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Assunto polêmico - parte 1

Quem aí queria assunto polêmico??? 

Hoje vou começar uma pretensiosa série-de-sei-lá-quantos-capítulos-me-der-na-telha. Em um post anterior, pedi umas sugestões, mas foi tudo muito fraquinho... mas decerto aproveitarei as sugestões das poucas pessoas que participaram! Por isso, obrigada pelas sugestões!

No entanto, diferentemente, vou abordar um assunto que -- coincidência ou não -- tomou minha atenção nos últimos dias, em comentários que a Jana sempre faz para mim, em um comentário que a Sharlene fez especificamente para mim e que culminou hoje num email que recebi.

 Do que se trata? Por incrível que pareça, de mim mesma.

Quem me conhece um pouco mais, sabe que tenho uma característica que, um dia, já foi um grande defeito. Com o tempo e amadurecimento, moldei meus ímpetos. Mas por mais que me esforce, nunca deixarei de ser alguém quem fui um dia, pois eu carregarei minhas lembranças eternamente comigo. Porém, serei sim uma pessoa nova, forjada a partir de quem fui.

Muita gente -- e outra coincidência ou não, esse comentário vem das minhas amigas do signo de terra (touro, virgem, capricórnio) -- me chama de grossa. Isso tentando resumir a situação toda em uma palavra apenas. O universo das coisas vai além disso.

Hoje acabei de descobrir que acabou mesmo uma amizade de quase cinco anos. A pessoa se ler este blogue, vai saber que estou falando dela. Mas confesso que acho isso pouco provável, porque ela nunca foi leitora assídua do meu blogue, exceto quando a foto dela aparecia aqui e eu passava o link por email.

Ei, isso não é uma mágoa. É contar uma situação como sempre a vi.

Por que isso aconteceu? Eu sei exatamente o motivo: porque eu sou grossa e sempre falo o que não deveria falar. **Leia-se aqui: sou sincera demais em expressar meus pensamentos sobre um determinado assunto.

Uma outra amiga, mais antiga ainda (que espero que leia este blogue com alguma frequência, porque não faço a mínima ideia se lê ou não) me escreveu um email hoje. E, com suas próprias palavras, me disse a mesma coisa.

Sharleu, no nosso encontro de sexta-feira, muito educamente me disse a mesma coisa.

Bem, se há algo que faço sem orgulho é assumir que tem algo errado quando várias vozes falam a mesma coisa de maneiras diferentes. E é isso o que está acontecendo agora.

Assim, para liberar todos os demônios, vou escrever três parágrafos. Um para o que cada uma dessas pessoas disseram para mim.

1-) Pessoa que não respondeu ao meu email: pode ser grosseria usar um meio público para escrever o que escrevo, mas a exposição é minha, porque sequer cito o seu nome aqui, apenas os íntimos saberão. Peço desculpas se fui rude em minha exposição, como todos sempre insistem em me chamar. Mas fora o modo como disse tudo, não retiro nada do que disse. E sinto muito você ter tomado uma atitude igual à Camila, porque isso apenas confirma o que disse naquele email que você sequer disse que não responderia: para você minha amizade nunca foi importante a ponto de você cuidar dela como sempre cuidei da minha parte -- mesmo sendo grossa como fui. Eu fui grossa. Você sempre foi ausente.

2-) Amiga que escreveu um email para mim hoje: também peço desculpas se fui grossa. Eu vou te escrever com calma, tentando explicar tudo do meu ponto de vista -- que sempre parece tão claro. Apenas me diga por que as pessoas confundem sinceridade com grosseria? Justificar pelo modo como as coisas são ditas não é suficiente -- porque quando dizemos por amor, as coisas não entram na cabeça. As pessoas apenas guardam uma lição quando aprendida por dor, isso é fato. Como também é fato que não cabe a mim decidir quando usar de dor ou de amor.

3-) Sharleu: como pessoa que me conhece há tanto tempo, você talvez esteja certa. Mas a pergunta que não cala em mim: serão esses os perdedores ou os redentores?

***
Apenas para finalizar este looongo post: não quero justificar a minha grosseria, que sempre foi parte de minha natureza mais sincera e real. Mas não deixo de dizer que essa mesma "grosseria" poderia muito bem ser interpretada como crueza. Como honestidade. Como sinceridade.

