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Where am I?

Depois de duas pessoas diferentes perguntarem onde ando, me dei conta de que estou "sumida"... Nossa. Não, não fui arrastada pela chuva, mas ontem vi as fotos abaixo, perto de onde trabalho.

 

 

As fotos não ficararam lá nuito boas (tava chovendo e eu com medo de ter minha câmera roubada), mas dá para ver o estrago. A Lapa (de baixo) é um lugar visualmente feio e poluído (como dá para ver). Cansei de ver fraldas, sacos de lixo, cortinas, latas e tudo o mais boiando nas correntezas. Fiquei presa no trânsito por uma hora, esperando a água baixar um pouco. Foi o caos, mas sobrevivi. E hoje vem mais...

Desculpem a falta de assunto interessante, mas ando trabalhando muito, pensando muito e com muita pressão na cabeça. Tem gente que gosta disso. Eu odeio. Detesto. Profundamente. Mas, vambora!

Assim caminhou Crisão – parte 3 (e finalmente Crisão em grupos hoje em dia)

Eu gostaria de poder ter lido o livro que citei no primeiro destes três posts, antes de entrar mais a fundo neste assunto. Mas a urgência de falar dele foi inevitável. As ideias começaram a brotar com uma abundância, que apenas passando para o papel eu conseguiria me sentir aliviada. E cá estou.

Pelo um breve histórico dado nos posts anteriores, dá para perceber que nunca fui inserida em grupos – o que não quer dizer que eu nunca tenha desejado estar em um. De alguma ou de forma, eu sempre me punha na beira de algum aqui e ali, porque é incrível como isso dá forma ao ser humano como um todo. É uma necessidade intrínseca, de formação de caráter, de identificação. Mas algo em mim sempre me impelia à solidão. Era como se eu precisasse conhecer um lado, apenas para saber que na verdade, queria estar do outro.

Observe um homem sozinho. Ele pode ficar acuado até, dependendo do ambiente. Ponha dois caras parceiros com ele e instantaneamente ele se transformará no garanhão que canta as mulheres, cospe no chão ou coça o saco. Fala alto e falta só mijar para demarcar território. Claro, nem todos os homens fazem isso. Mas veja e perceba. As mulheres, por sua vez, agem de uma forma um pouco diferente, dependendo do grupo, claro. Sozinhas, elas ficam olhando para as mulheres do lado, desejando a blusa que a outra tem e ela não, analisando centímetro por centímetro das coisas que poderiam ser dela e são da outra. Em grupo, elas escolhem um alvo e falam mal dele. Destroçam a pobre coitada que pode ser uma gordinha, uma vaca, uma fofoqueira. Porque o grupo não é fofoqueiro, mas sim de quem elas estão falando. Veja e perceba.

Será que estou falando de uma camada socioeconômica menos favorecida? Não. Mudam os estratos, mudam as contas bancárias e as coisas continuam iguais, apenas mudam as cores. A forma? É sempre a mesma.

Meus “grupos” sempre se resumiram a três pessoas, no máximo, incluindo eu. Eu sempre achei que muitas pessoas causam algum tipo de “escolha” em detrimento de outra “escolha” e sempre rola ciúme e sempre rola inveja e a inevitável fofoca. Entre mulheres é assim, infelizmente, não importa se lésbicas ou heterossexuais.

O pensamento em grupo faz o pensamento de todos estagnarem, como água parada, até apodrecer. Claro, isso tudo é aleatório e varia. Mas, a síntese ainda é esta, mesmo em um grupo dinâmico. Porque todos concordam com todos. E aí jaz o prazer de estar em grupos: a total identificação com o que está ao seu lado, que faz todos os seus pensamentos serem aceitos. No fundo, é tudo aceitação.

Eu sou um tipo de pessoa que praticamente nunca conviveu em grupos. Desde grupos como ser humano a grupos pelo fato de ser lésbica. Você, meu leitor, pode achar isso agressivo, mas eu apenas convivi enquanto me era conveniente e bom para mim. Aprender o modus operandi, saber o que as pessoas fazem e dizem, para onde iriam. E acreditem em mim, até hoje não encontrei um grupo que me desse vontade de fazer parte. O grupo tolhe seus pensamentos, direciona suas atitudes. O líder – porque não existe grupos sem líderes – sempre se acha o dono da razão e da verdade absoluta, embora até possa apregoar o contrário, como um perfeito político demagogo. E isso me enoja profundamente. Sempre afirmo – até que me provem o contrário – que eu pertenço a um único grupo: o dos sem-grupo.

Eu não pertenço a religião nenhuma e me simpatizo apenas com o movimento universalista que acredita que a Terra é uma imensa escola e que nosso objetivo único aqui é de aprendizado e crescimento. Não faço parte de ONGs. Não defendo política nenhuma. Não participo de saraus. Sequer tenho o meu grupo de balada. Nada disso faz parte da minha personalidade. Talvez eu seria um bom exemplo de sociopatia… não fosse meu prazer imenso em conhecer pessoas. Pessoas inteligentes, interessantes, corajosas e sábias. Preferencialmente que não esteja atrelado a um superego que embace a visão. As mais interessantes são sempre aquelas que não fazem alarde de si próprias.

A despeito disso, tenho amigas únicas, que valem cada segundo de vida. Sempre presto homenagem a elas, pois de alguma forma, sempre estão a meu lado e eu nunca me esqueço disso: minha filha Poliana, Denise Yumi e Sharlene são a tríade básica e essencial (olha, mais de duas pessoas!). Minha prima Marli, Priscila Mota, Larissa Wostog, Fabiana Kono (a mais distante de todas). Juliana Simionato, Renata Campos e Carol Francese. E algumas outras pessoas, em menor presença, mas que sempre me trazem surpresas agradáveis.

E olha que irônico, dessa lista de dez pessoas, apenas três são lésbicas. Isso diz muito de mim. E todas as outras sabem de mim e me respeitam como sou. Ainda na lista, existem três japas. Pura coincidência.

