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A inspiração que nasce do caos

Não deveria, mas ontem conversando com Sharleu, chegamos -- uma vez mais -- à triste conclusão de que os melhores textos só nascem de momentos paradoxal e epicamente angustiosos. Por isso, por um lado, parei de escrever poesia. Por isso, no outro lado, comecei este blogue.

Ultimamente, como vcs devem ter visto pelos posts, tenho preferido à superficialidade sem NUNCA esquecer de onde vim: um pulo em um precipício escuro...

E mais um...

... trecho do atual livro que estou lendo. Engrandecedor.

O melhor que podemos fazer em relação a nosso mundo incompreensível e perigoso, portanto, é praticar o equilíbrio interno -- por maior que seja a insanidade que exista do lado de fora.

Julieta-tá...

Não sei porque, mas essas músicas bizarras me surgem do nada na cabeça... e isso porque eu adooooro tanto forró. Alguém lembra (da minha época)? De Sandro Becker: Julieta-tá... tá me chamando...

Agora tô ouvindo de Luiz Caldas: Nêga do cabelo duro e de Kaoma: Lambada. (alguém sabia que a banda é francesa? o_O)

Ah... o Sagitário.

Este meu ascendente em Sagitário está meu causando horrorores... de bom. Devo dizer que o excesso de sinceridade tem me feito muito bem. Guentem, povo... podem ouvir o que quer... e o que não quer!


***

A seguir, um trechinho sobre o ascendente em Sagitário... bom...

Sagitário é o regente do seu ano, Cristiane. A qualidade sugerida aqui é o impulso de ir além, de alargar os horizontes, superando os próprios limites e expandindo seus sonhos. O centauro caçador - símbolo mítico de Sagitário - vai em busca daquilo que está do outro lado do arco-íris, e não descansa enquanto não encontra. Em anos sagitarianos, nos destacamos da mediocridade e descobrimos que nossa vida é do tamanho dos nossos sonhos.
Você provavelmente sentirá um impulso positivo, uma fé norteadora que lhe impelirá a desbravar novas paisagens. Isto tanto pode sugerir viagens físicas quanto viagens da mente. O que importa é que, nestes próximos doze meses, a rotina se esfacelará, dando lugar a uma realidade mais colorida - vertiginosa, talvez - e ativa, em que as coisas acontecem.
Todavia, Cristiane, vale destacar aqui a necessidade de ir em busca de metas viáveis, pois em anos sagitarianos não é incomum que nos lancemos na direção de objetivos altos demais ou mesmo irrealistas. De uma forma ou de outra, diversão é o que não faltará - Sagitário é o signo da alegria. Só não pode se tornar o signo da alegria tola!

Sobre Anticristo

E eu fui!

Sexta-feira, tentando fugir do trânsito, cheguei pontualmente ao HSBC às 18h15 para ver o filme do Lars von Trier: Anticristo.

Bom...

Os detalhes que não escapam, mas que merecem menção:
1-) estou cada vez mais enojada das falsos intelectuais da Paulista. Alguns vêm disfarçados, outros escancaram bravamente. Acho que peguei essa ojeriza depois de frequentar a Mostra Internacional bravamente e loucamente durante dois anos: o que vc mais vê são pessoas que usam o "estar no cinema" como forma de status. PFF.
2-) mais enojada ainda dos adolescentes moderninhos que visitam as salas cult do cinema de SP pra fazer a mesma bagunça que os maloqueiros da ZL. Igualzinho. A única diferença é que são filhinhos de papai metidinhos a moderninhos, vestindo calças xadrez de algodão e óculos de acetato. Riram antes de entrar no cinema, riram antes de começar o filme e riram logo que o filme acabou. AO MENOS não riram durante o filme, porque eu ia lá socar a cara se isso tivesse acontecido.

Bom... agora posso falar do filme, eu precisava desabafar essas coisas que meus olhos não conseguem deixar de ver.

O filme é uma obra-prima. Simplesmente isso. Quem puder, vá conferir. A experiência da sala de cinema, escura, ainda acentua mais o soco no estômago, da maneira mais delicada e paradoxal que possa ser.

Eu tive poucas reações ao término do filme. E ao contrário daqueles adolescentes ridículos que saíram rindo, eu estava estupefata ao final do filme. Esperei acenderem a luz, a sala esvaziar para poder sair. Tinha tido reações parecidas com Eternal sunshine of the spotless mind, Mulholland dr. e Requiem for a dream. Mas foi engraçado: eu me levantei, olhei pra trás e cerca de 10 pessoas estavam com o mesmo olhar que o meu. A moça logo atrás de mim (eu nem reparei que ela esteve lá o filme todo, olha que bênção de companhia de cinema!) me olhou com os olhos assustados como que dizendo: "Que porrada de soco! Que filme!". E eu apenas olhei de volta querendo dizer a mesma coisa.

Este filme é delicado, com suas luzes, com sua escuridão, com o paralelismo da psicologia, com a depressão, com a música clássica na abertura e no fim, da maneira como devemos lutar com os nossos demoninhos. E as bolotas de carvalho num som hipnótico e aterrorizante. Em muitas passagens, me lembra com gosto o que mais aprecio em David Lynch: a forma natural com que ele coloca lado a lado: o estranho e o usual.

Não dá pra falar muito do filme, porque estraga. Mas ele é nota 10, como poucos. E vale tudo, incluindo aguentar falsos intelectuais e adolescentes moderninhos.

Rio 2016

Pois é e as notícias se confirmaram. Não sou pessimista, mas sou cética e bem realista. Adorei a notícia e tals, minha querida Jana me disse que não rolou estresse no Rio na época do Pan-07, mas duvido... é muito mídia, muita grana e só dinheiro público escorrendo pelo ralo. Legal, vai ser a primeira Olimpíada na América Latina, mas porra... poderíamos investir em aumentar o IDH. Ok. Não sou de política nem falo disso. Mas repito o que li no twitter do Jr. Tostoi, que reflete minhas palavras:

caramba.... bom, agora é torcer pra roubarem o mínimo e não queimarem nosso filme...

** algo que me diz que até lá teremos o trem-bala Rio-SP. Será exagerado pensar nisso???
*** também gosto da opinião do Juca Kfouri, neste podcast da Folha de S.Paulo.
**** e também partilho da opinião de Marcos Guterman, editor do Estado de S. Paulo.

Um certo alívio

Após alguns meses de correria, estresse, aperto no coração e tantas coisas que aconteceram... minha vida parece tomar um rumo normal de novo. Não que o significado de normal esteja sequer próximo do ideal para mim.

Mas, sinto ventos novos... pelo menos eu mereço um pouco de calmaria depois de tanta loucura. Estou lendo um livro (do qual não falarei agora, apenas quando terminar de ler, e isso vai demorar um pouco ainda. Estou curtindo com calma impensada ler esse livro, porque eu sempre tive ansiedade em terminar um livro em uma semana) que tem trechos incríveis. Vou citar um aqui:

O caminho do ioga consiste em desatar os nós inerentes à condição humana, algo que definirei aqui, de forma extremamente simplificada, como a desoladora incapacidade de sustentar o contentamento. Ao longo dos séculos, diferentes escolas de pensamento encontraram explicações diferentes para o estado de aparente falha inerente do ser humano. Os taoístas chamam-no de desequilíbrio; o budismo, de ignorância; o islamismo põe a culpa de nosso pesar na rebelião contra Deus; e a tradição judaico-cristã atribui todo o nosso sofrimento ao pecado original. Os freudianos afirmam que a infelicidade é o resultado inevitável de um embate entre nosso pulsões naturais e as necessidades da civilização.

Hoje vou ao HSBC ver o famigerado Anticristo, que tem um tema que em breve abordarei aqui. Antes de abordá-lo, preciso ver este filme. Assim, quem cair de sopetão e quiser uma cia chata de primeira fila de cinema e silêncio durante o filme, estarei por lá, às 18h30, na primeira fila do cinema do HSBC pra ver o mais novo filme do von Trier.

