maravilhoso: som ótimo, banda entrosada e afinada, cores lindas, repertório cheio de canções tão lindamente escritas. A inédita "Depois da chuva" me tirou uma lágrima... uma música que me deixou tão feliz!

Me surpreendeu tão pouca gente. Eu e Jeane na primeira fila, na cara dela. Eu NUNCA vi um show tão vazio, nunca fiquei tão perto. Quase dava para tocá-la... rs minha distância deveria ser a de 1 metro. Por isso, minhas fotos ficaram PERFEITAS. Só não tirei mais porque confeso que fiquei com medo de virem pegar minha câmera, vai saber... rs

Nila tem uma energia diferente... eu sempre tão acostumada à Isabella Taviani senti isso na hora. Detalhe: eu fiquei a semana inteira tentando adivinhar o signo dela. Uma rápida busca na internet não me disse nada. Pensei: "talvez, nessa ordem,  áries, aquário, escorpião e capricórnio".

Nila Branco tem uma intensidade diferente, olhos que desnudam, profundos, que parecem captar todos os movimentos, parece ler sua alma... ela é desconcertante e ao mesmo tempo instigante. Fora que é linda... MUITO LINDA. O seu figurino estava tão lindo, tão perfeito... e ela ficou perfeita loira! Combinou demais (eu a vi ruiva e morena em vídeos, prefiro o loiro! rs)

Bom, pela descrição dá para saber qual o signo dela certo? Fiquei a lembrar de uma certa música de IT que parecia descrevê-la tão bem... ;-)

O camarim é um capítulo a parte, mas merece ser descrito aqui. Ao fim de uma hora de show (sim, rápido demais...) Jeane pegou o setlist do chão (graças à insistente sugestão minha, haha) e fui caçar alguém da produção para ver se ela atenderia os fãs. Nisso, fomos educamente requeridos a sair do Teatro. Iríamos para um barzinho ao lado, onde ela atenderia... uma confusão. No fim, ficamos na porta do teatro, todo o equipamento da banda encaixotado na porta do teatro, e Nila lindíssima atendendo a todos na calçada das ruas do Leblon, mesmo!

Inusitado!!! Formamos uma curtíssima fila (ficaram cerca de meia dúzia para conversar com a cantora) e um a um todos foram atendidos. Na minha vez, não nego que senti de imediato uma coisa estranha... é como se houvesse um ímã nela, uma vontade de mergulho... elogiei o show, adorei a música nova (Depois da chuva). Conversa aqui e ali (falei MUITO com ela!) saí com a clássica pergunta Crisão: "Qual o seu signo?" E eis que ela me responde "Escorpião". Eu falei beeem alto (né, Jeane? haha) "EU SABIA!!!". Disse que achava que era Capricórnio  eis que ela me sai com "Capricórnio é meu ascendente...". AAAAAH!!!! O auge daquela noite para mim!!! :D Depois disso, autógrafo no dvd, fotinha junto. Ela me abraçou duas vezes, na primeira eu quase dei um abraço de urso! haha Na segunda, fui mais educada...

Pedi a ela que venha divulgar mais seu trabalho no Rio de Janeiro, porque COM CERTEZA ela fará muito sucesso!!! Ela tem músicas lindas e bem no estilo do meu gosto... rs. Artistas como ela merecem ser valorizados!
Nila, obrigada mais uma vez pelo belo show... espero poder voltar a apreciá-la em brevíssimo!!!