Aprendizado em ato contínuo. Lição de hoje: ganhos secundários
Ouvi essa frase, novamente, de uma iniciada de Halu Gamashi, em uma aula dos Selos Oraculares (curso que estou fazendo no IMA). Essa frase, que eu já ouvi outras vezes, reverberou, neste exato momento da minha vida, de uma forma tal que parecia algo tão óbvio a ponto de eu pensar comigo mesma "mas claro que sim! Porém..."
Era necessário dar muitos passos para dentro de minha vida, para o passado de minha vida, para tudo o que fui, o que construí, o que escolhi e o que existe em minha vida agora. Então, dia após dia, reflexão após reflexão, eu fui encaixando várias peças soltas que pareciam ter conexão e sentido. Mas que, agora, não faziam mais.
Algo mudou.
Confesso que isso foi muito mais intuitivo que qualquer outra coisa que fiz na vida. Visto que eu sempre fui a pessoa mais "racional" sempre relegando a intuição e as emoções em um plano que nem era o segundo, mas de total desconexão mesmo (embora eu tivesse acreditado que fazia diferente).
Eu sei mais ou menos aonde começou, mas não sei exatamente o que fiz. Creio que seja uma força ígnea de minha alma extremamente sedenta por realmente ser o que nunca conseguiu ser até hoje. Fiz, claro, todas as práticas que disciplinadamente faço, algumas esporádicas que voltei a colocar na rotina. No entanto, rituais são uma ferramenta de auxílio, não o fim. Rituais, inclusive, podem ser extremamente perigosos se você não tiver lucidez sobre o que eles representam. São a disciplina e o foco, com humildade e lucidez, conectando a espírito, mente, matéria e emocional, que te levam a algum lugar.
Meu post anterior no qual refletia profundamente sobre o quão falsas tinham sido minhas amizades e meus amores, foi o primeiro degrau ascendente que eu pisei. É um passo pequeno, que eu já tinha dado antes, no entanto, eu regredi. E isso aconteceu porque eu não compreendi o profundo significado dele. Do que era dar esse passo.
Aí entramos com algo muito simples e que sempre me acompanhou a vida toda: minha carência emocional, talhada em uma infância onde precisei amadurecer muito cedo, somada ao TPB e outros traumas. Eu precisei me acolher e compreender a mim mesma sobre o que era tudo isso. Precisei vivenciar experiências extremas para me chacolhar. Precisei pensar em encerrar com minha própria vida mais uma vez para sentir a mais profunda dor e abrir os olhos da alma de uma maneira que nunca tinha aberto antes.
Por fim, precisei entender algo que já tinha ouvido a Halu falar muito: ganhos secundários.
São os ganhos secundários que nos fazem aceitar menos do que merecemos. São os ganhos secundários que nos iludem a ponto de acreditarmos que algo pode ser bom só porque a pessoa nos oferece algo em particular. São os ganhos secundários que acobertam os nossos vazios internos que nunca enfrentamos, porque, claro, enfrentá-los significa desnudar para o nada que carregamos, iludidos de que vivemos uma vida plena. São os ganhos secundários que fazem a gente acreditar em sacrifícios seja em prol de quem for como uma forma de acharmos que vamos ser beneficiados quando morrermos: eu fiz o que tinha de fazer, eu abdiquei de minha vida para me doar 100% a alguém. Por isso, eu cumpri com minha missão e posso descansar agora. São os ganhos secundários que nos impedem de fazermos questionamentos profundos, porque se manter na superfície e na superficialidade é muito mais fácil para viver.
Quando eu decidi começar a encerrar vários contatos que mantinha, além de uma seleção, eu estava decidindo abrir mão dos ganhos secundários que essas pessoas me proporcionavam: presentes, palavras de carinho, consideração. E maior de todos: um número. Com o medo de assumir minha carência emocional e admitir que se eu tirasse essas pessoas da minha vida, eu não teria a quem chamar de "amigo", eu mantinha essas pessoas para exibir um número ilusório, fictício que, ao fim, era apenas isso, número. Um troféu falso de algo que eu apenas existiu em uma outra versão de quem eu fui.
