Confesso: nunca fui fã da série Harry Potter na época em que fez sucesso. Por que? Simplesmente porque tenho um certo gosto para ser do contra. Hoje em dia, há alguns meses para ser mais específica, retomei o gosto esquecido. Falta apenas ler os livros rs.
Dos inúmeros trechos de que mais gosto, o que mais se destaca, certamente, é quando Harry precisa aprender a se proteger dos Dementadores e com a ajuda do professor Lupin aprende a executar o feitiço do Patrono. Basicamente, para executá-lo é necessário encher-se da sua lembrança mais feliz, deixá-la tomar conta de você. Fácil, né? (tom de ironia)
Assim, eis a pergunta: qual a sua lembrança mais feliz?
Mas não é qualquer lembrança... na série, o próprio não consegue conjurar um Patrono potente porque a lembrança não era feliz o suficiente. Então, quando ele consegue se focar naquela que é a verdadeiramente a sua lembrança mais feliz e plena, ele finalmente consegue afastar todos os dementadores.
Todas as vezes que estou revendo os filmes pela milionésima vez e chego nessa parte, sempre me pergunto qual seria a minha lembrança mais feliz?
Na maioria das vezes, as pessoas acabam associando essa lembrança com a família, como é o caso do Harry. Acho uma pena no filme não detalharem mais sobre as lembranças dos outros, que com certeza são variadas.
Eu não consigo ter uma lembrança associada à minha família que me traga tanta felicidade.
Já pensei e repensei tanto sobre isso... mas a maioria das lembranças eu estou sozinha, em um momento de reflexão. O que não é "ruim" mas também não creio ser forte o suficiente. Claro que meu intuito não é conjurar minha Doninha (mas bem que gostaria para espantar uns Dementadores diários) mas realmente pensar sobre lembranças felizes. O que são lembranças felizes para cada um de nós?
Para as poucas pessoas a quem pude perguntar, ninguém sabe responder de primeira. É uma pergunta complexa. Você saberia responder?
"Felicidade" costuma envolver alguém ou alguma época mais feliz. Nunca somos felizes o tempo todo e mesmo assim não produzimos grandes momentos de felicidade o tempo todo. É mais fácil dizer o contrário, inclusive. É muito mais fácil produzirmos, infelizmente, momentos tristes, decepcionantes, angustiantes... os quais desejamos esquecer e não ficar lembrando.
Mas, a despeito disso, vivemos momentos felizes... pequenos, singelos ou grandiosos... eles existem em nossa vida. E eu elejo o meu: o dia em que a cantora que mais admiro, Isabella Taviani, abriu um show no Teatro Municipal de Niterói, há quase dez anos atrás, com uma música, uma música que eu tinha pedido para ela cantar (na verdade, vinha pedindo há um certo tempo e com bastante insistência rs).
Só de lembrar, meu coração acelera... relembro perfeitamente daquele momento (que eternizei em um post aqui neste blog). Foi uma total surpresa. Ninguém sabia. Eu fiquei sabendo na hora.
Foram dois shows, naquela época estava sem grana e só pude ir em um show, o segundo. E interessante que ninguém me contou da surpresa. A própria Isabella (que sempre interage muito com os fãs) perguntou da minha ausência, porque tinha uma surpresa para mim. E essa surpresa se tornaria a minha lembrança mais feliz.
Eu, no meu lugar quietinha, na primeira fila, vi quando uma luz se acendeu apenas sobre a Isabella e ela abriu o show cantando Pontos Cardeais. Só tive tempo de pegar a câmera (nessa época registrava tudo que podia nos shows) e perder os cinco segundos iniciais e gravar o restante. Gravar e guardar esse que seria o momento mais especial da minha vida: a cantora que mais admiro, cantando a minha música favorita (a capela), abrindo o show com ela (a única vez que ela fez isso em toda a sua carreira musical) e especialmente para mim.
Por sinal, essa é uma música totalmente subestimada, inclusive pelos próprios fãs. Somente os fãs raízes a conhecem e gostam dela, a maioria fica nos clássicos de rádio. Para mim, continua sendo a minha música número 1. Ouçam a versão de estúdio e os arranjos maravilhosos.
E qual a sua lembrança mais feliz?
Um comentário:
Você sempre tem temas muito relevantes e observações contundentes. Além de Harry Potter (que confesso que gosto bastante da série, tanto dos filmes quanto dos livros) você deve ter assistido Depois da Vida, em que a pessoa morre e vai parar em um limbo onde precisa escolher uma lembrança para levar consigo. Neste caso, não precisa ser necessariamente a lembrança mais feliz, mas a lembrança mais contundente, aquela que te marcou profundamente.
Neste caso, eu posso falar que teria momentos marcantes, que hoje transformaram-se em lembranças marcantes. E quem não seria feliz assim?
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