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Fofoca e fofoqueiros


Hoje o dia amanheceu bonito: cinza. Do jeito que eu gosto. O vento frio prenunciando o outono, que espero que chegue para espantar este calor absurdo que anda fazendo! Nada como o frio, as pessoas cheirosas, melhor vestidas. As cores do verão são lindas, mas as do outono e do inverno são incomparavelmente exuberantes!

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Pegar trem todos os dias tem uma única vantagem: observação antropológica. Os tímidos como eu sabem que a vantagem de ser quieto é observar. Muito. Nada contra as taquaras, mas os silenciosos têm o privilégio da percepção que o excesso da fala obscurece.

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Hoje vim pensando sobre os fofoqueiros. Característica tipicamente feminina, que podemos explicar com uma brevíssima e rasa análise antropológica e social de que às mulheres restou a discussão de pormenores enquanto aos homens restou sustentar a casa. Isso desde os tempos mais remotos da existência humana sobre a face da Terra.

Mas, atualmente, no século 21, globalizado, internetizado, celularizado... o que é comunicação? E, mais especificamente, o que é fofocar?

Conversar é essencial ao ser humano. Trocar informações. Desabafar. Este blog é um exemplo disso.

Porém... fofocar é quase sinônimo de mau caratismo na minha sincera opinião. Certo? Claro que sim! E isso não se restringe às camadas mais simples da nossa sociedade. Remete-se a qualquer um que tenha sangue circulando nas veias!

Chego a uma conclusão muito simples sobre isso: para quê vamos olhar para o espelho e vermos a merda ambulante que somos, quando podemos pormenorizar a vida alheia? Por que vamos pensar em como podemos arranjar uma solução para a nossa vida, se a vizinha não enxerga a dela e está gritando por uma intromissão?

Penso que o ser humano sente prazer, da mesma forma que adora assistir à barbárie quando vê alguém atropelado, morto, brigando, quase uma espécie de orgasmo que o livra da tensão do dia a dia e pensa que se tem alguém pior que ele, ele está numa muito melhor!

Para variar... o tema rende. E como rende!

E, para variar mais ainda, associo tudo à covardia. As pessoas são covardes e não sabem. Elas se jogam no imenso mar onde todos estão e pensam que nadando com o cardume são menos irrisórias. São mais medíocres ainda!

E o cúmulo dessa mediocriade, associada à covardia, gera os simples... fofoqueiros.

Não me excluo dessa galera, porque também sou ser humano factível e que já errou demais na vida. Mas, como sempre digo, tudo são escolhas. Um dia escolhi ir ao fundo do poço, lamber toda a merda que tinha nele e voltar regenerada. Blá-blá... lá vem o papo de auto-ajuda de novo. Que seja esta merda classificatória que muitos podem atribuir a mim. Mas tenho certeza de que os que me xingam sabem porquê estão fazendo isso...

4 comentários:

Anônimo disse...

Ahhhh... quando li o título achei que você fosse contar várias fofocas, aí fiquei mor curiosa.
Mas aí me senti péééssima. (brincadeirinha)

Beijo, Cris!!!

Cris Kitamura disse...

Uau, Cris!!! Havia me esquecido de como vc escreve bem!! Adorei este trecho: "os silenciosos tem o privilégio da percepção que o excesso da fala obscurece."
Saudades!
Bjs,
Cristina.

Anônimo disse...

Posso fazer uma fofoca aki?rsss
Sem palavras esse seu blog....
Continuo te admirando muito, vc escreve bem pra chuchu!
Saudades, Cris!!! bjoss Rita Midori Chinem

Anônimo disse...

UEBA!
adorei a visita de vcs. Quero vê-las mais vezes...