Porque, para finalizar, podemos precisar andar em grupos pelos mais diversos motivos, com o intuito de darmos forma à nossa identidade. Mas, não importa quem somos e com o que identificamos: acredito que precisamos saber estar em qualquer ambiente, com a mesma maestria que estamos no nosso grupo favorito. Acredito que a adaptação não devesse ser apenas a minha característica, mas a de todos os seres humanos. Claro, estamos onde queremos estar, mas transitamos onde quer que seja necessário transitar.

A inspiração que nasce do caos

Não deveria, mas ontem conversando com Sharleu, chegamos -- uma vez mais -- à triste conclusão de que os melhores textos só nascem de momentos paradoxal e epicamente angustiosos. Por isso, por um lado, parei de escrever poesia. Por isso, no outro lado, comecei este blogue.

Ultimamente, como vcs devem ter visto pelos posts, tenho preferido à superficialidade sem NUNCA esquecer de onde vim: um pulo em um precipício escuro...

Para quem você escreve?

Esta pergunta sempre me vem à cabeça toda vez que posto neste blogue. E a minha resposta -- egoísta e mais previsível -- é: para mim mesma.

Muita gente tem me falado, uns de maneira mais direta do que outros, que blogue é sinônimo de megalomania de um eu egomaníaco. Não tiro a razão. Nenhuma. Mas, cada um tem seus motivos particulares de demonstrar sua necessidade de atenção. Uns podem fazer Arte disso. E acho que o blogue é um desses caminhos meio "tortuosos" entre a egomania e a Arte. Ou será que a própria Arte não seria megalomaníaca? Na sua forma mais bela, claro...

O fato é que eu vou explicar os motivos de ter iniciado este blogue, pra quem não sabia. Até fevereiro deste ano eu nunca fui leitora de blogues, nunca tive paciência, justamente por pensar meio assim. Mas meio que meu novo emprego, pessoas diferentes e ambiente hostil me fizeram precisar expressar meus pensamentos de alguma forma. E eis que resolvi começar este blogue.

Outro dia qualquer é originalmente uma música do Bon Jovi, minha banda favorita de todos os tempos. Any other day, incluída no último álbum de 2007 Lost Highway, parecia escrita para mim. Aliás, como muitas músicas bonjovianas, este foi meu hino em um ano difícil para mim, sob muitos aspectos. E eu ouvia essa música no repeat one sem parar.

Any other day (vejam este vídeo com letra, uma das melhores versões ao vivo!), assim como meu blogue, Outro dia qualquer, foi uma forma de salvação pessoal. Não tenho vergonha de admitir isso pra quem quiser me perguntar. Eu costumava escrever poemas. Tenho mais de 800 devidamente guardados, e vez ou outra eu posto algum aqui. Mas, é fato que a poesia não atinge mais as pessoas hoje em dia. Ironia ou não, nos animalizamos tanto que poesia só remete a um pensamento romântico do século XIX, infelizmente.

O pulo para a prosa foi um exercício mesclado de necessidade com desafio. E eu adorei. Já conheci muita gente legal e interessante. Pude conhecer assuntos que não conhecia até então. Quer coisa melhor que isso? E ainda por cima, pude ir exorcizando pequenos demoninhos que se aninhavam na minha cabeça, gritando para sair.

Hoje em dia, os demoninhos ainda existem, e minha necessidade de escrita diária também serve para manter minha criatividade e meus neurônios sempre em alerta, para nenhum deles morrer. Porém, da mesma forma que eu escrevia poemas para mim, pensando em cada um dos meus leitores, eu também escrevo este blogue para mim e para cada um que pode cair aqui. Quem sentir a conexão comigo, será mais uma ponte invisível criada. Se a conexão não existir, segue a vida.

Acho que meu único defeito (que para muitos, como eu, é uma virtude), é que não sei andar em grupos. Tenho imensa dificuldade em me classificar, porque acho que todos somos únicos para sermos encaixotados em alguma lista. Muitas pessoas sentem essa necessidade, e eu não as recrimino, muito pelo contrário. Assim, este blogue é um exercício de se manter único -- na medida do possível -- em um mar de tantas coisas iguais e parecidas.

Espero poder estar cumprindo esses objetivos a que me propus. Adoro louvores, como boa lua em leão que tenho. Mas não aqui. Como sempre digo, que esteja ao meu lado, quem verdadeiramente deseja estar.

Almost a year later...

Será que eu sucumbi? Será que quase um ano depois de tantas mudanças radicais na minha vida, eu estou sentindo aquele velho vazio de novo? E se eu alimentar o vazio, e ele voltar para me engolir, feito um vício-precípio: negro, imenso e infinito?

Estou com muitas perguntas e sem nenhuma resposta. Exceto a angústia de saber que tem algo errado, algo errado com o mundo, algo errado com a minha rotina, algo errado com deveres e obrigações. Algo totalmente errado em vivermos esta vida que vivemos e que nos obrigam a vivê-la. Quem nos obriga? A conta para pagar ou a nossa alma?

Estou olhando ao redor e meu olhar está apático. Nunca desesperançoso nem covarde. Mas estou apática. Eu sinto isso no meu caminhar. Eu sinto isso na minha ausência de vontade de conversar com as mesmas pessoas os mesmos assuntos, reclamar das mesmas coisas e não fazer nada para mudar. Não fazer porque não quero, mas muitas vezes, porque não posso.

Isabella Taviani disse isso em seu twitter:
Odeio imagem de mulher submissa. Meu exemplo de mulher na vida é forte, guerreira sem perder a doçura.

E eu me peguei pensando na guerreira de mim que, agora, está cansada. Minha frase voltou a ser "Estou cansada" e eu não gosto quando começo demais a repetir isso. Sabe o que sinto? Que estou nadando contra a maré. Que estou me afogando -- temporariamente -- entre tantos que convivem com seus sonhos arregaçados, seus desejos frustrados e sua personalidade sucumbida. Meu Deus! Não quero ser uma dessas pessoas que vivem a sua vida no piloto automático. Não posso!

