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Assim caminhou Crisão – parte 2 (sobre Crisão inserida em grupos durante a “vida adulta”)

Durante a pré-adolescência vivi um pouco do estigma de ser japa, morando num bairro de periferia que nunca tinha visto olhos puxados antes. Daí criei minha primeira característica: não sou aquele tipo de japa que só anda com japa. Pois acreditem: o separatismo oriental existe. E chega a ser radical em algumas pessoas, que só compram produtos e serviços de japas.

Passei uns mal-bocados, mas nada que se compare aos três anos do colegial em plena adolescência. Se houve um teste em minha vida para eu não me matar em plena fase áurea dos hormônios bombando, foi essa! E eu não me matei, embora tenha sido nessa fase que mais pensei com força que poderia me jogar na linha do trem. Seria uma morte brega.

Nessa época, tive duas amigas mais próximas: Elisabeth e Rosana. Por coincidência ou coisa do destino, nosso amor em comum era a literatura. Um pouco teatro e um pouco música. A Rosana tinha uma guitarra vermelha lindona e dedilhava Guns n’ Roses. Montamos uma peça de teatro. Eu participei de concurso de poesias. Foi frutífero para o meu intelecto.

Porém, eu já sabia que era lésbica e não conhecia ninguém que fosse. E não sabia como falar disso. E eu era uma japa zoada violenta e diariamente por moleques com espinhas na cara que – em grupos – se achavam os reis e os melhores. Como o bom e típico adolescente.

Àquela altura da minha vida eu tinha aprendido algumas coisas, embora sem conseguir enumerar da forma como faço agora: o silêncio é de ouro. Conhecimento é poder. Eu posso viver comigo mesma, com milhares de segredos, transcrevendo minhas angústias e dores em forma de poesia (nessa época eu chegava a escrever quase dez poemas por dia). Um dia, o meu dia vai chegar. Ninguém está comigo, não porque é impossível, mas é porque não existe outra forma agora.

Então, como sempre falo por aqui, desenvolvi um aguçado sentido de observação. Por ser tímida, por estar deslocada de quaisquer grupos que me aceitassem como eu era (e eu sempre fui uma garota normal! Apenas era meio nerd e japa). E, principalmente, porque sempre tive um conjunto que destoava da maioria. Desde cedo, poucas pessoas me aceitaram pelo que sou. E não porque eu era esquisita, mas porque eu não me encaixava naquilo que era o senso-comum e igual a todos. Começou com o fato de ser japa. Continuou com o fato de ser lésbica. E assim foi aumentando.

O que antes era um fardo, foi sendo assimilado por mim como necessidade de sobrevivência. Eu não conseguia me adaptar ao que a imensa maioria queria. E o que sobra para aqueles que ficam de lado e são ridicularizados? Depressão? Assassinos em série, como nos EUA? É um teste que a vida proporciona e poucos conseguem atravessar sem graves sequelas.

Aí entra o papel salvador da minha mãe que consolidou a base que eu já tinha: autoestima e independência. Minha mãe, de quem me orgulho muito, sempre me disse que tínhamos de ser independentes, desde as coisas mínimas até as maiores. Que não precisávamos de um professor para ensinar, bastava olhar e tentar sozinho que vc conseguiria! Que rica lição! Minha mãe dizia que nunca precisaríamos depender de ninguém se tínhamos a capacidade de aprender. Claro, ser humilde sempre, mas nunca se sujeitar à alguém apenas porque vc não é capaz de fazer sozinho.

Quantas pessoas por aí têm a sorte de ter a mãe que eu tenho? Claro que essa semente que ela plantou demorou a brotar, a crescer e a se tornar a árvore frondosa que ela é hoje em dia.

Assim caminhou Crisão – parte 1 (sobre Crisão inserida em grupos durante a adolescência)

Ainda no campo das polêmicas, hoje quero falar sobre um assunto que valeu até uma matéria na minha coluna do PL: o ser humano em grupos.

Para o assunto quero comprar e ler o livro Sociologia e Antropologia, de Marcel Mauss. Uma simples e quase ingênua tentativa de começar a entender porquê somos os seres que somos e porquê temos certas atitudes em grupo que, isoladamente, não teríamos.

Como sempre faço, uma explanação considerável sobre mim mesma. E dividirei em três posts: um sobre a primeira parte da minha vida, outro sobre a segunda parte e um final fazendo uma conclusão do que penso. Pois bem, desde criança tive dificuldades de me inserir em um grupo e, acreditem em mim, foi porque eu era japa! Isso se acentuou na pior fase de vida de um ser humano: a adolescência. Em uma época de descobrimentos e hormônios à flor da pele, eu precisei conviver com o estigma de saber que era lésbica (ainda não-assumida) e japa!

Um pouco antes, entre os meus 11 a 14 anos, eu tive o privilégio de conhecer duas garotas (e, portanto, um grupo): Elaine e Isabel. Elas me conduziram por aquele que seria um dos meus caminhos da salvação: a literatura. Nunca li tanto como li naquela época. E tínhamos um “clube da leitura” no qual discutíamos o que tínhamos lido. Além disso, comprávamos caderninhos para escrever as nossas próprias histórias. E cada vez que terminávamos um “livro”, trocávamos para ler o livro da outra e fazer comentários.

Devo confessar que foi uma época deliciosa da minha vida. Eu as admirava, porque me sentia uma “burrinha” que tinha péssima redação (e tinha mesmo) e aprendia as técnicas rudimentares da escrita com elas. Até hoje em dia, nunca deixei de agradecer por esse estímulo que foi crucial para mim. Nunca soube o que aconteceu com a Elaine (por quem nutri meu primeiro amor platônico…), mas lembro que ela dizia que queria ser atriz. Um dia, dentro do busão no bairro onde moro, encontrei com ela. Nossos olhares se cruzaram. Naquele ímpeto de segundo, eu quis dizer tanta coisa para ela. Nossa última conversa tinha sido em 1990, quando tivemos aquela briga adolescente, e o reencontro foi em 2006, acho. Dezesseis anos!

Eu apenas queria dizer que não tinha mágoas e sentia pela nossa amizade que se perdeu com o tempo. Não sei explicar, mas tínhamos uma conexão específica, talvez por problemas de família semelhantes, talvez por outro motivo misterioso. Mas não consegui. Travei. Fiquei com um peso imenso de arrependimento pela minha covardia.

Alguns meses depois, sonhei com ela. Não lembro o contexto, mas lembro que ela me sorriu aquele sorriso encantador que ela tinha e apenas me disse, enquanto segurava em minha mão: “não se preocupe, está tudo bem!”. Cara, acordei assustada, pois parecia que tinha estado com ela! Depois desse dia, entendi que era hora de seguir adiante, pois não havia mágoas.