***

E minha trilha sonora de hoje é composta dessa novíssima música da Isabella Taviani em parceria com Toni Platão: Um vendaval. Amo esta música! Em breve postarei minha opinião sobre o novo álbum dela. Hoje tem show em SP e eu não irei!!! :-(

Music of the day

Fiquei pensando em algumas músicas "sensuais" e sempre me vem à mente:

1-) Slave to love, Bryan Ferry
(longe de lembrar o 9 e 1/2 semanas de amor, o álbum do Bryan Ferry que tem essa música, Boys and Girls, é lindo lindo, atemporal, que sobreviveu com os anos por ter nascido na década de 80.

2-) Cose della vita, Eros Ramazzotti
(sem palavras. Aqui eu coloquei uma versão recente desta música cantada com Tina Turner! Descobri estes dias!)

3-) No ordinary love, Sade
(quase música de motel... hahaha, mas linda!)

4-) Is this love, Whitesnake
(não nego minha idade e minha eterna preferência pela música dos anos 80. Esta é fantástica! Dá-lhe David Coverdale e sua voz única)

5-) Let's make it baby, Bon Jovi
(demo da época de New Jersey, nunca lançada oficialmente... é um crime o que o Jon faz com os vocais dessa música!)

6-) Hypnotised, Simple Minds
(adoro esta música, definitivamente, me faz viajar! O álbum Good news from the next world está nos meus eternos favoritos.)

Se eu me lembrar de mais alguma... adiciono.

Falta de assunto (ou de inspiração?)

Minhas amigas blogueiras andam tendo surtos de falta de inspiração. Eu confesso que tinha tido (como eventualmente tenho) esses problemas umas duas semanas atrás.

Eu arriscaria dizer que isso acontece por causa desse estresse louco que tem acometido cada uma de nós! (homens e mulheres) Uma crise de criatividade exige que a gente procure por estímulos de maneira livre. E não que sejamos presos por estímulos de pura pressão da rotina.

Eu sempre penso em temas novos, tenho uma lista gigante deles, mas nem sempre consigo transformar a ideia em texto prático e agradável de ler. Então, melhor nem escrever.

Assim, para as minhas amigas blogueiras com crise de criatividade e inspiração, sugiro uma avalanche de filmes novos, leitura de temas novos. Ou mesmo um longo período de reclusão que também é muito salutar e necessário para nos salvar da nossa própria loucura.

Para quem você escreve?

Esta pergunta sempre me vem à cabeça toda vez que posto neste blogue. E a minha resposta -- egoísta e mais previsível -- é: para mim mesma.

Muita gente tem me falado, uns de maneira mais direta do que outros, que blogue é sinônimo de megalomania de um eu egomaníaco. Não tiro a razão. Nenhuma. Mas, cada um tem seus motivos particulares de demonstrar sua necessidade de atenção. Uns podem fazer Arte disso. E acho que o blogue é um desses caminhos meio "tortuosos" entre a egomania e a Arte. Ou será que a própria Arte não seria megalomaníaca? Na sua forma mais bela, claro...

O fato é que eu vou explicar os motivos de ter iniciado este blogue, pra quem não sabia. Até fevereiro deste ano eu nunca fui leitora de blogues, nunca tive paciência, justamente por pensar meio assim. Mas meio que meu novo emprego, pessoas diferentes e ambiente hostil me fizeram precisar expressar meus pensamentos de alguma forma. E eis que resolvi começar este blogue.

Outro dia qualquer é originalmente uma música do Bon Jovi, minha banda favorita de todos os tempos. Any other day, incluída no último álbum de 2007 Lost Highway, parecia escrita para mim. Aliás, como muitas músicas bonjovianas, este foi meu hino em um ano difícil para mim, sob muitos aspectos. E eu ouvia essa música no repeat one sem parar.

Any other day (vejam este vídeo com letra, uma das melhores versões ao vivo!), assim como meu blogue, Outro dia qualquer, foi uma forma de salvação pessoal. Não tenho vergonha de admitir isso pra quem quiser me perguntar. Eu costumava escrever poemas. Tenho mais de 800 devidamente guardados, e vez ou outra eu posto algum aqui. Mas, é fato que a poesia não atinge mais as pessoas hoje em dia. Ironia ou não, nos animalizamos tanto que poesia só remete a um pensamento romântico do século XIX, infelizmente.

O pulo para a prosa foi um exercício mesclado de necessidade com desafio. E eu adorei. Já conheci muita gente legal e interessante. Pude conhecer assuntos que não conhecia até então. Quer coisa melhor que isso? E ainda por cima, pude ir exorcizando pequenos demoninhos que se aninhavam na minha cabeça, gritando para sair.

Hoje em dia, os demoninhos ainda existem, e minha necessidade de escrita diária também serve para manter minha criatividade e meus neurônios sempre em alerta, para nenhum deles morrer. Porém, da mesma forma que eu escrevia poemas para mim, pensando em cada um dos meus leitores, eu também escrevo este blogue para mim e para cada um que pode cair aqui. Quem sentir a conexão comigo, será mais uma ponte invisível criada. Se a conexão não existir, segue a vida.

Acho que meu único defeito (que para muitos, como eu, é uma virtude), é que não sei andar em grupos. Tenho imensa dificuldade em me classificar, porque acho que todos somos únicos para sermos encaixotados em alguma lista. Muitas pessoas sentem essa necessidade, e eu não as recrimino, muito pelo contrário. Assim, este blogue é um exercício de se manter único -- na medida do possível -- em um mar de tantas coisas iguais e parecidas.

Espero poder estar cumprindo esses objetivos a que me propus. Adoro louvores, como boa lua em leão que tenho. Mas não aqui. Como sempre digo, que esteja ao meu lado, quem verdadeiramente deseja estar.

Hum..

De bode, sem muitas ideias, embora o estoque mental seja imenso e infinito. Cara, preciso de férias mentais. Muitas e prolongadas.

Pelo twitter, o Stereophonics anunciou novo single. Chama-se Innocent. Interessante, mas ainda não é o big hit, como It means nothing, por exemplo.

Uma nova manhã

Da janela onde estou, visualizo uma manhã meio vanilla sky, com céu azul e vento quase frio. O ar está fresco e úmido na medida certa. Estes dias são os primeiros com esta sensação, depois da pesada turbulência. Você está ao meu lado e eu apenas penso: agora, não há nenhum outro lugar onde eu queira estar. Como diria Joel Barish "I could die right now. I'm just happy. I've never felt that before. I'm just exactly where I wanna be."

Doce música

Tava pensando em compartilhar um pouco dos meus gostos musicais. Primeiramente, sou eclética. Minha vênus em gêmeos não me permitiria ser uma pessoa com horizontes limitados... vcs verão isso agora.

De criança, tive duas influências básicas: enka (música tradicional japonesa) e sertanejo. Pois é. Eram o que os meus pais ouviam. Assim, conheço a clássica Misora Hibari, uma espécie de Maria Callas da música japonesa. Ela tem uma música belíssima chamada Kawa no nagare no youni (o vídeo selecionado tem uma apresentação linda!). Leiam a letra, vale a pena. Eu sei cantar o refrão dela num karaokê... :P e confesso que já cantei! Tenho até o CD dela, com esta música, em casa! Fora isso, ouvi muita outra coisa que nem lembro mais! Ainda bem. Confesso também que não gosto desse estilo, cheio de miados e gemidos. Embora a Misora tenha um timbre mais grave, meio incomum entre as cantoras japonesas.

Do sertanejo, pensem em João Mineiro e Marciano, Milionário e Zé Rico, Chitão e Xororó. Clássicos na veia, nada do que se popularizou hoje em dia. Sou craque em cantar Estrada da vida, que por sinal, acho um letra brega-incrível! 