Mas estou vivendo. E nesses dias, sinto apenas que sou um robô que olha displicente para as pessoas que se empanturram em conversas fúteis, em fofocas alheias, em maldade gratuita, em ignorância desmedida, em egoísmo egocêntrico.

Mas, estou vivendo... se ninguém me fez uma mandinga, tô com o corpo pesado. E isto não é uma crônica, isto é um desabafo. Conversei agora com minha filha Poliana que sempre me ajuda a me encontrar meu eixo. Sinto uma vontade de estar num casebre no meio do sítio, ouvindo pássaros, sapos e grilos. Estou exaurida.

E aqui toca o telefone. Ainda bem que é sexta... mas a vida continua. Mesmo no nosso desengano de achar que um fim de semana cura o câncer de uma vida rotineira e sem sentido, eu acredito que semana que vem estarei melhor. Eu perco todas as lutas contra egoístas e ignorantes, todas, mas a minha luta comigo mesma -- e por mim mesma -- eu nunca vou perder.

Sobre o reconhecimento

Minha reflexão de hoje é sobre a palavra reconhecimento.

Faz algum tempo que venho sentindo uma força imensa dentro de mim. Confesso que às vezes, tenho receio de que vire uma egomania tão forte, que cubra minha sensatez e lucidez.

Acredito que a fase começou em fevereiro/março do ano passado, quando comecei a dar uns bastas na minha vida. Primeiro basta: nunca mais se apaixonar por alguém sem ser correspondido. Porra, isso parece piegas, mas é uma simples resolução que cura muitos problemas na vida!

E fora isso, várias resoluções pessoais, resoluções profissionais. E no meio disso tudo, um sentimento aflorou vívido: eu me amo.

Ok, ok... isso parece piegas de novo e frase de autoajuda. Mas... isso não é piegas e não foi nunca autoajuda para mim. Isso foi lema de vida. Veio bem com aquela frase do Jon Bon Jovi que falei uns posts atrás sobre "I feel comfortable in my own skin".

A questão é: não tem jeito, vivemos para que a nossa imagem agrade sempre a alguém. O pior é quando essa imagem começa a se distorcer, criando e mostrando o que você não é, apenas para ter aceitação. Isso é horrível.

Atualmente, estou na seguinte fase: quem quiser disputar se é melhor que eu pra mostrar para qualquer um que é melhor que eu, meu, fique à vontade: seja melhor que eu! Eu não me importo, isso não fere meu ego. Pelo contrário, isso apenas demonstra a mesquinhez de pensamentos e de alma. Vc quer ser melhor que eu? Seja. O que eu sinto sobre mim mesma? Eu sou o que sou. Eu sei de todas as minhas qualidades -- e eu sei que são muitas -- e eu não preciso disputar com ninguém algo que, dentro de mim, simplesmente já sabe o que é. Eu deixo essas atitudes para os de baixa autoestima que ainda estão na fase do "provar algo para alguém".

Claro, com isso não estou dizendo que não aceito feedbacks e elogios, ou mesmo repreensões. O que estou dizendo que, para isso, tenho espelho, travesseiro e meus amigos e o principal, acima de tudo: tenho a mim mesma.

Eu e meus apelidos

Quem me conhece sabe que sou a garota dos apelidos. Tanto para dá-los como para ganhá-los.

Apelidos ganhados: minha mãe sagitariana é a campeã. Dela, eu tive: Crisântemo (que adaptei para a variação Crisantemus, sugerida pela Ju Simionato/Cachos); Cristo Redentor (que minha amiga Denise usa sempre como Christ Redeemer), Cristófoles (que ainda bem que ninguém usou).

Em geral, as pessoas me chamam muito de Cristo (confesso que meu lado leonino gosta desse "poder") e Crisantemus. Minha amiga NilceR criou um apelido incrível: Crisérbero (que virou meu endereço do gmail e que Sharlene pensou ser nome de suco (?!): trata-se de uma mistura de Cris com Cérbero (sim, o guardião de Hades, um dia conto essa história...).

Sharlene sempre me chama de Maru. Confesso que não gosto muito, mas vale. Priscila me chamava de Montanha Redonda (porque meu nome em japonês MARU (redondo, zero) YAMA (montanha) explicitamente sugere isso.

A Sônia uma vez criou algo que às vezes eu digito sem querer quando assino meu nome: Cros. Lembra da banda Kris Kross?

Também adoro dar apelidos. Não vou me lembrar de todos agora (dado meu DDA), mas lembro que Sharlene foi a campeã: Green tea, Sharleu (o que vale até agora, depois de nossa conversa sobre como as pessoas confundem o nome dela). Filha (para minha amiga Poliana, cuja história também é longa...). As pessoas vão sumindo da nossa vida e com elas os apelidos. Mas eu sou craque em dar apelidos -- que pegam!

Se algum dos meus leitores que me conhecem há mais tempo quiserem me lembrar de algum que eu tenha esquecido, be my guest!

We weren't born to follow

O dia mostra que precisa terminar quando você manda email para você mesma (como?!) e ainda reclama: "por que a pessoa está demorando para responder?"

Que pífio. Esta sou eu...

Mas acabei de descobrir que o meu belo e lindo Bon Jovi tá com disco novo para ser lançado. Chama-se The Circle e tem um primeiro single: We weren't born to follow. Beeeem BJ. E beeeem a minha cara. Agora e sempre! Vejam aqui! E vejam a letra aqui.

Sobre a vida

Hoje amanheceu um sábado lindo aqui na capital paulistana... um céu azul, sol quente na medida certa. Ontem à noite, quando aportei em minha casa já virando as badaladas, estava um início de madrugada frio, gelaado. Eu com uma única blusa e ouvindo Careless whisper em meu mp3.