A Isabel era canceriana como eu, ela do dia 08 de julho, eu do dia 18. Tínhamos muitas semelhanças, mas não era como com a Elaine. E ela se tornou minha amiga, depois que o grupo com a Elaine, devido à nossa briga, se dissolveu. A Isabel era talentosa com as letras e com os números. Mas por conta de um “milagre” que recebeu visitando uma igreja, converteu-se ao evangelismo e queimou todos os seus livros, por ser coisa do diabo. Eu chorei de tristeza aquele dia. E sabia que estaria sozinha a partir dali.

Era o fantasma do segundo grau (hoje, ensino médio). E foi o momento total da separação: cada uma foi para uma escola e eu nunca mais as vi. O meu único grupo, que tinha me dado a base para várias coisas que desenvolvi nos anos seguintes, tinha se dissipado ali. Nas lembranças doces de tardes sem preocupação, falando de literatura e escrevendo livros.

Meu tarô de hoje

Como podem imaginar: tudaver.

Aprendendo a importância do recolhimento temporário
O 4 de Espadas como arcano de aconselhamento sugere que é aconselhável, ao menos por um tempo, que você assuma a importância de ficar na sua, ao invés de procurar companhia demais e entupir seu tempo com afazeres fúteis ou atividades sociais desnecessárias. Compreenda esta parada em sua vida não como paralisia, mas como um processo necessário ao seu desenvolvimento. Não force a barra, Crisão! Há tempo para se divertir e tempo para a quietude, mas este momento demanda maior reflexão e meditação de sua parte. Busque um centro de tranqüilidade e evite afazeres excessivos que dispersam seu foco. Se possível, converse com alguém mais próximo sobre as coisas que lhe incomodam, pois a partir do diálogo tranqüilo você perceberá que muitas das coisas que você deseja mudar nos outros precisam primeiramente ser mudadas dentro de si!

Conselho: Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, acorda.

fonte: Personare

Frases do dia

Não atire pérolas aos porcos.

If you don't like me, then don't look at me.

I know who I am, I know where I fit in, I feel comfortable in my own skin.
(minha frase de vida, pelo meu querido Jon Bon Jovi)

Em boca fechada não entra mosquito.
(dá-lhe sabedoria popular!!!)

Amores platônicos: ilusão ou idealismo? Coragem ou covardia?

Peguei a ideia no blogue da Aline. Minha amiga resolveu falar de um assunto que eu até tinha esquecido, e que acabou suscitando pensamentos devoradores dentro de mim.

Ainda tenho a recente leitura do livro Amar ou depender?, de Walter Riso. Concordei com cada linha escrita ao longo das 152 páginas. E, dentre essa leitura, minhas experiências vividas, as histórias que ouvi e outras que vi, fiquei com alguns nozinhos na cabeça, para a questão-tema deste post.

Há os que defendam o amor platônico como o mais puro. Para essas pessoas, a idolatração à distância, sem conhecimento do objeto desejado e sem quaisquer outras características de um relacionamento “comum” é uma espécie de sinônimo de pureza com tons de castidade. É um tipo de amor que não se macula, não importa o que aconteça.

Não deixo de concordar que sim, há uma “pureza imaculada” que cada um pode pintar com os adjetivos que quiser. Afinal, há o ser que ama e há um ser que é amado. Entre os dois não há sequer conhecimento da existência do outro. Bem, pode até existir, mas nunca como um “amor”. Aí eu até poderia classificar o amor platônico nível 2, onde a amizade é utilizada em lugar de um amor que não pode nunca ser declarado.

A questão que urge na minha cabeça é: por que um amor é platônico?

Acredito que essa pergunta é a principal que pode responder à outra pergunta. Várias frases surgem como respostas, mas a ideia principal não foge: covardia. Por que não podemos classificar o que ama platonicamente como um covarde? Por que, ao contrário disso, dizemos que ele é puro, ingênuo e casto?

Acho que tirando um caso de um moleque de 16 anos que se apaixona pela professora de 30 numa escola de um interior longínquo, que não tenha os conceitos de cidade grande, uma espécie de Sassá Mutema em O Salvador da Pátria, podemos até classificar o amor platônico dessa forma (mas sabemos como ele termina…). Mas qual a diferença entre o desejo sentido e o desejo realizado? Para mim, nenhuma. O desejo continua sendo desejo. E o amor platônico, mesmo sendo platônico, continua embutido de desejo.

Se o meu raciocínio estiver correto, o amor platônico deseja, mesmo que “platonicamente”, mas deseja. Pode não desejar uma noite de sexo quente, mas deseja o contato físico, deseja um souvenir – e eu até arriscaria uma comparação com um psicopata serial killer que pega esses restos que se tornam a sua alegria.

Mas uma pessoa que ama platonicamente não é um serial killer! Uma pessoa que ama platonicamente, para mim, ainda é uma covarde. Talvez baixa autoestima? Talvez complexo de inferioridade? Talvez medo de comprometimento? Talvez masoquista? Talvez frigidez sexual? Talvez uma mistura disso tudo e algo mais? Não dá para precisar.

Eu concluo isso pensando no sentido expandido do que é amar não-platonicamente e ter um relacionamento. Esse tipo de amor é doído, porque você acaba sofrendo – pela falta ou pelo excesso. Você não pode idolatrar seu ser amado, porque ele é feito de carne e osso, qualidades e defeitos, bafo matinal e mau-humor. Amar é, além de amar a pessoas pelas suas virtudes, amar a pessoa pelos seus defeitos.

Agora cito Walter Riso numa passagem que adoro:
Os laços afetivos sempre podem ser melhorados e aperfeiçoados, mas partindo do que realmente se é, do amor habitual, impuro e terreno que vivemos no dia a dia. Diminuir o “superamor” cósmico/universal e submetê-lo a relações de carne e osso é ingênuo, além de danoso. Os bons casais não vêm prontos de fábrica. É preciso poli-los na lida diária da vida, à força de suor, de esforço e, muitas vezes, de lágrimas.
Enquanto o amor universal não pede nenhuma mudança, o amor entre pessoas precisa de correspondência. Para que uma relação seja gratificante, deve haver reciprocidade, ou seja, uma troca equilibrada. O amor recíproco é aquele no qual o bem-estar não é privilégio de uma das partes, mas de ambas. (p. 128)

Bem, para não prolongar mais este já longo post, vou terminar falando de minha própria experiência: vivi todos os tipos de amores platônicos possíveis. TODOS. E sempre me via no desejo de viver um relacionamento que me completasse, me fizesse feliz. O amor platônico não é um meio de vida, é uma alternativa triste para uma pessoa que ainda não teve o “clique” de viver sem  alguns dos medos e talvez que citei acima. ARRISCAR. Pois é fato que todo amor platônico está fadado ao fracasso, mas é algo tão claramente previsto, que nem provoca quase dor. Porém, arriscar-se num amor não-platônico é jogar sem saber se você vai ganhar ou perder. Não depende apenas de você. Para mim, esse risco é como uma aposta: se você analisar bem, pode dar certo. Mas, pode não dar. Este é um dos prazeres da vida: errar quando for para errar. Mas, tentar sempre fazer dar certo. E TENTAR: ao menos, tentar. Afinal, acima do amor e qualquer outro sentimento, acredito que o nosso maior propósito seja aprender e crescer.