Depois passei pela fase adolescente e pós-adolescente ouvindo rock. Nesta época, trago músicas e bandas que ouço até hoje, a principal delas Bon Jovi, meu ídolo maior que não tenho vergonha nenhuma de assumir que gosto e admiro!

Em 2000, por influência de duas mulheres importantes que passaram pela minha vida na época, conheci o mundo da música erudita. E deixaram marcas indeléveis. Conheci Sala São Paulo, Teatro Municipal. Vi óperas e concertos. E perfilei meus gostos. Barroco, um pouco de romantismo. Do mais atual, gosto do Krzysztof Penderecki e suas Sete Portas de Jerusalém. Ainda me recordo da apresentação das Quatro estações, de Vivaldi e de Carmina Burana, do Carl Orff, ambas na Sala São Paulo. Eu, sozinha, numa fileira lateral, chorando ao ouvir o último movimento... uma divindade para os ouvidos.

Bem, descobri que amo trilhas sonoras e tentei começar uma humilde coleção. Minhas favoritas ainda continuam sendo Somewhere in time, Requiem for a dream, The sheltering sky, The hours e 2001 - uma odisseia no espaço.

Na verdade, eu ouço de tudo que cair na minha mão. Durante 1995-1996 eu ouvi muito pagode e samba. Mas, descobri que num rola. MPB de raiz, pura, ainda não consigo, me dá sono. Embora esteja atualmente enveredando cada vez para a MPB que não seja o pop que ouvimos fácil, eu ainda tenho dificuldade com certas pérolas que todos adoram, tipo Chico Buarque. Perdoem, mas não consigo ouvir mais de duas músicas. E olha que já tentei inúmeras vezes! Minha amiga de trabalho, Lilian, me indicou Rômulo Fróes... mas olha, achei tão igual (em termos de sono) que nem disse pra ela que não tinha gostado...

Durante muito tempo, teimei com alguns como Keane, Adriana Calcanhoto, Lenine e Zeca Baleiro por exemplo. Hoje eu os escuto e até já fui em show da Adriana no Rio. A Gabitchs sempre me dá dicas valiosas. Com ela, descobri Placebo, Stereophonics, James, She Wants Revenge e Black Rebel Motorcycle Club, por exemplo.

Ultimamente, ouvi também Neneh Cherry, Uh Huh Her (amo!), Black Eyed Peas, Pitty, Dead Kennedys, Maria Gadú... e descobrindo horizontes novos.

Pra compartilhar, hoje vai uma das músicas mais lindas do Bon Jovi, na minha opinião. A velha e boa dupla Jon-Richie acerta umas às vezes.... Bitter wine.

Amizade masculina

Faz algum tempo que já comento isso com algumas amigas mais íntimas: a amizade masculina é algo que nós, mulheres, deveríamos tomar e seguir como exemplo.

Veja: os homens já sacam na hora se o cara é parceiro ou não. Se for parceiro, cervejinha pós-trabalho, conversas sobre mulheres e futebol uma vez por semana. A amizade está selada! Falar mal do time do outro, trocar ideias sobre bandas em comum, um pouco de seriados de tv a cabo, guitar hero ou qualquer coisa playstation.

Nós mulheres somos o extremo oposto disso!

Primeiro: somos desconfiadas. Ah... o cabelo dela é chapinha. Ah... ela usa calça com número menor. Ah... ela não sabe se vestir e exagera na maquiagem. Ah...

Isso porque falo das mulheres hetero, generalizando um pouco até para o universo lés.

No geral, sinto que esse tipo de coisa não é tão forte entre o universo feminino lés, mas isso não significa que eu não tenha acesso a um surtinho estrogênico às vezes. Mas, acredito que o fato de termos lá uma dose de testosterona (que teoria louca esta!), dá um poooouco de lucidez. Um pouco.

Enfim, voltando a falar do assunto, se nós mulheres fôssemos menos invejosas porque a outra parece mais bem resolvida e mais bonita, não injetaríamos tanta inveja a ponto de escolher como amigas apenas as "fiéis". Eu concordo com o conceito puro da fidelidade, mas não quando ele cria impecilhos e cricrizices para tudo.

E mulher adora fofoca... é algo impressionante. Homem fofoqueiro existe, mas são espécimes que não se destacam. Os poucos que conheci eram tidos como traíras.

Na minha opinião, a amizade masculina põe as coisas como: é ou não é. E se não for, não tem problema. O camarada não precisa ticar todos os itens da sua lista para ser seu amigo. Se ele mostrar que tem camaradagem com vc, vc terá camaradagem com ele. Não é perfeito?

Conheço vários casos de amizades masculinas que se veem 2 a 3 vezes por ano, mas o laço continua o mesmo, como se o tempo passado fosse de alguns minutos. Eles batem nos ombros uns dos outros, sentam e tomam breja, falam das novidades e tudo bem. Tudo bem se ele é meio casporento e usa roupa rasgada. Tudo bem se ele ainda tá desempregado e sem namorada. Ele é teu camarada, vc vai dar força pra ele.

As amigas nunca se encontram porque sabem que a outra vai medir o que foi feito, o que não foi feito, se ela engordou, se ela tá sozinha, se ela se veste mal. E se qualquer um desses itens for gritante, ela simplesmente "corta" a amizade, porque o sentimento a essa altura é recíproco.

CLARO que isso foi delineado genericamente. GRAÇAS A JESUS existem as exceções. E eu me gabo de ser muito masculina em termos de amizade (algo conquistado com muito suor e sangue, porque sou muito passional). Acho que deve parte disso à Sharleu, que pensa muito assim. Mas a gente demora a sacar que, em dias modernos como o nosso, se não tivermos muita leveza, camaradagem e clareza nas nossas amizades, acabamos ficando sozinhos.

On a day like this

Que dia cinza! São Paulo amanheceu garoando e cinza, um começo paradoxal de primavera...

Minha trilha sonora de hoje. Vejam.

You can sleep while I dream

Me diz aí: quem não está estressado que levante a mão! (ou qualquer outra porra)

Nossa, que dias! E conversando com vários colegas e amigos, tenho escutado a mesma ladainha que se arrasta para casos de insônia (como o meu, por exemplo), casos de médico ou casos de raiva extrema. Aonde tudo isso vai dar? Ou melhor: para quê uma existência assim? Qual o sentido de vivermos dessa maneira?

Hoje acordei às 02h30 da manhã assustada achando que estava atrasada. E quem disse que dormi direito das 02h30 até às 05h00, a hora que diariamente me levanto??? Aaaah...

Aí, tu sai nas ruas e vê as pessoas com expressões de desânimo. Todo mundo correndo de um lado para o outro... para quê?

Não há consolo. Quase não há esperança. E eu sei que essa "esperança" é muito mais fruto de teimosia do que de realidade.

Bem. Estou vislumbrando umas pequenas férias no fim do ano. Paraíso pífio para trabalhadores cotidianos, como eu. Até lá, enquanto sonho com o tempo que terei e nenhum dinheiro para gastar, ouço esta música do Bon Jovi da qual tanto adoro a letra: You can sleep while I dream.

You're boy sits down to write a song 'cause he thinks he's got something to say
Innocence thinks it can change the world but the world keeps getting in the way
It's a small list for the optimist who believes that he can fly
In a long line full of pessimists to stop him every time he tries
Some people see things as they are and ask,"why?"
I dream things that never were, I take my shot and say, "why not?"