(BTW, essa música foi toque midi no meu celular durante muitos anos. Lembro que numa época em que baixar músicas em formato mp3 para toque de celular era algo impensado e só para "ricos", a grande maioria se contentava com os midis, o meu era CW e de uma pessoa próxima, era um terrível tema da Pantera cor de rosa.)

Enfim, fiquei pensando em um monte de coisas. A minha crise, ironicamente, se mistura à crise de todas as mulheres com quem convivo, próxima ou não. E é engraçado que no fim das contas, tudo apenas muda de figura, porque em sua essência continua sendo a mesma coisa.

E é nítido que por mais que o grande problema da mulher seja o estrógeno, é esse mesmo estrógeno que faz com que sejamos Mulheres e fortes como somos, para saber lidar com sensibilidade (ou mesmo o excesso dela) as adversidades do dia a dia.

Talvez por estar com 32 anos e por conviver com outras mulheres na mesma faixa etária que eu, por vezes tenho um cenário bizarramente desenhado na minha frente. Eu diria que é um mosaico colorido, caleidoscópico, em que tudo é complexamente claro. Difícil definir? Claríssimo de entender para mim.

Enfim... tenho adorado cada vez mais ser quem eu sou, admitir quem sou e ter orgulho de mostrar quem sou. 99% dos problemas são decorrentes de uma pessoa viver sem pensar e agir dessa forma. E tenho adorado conhecer as pessoas, encontrar pessoas, conversar com pessoas... é pelo espelho que descobrimos quem somos e quem podemos ser. Não é refrão de Engenheiros do Hawaii, mas pura verdade.

Crisantemus e a astrologia

Há um ritmo de vida novo para mim... faz tempo que estou para postar sobre astrologia, mas me falta organização para juntar tempo e pensamentos. O que rima aqui, não rima na vida real... chuif.

Mas, vou dar uma pincelada sobre Revolução Solar. Quem entende um pouco do assunto, sabe que se trata de um "novo nascimento", que temos o privilégio de ter, todo o ano. Por isso, ao contrário de todos que comemoram as datas comerciais (e nada contra isso!), a data mais importante do ano para mim é o meu aniversário, porque sem ela, nada exisitiria a seguir.

A cada ano, na Revolução Solar, ganhamos um perfil novo. Esse perfil poderá ser analisado isoladamente e em combinação com o nosso Mapa Natal. Vou me dar como exemplo (e que coisa ruim...).

Sol - câncer Sol - câncer
Asc - peixes
Asc - sagitário
Lua - leão
Lua - gêmeos
Mercúrio - leão
Mercúrio - leão
Marte - gêmeos
Marte - gêmeos
Vênus - gêmeos
Vênus - gêmeos
Júpiter - gêmeos
Júpiter - aquário
Saturno - leão
Saturno - virgem
Urano - escorpião
Urano - peixes
Netuno - sagitário
Netuno - aquário

Bom, não precisa ser astrólogo para ver numérica e quantitativamente:
Gêmeos: 6 planetas
Leão: 4 planetas
Sagitário e Aquário: 2 planetas

Isso explica um pouco do meu eu agora: agitado, empolgado, sem sono, otimista, pensando em mil coisas ao mesmo tempo. Mas, principalmente, meu charme e meu carisma... afinal, meu leãozinho não iria me decepcionar.

É um ano de mudanças, indica uma análise de uma revolução solar que comprei. Com Plutão no ascendente e Sagitário dominando meu mapa... I'll do it. If that's what it takes, that's what I'll do!

***
ps: à escorpiana fofa (é possível isso?! haha) que me citou em seu blogue... não me esqueci de seu mapa! não, não!!!

Todas as outras coisas

Mein Gott, thanks it's fucking Friday!!!

Se tudo o que dizem sobre todas as coisas for verdade, eu assino: fui testada de todas as formas possíveis e impossíveis que eu poderia sonhar.

Fui testada profissionalmente, espiritualmente, para saber se aprendi, se entendi, se cresci e se consigo tirar proveito disso tudo.

Assim, a falta de criatividade para este post apenas é para declarar que estou muito orgulhosa de mim! Claro, minha querida Jana foi a mais atingida nessa turbulência toda... mas é bom poder saber que, dentre todos esses testes, nós também passamos pelo nosso teste pessoal.

Que venha o finde e todas as coisas boas que ele traz... tô precisando!

To infinite... and beyond!!!

Coração deserto (poema)


Se eu fechar os olhos por um momento
talvez eu seja capaz de desenhar o meu futuro
e este será o instante em que não sentirei ansiedade nem angústia
todos os temores se dissiparão eu conseguirei sorrir livremente.
Pois que o presente seja tão incerto quanto as lembranças do passado
e o futuro sempre reserva uma fração de esperança
para os sonhadores, raça quase extinta, seres humanos
fadados à dor, à solidão… quase como eu e você.

Mas se você fechar os olhos por esse instante
talvez você não consiga ver as coisas que eu vi
como em sonhos premonitórios, quando nunca é dia ou noite,
seremos duas almas separadas, cada uma trilhando sua própria linha
não nos encontramos, não iremos nos reencontrar
e a espera será apenas mais uma característica de personalidade
quase uma cicatriz, um verdadeiro defeito congênito,
e o que restar será compartilhado como migalhas para pombos.

Eu vou fechar os meus olhos por um momento
esperando que alguma coisa mude entre o segundo do desejo e o do desespero
uma fração de um milésimo de um minuto para o fim
se parece ser muito mais fácil desistir, eu escolho continuar
todos os meus passos já são conhecidos, minhas intenções
então nada restou para descrever ou para conversar, nada,
e comigo mesma eu ficarei com mãos vazias, corpo vazio, olhos vazios
uma alma despedaçada e vazia… sem migalhas para mim mesma.