Não deixo de admitir a minha culpa, como nunca deixei de admitir qualquer outra coisa em minha vida. Mas o que vejo em comum nessas duas pessoas não citadas aqui é: eu tentei ajudar sem que ninguém tivesse me pedido ajuda. As pessoas não querem ajuda! Eu preciso enfiar isso na cabeça! As pessoas querem carinho para compreensão de suas fraquezas. As pessoas querem que passemos a mão na cabeça, sentemos e compartilhemos as lamúrias. Sinto muito, faz tempo que não tenho tempo para isso. 

As pessoas querem tempo para começar a entender o abecedê. Concordo que não se pode apressar o tempo interno de cada um, mas não será egoísmo de alguém pentelhar outro alguém por anos, sem esboçar mudança, apenas pelo gosto da lamúria?

A velha Crisantemus Sincerita Polemicus voltou à ativa. Mas foi sem querer. Minhas boas intenções foram todas morar no inferno. Mas não expiarei a culpa alheia. Sinto muito,  mas isso é carma para cada uma de vocês.

8 comentários:

Sharlene disse...

Maru... Manu... existe uma loooongaaaaa distância em ser sincero e em ser grosso. Você pode ser sincera, pode ser honesta, pode ser justa, colocar pra fora seu cérebro, mas tudo depende da forma que vc se expressa e de como isso será absorvido pelas pessoas que estão escutando.
Eu disse isso a você na sexta, porque você estava massacrando minha irmã, que tem o sonho de ser tradutora. Como eu disse, a forma que vc falou comigo aquele dia, o jeito que você estava falando verdades, me deu vontade de chorar! E os conselhos nem eram para mim!!! Na mesma noite, 10 minutos depois, você disse a mesma coisa de forma diferente e foi muito melhor. Você estava sendo sincera e honesta, até mais forte, mas sem ofender.
Sempre admirei sua sinceridade, e eu te conheço há bastante tempo para sacar suas nuances e ter liberdade de falar isso com você, de você me escutar, e digerir o comentário. Por isso, pense nisso como um comentário para uma evolução pessoal na nova pessoa que você está forjando, a partir da pessoa antiga.

Crisão disse...

Tem toda a razão.

Eu preciso parar de andar com pessoas que não me acrescentam, o segredo é simples.

Eu fico forçando meus próprios limites, me deixando estuprar. Quando me rebelo, dá nisso. As pessoas não me respeitam, mas exigem respeito integralmente.

Mas vou refletir sobre assunto muito ainda.

Anônimo disse...

Cris, pretendia responder seu email. Apenas fiquei chateada com mais uma única coisa: você não RESPEITOU meu tempo de digestão do assunto e já foi logo cobrando uma resposta imediata.
Quanto ao post, não achei legal. Mas isso é assunto para depois.
Um abraço.

flor disse...

"sou sincera demais em expressar meus pensamentos sobre um determinado assunto." - Me vi nessa frase.

Beijo, Cris, nos falamos depois ;]

Poliana disse...

Não desista da terra!

Crisão disse...

Filha: Não desistirei da terra, mas não deixarei me sucumbir! rs

Flor: sim fale comigo, taurina! rs

aline naomi disse...

Eu concordo total com a Shar!
Há uma diferença entre ser sincero e ser grosseiro. Eu tento ser sincera quando me perguntam (e, se me perguntam, é porque REALMENTE querem saber o que penso... então eu tento colocar isso de modo que não pareça ofensivo - há mil maneiras de ser dizer a mesma coisa).

Não entendi nada do post, porque creio que era algo pessoal que deveria ter sido resolvido só entre os envolvidos (?), mas isso é fato: "As pessoas querem que passemos a mão na cabeça, sentemos e compartilhemos as lamúrias". Muitas pessoas são assim. Eu particularmente não tenho paciência pra isso. Em geral, me afasto porque não vai me acrescentar nada, acho um atraso de vida. Se essas pessoas não se ajudam, como é que outras pessoas vão poder ajudar?

Comentário mais ou menos fora (ou não): estou adorando trabalhar com a Lari. A gente bate muito profissionalmente. Ela corre muito atrás das coisas - adoro pessoas proativas!! Um dia ainda queria ter o prazer de trabalhar em tempo integral com ela, acho que aprenderia bastante. Por ela, faço tudo que estiver ao meu alcance para ajudar.

Crisão disse...

Este assunto me cansou todos os ossos...

O passado é passado e no passado fica. Uma pena, porque acabou mesmo. Não sei se é a melhor decisão, mas é o que eu queria. E é assim que vai ficar sendo.

Ao menos NINGUÉM poderá dizer que eu não tentei. Porque eu tentei.