This one's for the dreamers
Doubting disbelievers
Get out of my way
I bend but I aint' breaking
Scared but I ain't shaking

Baby, you can sleep while I dream

Convicted by convictions, they were carving out your cross
They came to take your measurements just to show you who's the boss
Until I reach that promised land I won't stop
When I get there I'll shake your hand so meet me on that mountaintop

This one's for the dreamers
Doubting disbelievers
Get out of my way
I bend but I aint' breaking
Scared but I ain't shaking
Baby, you can sleep while I dream

This one's for the breathing
Forgotten and the bleeding
(Get out of my way) I may whisper but I'm screaming
I got angels, I got demons
Baby, you can sleep while I dream

I'm not suggesting that you fly with me
Well here's a dose of some reality

You're swinging at a change-up, boy you better shape up,
here comes the wrecking ball
Good morning, here's your wake-up call

I feel the change a comin'
See that train a comin'
This one's for the dreamers
Doubting disbelievers
Get out of my way
I bend but I aint' breaking
Scared but I ain't shaking
Baby, you can sleep while I dream

This one's for the breathing
Forgotten and the bleeding
(Get out of my way) I may whisper but I'm screaming
I got angels, I got demons

Baby, you can sleep while I dream, when I dream… and I dream… I dream…
I can feel the change a come
I see that train a coming
Can you see it?
Baby, you can sleep while I dream

Maybe tomorrow

I'll find my way home...
I look around at a beautifiul life
I've been the upper side of down
been the inside of out but we breathe, we breathe.


Thanks to Kelly Jones.

Sobre o signo de Virgem

Faz algum tempo que não falo de Astrologia. Enfim... pelos mais diversos motivos, vou voltar ao tópico por um bom motivo: falar do signo de Virgem.

Antes de mais nada, caso algum dos leitores desconheça a ciência astrológica, vale sempre repetir: a Astrologia é um guia que nunca se propôs a aplainar a complexidade do ser humano. Deixemos esse abacaxi para a Antropologia e a Psicologia. Quem quiser, já falei um pouco sobre o assunto em alguns posts mais antigos.

A primeira palavra que eu usaria para definir Virgem é perfeição. É sempre notório ouvir um relato de alguém que dedicou sua vida buscando com afinco descobrir, por exemplo, o funcionamento da hierarquia entre as formigas. Não qualquer formiga, mas a formiga que só nasce e vive em uma região específica da Amazônia.

Tirando o romantismo, vc pode reconhecer uma pessoa de Virgem pela sua discrição. São discretos, argutos e contumazes, ou seja, ficam quietos: quando falam, podem se até prolixos, mas dirão tudo que vc nem tinha pensado em reparar.

A lógica virginiana escapa à razão da maior parte de nós mortais. Nada pode ser deixado de lado se simplesmente não estiver... perfeito. E aí acontece o maior defeito do signo: sua vida gira em torno disso apenas. Nada pode existir se não estiver perfeito. Claro que o conceito de perfeição não é generalizado e varia muito de pessoa para pessoa. Dentro da cabeça de cada virginiano, perfeição pode ser sinônimo de sofrimento.

Apesar disso, os virginianos -- sendo do signo de Terra -- costumam ser um dos mais confiáveis, ao lado de capricornianos. As pessoas têm a terrível mania de apenas ressaltar os defeitos dos signos. Virgem é um signo confiável. Saiba relevar as manias dos virginianos, perdoar os desejos de perfeição e compreender o excesso de regras... terá um amigo para sempre.

Eu tive -- e ainda tenho o privilégio -- de conhecer algumas virginianas mais a fundo. Não me arrependo. Entendo os sumiços e compreendo as constantes críticas à minha pessoa, que sempre soam como a mais profunda forma de demonstrar amor. Porque um virginiano sempre terá críticas para tudo. Mas só para falam isso para alguns (que eles acham que mereçam).

Gabitchs é uma dessas virginianas da minha vida. Nosso relacionamento é estranho, meio parecido com o dos homens (isso é um elogio!): falamos poucas vezes, mas é sempre incrível. A confiança existe, mesmo que no silêncio do nosso convívo.

Minha filha Poliana (que é minha amiga, mas que carinhosamente chamo de filha), é outro exemplo. Mas é claro que, pela nossa amizade, valeu ter reencarnado nesta vida. Nosso caso é a parte.

As duas, por sinal, fazem aniversário no mesmo dia (ontem, 20/09). Então, parabéns às duas!

Letícia é outra virginiana que em breve fará aniver.

Virginianas, minha dica: façam tudo com leveza, pois tudo dá certo.

Saudades

Ontem à noite fui dormindo pensando na longa semana que quase está terminando. Feliz por saber que poderei ter notícias suas, de verdade. Feliz por poder ouvir a sua voz novamente. Ontem à noite, fui dormir chorando, com saudades de vc.

Eu ainda não sei o que fazer com o fato de estar tão sem saber como mostrar meus sentimentos (eu: canceriana com ascendente em peixes?!). Mas também não sei o que fazer com todas as pancadas que tomei que me tornaram na pessoa que sou hoje. Não guardo nem nunca guardei mágoas do passado, mas as lembranças subsistem por simplesmente sermos um amontoado de lembranças que acumulamos ao longo dos anos.

Espero tão em breve poder sentir seu cheiro e seu calor novamente. Compartilharmos o silêncio com a nossa capacidade única de fazê-lo. Rirmos das piadas sem-graça e refletirmos sobre as agruras da existência. Retormarmos o velho Sentido Maior que, em algum momento, ficou largado em uma curva lá atrás.

Peço desculpas se fui estranha demais, ou se fui fria demais. Peço desculpas se somos tão polos extremos nos defeitos, pois esqueci de lembrar de que também somos complementares. Peço desculpas se o amor foi mais educador do que amigo, mais rígido do que sensível. Nunca foi menos amor. Apenas, manifestou-se de outra forma.

Ainda continua sendo tudo o que sempre quis e o que mais quero. E continuará sendo meus parâmetros para o futuro... por mais que às vezes, sinta medo, quero continuar ao seu lado.

Susan Boyle (again and again!)

Falem e vociferem o que quiser: eu sou fã dela! Pouquíssimos conseguiram realizar seus sonhos como ELA conseguiu.

Vejam o mais recente vídeo, ela cantando Wild Horses.

Em tempo, a letra de I dreamed a dream é perfeita:

Eu sonhei um sonho num tempo que se foi
Quando as esperanças eram grandes e a vida valia ser vivida,
Eu sonhei que o amor nunca morreria
Eu sonhei que Deus poderia perdoar.

Eu e Maracugina

Não, não se trata de uma pretendente nova. Trata-se de minha nova companheira até que as coisas assentem.

Tanta coisa acontecendo! Tantas perguntas que não querem se calar, tanta agitação e eu apenas quero paz. Tantas e tantas pessoas que no meu cotidiano causam uma presença nauseante, não porque não indeglutíveis, mas porque apenas são quem são. O SER HUMANO.

Em virtude desse pequeno cenário, recebi uma dica da minha intuição que levou ecos dos meus colegas de trabalho: Maracugina.

Fui lá, comprei uma cartela, porque não sei porque achei ridículo tomar xarope (coisas minhas) e tomei 6 (SEIS) comprimidos às 19h00, quando cheguei em casa. Deu 20h40 eu tinha feito uma meditação, mas ainda tava aguardando o TAL EFEITO que ela causaria em mim. Pfff.

Bem, levantei, tomei um copo de água e deitei. Acho que aí foi, porque só acordei seis horas depois (quem merece?!) pensando: amanhã vou tomar dez comprimidos.

Hoje, estou meio estranha, meu corpo dolorido em alguns pontos e dormente em outros. Ainda sonada. Ah... quero férias!

ps: eu sou ávida e compulsiva leitora de bulas. Portanto, não se preocupem, eu li que a quantidade orientada por dia são seis comprimidos. Mas não diz que tomar mais faz mal... e os efeitos colaterais são meio isso que tô sentindo agora...

ps2: na verdade, eu tomei oito...

The Dead Weather

Desta vez, não foi dica da Gabitchs. Tava zapeando a porra da MTV hoje, às 05h00 da manhã, e vi o clipe da música Treat me like your mother. E não é que o álbum é legal???