Eu vou fechar os meus olhos por um momento,
e numa suposta prece que eu nunca rezei, eu vou pedir
que a compreensão seja mais ampla que pré–julgamentos
pois mesmo que a vida seja cíclica e eu assuma meus compromissos
o primeiro sinal de silêncio vai aliviar a angústia desta alma
para nunca mais calar o silêncio de um espírito solitário,
nunca mais haverá manhã ou noite em que o eco de uma voz
não será refletido de volta para o mesmo espelho vazio,
a compreensão e a empatia não são características do ser humano,
mas mesmo assim eu peço que olhem do meu ponto de vista e compreendam
o que os olhos humanos não vêem jamais, o que corações não sentem
o que almas vazias como as de vocês jamais perceberam
e me deixem ir com os olhos fechados e um sorriso nos lábios.

Então, não feche seus olhos comigo, nem por dó, nem por imaginação
assim, só e feliz, eu permanecerei entre cinzas e lembranças
pois é triste saber de alguém que passou por sua vida e nada deixou
eu passei pela minha própria vida e acumulei todo o conhecimento possível
tentei auxiliar, tentei compartilhar e como eu tentei me integrar,
mas o ar sempre é muito denso… ou eu ficava na superfície, ou no fundo do âmago,
e entre a angústia de nunca saber onde permanecer eu decidi sublimar
decidi que não era mais minha escolha, nunca tinha sido minha escolha,
o meio–fio de minha decisão era a minha maior e única decisão
e quem quer que caminhasse pelo meu coração, nunca deveria ter esquecido
que em um coração deserto, apenas se caminha sozinho.

(por mim, em 20/11/2006)

Album signing com Zélia Duncan

Como prometido a mim mesma, eu e minha sis fomos ontem ao lançamento do novo cd da Zélia Duncan Pelo sabor do gesto. Com um pouco menos de pontualidade do que eu queria, cheguei na Livraria Cultura às 18h45. Considerando que saí do Alto da Lapa às 18h00, cheguei cedo. Encontrei com minha irmã e ficamos na fila esperando. Exatamente às 20h40, fomos atendidas por uma graciosa Zélia Duncan de chapéu, uma camiseta com a frase "It's never done" e simpaticíssima com cada uma das pessoas que estavam na fila (não foram muitas, calculo umas 300). Claro que até lá, eu fiquei observando as pessoas, a quantidade sempre admirável de sapatas e casais de sapatas -- umas disfarçadas, outras descaradas --, o que sempre me faz pôr em prática meu lado antropóloga-Crisão que quem me conhece, sabe como é sagaz e ligeiramente maldoso.

Enfim... quando chegou a nossa vez, eu estava ansiosa! Fui uma única vez ao show da Zélia há muitos anos atrás! Imagina. Abriu um clarão e eu entrei com os braços abertos (como se estivesse revendo a minha melhor amiga) e fui correndo abraçá-la. Enquanto a abracava, disse: "É um prazer poder te conhecer pessoalmente!". Ne
m lembrei da minha irmã. Achei estranho, mas achei que ela estivesse de lado, olhando, já que disse a ela que eu seria bem sagitariana. Ela falou que estava meio tímida (bem canceriana...). Disse para ela "deixe de ser boba, isso não é hora de ser tímida!". Enfim.

Peguei o encarte com a página devidamente escolhida e entreguei a ela. Perguntei se eram dela as belíssimas aquarelas que compunham o encarte todo. "Não... são de Brígida Baltar", respondeu ela sorrindo aquele sorrisão só dela.

Nisso (finalmente!) me toquei que minha irmã tava longe! Chamei ela! "Vem aqui!!!". E disse para a Zélia "Esta é minha irmã!" E ela respondeu: "Irmã tímida!" Enquanto isso, minha câmera, nas mãos de uma loira, apenas esperava a hora de bater a foto das três. Aliás, foi essa mesma loira que impediu a entrada de minha irmã que, educada e tímida, nem repeliu a loira. Ah se fosse comigo...

Minha irmã se aprochegou, abraçou a Zélia com bem menos efusão que eu. Aí fomos para o autógrafo: Cris e Tati. Eu fiquei vendo ela escreve
r. Nos arrumamos pra foto. RÁ: pus a mão na coxa dela, para me apoiar. Não tinha como evitar, né???.... Ao final, eu disse a Zélia: "E vc vai fazer um reality show igual à Isabella Taviani?" Ela deu uma sonora gargalhada e respondeu: "Nãooo só a Isabella mesmo!!" Eu respondi: "Eu vi o vídeo seu e da Isabella e adorei!!" Ela deu outra gargalhada e ela disse "A Isabella é louca!". Rimos e fomos, eu minha sis.

Foi fantástico, mas não tinha como não falar desse vídeo. As duas juntas são muito engraçadas.

Voltei para casa andando nas nuvens. Nessas horas penso que temos de valorizar nossos artistas -- os brasileiros que estão aqui -- pois eles podem realizar aquele sonho de fã de abraçar, rir e chorar. Nada contra os gringos (praticamente inalcançáveis), mas nenhum deles me deu as alegrias que Ana Carolina, Isabella Taviani e Zélia Duncan me proporcionaram até agora.

BTW, ainda tô ouvindo o CD. Uma graça... doce, leve.

Ode to my family

Ontem, voltando pra casa numa São Paulo chuventa a semana inteira, me ocorreu algo: eu quase nunca falo da minha família aqui e para ninguém. Fiquei com a pulga atrás da orelha.

Acho que como toda boa lésbica (e algumas devem viver este confronto até hoje), eu também senti e ainda sinto os efeitos de não ser uma "normal da sociedade", que tem filhos aos 30 anos, prestação de casa, carro na garagem... como tinha dito minha amiga Gabitchs no blog dela. Mas, dentre todos esses confrontos, eu trago boas lembranças de minha família e de minha infância. Tudo ainda é questão de ponto de vista e de como você lida com o que é inerente a você.

Da minha irmã, eu sempre vou me lembrar dos salgadinhos Ruffles e de quando ela mordeu meu olho, sendo uma bebezinha de meses, e quase me cegou. A gente não se dá muito bem, mas a gente se respeita e se gosta.

