Gostaria de fazer um breve relato sobre algumas experiências que, vira e mexe, eu tenho sobre a minha profissão.
Primeiro, que a minha formação é em Letras pela USP. Só por isso, meia dúzia de neguinhos sempre te dizem: "vai dar aulas? Mas professor não é reconhecido no país...". Péim! Sinal negro!
Eu confesso que eu nem sei porque fiz o curso de Letras. Acho que era o único que me apetecia na época. Sem querer, descobri algumas carreiras que os estudantes podem seguir, que não sejam Assistente Administrativo, Atendente de Telemarketing, Recepcionista ou Professor. Mesmo porque, eu nunca me dei em nenhuma dessas carreiras e já tentei todas (menos lecionar e recepcionar pessoas).
O que é ser Produtor Editorial? Eu me deparei com isso quando fui ao lançamento da Cláudia Trevisan. Estava eu lá na fila, quando comecei a fazer amizade com as pessoas ao meu redor. O da frente, era um chinês simpático que reclamava da falta de educação das pessoas que furavam a fila. A de trás, era uma Promotora Pública, muito bonita, que tinha bebido umas três taças de frisante e estava semialta. Ela puxou papo com o piloto de monotores atrás dela e nós três engatamos uma conversa.
Todos começaram a falar de suas profissões empolgadamente. Óbvio que, para mim, a primeira pergunta foi: "Você é chinesa?"
Ainda bem que não sou xiita e não tenho ódio de chineses, como minha mãe que odeia essas comparações. Com um sorriso simpático, respondi: "Não, sou japonesa." Cara de ar blasé das pessoas da fila e nenhuma resposta. Devem ter pensado: "Tão fácil confundir, né?".
Beleza. O segundo round do papo empolgado foi quando cada um começou a falar qual era o vínculo que tinham com a autora. A essas alturas, eu estava empolgadíssima para dizer que tinha acompanhado de perto o processo de concepção do livro! Participei da feitura dele!
A Promotora Pública disse: "Estudei com a Cláudia. Conheço ela desde os 15 anos." WOW, pensei. O piloto de monomotores: "Conheço a jornalista e gosto dela." E eu? "Eu trabalho na editora que publicou o livro dela, participei da produção do livro." Todo mundo com cara de ar blasé de novo??? Pow!
Assim, depois de contar esta pequena história, quero explicar que ser Produtor Editorial é uma carreira edificante. Vc aprende com os livros que produz. E o que é produzir? É acompanhar um arquivo de word virar um livro impresso que vc pega em qualquer livraria por aí. Coordenar prestadores de serviço, avaliar qualidade textual, saber lidar com pressão. Uma carreira digna, tão digna quanto o piloto de monomotores (que se dizia ex-editor) e a Promotora Pública.
Pronto. Desabafei. Tenho dito!
4 comentários:
Se eu te conhecesse dessa forma, provavelmente, falaria, muito empolgada: "QUE LEGAL!!! E você tem contato com todos os autores?? Qual foi o mais estranho que você conheceu? E como foi trabalhar com a Cláudia? Você já foi pra China? Ficou com vontade de ir depois de ter produzido o livro? (etc., etc.,...)".
Por falar nisso, te deu vontade de ir pra China depois do livro? China não está entre os dez lugares no mundo que eu mais gostaria de visitar, mas se eu tivesse um link como o que você teve (produzir um livro sobre a cultura chinesa - WOW!), provavelmente ia querer conhecer o lugar.
Eu queria ter participado de alguma parte da produção do livro sobre os japoneses (eu ainda vou ler esse livro!). Ler sobre a cultura japonesa me dá uma sensação estranha e gostosa - a cultura é meio bizarra, mas me identifico com algumas partes do que vou lendo...
Beijo!
Profissão?
Só penso em uma: Bióloga =).
Ah Aline... como diz a Jana, o mundo está cheio de MIBs. Eu tenho certeza d que eses três q eu citei era um exmemplo disso!
Flor: linda profissão! Pena eu ter péssimas lembranças de biologia na minha vida... :P paixão por professoras de biologia, quase gabaritar um zero nas provas de biologia... :P
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