01/06 — Time to let go
"Eu te amei. Ainda amo em certa medida. Mas não posso continuar presa a um silêncio que não é meu. Preciso seguir."
E eis que o dia 01 de junho de 2025 chegou.
Hoje, primeiro de junho de 2025, faz exatamente um ano.
Como astróloga, as efemérides, os ciclos, o tempo... são as
coisas que mais precisamos aprender a compreender. Entender o passo do tempo e
tudo que está intrínseco a ele. O que podemos aprender com a espera, com o
desenvolver, com o aguardar e com o... florescer?
Já vivi algumas efemérides nossas, mas esta é a primeira
especial. E eu decidi que precisarei viver toda a intensidade que a lembrança
dessa data me traz... para tentar cada vez mais cultivar a paz que eu tanto
busco.
Hoje completaria um ano que eu conheci você pessoalmente.
Esta foi uma data propositadamente escolhida por nós, duas pessoas que sempre
buscaram conhecer os entremeios misteriosos do tempo, do espaço e das
existências contínuas que já compartilhamos.
Eu teria muito para escrever, pois minha cabeça e meu
coração não silenciaram, nunca se aquietaram. Eu ainda estou buscando uma
resposta, já que eu nunca tive nenhuma resposta sua. Talvez... eu até já a tenha.
E, muito provavelmente, apenas com o tempo eu saberei se a minha busca
terminou. Bem... ao menos a busca para acalmar a minha mente e apaziguar o meu
coração.
De hoje até o dia 19/12 eu viverei algumas outras datas que
serão essenciais para o meu processo interno. E o propósito, afinal, ao final,
vale a pena? Essa é uma boa pergunta. Porque certamente, a maioria das pessoas,
mesmo os terapeutas, diriam que não. Que se trata de reviver sentimentos sem
necessidade que vão gerar outras lembranças e trazer à tona tantas coisas.
Pois é exatamente isso que eu quero: trazer à tona.
Quando você é deixada para trás sem resposta, a maioria das
pessoas segue por uma mesma estrada buscando esquecer o que aconteceu. Simplesmente
se colocar como superior e esquecer. Eu não minto porque eu tentei essa
estrada. Eu simplesmente não consigo esquecer. Tentar esquecer é pior. E eu há
muito tempo decidi parar de tentar esquecer. Aceitei que precisarei conviver
com isso. E, justamente por isso, aprender uma nova forma de ressignificar tudo
o que eu vivi.
É uma humilde tentativa de usar Saturno e cronos a meu
favor. Eu sou ansiosa. Não tenha dúvidas de que se eu pudesse, teria resolvido
ainda em 2024. Mas chega um momento na vida de cada um em que precisamos
entender que para conseguir alcançar a verdadeira cura, apenas seguindo por um
caminho que você nunca caminhou antes.
Este é um post-desabafo, um post-diário. Pois eu desejo,
profundamente, que até o dia 19/12/2025, eu olhe para trás e para a minha vida
e tudo que terei construído e desejarei construir, com o mesmo olhar de
esperança, ingenuidade e força que sempre me foram característicos.
O dia primeiro de junho nunca me foi especial em nada. Mas
eu nunca mais esquecerei essa data. E nesses dias de frio outonal, eu me recordo
do sol entre as árvores de um fim de tarde frio, sentada ao seu lado, vendo um
raio de sol em seu rosto e seus cabelos, fotografando todas as lembranças em
minhas retinas porque essas são as fotos que nunca conseguimos apagar.
O dia primeiro de junho que pareceu ter séculos condensados
em algumas horas. O tempo deixou de existir, futuro ou passado, apenas o
presente. Eternizado como um encontro que talvez já tenha acontecido e que
nunca mais acontecerá. Um número 3 promissor que ficou no desejo cheio de ilusões
de duas pessoas ingênuas, cansadas e traumatizadas.
O dia primeiro, o número 1 que (re)juntou duas pessoas com o
promissor desejo de criar um número 3 e
que... nunca se concretizou. Netuno estava lá, nos olhando do fundo do mar, nos
testando para ver se saberíamos diferenciar a ilusão da realidade. Perguntando
se saberíamos saber encontrar o grau certo do amor no meio dos degraus perdidos
e de todas as dores tortuosas que tanto eu como você vivemos ao longo desta e
de tantas outras vidas anteriores. Era um fio único que poderia ser tocado,
talvez cosido entre outras tramas. Mas... acho que não nesta vida. Nunca
tivemos o suficiente para construir um três. Eu tinha mais que você porém, ao
fim, enfim, nada tínhamos.
O primeiro dos nossos dias, o dia primeiro, tão idílico,
bucólico e romântico. Eu sempre guardarei todas as fotos desse dia como uma de
minhas lembranças pessoais mais bonitas que eu nunca vou querer esquecer.
Mas é chegada a hora de ir
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