Essa lição já tinha sido ensinada para mim, quando no início do trânsito de Plutão em minha casa 11, as pessoas começaram a sair aos borbotões da minha vida. Saídas emocionalmente tensas e intensas, algumas com requintes de crueldade, outras com acusações que eu sequer entendia porque estava sendo acusada e condenada. Porém, eu não tinha maturidade, conhecimento ou capacidade de ir além. Mesmo conhecendo Astrologia. Energeticamente, todas essas pessoas me ensinaram algo extremamente valioso que só agora eu pude entender, mais de quatorze anos depois. E, claro, o píncaro desse aprendizado foi quando levei o ghosting.
O ghosting foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida. Eu estava vivendo pequenas doses dele, antes da dose fatal. E não entendia ainda. Então, o aprendizado veio em uma dose cavalar, que poderia me matar. E me matou. Matou a Cris antiga, carregada de muitas energias deterioradas, que já deviam ter sido expurgadas há muito tempo.Na hora, a gente não sabe, apenas se vitimiza e reclama. Mas eu nunca me revoltei. Eu sabia que tinha algo ali para mim e, mesmo que não conseguisse acessar essa informação, eu vivenciei tudo, sem pular nada, sem excluir nada, para que pudesse, passo após passo, chegar aonde eu iria chegar. Este momento de agora.
Para chegar a este momento em que me encontro, não dá pra pular etapas, porque a chance de reincidência é muito grande. Eu que o diga! Hoje meu aprendizado é outro, e eu protelei ele por muitos anos, porque eu sabia que seria muito difícil, pela minha carência emocional. No entanto, como nunca antes, eu me sinto totalmente preparada para ele. Ciente de alguns dos riscos que corro — mas isso também é aprendizado.
E ao longo disso eu aprendi outra coisa sobre o que é o aprendizado em ato contínuo.
Quando a gente recebe uma informação que nos é impactante emocionalmente, não a absorvemos. Lembramos do impacto e só. Provavelmente, sequer lembraremos do que foi dito. É como se fosse um contato inicial. Caso desejemos e esteja em nosso caminho, nos depararemos com ele outra vez. Ou simplesmente será, inadvertidamente, colocado de lado. Se posto de lado, a vida dará um jeito de, eletromagneticamente, manifestar situações ou pessoas que tragam esse aprendizado para você. Mas caso você se aprofunde, terá a única oportunidade de vivenciar lado a lado com a teoria. Poderá testá-la. Poderá ter mais prudência.
Mas o que acontece com a maioria esmagadora das pessoas — eu incluída — é que a gente só aprende levando tapão na cara. Por vezes, nem tapão serve.
E, nesse momento, estaremos diante de uma imensa encruzilhada em nossa vida: deixo de lado? Sigo em frente? Fico onde estou? Abro mão de tudo?
A depender de sua escolha, você está decidindo se prefere aprender pela dor ou pelo amor, ainda nesta vida ou apenas quando desencarnar e esperar a próxima oportunidade, tomar consciência e trabalhar seu ego, aprofundar conhecimentos e colocá-los em prática.
O aprendizado não jaz em uma única pessoa ou situação, escolher estar preso a algo por ganhos secundários (que seja o ato de queimar seu carmas) pode ser infinitamente pior do que se você escolhesse outra experiência.
Eis o que queria compartilhar com vocês hoje! Queria falar mais, no entanto, creio que aqui já há bastante texto para reflexão e é isso o que desejo para vocês, leitores, ao compartilhar minhas histórias pessoais: sempre há tempo de começar! De desistir. De tentar de novo.
Sempre há tempo!
Observação: imagem criada pelo Chatgpt a partir de prompts meus.
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