Do meu pai, vou sempre recordar das canções de ninar antes de dormir e de como é bom deixar a barriga sempre aquecida durante a noite, para não ter cólicas. E de como é bom gostar de desenhos e ser eclético em música. E de como nunca ser um pisciano em seus piores defeitos.

Da minha mãe, eu tenho as melhores recordações. Ela me ensinou a ser forte, independente e simpática -- características muito impossíveis para uma canceriana com ascendente em peixes e lua em leão. Eu sempre fui retraída e tímida e tinha vergonha da minha mãe com seu jeito sagitariano e espontâneo de ser.

Minha mãe me ensinou que devemos ser respeitados pelo que somos. A vocês confidencio que sempre sofri por ser japa. Imagina ser uma japa lésbica! Minha mãe, inconscientemente, me incutiu a regra de que você deve ser quem você é, fazer o que você gosta. Ser sempre alegre e acreditar.

Além do lance de repetir à exaustão que se não temos ninguém para nos ajudar, não devemos sentar e lamentar, mas sim correr atrás daquilo que é necessário. Isso vai desde trocar uma lâmpada a arranjar um emprego.

Hoje em dia, tenho muito de minha mãe em mim. E tenho muito orgulho dela. Mesmo que eu saiba que ela nunca leria este blogue, este post de hoje é, basicamente, uma homenagem a ela.

Processador 3.2

Estes dias eu tenho coberto as férias da Elaine, secretária editorial, de onde trabalho. Afora o volume infinito de tarefas simultâneas (às quais me dou bem, graças ao leão e gêmeos de meu mapa) meu cérebro e minha alma estão a mil. Confesso que não tô dando conta.

Aí, conversando com a minha filha, berrei: "Sim!!! Sou um processador 3.2!!!"

E vamo que vamo.

O que é póstumo e, ainda assim, eterno

Já estou vivendo com meus 32 anos.

Me lembro que desde os 18 eu queria ter 32 anos. Havia algo de mágico nessa idade, não sei. Eu sempre admirei as mulheres nessa faixa etária (a pior, porque é onde a mulher tem sua primeira crise brava!) e, inclusive, minhas três namoradas tinham 32 anos quando as conheci. Nada deve ser por acaso, mesmo.

Ainda estou de ressaca do finde passado. Quarta-feira fui ver a Nilce, sexta-feira fui ver a Bella, sábado fui estar com meus amigos. Domingo foi o dia mais tranquilo em que aproveitei para almoçarmos, eu e Jana, com Poliana e Rafael, meus amigos, no Nandemoyá, na Liberdade.

Aliás -- e ainda -- estou refletindo o finde. As pessoas que estiveram presentes, as que não estiveram. Fatos engraçados que ocorreram, como umas meninas de um grupo atrás da minha mesa apostarem quem era a minha namorada, já que estava com vários casais heteros, mas aparentemente sozinha.

Ultimamente, eu tenho acompanhado vários blogues lésbicos e alguns não-lésbicos. No finde que se foi, estive em ambientes lésbicos. Confesso que fiquei -- e ainda estou -- um pouco saturada.

Não, não vou dar uma de preconceituosa contra a minha própria espécie, mas existe algo entre as meninas lés que é irritante e limitado. Claro, a regra não é geral, e graças a Deus existem exceções. Porém, é nítido que, cada uma em seu contexto pessoal de vida, se encaixa em um determinado nível de aprendizado, de maturidade e de existência. Mas, porra... não foi sempre assim? Sim, foi sempre assim. A única -- e A diferença -- é que sempre fiz isso com o universo hétero e hey baby, welcome to the real world, as lés também são assim.

Acho que tem muitas coisas desse mundo L que preciso conhecer, para conhecer o ser humano. Conviver acho que já é demais, já que sempre me intitulei como a pertencente dos "sem-grupo". Nunca precisei estar num grupo para me sentir inserida na sociedade. Claro, muito pretensiosamente, sei que faço parte de vários grupos, mas sempre fico me esguiando e esquivando aqui e ali porque odeio rótulos.

Enfim, ainda vou escrever muita coisa para refletir o turbilhão que anda na minha cabeça. Só sei que o vento está soprando... e eu sinto que meus olhos andam vendo muito mais do que sempre viram. Meio assustador, mas delicioso.

Do finde - parte 2: Eu e meus amigos

Bom, nem só de Isabella Taviani foi meu finde. Como prato principal, tinha programado um encontro em um famoso bar lésbico de SP: Farol Madalena.

Aqui e agora devo confessar que havia uma imensa expectativa da minha parte para este encontro, afinal, eu tinha tomado uma decisão importantíssima para este exato momento da minha vida: ser eu mesma -- mais ainda do que sempre fui!!!

Anos atrás, tinha lido uma frase de Jon Bon Jovi, um de meus ídolos maiores, que dizia o seguinte: "I know who I am, I know where I fit in. I feel comfortable in my own skin." Para os que não tiverem entendido, diz: "Eu sei quem sou, eu sei aonde me encaixo. Eu me sinto confortável em ser quem sou."

Essa frase nunca mais saiu da minha cabeça. Ela praticamente se tornou meu mantra durante muitos meses

Aos que consideraram o autor da frase brega ou a frase semi-brega, eu digo: ela retrata uma verdade simples que a grande e imensa maioria de nós não é e não vive: não somos nós mesmos.

Por isso, o sábado do dia 18 de julho foi importante, histórico e megassignificativo para mim. E nada como viver isso no dia mais importante da minha vida: meu aniversário, que também é meu Ano Novo.

Eu e Jana -- minha namorada -- pudemos estar ao lado de todos os meus amigos, héteros e lésbicas. Eu imaginei que alguns homens heteros pudessem ficar constrangidos, mas o resultado foi surpreendente. E foi muito bom!

Foi uma noite extensa (eu abri a casa...) até sair de lá, depois da 1h da manhã. Gastei horrores, me diverti muito e ganhei muitos presentes. O maior de todos: a presença daqueles que realmente queriam estar lá para compartilhar daquele momento comigo.