Crisantemus Sincerita Polemicus

Foi o nome científico dado pela minha querida filha Poliana!

Para quem me conhece de verdade: falae, não é minha cara?

Para quem não me conhece, fica a dica: esta sou eu. Me ame, me odeie, não importa. Apenas não espere que eu seja o que todos são. Detesto isso, cara...

Bem, post da tarde para falar que eu adoro assuntos polêmicos. Mas, odeio discuti-los em públicos. Isso para mim é desgaste de energia. Total desperdício. Claro, existem discussões, mesmo acaloradas, que trazem muito benefício. Em sua maioria, baboseiras. As pessoas apenas querem exibir seus egos, para ver qual penacho se sobressai no meio da penaiada.

Ok, ando meio radical. Mas, eu preciso ser radical com isso! Preciso defender as minhas crenças e o que sou. Mas, aqui. Neste blogue. Neste espaço megalomaníaco só meu, onde aporta quem quiser e continua lendo quem quiser. Aqui ninguém é forçado a nada.

Lembro do Enrico, meu colega do antigo emprego, que sempre dizia que eu deveria me candidatar ao programa do Abujamra - Provocações. Nem sei se esse programa ainda existe. Porém, toda vez que me meto em uma polêmica, me lembro dele.

No entanto, a despeito de tudo, a grande questão é: eu não gosto de discutir. Eu gosto de observar. Analisar. Esmiuçar. Compreender. Este é o cerne de tudo.

E sigam-me quem quiser me seguir! Quem não quiser, sem mágoas, fica para a próxima vida.

Tomei um chão!

*** altas gargalhadas ***

E um joelho roxo, como conta final.

Bem, pessoas queridas, hoje lá estava eu andando pelas ruas da Lapa (de SP, aquela feiona) pensando que todas as conduções estavam ótimas, ao contrário do caos de ontem, quando levei 3 horas para chegar em casa, quando escorreguei feio num pedaço de cabide quebrado!!! (para vcs verem como a coisa é feia)

Não deu nem tempo de pensar, meu pé direito foi no plástico, meu joelho esquerdo bateu no chão, minha mão direita se apoiou. Nem quero imaginar a cena.

De repente, ao meu redor, surgem duas pessoas extremamente educadas e solícitas. O homem ofereceu a mão para me ajudar e a senhora me perguntou se estava tudo bem e se eu tinha me machucado.

CONFESSO SOLENEMENTE AQUI que fiquei mais assustada com isso do que com a queda em si.

Eu, que sempre falo do meu amor paradoxal pelo ser humano, que não vejo mais esperança, que paulistanos são um bando de frios, mal-humorados e mal-educados (e dane-se os hífens do Novo Acordo!).

Aí, me lembrei da minha velha história de uns anos atrás, que alguns amigos pessoais devem se lembrar... do dia em que trazia a cesta de Natal no busão e que, no meio do caminho, a cesta de rompeu! Começaram a rolar latas de pêssego, goiabada, castanha do pará e toda a porra possível rua abaixo, a 200 metros da minha casa. Nisso, começaram a surgir pessoas do nada, pegando os itens para mim, meninos foram buscar sacolas de plástico em suas casas -- tudo para me ajudar.

Será que é o clima do Natal??? Não sei. Só sei que nessas raríssimas horas, me surpreendo. Uma surpresa boa que joga mel em meu ceticismo em relação ao ser humano.

Enfim... sobre a queda de hoje, minha calça ficou meio raspada, mas não rasgou. Minha mão de apoio tá meio dolorida, mas nada demais. O pior foi meu joelho, que se ralou... vai ficar uma cicatriz. Mais uma! Mas tudo bem. Cheguei no trampo, passei um antisséptico e colei um bandaid.

E o meu coração... recebeu outro bandaid pela atitude daqueles seres humanos. Eles podem até rir e tirar sarro da minha queda, que deve ter sido cinematográfica, de tão rápida que foi. No entanto, provaram porquê são seres humanos, não apenas pela existência de uma carcaça,  mas pelo que jaz no íntimo dela.

Happy Birthday, Mom!

Minha mãe nunca leria este blogue, mas hoje faço uma homenagem a essa senhorinha de 62 anos, sagitariana com ascendente e lua em câncer, eterna otimista e batalhadora (meio ranzinza, mas qual pessoa com ênfase em câncer não o é?), que nasceu hoje, 01/12.

Sou muito o que minha mãe me ensinou. E devo a ela toda a minha formação de caráter, autoestima e coragem que tenho hoje. Dentre as limitações etárias, nos damos bem. Ela me aceita. Eu não forço com ela, ela não força comigo. 

Obrigada, dona Leila, saiba que sempre foi um motivo de inspiração para mim!

Poesia no metrô

Eu sou do tempo que poesia é coisa para sonhador.

Andei um tempo pra dizer, depois, que poesia é quase sinônimo de Renato Russo (com todo o respeito, claro).

Nem uma coisa, nem outra. Dizia finado João Cabral de Melo Neto que poesia é obra de arte, são peças construídas, reflexo do trabalho de arquiteto e engenheiro.

Dentre a doçura de Cecília Meirelles, à competência de Fernando Pessoa e a crueza dita com alegria de Carlos Drummond de Andrade -- me surpreendi com este projeto do Metrô de SP: Poesia no metrô.

Faz tempo que estou para postar as fotinhas que tirei no metrô Vila Madalena. Desculpem a baixa qualidade, mas foram feitas da câmera VGA do meu celular.










Toda vez que passo nessa estação, me surpreendo com o fato de algumas pessoas pararem para ler os poemas. Algo tão grandioso que me deu lágrimas.

Grande iniciativa do metrô. Nesses dias selvagemente caóticos que vivemos, isto parece uma centelha. Que ela queime e se espalhe!

Air Supply e canções de sexta

A despeito das chuvas que têm acometido SP em todo o fim de tarde, esses dias têm sido bem interessantes. Acho que estou aproveitando a era de Aquário e o ascendente em Sagitário que jaz em mim, suscitando meu Leão e meu Gêmeos. Resultado: ando meio sem-noção. Porém, senta e repara que os sem-noção são muito felizes. Quero ser um pouco feliz assim!