Clicae: site oficial, link na Wikipédia.

E a Pixar?

Alguns de vocês já devem ter visto a mais nova animação da Pixar UP. Que desenho é este? E o curta da abertura Partly Cloudly?
Surpreendentemente surpreendente.

Ontem fui conferir e fiquei fascinada como eles conseguiram resgatar a ingenuidade da infância, ao retratar as cegonhas e as nuvens, no curta. E como eles conseguem ser delicados e inteligentes, ao falar de sonhos na velhice, no filme.

Eu adoro todas as animações da Pixar, um pouco menos Carros. Mas este UP está na lista dos meus favoritos! A cada vez eles se superam mais.

Prestes

Eu me fiz uma pergunta, aparentemente sem resposta. Porque, pretensiosamente, intuía saber todas as respostas. E sabemos que a falta de humildade é sempre castigada com mais perda e desilusão.

Eu nunca soube a resposta. Mas eu sabia que não podia fugir de quem eu realmente era. Longe dos holofotes que tanto me agradam, eu sempre fui uma pessoa introspectiva. Silenciosa. Observadora das pessoas e das vidas.

De certa forma, de alguns anos para cá, eu tinha perdido isso. Talvez por ter mergulhado demais a fundo e sempre enfiando a brasa quente na ferida aberta, eu tenha me cansado um pouco disso. Graças ao Kronos Quartet, devo dizer que estou me sentindo viva novamente.

Assim, peguei minhas trilhas favoritas para fazer qualquer ser humano se despir de superficialidade, tal qual eu estava vestida: Philip Glass; Angelo Badalamenti (e suas obras-primas compostas em parceria com David Lynch); Kronos Quartet; The Division Bell, do Pink Floyd; The Four Seasons, de Vivaldi; réquiems e árias isoladas de Bach; todos os adágios de Tommaso Albinoni.

E estou me sentindo amparada, de uma estranha e suave forma, como pouquíssimos amigos conseguiram me amparar.
Sim, eu gosto dos movimentos lentos, da quase mesmice do Barroco, da repetição de Philip Glass. Se alguns chamarem meu gosto de “carne de pescoço”, eu digo: Arte é e será sempre Arte. Gosto não se discute.

Eis que então, folheando o encarte da trilha sonora de The hours, encontrei um breve texto do autor Michael Cunningham, autor do livro que inspirou o filme. Trecho divino, que reproduzo aqui:

“Nós, humanos, somos criaturas que nos repetimos, e se nos recusarmos a abraçar a repetição – se empacarmos diante da arte que busca enaltecer suas texturas e ritmos, suas infindáveis variações sutis – estaremos ignorando muito do significado que damos à própria vida.”

E termino: estou pronta para pular em mim, novamente. Sem medo do que encontrar, sem medo de ir até o fundo. Sem medo de voltar, e ser eu mesma e algo mais.

ps: vou me programar para muito em breve rever Mulholland dr., The hours e Requiem for a dream no mesmo dia, de uma só vez.

Eterna angústia (ou a pergunta que não quer calar)

Me ponho para ouvir três trilhas sonoras que há muito tempo não ouvia: Requiem for a dream, The hours e Mulholland dr. Se vocês já viram algum desses filmes e já tiveram a oportunidade de escutar algumas dessas canções saberão que, elas reunidas juntas, formam um belo panteão da dor e da angústia.

Eu sempre tive uma característica: introspecção. E acho que a tinha guardado demais para satisfazer a demanda dos extremos otimistas que não compreendem o que é sentir angústia! Eu comecei a fugir dos filmes dramáticos – mesmo depois de tê-los vistos todos – achando, ingenuamente, que conseguiria apagar a marca indelével deixada em mim.

Sinto que desde que assisti a Into the wild, essa centelha voltou a coçar dentro da minha mente. Algo começou a ser criado e eu nem sabia exatamente o que era. Maldito Christopher McCandless…

Comecei a ler o livro (que deu origem ao filme) e muito embora ainda acredite que ela seja o relato de um psicopata, eu me reconheci em muitos de seus questionamentos. Esses, que faço todos os dias, sem saber porquê, mas faço.

Acho que cada um de nós vive seus momentos de dor e angústia, isso não é privilégio de alguns poucos azarados. A questão é: o modo como cada de um de nós vive essa onda de intensidade que nos atinge, nos deixando sem apoio, sem rumo, em total desamparo.

Uns muitos se refugiam em vícios, que vão desde um cigarro, a uma bebida, a uma mania. Ao excesso de amor ou ao excesso de trabalho. Ao excesso de esporte ou ao excesso de controle. Tudo que é excessivo e, consequentemente, cancerígeno. Da mente, do corpo ou da alma.

A minha fase angustiosa voltou. Na verdade, depois que você abre os olhos, é ingênuo achar que poderá voltar a fechá-los. Mais ingênuo ainda é pensar que será fácil conviver com essa “suposta sabedoria” em uma sociedade como a nossa. Não é!

O que resta, então, para uma pessoa, marionete de mim, sobre mim e em mim mesma? Não bebo nem fumo. Não tenho mais vícios. Não sou covarde pra distribuir minhas dores aos meus amigos que tanto e tanto já me ajudaram. Eles estão sofrendo também. Escrever? Praguejar? Recorrer a uma religião?

Eu acho que, por ora, não tenho resposta. O que me serve de companhia são essas trilhas sonoras. É lembrar que um dia seus sonhos morrem, e por mais que você construa outros sonhos, a lembrança doída da sua primeira frustração nunca se apagará. Talvez eu esteja sendo a maior de todas as egoístas… mas se eu não puder compreender isso em mim, como vou viver para o mundo? Fica então a questão: conseguirei compreender isso um dia?

Se esta escolha que eu já fiz um dia, tiver de ser refeita, farei. Mesmo sem a certeza de outrora. Mesmo com a dor e a angústia de agora. O céu azul ou a noite que fizer lá fora, ainda será o bálsamo. A Natureza.

Às vésperas de um fim de semana

Mais um fim de semana aponta trazendo aquela velha chama de esperança que tanto anima e reanima cada uma das pessoas que passa seus cinco (ou mais) dias da semana batalhando arduamente em seus trabalhos por mais de 8 horas por dia, ou seja lá qual for a rotina de vida.

Com a premissa de esperança e renovação, acordamos tarde no sábado. Alguns podem enrolar, outros madrugam para "aproveitar bem o dia". Saem, fazem compras, passeiam, encontram amigos, enchem a cara, vão pra balada. Domingo é dia de comer na casa da mãe ou de um frango assado da padoca. Pode ser dia de feira e pastel. Pode ser dia de passeios lights para refrescar a mente, um café na Paulista + cinema + Livraria Cultura ou Benedito Calixto.

Vai chegando o fim do finde e o fantasma da segunda-feira chega tomando ares de bode. Na televisão, futebol das 16h00. Faustão. Fantástico. De volta pra minha terra. De volta ao mundo real.

E a vida segue. Tão ordinária quanto ridícula.

Às vezes eu penso: o que eu tenho de ver agora, que estes olhos já não viram. Como disse por aí, a violência sutil não é menos violenta que a explícita. Ambas são formas de violência -- que em nenhum grau -- deveriam existir.

Mas meus olhos laranja mecânica continuam abertos. O sol não vai cegá-los. Saber ou não a realidade não nos torna mais sábios, isso é ilusório. Ao contrário, faz com que nos sintamos o sapo, que dentro de uma panela, não sente quando a água começa a ferver, mesmo com o fogo ligado e com as pequenas bolhas surgindo.

Como diria minha filha Poliana, a Arte ainda é a melhor forma de alienação que o ser humano já inventou. Usada com parcimônia e sabedoria, claro. Tudo bem que nem sempre concordo com ela, no entanto, diante das circunstâncias... não posso reclamar.