Assim, gostaria de prestar uma pequena homenagem nominal aos presentes:

Poliana e Rafael, Renata Assunção e seu namorado, Priscila Mota e Alberto, Carol Ser-do-mal e seu namorido, Sharlene e Vilma, Lari e Lu, Regiane, Quel e Eli Usui. Vocês todos foram incríveis, me encheram de orgulho e alegria.

Mais incrível ainda foi -- no meio de minha mania astrológica (unindo eu, Lari e Poliana) -- detectar no meio da noite o perfil astrológico dos visitantes. Dos 17 presentes, haviam 9 signos de terra (2 virgem, 3 touro e 4 capricórnio); 5 signos de água (1 peixes, 1 escorpião e 3 câncer); 2 signos de ar (1 libra e 1 aquário) e 1 signo de fogo (leão, mas que com ascendente em virgem...).

Aos que puderam estar presentes, muitos mojitos e shimejis na manteiga. Aos ausentes, sei exatamente quem de fato não pôde estar presente e quem simplesmente sequer se manifestou. Ao contrário da reação clássica que eu teria anos atrás e que a maior parte de vocês já conhecem, eu não surtei, não berrei, não execrei ninguém. Quem possui fidelidade, simplesmente é leal. Quem não é, fala muito e faz pouco ou quase nada. A vida nos mostra isso.

Que apenas esteja ao meu lado quem quiser estar. Eu me adoro e meus amigos, idem. Quem não quiser... see you in a next life.

Do finde - parte 1: Eu e Bella Taviani

O finde foi longo, praticamente nem dormi. Mas foi muito aproveitado em cada segundo... Como aconteceram muitas coisas, vou dividir em duas partes. Esta, primeira, trata do show da Isabella Taviani. O show foi na boate The L Club. Várias coisas envolviam o show: minha primeira ida a uma balada lésbica mesmo e meu primeiro show da Isa. Tudo às vésperas -- literalmente -- do meu b-day. Isabella Taviani é incrível, sem maiores comentários. Não conheci e acho que não terei o privilégio tão cedo de conhecer uma artista como ela. De um carisma incomparável, ela cantou e se esgoelou para dar um mínimo de vazão a uma casa noturna sem estrutura nenhuma para abrigar shows. Deveria ter sido um pocket acústico e não caixas acústicas de baixa qualidade. Whatever.

Não vou me lembrar do setlist, mas ela cantou a minha música favorita: O último anjo. Pena que com o som péssimo os vocais -- que são tudo nessa música -- praticamente sumiram com o coro das 1.000 mulheres que deveriam estar lá. Ainda teve uma música inédita: Meu coração não quer viver batendo devagar.

Ela desafinou. Infelizmente... mas diga, quem não desafina diante de um cubículo com 1.000 pessoas fumando. Quer dizer, 999 porque eu não fumei
! Uma amiga do Leskut foi ao show e achou que era gelo seco.... pfff. Era puro cigarro. Que horror!

Odiei isso. Eu sou ex-fumante e em breve vou postar sobre cigarro. Deve ser totalmente proibido em situações como essa! Mas, isso é um
detalhe.


1h40 de show, quase duas da manhã e eu ansiosa para o camarim. Tinha levado encarte de CD, caneta, máquina fotográfica com bateria... cabou o show, esperei a muvuca dispersar. Fui lá perto dos negões de 2m de altura e esperei. Nada. Ninguém tinha se manifestado, apenas eu. Cheguei num e perguntei: "A cantora vai atender alguém?" Ele diz: "Não sei, acho que não." Fiz cara de gatinho do Shrek e disse: "É meu aniversário, eu queria tirar uma foto com ela." Ele foi muito gentil, chamou o outro ´negão chefe´e cochichou algo. Fui lá falar para ele: "Hoje é meu aniversário, queria poder falar com a cantora." Ele disse, muito educado: "Olha, vou lá tentar, mas se vc conseguir, vai ser a primeira!".

Ao ouvir isso, fiquei brochada, sentença praticamente pronta. Mas, esperança é sempre esperança. Esperei e ele voltou dizendo que não. Fiz mais carinha de gato do Shrek e ele disse que sentia muito, mas ela não ia receber ninguém.

De carinha de gatinho a cara de bunda foi um segundo. Fiquei triste. E fui embora correndo daquele lugar para começar minha desintoxicação de 3 maços de cigarro!

Depois, fui com minha filha Poliana e o Rafa pro Fran's da Benedito Calixto tomar um Franccino muito gelado!

Fiquei com isso na cabeça, pensando em como tive má sorte.

Ontem, resolvi twittar para ela, dizendo que deveria ter ganhado meu presente e que tinha ficado muito triste... disse: @isabellataviani Bella! obrigada pelo show maravilhoso, msm com som ruim. Eu bem tentei hanhar meu abraço, mas n consegui... ainda vou conseguir meu presente de aniversário com atraso! Eu merecia! chuif... beijos!

Meu presentinho chegou. A Bella respondeu: @Crisantemus desculpe, mas era impossivel atender naquela situação. Feliz aniversário.

Valeu! Até
o show no Citibank hall e no Canecão!















As fotos a seguir são de autoria de Moema de Andrade, que estava lá e é fotógrafa... ao menos ela estava mais perto do que eu...














Angústia


Chegou esta hora
como em tantas vezes repetidas antes
de sentir o gosto amargo de existir
no vácuo de uma outra existência,
de amar os amores como uma obrigação
de exigir tanto dos outros
uma perfeição imposta
que não é mais defeito, e sim, virtude.

E no vazio existencial desta hora,

eu queria me vomitar de mim mesma
por Deus, eu apenas queria saber
que eu poderia desistir de mim
como descartar embalagens no lixo
mas cada cicatriz adquirida não desaparece
ela subsiste como uma doença incurável.

