Após mais um fim de semana, após finalmente ter visto Into the wild, eu acordei com algumas perguntas, que não sei se deveriam ser feitas por uma mulher nos 32 anos de idade, como eu.
1- não é triste ver que alguns de seus contatos, antes amigos, agora se resumem a meros forwards na sua caixa de entrada?
2- a rotina das pessoas na segunda-feira, de uma São Paulo cinzenta, cabisbaixas, fumando seus cigarros fedorentos, com o cheiro da preguiça de tomar banho.
3- uma necessidade intrínseca de fugir, mas sem ter, literalmente, pra onde ir?
Pois é. E saibam que ainda tô com o filme na cabeça. As paisagens e o cenário são lindos... de uma beleza instigante, refletindo a alma do personagem -- me lembrou Brokeback Mountain.
Desde a pré-sinopse que eu não li (apenas ouvi falar) eu sabia que o personagem principal ou era aquariano ou sagitariano. Embora apostasse minhas fichas no segundo, não me admirei enquanto subiam os créditos, que a data de nascimento de Christopher McCandless fosse 12 de fevereiro.
Algo ainda me incomoda neste filme. Acho que ele é idealista demais ao achar que vai encontrar a felicidade assim. Como ele mesmo diz no fim "Happiness is only real when shared." Tarde demais para perceber. Eu acrescentaria "os piores confins para adentrarmos são os nossos próprios."
Porém, concordo literalmente que se tivermos de escolher a melhor expressão de Deus seria na Natureza. Ela é perfeita, equilibrada, com seu mistério justo, balanceado -- algo que os seres humanos nunca conseguiram copiar.
Enquanto isso, vamos ouvindo Tomorrow never dies e The world is not enough, em homenagem a este post. Bond foi mera coincidência.
2 comentários:
Ah, Cris! Esse filme é foda. Mexeu comigo demais. E com muitas pessoas que conheço que o viram. Essa pergunta 3 é a pior. Me fiz várias vezes. Mas a coisa é: ele era alguém não inserido, fora da "normalidade" social... não acho nem que seja ideologia, é mais um "não me encaixo", "não crio vínculo". Existe isso de que ele consegue fazer o que nosso inconsciente deseja, mas não temos coragem. É isso, coragem. Dá vontade de ir embora.
PRECISO ver esse filme!! Quase certeza que vou super-me-identificar! Aliás, vou usar o seu post para escrever o meu.
Besos!
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