A vaidade e a competição

Faz algum tempo que ando pensando nessas duas palavrinhas acima, que dão título a este post.

E as primeiras coisas que me vêm à cabeça são: por que somos treinados, desde pequenos, a sermos competitivos? Será a tal da Seleção Natural de Darwin? Ou isso teria raízes esótericas? Carma? Lei da Ação e Reação? Testosterona? Mundo corporativo?

Pessoalmente, sempre fui de querer ser melhor que as outras. E assumo isso sem papas na língua. Passei muito tempo subestimada pela minha baixa auto-estima, aliada à timidez extrema (isso faz muito tempo atrás). Mas, qual ser humano não passa por esses momentos de crise, mesmo o mais forte e o mais seguro de si?

Queremos ser melhores -- e devo dizer que as mulheres são campeãs, mestras e especialistas em inveja da outra, seja por qual motivo for -- e para isso não nos importamos de jogar uma fofoquinha no ar ou de jogar umas pedrinhas na escada do outro enquanto ele está lá, subindo lentamente. Nessas horas, afirmo sem medo que todos nós temos um lado cruel que usamos. Não consciente, na maior parte das vezes, mas usamos.

Aí, eu me lembrei da tal "imagem poderosa" que guia a nossa vida. Pra qualquer um. Pode ser a imagem do pai, a imagem da mãe, a imagem de um ídolo, mas em geral, eu associaria essa "imagem" a uma fonte de poder (poderia até receber o nome de Deus ou Jesus) com um certo grau punitivo a quem você deve respeito e constantes explicações.

Acho que a Psicologia e a Psicanálise já devem ter falado muito sobre isso, mas o que a grande massa de nós não sabe é: precisamos desse guia na nossa mente. Não prestar contas a ele é como viver à deriva. Parece que perdemos nosso propósito.

Eu sempre fui muito observadora do Ser Humano e devo dizer que tenho uma relação estranha de amor e ódio às vezes. Ultimamente, tem me cansado ver as pessoas se rastejando por migalhas para ter a bênção do chefe. Entenda: isso não é feito de modo consciente.

Para os que fazem de modo consciente, chamamos de puxa-sacos/puxa-tapetes. Para os que não fazem de modo consciente, chamamos de alienados dependentes. No fim, a única pessoa pra quem devemos prestar contas -- hoje, amanhã e sempre -- é nossa alma.

Ironias do caos urbano

Ontem foi o verdadeiro caos urbano na cidade de São Paulo. Marginais, avenidas, trens e ruas alagados, parados, interditados. A selva de pedra onde vivemos não comporta as consequências do aquecimento global. Ontem foi bem uma amostra de como será o fim do mundo: nada de bolas de fogo caindo do céu. Eu imagino algo como o que vivemos no dia 08 de setembro de 2009.

Ironicamente, depois do caos pessoal que vivi na semana passada, ontem -- que deveria ter sido a cereja do meu bolo pessoal -- foi um dos dias mais tranquilos! Pra começar, não tomei uma única gota de chuva, sequer abri e molhei meu guarda-chuva! Acompanhei o fim do mundo se desenrolando pela janela e com as notícias na internet. Na hora de ir embora, pressupus que não deveria ter trens nem ônibus circulando. E milagrosamente consegui a melhor maneira de voltar pra casa, mesmo tendo levado 2h30 (o que não podemos considerar como muito, visto que muitas vezes eu levo esse tempo para voltar para casa).

Ontem, enquanto caminhava descendo a Pio XI, via as pessoas paradas em seus carros. Outras pessoas correndo, com pressa de voltar para casa. Meus passos estavam lentos. Meu tempo era outro. Na verdade, tudo o que aconteceu ontem deve ter me afetado em 0,001%. As diretrizes foram tomadas. Agora, falta a feitura. One day at a time.

Bem, hoje o céu continua cinzento. Embora eu ame dias cinzentos, espero que o homem seja um pouco menos castigado por seus atos hoje, com um pouco menos de chuva e um pouco menos de caos. É o máximo que consigo desejar para uma forma de vida tão imbecil que tratou a Natureza como tratou.

***

BTW, hoje é aniversário da queridíssima Ana Carolina! Vida longa à mais bela voz de trovão que surgiu na MPB!!!

Dois momentos

Ainda preciso de muita reflexão interna. Para o tempo que se foi e para o tempo que se abre na minha frente, como uma estrada e suas inúmeras bifurcações.

Para isto, uso dois vídeos: um, do trailer de O contador de histórias, que vi ontem. Já tinha visto as entrevistas de Roberto Carlos Ramos no You Tube, quando ele foi ao Jô Soares. E ontem pude conferir o filme. Inspirador. Sobre a única coisa que é real nesta vida, a única. O AMOR.

Eu, que sempre fui a defensora da amizade, descobri que me enganei. E nada como descobrir isso ainda jovem. O amor ainda é tudo o que nos guia. A amizade é uma das formas sublimes do amor, mas existem outras formas de amor. O verdadeiro e genuíno amor de um ser humano por outro ser humano, independente de sua cor, religião ou origem.

Agora sentir amor pelo seu semelhante que anda ao seu lado da rua, mesmo sabendo que ele pode querer te roubar, ou que ele quer tirar vantagens de você. Ou de todos aqueles que falam mal de você. Você pode fazer isso? Você é capaz de sentir amor por aquele que te odeia?

Isso parece baboseira de religião e quem me conhece sabe que não sou pega nessa curva da estrada.

***

Eu já tinha postado sobre este vídeo do
Black Eyed Peas "Where is the love". Poucas músicas sintetizaram tão bem uma ideia.

Welcome to the jungle

Já teve a sensação de não pertencer a este mundo e nada que seja relativo a ele?

Já teve a sensação de que se você se jogasse num precipício, sem regras, sem medo... vc voltaria a viver?

Já teve a sensação de querer morrer e nascer de novo, só pra voltar a sentir inocência?

Pois é.

Moramos numa selva. A cada dia mais, sinto isso. E anotem o que escrevo: ainda vou sumir daqui.

Engraçado

Acho que é síndrome de quem bloga.

Digitei "falta de criatividade" no Google e olha o que acheeei... (aquelas beeeem preconceituosas) que cara interessante! Nem parece hetero! ;-D faço minhas as palavras dela. Para o que sinto agora.

Frases

Álbum do dia

Como diria minha amiga Gabitchs, o rock dos anos 90 deixou muita saudade.

Este álbum (indicado sem querer pela mesma Gabriela) foi um dos meus marcos. Adoro ouvi-lo do início ao fim. Tenho excelentes recordações de uma época em que sentia mais liberdade do que sinto agora. E o mundo não parecia tão complexo e tão limitado.

Trata-se do álbum High Hopes, do Pink Floyd. Para ilustrar este post, segue a letra e o áudio de Lost for words.

I was spending my time in the doldrums
I was caught in the cauldron of hate
I felt persecuted and paralyzed
I thought that everything else would just wait.

While you are wasting your time on your enemies
Engulfed in a fever of spite
Beyond your tunnel vision reality fades
Like shadows into the night.

To martyr yourself to caution
Is not going to help at all
Because there'll be no safety in numbers
When the Right One walks out of the door.

As letras são incríveis e a melodia alcançou níveis estratosféricos de bão. Ouçam o álbum, como tô reouvindo pela milésima vez, vale muito a pena!

Be careful with what you wish...

De tanto pular dentro de mim, ainda agora não sei mais o que é superfície.

Esqueça os livros, as músicas, os filmes e as reflexões. Esqueça os amigos intelectuais ou falso-intelectuais.

Um dia eu desejei ter o conhecimento dos livros, hoje me sinto presa e afundada com a minha caixa de Pandora nas mãos sem saber mais o que fazer. No meu único desespero, apenas empino o nariz pra fora, pressupondo que vai me aliviar. Agora não alivia mais.