Nesta hora, eu contabilizo as horas idas e vindouras

eu tomo café, eu fumo, eu rôo as unhas
se eu pudesse eu cortaria as veias
se eu pudesse eu teria um orgasmo
se eu pudesse eu pularia 30 andares
mas eu existo em mim mesma, uma coexistência horrenda,
eu me sinto saturada
eu apenas queria pôr para fora
todo este pus podre que corre dentro de mim.

Mas, eu durmo, eu acordo, eu trabalho, eu converso

eu digo que sei, eu presumo que sei, e eu não sei
eu sorrio para as pessoas porque não posso ser eu mesma
eu sorrio para as pessoas porque não posso matá-las
eu sorrio para as pessoas porque a lei da vida
é a lei da falsidade
esta é a maior virtude não divulgada pelo ser humano.

Pois tudo o que as pessoas dizem sobre serem sinceras…

é mentira.
Pois tudo o que as pessoas dizem sobre gostarem de pessoas sinceras…
é mentira.
Pois tudo que todos dizem sobre tantas coisas…
é mentira.
A vida é esta, quase uma falsidade, de tanta mentira.

Eu simplesmente tento entorpecer os meus sentidos

com as drogas da auto-ajuda e do autoconhecimento
para voltar para a vida e para as pessoas que convivo
e tentar compreender que os seres humanos são falhos
que a vida é falha em cada segundo de sua existência
que ninguém assume seu egocentrismo egoístico
para sorrir para os outros com a bondade putrefata
de uma alma vazia e ignorante.

Pois, esta sou eu.

Sim, esta sou eu. Eu faço parte deste teatro diário
que é viver a vida entre outros seres humanos.
Sorrir e enganar a si próprio. Sorrir e enganar os outros.
Blá–blá–blá… não é isso o que realmente importa?
Aí, eu virei com aquele discurso ridículo
“eu tentei, tentei e tentei…”
para comprar uma arma e sair matando meia dúzia
um sonho real sem remorsos
por que todos merecem uma chance
se ninguém compartilha essa chance com ninguém?

A vida amontoa um monte de perguntas…

que vão criando pó no canto obscuro da sua mente
até chegar uma hora, qualquer,
que as perguntas são revolvidas
por causa, sempre, de um ser humano idiota
que faz pré-julgamento de você
ou que te julga por coisas que você fez séculos atrás
ou por aquele ser humano que diz que confia
mas vira as coisas sem lhe dizer adeus
ou que olha em seus olhos, para rir sarcasticamente,
para jogar toda a culpa dos problemas do mundo em você.

A vida não é um espetáculo ridiculamente imbecil

de gente que se diz preocupada com outro
mas quer apenas comprar o próprio lugar
no panteão suposto de um paraíso de um deus qualquer,
a vida em sociedade é uma novela indigesta
cheia de personagens ignorantes não por burrice
mas por pobreza espiritual… ou dos idiotas
que se dizem autoconhecedores mas se valem dos outros
para testar seus supostos conhecimentos
e espalhar testes ridículos, quando, na verdade,
estão agindo como aqueles médicos
que matam uns mil para salvar uns milhares depois.

Esta é a minha hora de angústia,

em que eu me sento em qualquer lugar
para pensar em uma coisa, mas acabo retornando
ao velho fardo que deixei para trás…
ao espelho que abandonei numa curva…
aos erros e aos acertos que nunca se equilibram na balança
às pessoas que conheço que eu fiz chorar
e a todas as inúmeras que apenas me condenam sem justificar
esta é a minha vida.

Nada faz sentido e, ainda assim, assume sentido

irreal sentido
de se apresentar assim, semi-pronto para a vida
apenas para dizer que fez alguma coisa
apenas para deixar uma marca indelével na vida de alguém.

Eu juro que estou tentando… eu juro que nunca cansei de tentar

mas eu juro que estou cansada
se eu ficar cansada de dizer que estou cansada
posso amargar o limbo dos suicidas
o que não vai ser nenhum peso
para um coração tão vazio
para uma alma tão solitária
para um espírito cansado de tentar entender
e ficar sem nenhuma resposta.

As perguntas me consomem…

e as pessoas com quem convivo me desesperam
a hipocrisia ao redor me desidrata
e a falsidade temperada com toques de doçura
simplesmente me dá câncer.

A angústia de ser quem eu sou me consome

e de carregar as perguntas que carrego
e de sentir as coisas que sinto
e de ver as coisas que vejo.
Pois, sempre pressupus que o conhecimento
seria um sedativo. Ele é ácido nas veias.

E chega esta hora

esta maldita hora do zero, hora do nada
hora contínua que salta aos olhos
eu me lembro das pessoas que conheci
ultimamente
– tão patéticas.
Eu me lembro dos amores que amei
ultimamente
– tão ridículos.
Eu me lembro dos amigos que supus assim
– tão imbecis.

E chega esta hora de decidir entre dois caminhos
o da loucura assumida e o da loucura camuflada
eu ando no ínterim da loucura
eu sou a loucura.
Eu caminharei entre a loucura dos loucos
e eu caminharei entre os mortos ainda vivos
eu estarei com peso nos ombros por viver
e por não poder me cuspir para fora de mim.
A hora da loucura é a hora da angústia
e eu sei que agora realmente vou viver
todas estas horas, sem fim.
Sem fim.
Sem fim…


(20 de abril de 2008)





Isabella Taviani




Pela primeira vez em toda a minha vida, tenho o autógrafo de um artista de quem sou fã. Como todos os que gosto estão bem longe de mim, Ana Carolina é inacessível, tenho esta carioca libriana de voz lindíssima e de simpatia inigualável. Falta uma foto ao lado dela. Em breve.

Obrigada, Bella, por ser aquela artista que não se esquece quem a alimenta -- não apenas a Arte, mas os fãs de sua arte. Eu e todos os seus seguidores estamos ansiosos pelo seu novo álbum Mas meu coração não quer viver batendo devagar. Tô pensando em algo para poder participar de um dia de gravações ao lado de um monte de cariocas.

Blog da Bella: http://isabella.taviani.zip.net/