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The straight world vs. The L word

Quem me conhece, sabe o quanto sou discreta. O quanto exijo respeito ao meu espaço pessoal e o quanto respeito o espaço alheio. Claro, sou indiscreta com meus amigos, porque eles sabem que isso faz parte do pacote que vem com a minha amizade (após muito tempo). Com os outros, a distância é essencial para a convivência diária.

***

Desde quando ouvi falar de The L Word, confesso que não dei muita bola. Nunca gostei de guetos e nada que remetesse a eles. Este ano, após algumas coincidências, resolvi começar a ver... comprei, vi, gostei e tenho os boxes das quatro primeiras temporadas. Não deu outra: virei fã. .

Eu acho que descobri que embora sempre dissesse que não, tinha um certo preconceito contra os gays. O fato de tanto dizer que não queria pertencer a um grupo (embora eu odeie andar em grupos), era um pouco disso. Assistir a essas quatro temporadas -- mesmo em um mundo americano de Los Angeles -- me fez ver que eu não gosto do mundo gay por causa das pessoas que me vinham à cabeça (na época em que afirmava isso). Hoje, eu posso dizer que tenho amigas incríveis que fazem muito jus à sua presença em minha vida. Apenas não vivem próximas a mim e nós não formamos um "grupo".

Meio confuso isso, mas o que quero dizer é que eu meio que cansei de ter de me adaptar ao mundo hetero. Sempre as mesmas piadas -- ridículas -- entre homens com mais de 30 mas que se comportam inexplicavelmente como adolescentes de 15. Mulheres fúteis que apenas falam mal dos outros e de suas frustrações em família ou em relacionamentos.

EVIDENTE que aqui eu não quero generalizar. Talvez, eu tenha o azar (ou má sorte) de conviver com esses perfis. O fato é que pela primeira vez na minha vida, estou saturada de conviver com heteros. Eu estou me sentindo presa, mesmo sem nunca ter sido enrustida. Todas essas notícias dos últimos dias sobre a Parada Gay e o que a imprensa veicula, e o que ouço, e o que vejo... chega a me dar nojo viver na sociedade em que vivo.

As pessoas fazem piadas de gays e lésbicas e se esquecem que poderíamos fazer piadas deles também. Pois somos igualmente estúpidos e inteligentes. Pois igualmente trabalhamos e pagamos contas. Pois igualmente somos compostos de carne e sangue que, quando morta, apodrece.

Na outra editora em que trabalhava eu via menos isso. Porém, agora parece que isso se escancara para mim, uma realidade horrorosa em que sou obrigada a ouvir piadas de gays e sorrir como se isso tivesse graça. Isso deve ter sempre existido por lá também, mas eu nunca tinha visto com tanta clareza.

Eu deveria começar a sair e tirar sarro dos heteros imaturos que falam errado e se vestem mal (homem hetero é um dos que mais se vestem mal) enquanto eles cospem para fora maledicências sobre gays e lésbicas.

Ver The L word me fez sentir um pouco menos ET neste mundo louco. Pois somos iguais. Somos até mais sensíveis. Mas, somos seres humanos. Eu meio que me cansei de me adaptar a um mundo que pouco faz questão de se adaptar a mim. Raivinha de agora, que logo passa.

Mas eu precisava do desabafo.

7 comentários:

Jana disse...

Puxa vida minha japinha predileta! Como você escreve bem! Parabéns!

Ginger 8D

aline naomi disse...

Não gosto de The L word, como faz?

Quero dizer, não gosto nem desgosto, só não me acrescenta muito. Eu não me sinto pertencendo a nada daquilo. Ainda me sinto ET. Qualquer dia ainda volto pra Jupiter =D

Crisão disse...

Existe algo em comum em seriados: retratam um mundo "manoel carlos", com uma realidade específica, que não é a da granda maioria da população. Mas, apesar dos pesares, The L Word ainda é um seriado lésbico, que mostra conflitos-mais-do-que-reais e verossímeis entre casais lés, entre amigas lés e... entre seres humanos!
Existem as Shanes da vida por aí, existem as Jennys (embora odeie o personagem dela), existem as Alices (a mais fofa), existem as Danas e o casal Tina e Bette. Claro que existe muito mais, mas a coragem de fazer um trabalho desse é fantástica. Pena que cabou.
Acho que é isso.

aline naomi disse...

Hahaha... todo mundo que assiste, odeia a Jenny... era a personagem de que eu mais gostava!

Obs: Jenny era aquela bi que trabalhava de garçonete e escrevia, né?

O barato de Sampa disse...

Nossa,Al!Tb adoro a Jenny!Alem de linda,ela era tão complexa,profunda.Só não gostei da fase "esnobe" dela.A Shane é linda tb mas,teria como amiga.A Alice chata como namorada,neurotica,fofoqueira,mas, era engraçada...amizade tb com ela.Meu ranking de interesse na série seria:Danna(a tenista),Jenny, Tina e a Helena que é linda de morrer.

Aprendi vendo The L Word que lésbica é lésbica em qualquer lugar do mundo!As histórias parecidas,dramas,romances,amizades,festas...algumas cenas eu pensava "peraí, qdo foi que vieram numa festa minha?"..rs

Crisão disse...

Ah mas esses seus gostos de preferência, ein?? Em termos de beleza, por incrível que pareça, eu nunca escolheria a anoréxica da Shane. Ela tem pegada e td, mas é magra demais, puro osso! A Carmen tem um rosto e um corpo perfeitos! A Helena e a Jenny são mto europeias, eu prefiro a Carmen. Mas, ganhando disparado, Bette, interpretado pela belíssima Jennifer Beals. Eu olho para ela e não consigo não suspirar... (me perdoe, Ginger!) Ela é birrenta e chatonilda, mas eu gosto desse perfil, meio mandona e ativa, o que é sempre bom.
Assim, pondo num ranking de beleza, minhas top três:
1 - Bette
2 - Carmen
3 - Marina (que deveria ter ficado mais)

Top 2 de personagem:
1 - Alice
2 - Dana


Top 2 saio correndo:
1 - Max (nada contra, mas não dá)
2 - Jenny

Tenho dito.

O barato de Sampa disse...

A Bette e eu seria uma briga pra ver quem dominaria mais..rsrs..Seguindo sua lista:

Ranking de beleza:

1)Helena
2)Carmem
3)Jenny

Top 2 personagem que estimulam a série

1)Jenny
2)Alice
3)Bette
4)Shane

Saio correndo

1)Max (apesar q "ele" é lindo,menos os lábios)
2)Alice


Uma mulher interessante é a Jodi.
Ai, na verdade são tantas..rs

Ah, a Shane não faz meu tipo tb mas, que rosto lindo fora que parece que beija muito bem...