Quero a liberdade de não saber o que sei, de não ver o que vejo. Ser ignorante, como a mais pura das bênçãos.

Pobre deste ser humano que vive sua vida pensando que suporta o peso de ser quem é. Ninguém suporta. Apenas nos viciamos em propósitos elevados para enganar ninguém além de nós mesmos.

Puro ácido. E de tanto injetar assim em mim mesma, agora minhas veias são estradas sem túneis, sem asfalto, sem nada.

***

Música de hoje: Strangers when we meet.

Outro dia qualquer...

capítulo sem data. cenário: metrô de SP: 18h50.

Entro na estação Vila Madalena. Triste dizer isso, mas a maior parte das pessoas que frequenta a linha verde tem menos cara de povão do que o pessoal da linha azul e, principalmente, da linha vermelha. Entro, aproveito o trem novo, curto o ar-condicionado, sento nos solitários (porém perfeitos) bancos de um e observo ao meu redor, compenetrada no Bon Jovi que toca no meu mp3.

Na minha frente, tem um cara grandão, com uma barba bem cheia, lendo um livro de 500 páginas, com a capa caindo, de tanto que foi manuseado. Logo a seguir, um mocinho magrinho, com cara de fflechiano (pra quem não sabe, estudante de alguma coisa da FFLCH-USP) senta exatamente na minha frente, banco de cor azul reservado para pessoas com condições especiais. Lendo. E detalhe: com tampa ouvidos, igual daqueles caras que trabalham em metalúrgica ou terminais rodoviários.

Isso me chamou a atenção. Ele queria ler e, como eu, não gosta dos sons da cidade, porque não são sons, são manifestações guturais do extremo animalesco a que nós -- os grandes seres humanos -- conseguimos chegar. Esses sons não são inspiradores, são incomodadores. Fui com a cara dele e do barbudão. Ambos liam entretedidamente, alheios a qualquer coisa a seu redor.

De repente, o banco mais próximo a mim vaga. O menino fflecchiano levanta os olhos. Antes de trocar de banco, vira o rosto para tentar descobrir o que o barbudão lia. Viu. Não teve reação. Trocou de banco. Sentou. Continuou a ler.

Nisso, as estações iam passando, o metrô lotado. Na hora de descer, vejo novamente o barbudão olhando se era hora de descer. Era. Mas antes disso, ele para para o menino da fflch e vira a cabeça para ver o que ele estava lendo. Sem reação. Desceu.

Enquanto isso, as pessoas continuavam alheias. Umas comendo, outras com ar perdido, outras conversando em voz altíssima. Eu e meus olhos presenciamos uma conversa entre estranhos, silenciosa, literária, semi-invejosa da leitura alheia e divertidíssima.

Sobre a minha profissão

Gostaria de fazer um breve relato sobre algumas experiências que, vira e mexe, eu tenho sobre a minha profissão.

Primeiro, que a minha formação é em Letras pela USP. Só por isso, meia dúzia de neguinhos sempre te dizem: "vai dar aulas? Mas professor não é reconhecido no país...". Péim! Sinal negro!

Eu confesso que eu nem sei porque fiz o curso de Letras. Acho que era o único que me apetecia na época. Sem querer, descobri algumas carreiras que os estudantes podem seguir, que não sejam Assistente Administrativo, Atendente de Telemarketing, Recepcionista ou Professor. Mesmo porque, eu nunca me dei em nenhuma dessas carreiras e já tentei todas (menos lecionar e recepcionar pessoas).

O que é ser Produtor Editorial? Eu me deparei com isso quando fui ao lançamento da Cláudia Trevisan. Estava eu lá na fila, quando comecei a fazer amizade com as pessoas ao meu redor. O da frente, era um chinês simpático que reclamava da falta de educação das pessoas que furavam a fila. A de trás, era uma Promotora Pública, muito bonita, que tinha bebido umas três taças de frisante e estava semialta. Ela puxou papo com o piloto de monotores atrás dela e nós três engatamos uma conversa.

Todos começaram a falar de suas profissões empolgadamente. Óbvio que, para mim, a primeira pergunta foi: "Você é chinesa?"

Ainda bem que não sou xiita e não tenho ódio de chineses, como minha mãe que odeia essas comparações. Com um sorriso simpático, respondi: "Não, sou japonesa." Cara de ar blasé das pessoas da fila e nenhuma resposta. Devem ter pensado: "Tão fácil confundir, né?".

Beleza. O segundo round do papo empolgado foi quando cada um começou a falar qual era o vínculo que tinham com a autora. A essas alturas, eu estava empolgadíssima para dizer que tinha acompanhado de perto o processo de concepção do livro! Participei da feitura dele!

A Promotora Pública disse: "Estudei com a Cláudia. Conheço ela desde os 15 anos." WOW, pensei. O piloto de monomotores: "Conheço a jornalista e gosto dela." E eu? "Eu trabalho na editora que publicou o livro dela, participei da produção do livro." Todo mundo com cara de ar blasé de novo??? Pow!

Assim, depois de contar esta pequena história, quero explicar que ser Produtor Editorial é uma carreira edificante. Vc aprende com os livros que produz. E o que é produzir? É acompanhar um arquivo de word virar um livro impresso que vc pega em qualquer livraria por aí. Coordenar prestadores de serviço, avaliar qualidade textual, saber lidar com pressão. Uma carreira digna, tão digna quanto o piloto de monomotores (que se dizia ex-editor) e a Promotora Pública.

Pronto. Desabafei. Tenho dito!

Almost a year later...

Será que eu sucumbi? Será que quase um ano depois de tantas mudanças radicais na minha vida, eu estou sentindo aquele velho vazio de novo? E se eu alimentar o vazio, e ele voltar para me engolir, feito um vício-precípio: negro, imenso e infinito?

Estou com muitas perguntas e sem nenhuma resposta. Exceto a angústia de saber que tem algo errado, algo errado com o mundo, algo errado com a minha rotina, algo errado com deveres e obrigações. Algo totalmente errado em vivermos esta vida que vivemos e que nos obrigam a vivê-la. Quem nos obriga? A conta para pagar ou a nossa alma?

Estou olhando ao redor e meu olhar está apático. Nunca desesperançoso nem covarde. Mas estou apática. Eu sinto isso no meu caminhar. Eu sinto isso na minha ausência de vontade de conversar com as mesmas pessoas os mesmos assuntos, reclamar das mesmas coisas e não fazer nada para mudar. Não fazer porque não quero, mas muitas vezes, porque não posso.

Isabella Taviani disse isso em seu twitter:
Odeio imagem de mulher submissa. Meu exemplo de mulher na vida é forte, guerreira sem perder a doçura.

E eu me peguei pensando na guerreira de mim que, agora, está cansada. Minha frase voltou a ser "Estou cansada" e eu não gosto quando começo demais a repetir isso. Sabe o que sinto? Que estou nadando contra a maré. Que estou me afogando -- temporariamente -- entre tantos que convivem com seus sonhos arregaçados, seus desejos frustrados e sua personalidade sucumbida. Meu Deus! Não quero ser uma dessas pessoas que vivem a sua vida no piloto automático. Não posso!

Mas estou vivendo. E nesses dias, sinto apenas que sou um robô que olha displicente para as pessoas que se empanturram em conversas fúteis, em fofocas alheias, em maldade gratuita, em ignorância desmedida, em egoísmo egocêntrico.

Mas, estou vivendo... se ninguém me fez uma mandinga, tô com o corpo pesado. E isto não é uma crônica, isto é um desabafo. Conversei agora com minha filha Poliana que sempre me ajuda a me encontrar meu eixo. Sinto uma vontade de estar num casebre no meio do sítio, ouvindo pássaros, sapos e grilos. Estou exaurida.