Fato é que me sinto desbravando não mais aqueles limites do ego e do subconsciente. Quase há uma centelha -- que parecia estar apagada (frase-clichê, eu sei) -- e agora renasce. Morre, renasce. Que ciclo incansável.

Fiquei com vontade de ouvir umas músicas velhas e me lembrei dessas duas do Air Supply que gosto demais: Lonely is the night (presente no meu top100-Crisão forever) e Goodbye.

It's my life

Hoje acordei pensando em uma música: It's my life, do Bon Jovi.

Sim, meu car@ leitor@! Gosto de Bon Jovi. Faz parte da minha raiz dos anos 80 e da minha idade que nunca quis negar a ninguém: sou da década de 80, de tantas coisas que hoje viraram baladas trash. Eu me acostumo às ideias novas, sem nunca negar as raízes.

Em breve pretendo postar meus comentários sobre o recentíssimo álbum The Circle, mas vou esperar lançarem no Brasil, embora já saiba várias músicas de cor.

Bem, adoro o início dessa música: "This ain't a song for the brokenhearted, no silent prayer for the faithdeparted. I ain't gonna just a face in the crowd, you're gonna hear my voice when I shout it out loud. It's my life it's now or never, I ain't gonna live forever, I just wanna live while I'm alive." Ou, em outras palavras: "Esta não é uma canção para os corações partidos, nenhuma oração silenciosa para os que perderam a fé. Eu não serei apenas um rosto na multidão, você vai ouvir minha voz quando eu gritar. É minha vida, é agora ou nunca, eu não viverei para sempre, e apenas quero viver enquanto estiver vivo."

Muitos dizem que esse foi o respiro que trouxe o Bon Jovi de volta à vida, em 1999, com o álbum Crush. Eu acho que essa música, a despeito do que essa banda possa significar para vocês, é um hino à luta que nunca devemos desistir, ao otimismo que nunca devemos deixar de propagar, aos sonhos que não devemos deixar de sonhar. Chame isso do que quiser, eu chamo isso de dignidade. Ou honra, se quiser.

Nossa vida constantemente está caminhando para o quê? O que vc aprendeu ontem que pode ensinar para alguém hoje? O que te torna um ser humano menos execrável que o vizinho que você inveja e odeia?

Não somos nada além daquilo que nunca deixamos de saber quem somos: um monte de merda ambulante. Em constante aprendizado. Em constante crescimento. Isso é o mínimo que devemos fazer conosco menos.

Mas, sem pessimismo, como repugnariam os pessimistas "you can sleep while I dream...". E deixo esse eterno tópico para ser falado outro dia.

Não adianta

Hoje acordei murchinha, por causa de umas besteiras que acontecem... eu queria escrever um texto grandioso, cheio de filosofias e metáforas... mas hoje não.

Eu bem que pensei em parar de falar um pouco da Isabella Taviani, mas não consigo! Parece que depois que a vi pessoalmente, essa "magia" aumentou de tal modo que não me reflito nela, mas sinto suas energias boas e positivas até mim, com uma intensidade como nunca!!!

Eis que leio este post novo no blogue dela, clique aqui. Vale a pena. E, depois, caro leitor, me diga se meu vareio é justificado e se ela não é a artista fantástica que é.

Christiane Torloni e outras cositas

O finde foi uma ponte-rodoviária Rio-SP que só. Mas valeu cada segundo.

Sexta de manhã foi dia de conferir o restaurante Delírio Tropical. O ligeiro caos de saber tudo o que vai pedir ANTES de entrar na fila compensa pela comida saborosa. Comi uma salada dupla Yasmim-Mediterrânea mais um filé de tilápia com molho de café e maracujá (eu que nem gosto de tilápia). Um... delírio. Fiquei impressionada com a qualidade da comida, mesmo sendo num esquema de atendimento tão express... coisa que odeio, porque adoro o ato de escolher com muita calma o que vou comer.

Reassisti com a Jana à 2012 numa sala UCI. Tudo bem que tinha uma garota idiota (adolescente da Barra da Tijuca, dá para imaginar....) que ficou rindo o tempo todo nas piadas mais óbvias e não riu, como era de se imaginar, nas piadas inteligentes. E conversou com o filme o tempo todo. Tudo isso ao meu lado, para vc ver como fiquei pregada no filme. Mas, valeu a tela gigantesca para ver os efeitos especiais do filme que, de fato, é ruim. Ele não explorou nas causas do problema, carregou as tintas no sentimentalismo/drama, e ofuscou uma ideia brilhante e cenas incríveis sem necessidade.

No sábado fui ver a Isabella Taviani no Circo Voador, como já falado. Antes disso, conferi o restaurantes japonês Lapamaki que, realmente, me surpreendeu com seu sashimi de salmão perfeito!

Voltei para SP a tempo de assistir à minha querida Christiane Torloni na peça A loba de Rayban. Sentei numa privilegiada fileira C-103 no teatro do shopping Frei Caneca, o que me permitiu ver todas as expressões faciais de todos os atores (coisa que precisava, porque sempre peguei os últimos lugares do teatro!). Não tinha lido a sinopse e fui xeretar apenas porque se tratava de Christiane Torloni, por quem sou fã desde a novela A viagem, minha eterna novela favorita. E que surpresa!

Sim, trata do eterno dilema/problema dos relacionamentos. Mas não sabia que veria cenas tão impactantes, ainda mais se tratando da minha musa! Christiane Torloni e Maria Maya protagonizam uma bela cena sexual que só vendo para entender. Fiquei zoião! De alegria, claro.

E é incrível ver a presença de palco da Christiane Torloni, com sua imposição de voz e expressão corporal. O ator, Leonardo Franco, também me impressionou muito.

***

Minha ideia agora é organizar um encontro especial que será coordenado pela excelente Aline Naomi. Tô te chamando pra chincha, garota, agora é contigo!

Isabella Taviani no Circo Voador

Vou tentar ser breve e deixar o espaço para as fotos, que merecem destaque e falam por si só. O show foi lindo, foi o primeiro dela que eu vi, ao vivo, com a banda completa. Focado principalmente nas canções do álbum mais recente  -- o que adorei! --, destaque para as participações de Christiaan Oyens, tocando o violão havaiano (errei?) em Depois da chuva e para a Zélia Duncan, que estava na plateia, e desceu para um reprise em dueto, de Arranjo.

O Rio de Janeiro é uma cidade naturalmente quente. Soma-se aquecimento global, primavera que parece verão, e o fato de o Circo Voador ser um local semifechado, dá para imaginar o calor que estava. Acho que eles ligaram um ar... mas quem disse que fez efeito? Podem perguntar para a Isabella que por trê vezes disse desconsolada: "Gente, mas tá um calor aqui!".

Amei a performance dela em Escorpião, com direito a dança e tudo. Sempre adoro ouvir Iguais ao vivo, com guitarra e bateria foi perfeita! Falsidade desmedida é uma de minhas favoritas. Bom, tenho várias favoritas, que também entraram no repertório, como Borboletas e risos, Argumentos de vidro, Todos os erros do mundo.
 
Antes do show, fui com a Jana para um restaurante japonês que pegamos de primeira, na internet: Lapamaki. Que surpresa!!! Comemos um rodízio a partir de uma comanda onde ticávamos o que queríamos comer. Pode-se repetir o quanto conseguir comer, desde que não se desperdice nada. Experimentamos espetinhos em tamanho correto de camarão e carne, no molho teriyaki, uma delícia. Destaque também para o sashimi de salmão, na temperatura certa, firmes e saborosos que derretiam na boca. Ao final do jantar (parecia exótico demais uma japa no rio comendo num restaurante japonês...) cumprimentei o garçom e os sushimens, que ficaram sem-graça.

Vamos às fotos!


Christiaan Oyens, fofo.



A dupla Isabella Taviani e Christiaan Oyens, em Depois da chuva.






Isabella, no começo do show, antes de perder parte da maquiagem... (tadinha) e antes de sair com o vestido pingando de suor!


A prova do crime! Que artista linda e completa é Isabella Taviani! Continuarei defendo-a onde quer que vá.

Meus cinco minutos de fama com Isabella Taviani

Como foi sugerido pela @michellealange pelo twitter, vou mudar o nome do meu blogue para "um dia muito especial" em homenagem a uma das coisas mais lindas que me aconteceram ontem à tarde.

Cá estou aqui no Rio de Janeiro curtindo estes dias quentes ao lado da carioca (mas nunca acostumada ao calor) Jana. E relembrando a alegria de ontem quando além de conseguir twittar com a Isabella Taviani, saber que vou ao show no Circo Voador.

Semana passada estava no Tom Jazz vendo-a num pocket acústico lindo. Menos de uma semana depois, estarei vendo-a no Circo Voador, nos Arcos da Lapa. Como? Twitter. Lá estava eu às 14h30 acompanhando meu twitter quando vejo a Isabella dizer: "Gente, promoção relâmpago, valendo um par de ingresso para o meu show no Circo Voador".
Ok. Fiquei aguardando a pergunta: "Atenção! é muiiiiito difícil! Quantos minutos e segundos (REAIS) tem a música Pontos Cardeais? Atenção!!! Dúvido alguém acertar!!!"

Por sorte, estava com o RealPlayer aberto, com as pastas de todos os cds da Isabella à disposição. Corri a achar Pontos Cardeais e vi que no player marcava dois tempos: 4'37 e 11'10. Sabia que 11'10 não era. Falei o primeiro tempo. Ela respondeu geral dizendo que ninguém tinha acertado. Então, fui ao player de novo e coloquei a música pertinho do fim e deixei tocar... volume alto, com os olhos no contador. Quando ela deu o último suspiro, vi: 3'41. Na hora respondi. E o que se sucede está nas imagens:














Fã tem dessas coisas, né? Eu estou MEGA FELIZ em um nível quase indizível. Desde meu aniversário em julho eu tento tirar uma foto com essa mulher. Perdi o Pocketshow da Saraiva em SP pelo horário impraticável. Perdi a chance na The L Club. Nem pensei em tentar no Tom Jazz. Agora... ao menos, ela saberá que tem uma fã japa que gosta muito dela e que a defenda, onde quer que precise acontecer.

Obrigada às meninas e meninos que "disputaram" saudavelmente comigo pelo par de ingressos. Acabei fazendo novos contatos, o que é fantástico, porque temos algo lindo em comum: nosso amor pela Isabella Taviani.

Bem, segue o calor aqui no Rio e amanhã tem show da Bella. Segunda-feira teremos fotos!

Wind of change

Não. Não é um post sobre aquela velha música do Scorpions de 1989, que tocou até enjoar. Mas eu gosto dela e deixo o link para quem quiser ler o post ouvindo-a, assim como faço agora, enquanto escrevo.

Já faz algum tempo que eu sinto que somos a poeira cósmica mais prepotente que poderia existir neste universo. Mas, muita gente pensa assim e pelo fato de pensar isso desde a minha adolescência, haveria de se pensar que era mais fruto do descontrole hormonal do que bem uma postura de vida.

Porém, muitos anos se passaram desde então. E, para variar, o sentimento apenas se intensificou. E devo dizer que tem se intensificado cada vez mais de uns anos para cá. Eu tenho achado que é coisa da crise dos 30, quando começamos a pensar em destruir velhas formas de pensamento e buscar outras alternativas. Vejo que na verdade, a coisa é muito mais profunda que isso.

Acho que temos nos dedicado demais a tudo que for de mais mesquinho nesta vida. Confundimos evolução e inteligência, com subestimar, humilhar e destruir o outro. Nos gabamos de tanta coisa construída, que esquecemos de voltar os olhos para dentro. De olhar ao redor e sentir paz. De respeitar a Natureza.

Quem me conhece sabe que não sou hippie nem tenho vocação. Sabe que não militante de porra nenhuma. Então, pode acreditar que o que digo aqui são as palavras da mesma observadora quieta, que sempre fui. Há uma palavra que precisa ser espalhada. Há uma necessidade que precisa ser modificada. Há pensamentos que precisam de urgente transformação. Não dá para continuar a sermos quem sempre fomos, não dá para achar que os mesmos erros poderão ser repetidos. Não dá. Nosso tempo está se esgotando.

Acho que agora me sinto menos estranha em mim mesma, depois de ter constatado isso. Me diga, quantas pessoas pensam assim??? NINGUÉM. Claro, se vc, leitor do meu blogue, se identificar com estas palavras, por favor, compartilhe comigo. A humanidade encontra-se no estágio final de sua doença incurável e isso nunca foi tão nítido assim para mim. Com isso, não estou dizendo que sou a saudável e a dona da cura, mas estou dizendo que estou tentando. Como sempre tentei e como cada vez mais quero arduamente fazer: não apenas tentar, atuar. Mudar.

Se houve algum sentido do meu meio do céu em Sagitário, ele acabou de se manifestar e de se justificar agora.

Ar-condicionado

Bem, quem for velho conhecido meu, saberá que eu e o ar-condicionado temos uma relação muito próxima. Eu sempre fui defensora daquela que considero uma das grandes invenções da humanidade: o ar-condicionado.

Na antiga empresa que trabalhei, eu era conhecida como o Cérbero dono do controle do ar. Tem noção do que isso representa em uma empresa com mais de cem funcionários? Todos tinham medo de mim e me pediam permissão para ligar o ar. No começo eu gostava, mas com o tempo fui me enchendo e simplesmente abdiquei da coroa que, obviamente, ficou solitária, porque ninguém se atrevia a pegar tal batata-quente.

Nessa mesma empresa, eu presenciei o calor de quando não tínhamos nada e o frescor depois que o ar foi instalado. Há certos tipos de trabalho que não têm seu rendimento menor por causa do calor. Porém, há outros tipos de trabalhos -- principalmente intelectuais -- que requerem um mínimo de temperatura agradável para o bom funcionamento cerebral.

Só sei que Glória Kalil escreveu um livro muito interessante em que ela fala sobre algumas regras de etiquetas. Diz lá:

Quem acha que o ar condicionado do escritório está muito frio ou quente deve perguntar primeiro aos outros se também estão achando, antes de sair pedindo para desligar ou aumentar a temperatura. No escritório, o ar condicionado tem de ser regulado de acordo com a necessidade dos que sentam no fundão e que estão passando calor. Contra o frio a gente tem recursos. Mas contra o calor não há salvação. Os friorentos defendam-se levando um casaquinho, um xale, e até mesmo uma meia para deixar na gaveta da mesa. Se o ar dá direto na cabeça de vocês, desloquem a mesa e não reclamem: o bem-estar comum prevalece sobre o individual.

Fato é: continuarei sendo defensora do ar-condicionado. O problema é que somos seres humanos egoístas. MUITO EGOÍSTAS. Enquanto uns correm para o bem dos outros, outros só querem vento na bunda.

Para quem não estiver concordando comigo (e eu sei que toparei com esses tipos eternamente), veja o seguinte: o que dizer de alguém que fala assim:
"Puxa, hoje tá calor, vamos ligar o ar?"
(sendo que o ar JÁ deveria estar ligado)
"Vamos!"
Depois do ar ligado e do ambiente frio...
"Ah... tá frio, vamos aumentar o ar?"
Aumenta o ar. Tempos depois com o ar morno...
"Mas, tá quente... quem aumentou o ar?"

Pode ser incrível, mas esse diálogo ilógico, irracional, imbecil e egoísta é o que mais escuto. Ou assim:

O dia amanhece lindo, um calor quente.
"Tá calor demais! Que saudade do frio."
O dia seguinte amanhece com frente fria (como costuma ser em SP).
"Tá frio demais! Que saudade do calor! Cadê o calor! Eu adoro calor!"

Eu pego essas pessoas na curva e falo o seguinte quando alguém que gosta de calor tem a pachorra de me reclamar que está com calor:
"Ué, mas vc não gosta de calor???"
A pessoa na cara de pau me diz com cara meiga:
"Eu só gosto de calor na praia..."

Sem mais. Desculpem, leitores, mas tô sangue no zóio.

A perseguição de uma ideia

Já se sentiu perseguido por uma ideia?
Acho que todos nós temos esses momentos, vários, ao longo do dia, ao longo de uma semana ou ao longo de uma vida inteira.

Minha ideia que me persegue agora, e que vai me inspirar a escrever meu novo texto para o Parada Lésbica, é esta: seres humanos como seres sociais. Eu queria poder ler 100 livros que falassem sobre o assunto, conversar com mais 100 pessoas e ter 100 razões para entender por quê precisamos ser sociais.

Mas, como sempre, toda pergunta tem sempre uma carga de paixão idealista e a minha não é diferente. Porém, devo confessar que essa ideia sempre me perseguiu desde cedo (como algumas outras que vira e mexe eu trato aqui).

Talvez, e eu não quero ficar fazendo autoanálise aqui, tudo se deve ao fato de eu sempre ter tido dificuldades de me encaixar em um grupo desde que eu tenho lembranças. Eu sofri muito com tudo isso, pelo fato de ser extremamente tímida -- um verdadeiro jacu da roça -- que preferia ficar quieta observando a falar sem parar. Eu sofri muito pelo fato de as pessoas me forçarem a ter de interagir quando eu não queria!

Recentemente, comecei a assistir a tal série Dexter... que desgraça. Me identifiquei plenamente com o personagem, em uns 60%. Claro, nunca matei bichinhos, nem seres humanos, embora já tenha tido vontade de matar algumas pessoas chatas por aí (brincadeira). Fato é que as frases e -- principalmente -- os pensamentos do Dexter me incomodam e começaram a me questionar algo que eu tinha meio que enterrado: por que fingimos ser quem não somos, apenas para estarmos inseridos em uma sociedade hipócrita? AARGH!

Eu amo essa pergunta, porque a resposta dela levaria a tantas questões filosóficas que não chegaríamos a lugar algum. Somos seres que precisam de convívio em grupos para não ser como o Victor de Aveyron. Mas e daí?

Acho que os otimistas me diriam que, juntos, os seres humanos cresceram, se desenvolveram e criaram a tecnologia. Os pessimistas diriam que os seres humanos geram competição, guerras e destruição. Eu concordo com os dois. Eu apenas queria poder viver no grupo dos sem grupos sem ser discriminada por isso. É incrível como as pessoas te olham se você diz que não bebe e/ou não fuma, como se isso fosse quase um atestado de sobrevivência necessário.

Para alguns alienados, pode ser. Para outros que gostam da vida na farra eterna, idem.  Ou mesmo para aqueles que gostam de fazer por fazer, sem seres necessariamente alienados ou farristas. Para mim, não. E cadê o respeito? Eu não bebo, eu não fumo. Eu gosto de filmes, gosto de silêncio, gosto de educação. Sou nerd, talvez.

O fato é que a necessidade de inclusão social ultimamente anda me afetando de tal modo que em muitos momentos me sinto de muito perdida. Recorri recentemente à Lari/Bolgolinha para me orientar depois de um encontro que tive porque simplesmente eu não consegui compreender o fato de não conseguir nem conversar com determinadas pessoas! Elas não são burras, não são preconceituosas (não muito), no entanto, não dá para conversar com elas, nem fingindo com o master gêmeos/leão que tenho. E olha que sou PhD nisso!

Eu estou numa fase muito "quero conhecer gente nova" e eu adoro poder ter essa oportunidade de compartilhar histórias e experiências de vida. Infelizmente, o pacote não vem sozinho, porque sempre é necessário fazer coisas que não faço para poder passar no ritual de aceitação. Não posso ser simplesmente aceita? Não. Acho que não.

Bem, vamos vendo até onde meu gêmeos/leão/sagitário dá conta. Espero não surtar de vez com o excesso de sem-noção e falta de respeito que sinto às vezes. Eu tenho plena e absoluta certeza de que ninguém fez, faz ou fará por mal, e que estou me sujeitando. Mas... sabe como é. Tem hora que cansa. Por enquanto ainda tô levando bem!

Saudade da minha filha Poliana...

Isabella Taviani no Tom Jazz 2

Bom, como previamente dito, vou postar algumas das fotos salváveis que tirei no show. Sou péssima fotógrafa e desisti de tentar tirar boas fotos. Prefiro pegar devidamente das pessoas que ficam andando de um lado para outro com suas super Nikons para poder guardar o registro. Um bom link é este, vejam.

De qualquer maneira, foi delicioso ver e ouvir mais uma vez a belíssima Iguais. Um vendaval, mesmo a voz de Toni Platão, ficou linda. Borboletas e risos teve direito a uma chuva de lírios brancos, proporcionado por um casal sem-noção. Ficou lindo. Argumentos de vidro e Falsidade desmedida, idem. Show lindo!

O Tom Jazz é um ovo e as 200 pessoas lá dentro (diga-se de passagem, 150 lésbicas e 50 heteros) se divertiram num clima intimista. Consegui até tirar uma foto da Isabella de costas! Juro que foi sem querer, mas na hora que fui ao banheiro (e precisava ir...) aproveitei que passei do lado do palco e tirei umas fotos. Uma se salvou pelo menos.

Como disse a Naomi, agora falta a Ana Carolina, que anda com ciúmes! HAHA


Eu, no comecinho do show, com a casa ainda vazia.

Eu e Lari. Não, não estávamos combinandinho. Fez um puta calor o dia inteiro e só branco para dar vazão!


Isabella Taviani em acão, ato 1.




Isabella Taviani em ação, ato 2.









Isa, juro que foi sem querer! Mas valeu o show por essa foto única!

2012 e pequenas coisas afins

Eita finde agitado, sô!

Meus dias são tão calmos, mesmo -- e principalmente -- os fins de semana, eu uso para descansar loooonge da muvuca caótica da metrópole. Mas alguns itens merecem ser frisados aqui:

1-) Fui conferir 2012, nova produção do Roland Emmerich. Brega em muitos momentos, emocional, pesada e exagerada em outros. Bem disse o crítico da SET que o filme poderia ter uma redução de 50 minutos. Quero revê-lo numa sala UCI. E penso que teria sido demais se eles tivessem feito o filme em 3D. O fim do mundo não é lá fora, somos nós.

2-) Visitei minha amiga Lilian para comemorar suas primaveras. Encontro agradável no belíssimo apartamento que ela mora na Santa Cecília.

3-) Isabella Taviani é uma rainha no palco. Que voz! Que presença! Que comando de cena! Vê-la cantar Iguais mais uma vez foi lindo. E ouvir ao vivo pela primeira Argumentos de vidro, Falsidade desmedida, Borboletas e risos e Um vendaval foi dádiva. Amanhã ponho fotos.

Obrigada à querida Lari-Bolgolinha que me fez companhia mais-que-agradável o tempo todo! Vamos continuar arrasando!

Malandro, futebol é coisa de mulher

Queridos leitores do blogue: cabei de estrear uma coluna sobre futebol no site Parada Lésbica.

Este site foi criado e conduzido pela competentíssima geminiana Del Torres e suas companheiras com o apoio de Laura Bacellar. Belo trabalho de divulgação do universo lésbico, fornecendo informações de todos os tipos para orientar as meninas iniciadas ou as iniciantes.

Conheci o site no fim do ano passado e fui acompanhando a sua evolução. Sempre quis poder participar de alguma forma, mas não sabia como. Eis que quando surgiu a oportunidade, não a desperdicei.

Entrem lá, comentem e me deem dica de temas que podem ser trabalhados!

Isabella Taviani no Tom Jazz

CHEGA DE PROMETER!
A minha atual musa da MPB estará no Tom Jazz fazendo um show para o projeto Sons da Nova, da rádio Nova Brasil FM. De acordo com a Bella, serão sucessos antigos, músicas do novo álbum e algumas surpresas.

Eu estarei lá no domingo, 15/11. O couvert artístico no valor de R$100 assusta. Mas o local é um ovo e é a Isabella Taviani, então...

O serviço abaixo foi tirado do site do Guia da Folha online.

ISABELLA TAVIANI Conhecida por ter emplacado músicas em novelas, como "Ternura" (em "Duas Caras", da TV Globo), a cantora estrela o projeto Sons da Nova, com composições de seus quatro discos. www.tomjazz.com.br. Tom Jazz - av. Angélica, 2.331, Higienópolis, região central, tel. 3255-0084. 200 lugares. 22h. Até 15/11. 90 min. Não recomendado para menores de 18 anos. Couv. art.: R$ 100. CC: AE, D, M e V. Valet (R$ 15). Ingr. p/ tel. 4003-1212 ou p/ site www.ingresso rapido.com.br. a d t n

Se tudo der certo, segunda teremos fotinhas do show! 

17º Mix Brasil

Para as pessoas que gostam -- de verdade -- de filmes alternativos, tá rolando em Sampa, o 17º Mix Brasil de filmes com temática exclusiva GLS.

Fantástico para divulgação, ruim pela setorização. Vale a pena conferir alguns dos 203 filmes que estarão em cartaz de 12 a 22 de novembro nas seguintes salas de cinema: Cinesesc, Espaço Unibanco, Memorial da América Latina e Cine Olido.

Site oficial, clique aqui.

Minha experiência pessoal ODIOU ir tentar ver um filme lésbico no Espaço Unibanco, alguns anos atrás. Cara, nessas horas eu fico puta da vida porque somos obrigadas a ouvir comentários de que gays são sem-noção e sem-educação. Existe a razão embasada na opressão maciça que é feita a gays e que se liberta em Paradas ao ar livre e em eventos como esse. PORÉM -- e eu repito, reitero toda vez que me perguntarem ou comentarem -- que pelo fato de sermos gays, não quer dizer que sejamos arruaceiros! Triste foi o fato de, no auge de minha fase cinéfila em 2007, fui conferir alguns filmes no Espaço Unibanco, encadeando uma sessão dupla. Vi um filme gay e um filme lésbico.

No filme gay, as pessoas estavam comportadas como na mais erudita sessão da Mostra Internacional, como vários casais de homens juntinhos, falando baixo. No filme lésbico, só tinha garota entrando na sala berrando, segurando lata de cerveja e gritando como se todas fossem a pior estirpe de adolescentes espinhentos da perifa numa sala Cinemark do Tatuapé.

Fiquei mal. E decepcionada. Depois disso, fugi desses eventos.

Nos próximos dias, tentarei de novo. E espero não me arrepender, prevendo -- de antemão -- que isso pode fatalmente acontecer. Hoje tentarei ver o filme Baba Baby. Alguém quer apostar comigo?

Dois tópicos

1-) Sobre o assunto Taliban-Uniban.
Eu sempre digo que somos bárbaros travestidos de falsa intelectualidade. O caso da moça Geisy foi um ápice que, se analisarmos bem, nem é ápice assim porque existe muita violência e irracionalismo disfarçados entre as pessoas que caminhamos nas ruas.

Eu li vários textos a respeito, todos com abordagens fantásticas, mas foi este, de Luciano Pires, que resumiu meu pensamento. Adorei ele tê-lo citado a Geni, de Chico Buarque (música apresentada pela minha querida Jana). A fotinha abaixo é do site Dr. Pepper.










2-) Sobre o blecaute.
Ironicamente, somos mundialmente dependentes da energia elétrica. Sem celular, sem como voltar para casa, lembrou imagens do Ensaio sobre a cegueira, com uma cegueira travestida de outra forma. Eu fiquei imaginando se pudesse, olhar acima de toda a atmosfera terrestre, as luzes se apagando. Seria uma bela imagem. Aqui, selecionei uma foto da Folha Imagem, de Ricardo Nogueira. Também segue o link para o álbum da Folha. Belas fotos que constrastam com nossas mãos atadas.



O que é um relacionamento? E um relacionamento próspero?

Eu sempre fui uma criança quieta e observadora. Pelos mais variados motivos, cresci com essas características que -- atualmente -- se não me fizeram uma mulher antissocial, apuraram meus sentidos e minhas percepções.

Algumas das coisas que mais observava eram os casais. Eu sempre procurei por um casal perfeito -- pois que não tive a sorte de ver um na minha casa (por motivos que não precisam ser explicados aqui) -- eu sempre busquei algo que se encaixasse num determinado padrão de relacionamento perfeito, a saber: alegre, equilibrado, justo e feliz.

Antes era um desejo ingênuo e idealista de encontrar. Mas, nunca cansei de buscar o modelo que se encaixasse na minha descrição. E passei quase vinte anos nessa busca. Em vários momentos, achei que estava próximo de dizer que sim. Em outros momentos, ficava pessimista afirmando que essas coisas não existem.

Com toda essa observação, que fui apurando com o passar dos anos, percebi algumas coisas que são imutáveis, quase como leis de funcionamento básico e intrínseco

O grau de paixão determina muita coisa, principalmente quanto vai durar o relacionamento. Percebo que quanto maior o grau de paixão, menor dura o relacionamento. E sempre termina com ambos os lados muito feridos.

A idade também é fator determinante. Os mais jovens -- e com mais paixão -- têm mais abertura, mais tolerância, mais necessidades, mais ciúmes. O que é tudo muito lindo, mas que sabemos que não é obrigatoriamente a receita do sucesso. O grude-grude, toquinhos no celular, ciuminhos bobos são demonstrações deliciosas de paixão juvenil. A menos que vc não se importe em viver e deixar viver, siga por esse caminho.

Já os mais vividos, em geral, sofreram muito. Levaram foras, deram foras. Trazem muitas cicatrizes, coisas que não aceitam, coisas que exigem. A menos que vc se depare com uma solteirão convicto (vale para mulheres, não temos adjetivo neutro em português), que leva a vida no estilo Don Juan -- ninguém me prende, ninguém me tem -- pode ser um bocado triste pular de namoro em namoro ou mesmo ter medo de sequer começar um.

Bem, chegando aos exemplos reais, conheço alguns casais que se aproximam muito daquilo que considero ideal em um relacionamento. E eu sempre fiz questão de conviver proximamente a eles, para pegar nas sutilezas os detalhes que as etiquetas sociais sempre escondem.

Primeira regra de ouro: um casal "legal" é resultado de muito trabalho árduo. Não importa se estamos falando de casais gays, lésbicos ou heteros. Essa ideia difundida de somos muito parecidos gera casais semi-alienados, muitas vezes desagradáveis de convívio. Já a ideia difundida de os semelhantes se atraem geram sempre brigas homéricas no estilo "entre tapas e beijos".

Para variar, precisa-se de equilíbrio. Entre os extremos opostos, acha-se o equilíbrio. Este é o segredo do funcionamento do Universo e de todas as coisas intrínsecas a ele. Quando vc entende isso, vc para de fazer muitas perguntas e até para de sofrer um pouco.

A segunda regra de ouro é: não espere que o outro seja os seus sonhos pessoais realizados. Individualidade (que não deixa de ser um sinônimo direto de autoestima). Você é um ser humano único, assim como seu parceiro também é um ser humano único. Vocês juntos devem ser uma equipe que soma forças, mas cada unidade deve ser mantida centralmente trabalhando em conjunto com seu parceiro.

Última regra: objetivos e expectativas em comum sobre o relacionamento. Respeito. Se um quiser um relacionamento aberto, vc não deve perder tempo correndo atrás dessa pessoa. Tendo equilíbrio e autoestima, respeite a individualidade sua e a de seu parceiro e deseje algo em comum.

Essas são minhas ideias que, necessariamente, não são regras gerais e graças a deus existem as exceções. Por cima, arriscaria dizer que namoros gays são muito mais tranquilos que namoros lésbicos, cuja característica é DR todos os dias (dependendo do casal). Casais hetero vivem eterno e conflitante dilema marte-vênus, mas dentro os casais mais próximos à perfeição, me vêm à mente apenas casais heteros. Alguém tem histórias diferentes?

Próximos eventos... quem vai comigo?

1 -) Peça de teatro: A loba de Ray-Ban.
Até hoje eu me arrependo de não ter visto o Mulheres por um fio. Este não me escapa.
A peça está em cartaz no Teatro Frei Caneca até 20/12. Custa R$70, de quinta e R$80, de sexta a domingo.

Maiores infos aqui.
As fotos abaixo são de divulgação. Tentador, né?
Eu sou fã da Christiane Torloni desde um filme nacional -- aquela semi pornochanchada com mistura de filme noir -- que eu nunca sei o nome. Adoro ela em A viagem, minha novela favorita eternamente. Adorei ela em Noivas de Copacabana. Em Torre de Babel. E como defensora da Amazônia. Li numa entrevista para a Contigo! que ela mora em casas separadas com o marido e por isso seu casamento dura há mais de dez anos. Me diz aí quem se sentiu reconhecido nessa afirmação dela...
Além de ser uma aquariana louca, ela é uma cinquentona linda. Linda. Linda. Linda...



































2-) O outro evento, como não poderia deixar de incluir, é a apresentação da cantora Isabella Taviani. Eu perdi a porra do evento da Saraiva (ódio profundo, sem coments) e agora quero tentar vê-la no Tom Jazz. Pelo menos o acesso é fácil mas o preço é salgado demais: R$100. Vou ver se a Lari se empolga (olha a pressão!). Quem sabe com o preço, as sapatas mais populares fiquem de fora! (maldade pensar assim, mas é o que eu penso!)

Infos sobre o evento, aqui. A seguir, fotos do evento da Saraiva. Tirei do site da Saraiva e os créditos são de Bruno Namorato.























Quem quiser me acompanhar...