E aqui toca o telefone. Ainda bem que é sexta... mas a vida continua. Mesmo no nosso desengano de achar que um fim de semana cura o câncer de uma vida rotineira e sem sentido, eu acredito que semana que vem estarei melhor. Eu perco todas as lutas contra egoístas e ignorantes, todas, mas a minha luta comigo mesma -- e por mim mesma -- eu nunca vou perder.

Algumas personagens de minha vida: Gabitchs

Já reparou que tem algumas pessoas que, mesmo com o passar dos anos, nunca perdem o gosto? Não digo gosto físico, mas o gosto da convivência, daquela química única.

Eu, como boa canceriana que sou, adooooro regar a plantinha da amizade. Quem me conhece (esta é uma das frases que mais tenho repetido), sabe que em algumas vezes, forço fazer amizade. Mas, sou gente do bem!

Assim, eu poderia listar algumas pessoas que, por conta dessa minha característica, tenho contato até hoje. Eventualmente falarei de algumas delas aqui no blogue.

Hoje eu farei uma homenagem especial a uma certa virginiana presente em minha vida! Sim! Eu adoro esse signo, cheio de manias, chato pra burro e muito racional. Eu já me dei bem com algumas pessoas de signo (tanto solar, quanto ascendente), mas devo confessar que poucas ficaram. E hoje escrevo para falar de Gabriela F. Trevisan (o F. é segredo que eu se eu disser aqui, ela contrata um hacker para explodir meu blogue).

Nos conhecemos em 2004, ela estagiária da figuraça chamada Dida Bessana. Nunca fui com a cara dela. Quietona, só se vestia dark and purple, fumava seus Marlboros lights e nunca puxava papo com ninguém.

Não vou lembrar exatamente quando aconteceu o twist, mas eu tenho um quê de fazer amizades quando as pessoas já se foram. E eu me lembro que quando soube que ela iria para outros ares, eu fiquei com um puta aperto no coração.

Desde então, devo tê-la visto pra valer nem cinco vezes. Assistimos umas aulas juntas na USP e só. Mas, ela ficou de me passar umas poções mágicas, além das valiosas dicas musicais que ela sempre dá.

Ela não sabe, mas eu gosto dela. Quer dizer, ela vai ficar sabendo agora. Toda renitente e chata, a Gabitchs muito provavelmente vai ficar pra sempre na minha vida (claro que depende muito mais DELA do que de mim), no nosso esquema de 2 emails por ano. Estranho isso, mas mesmo ela sendo a louca que ela é (e Ô como É!), eu guardo muito carinho por ela.

Seja menos entojenta e mais suportável, Virginiana Maldita! :D E nada de vir dizer que só escrevi isso porque vc reclamou. E trate de postar um comment aqui.

Sobre o reconhecimento

Minha reflexão de hoje é sobre a palavra reconhecimento.

Faz algum tempo que venho sentindo uma força imensa dentro de mim. Confesso que às vezes, tenho receio de que vire uma egomania tão forte, que cubra minha sensatez e lucidez.

Acredito que a fase começou em fevereiro/março do ano passado, quando comecei a dar uns bastas na minha vida. Primeiro basta: nunca mais se apaixonar por alguém sem ser correspondido. Porra, isso parece piegas, mas é uma simples resolução que cura muitos problemas na vida!

E fora isso, várias resoluções pessoais, resoluções profissionais. E no meio disso tudo, um sentimento aflorou vívido: eu me amo.

Ok, ok... isso parece piegas de novo e frase de autoajuda. Mas... isso não é piegas e não foi nunca autoajuda para mim. Isso foi lema de vida. Veio bem com aquela frase do Jon Bon Jovi que falei uns posts atrás sobre "I feel comfortable in my own skin".

A questão é: não tem jeito, vivemos para que a nossa imagem agrade sempre a alguém. O pior é quando essa imagem começa a se distorcer, criando e mostrando o que você não é, apenas para ter aceitação. Isso é horrível.

Atualmente, estou na seguinte fase: quem quiser disputar se é melhor que eu pra mostrar para qualquer um que é melhor que eu, meu, fique à vontade: seja melhor que eu! Eu não me importo, isso não fere meu ego. Pelo contrário, isso apenas demonstra a mesquinhez de pensamentos e de alma. Vc quer ser melhor que eu? Seja. O que eu sinto sobre mim mesma? Eu sou o que sou. Eu sei de todas as minhas qualidades -- e eu sei que são muitas -- e eu não preciso disputar com ninguém algo que, dentro de mim, simplesmente já sabe o que é. Eu deixo essas atitudes para os de baixa autoestima que ainda estão na fase do "provar algo para alguém".

Claro, com isso não estou dizendo que não aceito feedbacks e elogios, ou mesmo repreensões. O que estou dizendo que, para isso, tenho espelho, travesseiro e meus amigos e o principal, acima de tudo: tenho a mim mesma.

Reflexões matinais

Hoje, a caminho do trabalho, pensei no quanto me animalizei, desde que mudei de emprego e tive de começar a me submeter ao caos diário do transporte público.

Isso não quer dizer que eu nunca tenha me estressado pegando trem, metrô ou busão. A questão é que no outro emprego eu tinha algo que eu não tenho aqui: flexibilidade de horário. Meu horário é fixo das 08h15 às 18h00. No meu antigo emprego, em geral fazia o horário das 10h00 às 19h00.

Aí, no meio dessa rotina que nem mais desgastante é, pensei: isto é a Matrix!

Matrix, filme único, que vi mais de quarenta vezes. O filme que há dez anos atrás revolucionou o cinema com efeitos especiais. Sei o roteiro praticamente de cor. Pesquisei tudo o que podia sobre o assunto. Roteiro com frases inesquecíveis...

I’d like to share a revelation I had, during my time here. It came to me when I tried to classify your species. I realized that you’re not actually mammals. Every mammal on this planet instinctively develops a natural equilibrium with the surrounding environment but you humans do not. You move to an area and you multiply until every natural resource is consumed. The only way you can survive is to spread to another area. There is another organism on this planet that follows the same pattern. Do you know what it is? A virus. Humans beings are a disease, a cancer of this planet and we are the cure.

Com certeza, as máquinas não são a cura, mas tirando isso, o resto é inevitável não pensar no quanto, infelizmente, é verdadeiro.

Não tô afim de me aprofundar muito no assunto, porque a DDA aqui ainda reina. Mas quando olho ao meu redor, não consigo não ver isso. This is so sad for each of us.

Eu e meus apelidos

Quem me conhece sabe que sou a garota dos apelidos. Tanto para dá-los como para ganhá-los.

Apelidos ganhados: minha mãe sagitariana é a campeã. Dela, eu tive: Crisântemo (que adaptei para a variação Crisantemus, sugerida pela Ju Simionato/Cachos); Cristo Redentor (que minha amiga Denise usa sempre como Christ Redeemer), Cristófoles (que ainda bem que ninguém usou).

Em geral, as pessoas me chamam muito de Cristo (confesso que meu lado leonino gosta desse "poder") e Crisantemus. Minha amiga NilceR criou um apelido incrível: Crisérbero (que virou meu endereço do gmail e que Sharlene pensou ser nome de suco (?!): trata-se de uma mistura de Cris com Cérbero (sim, o guardião de Hades, um dia conto essa história...).

Sharlene sempre me chama de Maru. Confesso que não gosto muito, mas vale. Priscila me chamava de Montanha Redonda (porque meu nome em japonês MARU (redondo, zero) YAMA (montanha) explicitamente sugere isso.

A Sônia uma vez criou algo que às vezes eu digito sem querer quando assino meu nome: Cros. Lembra da banda Kris Kross?

Também adoro dar apelidos. Não vou me lembrar de todos agora (dado meu DDA), mas lembro que Sharlene foi a campeã: Green tea, Sharleu (o que vale até agora, depois de nossa conversa sobre como as pessoas confundem o nome dela). Filha (para minha amiga Poliana, cuja história também é longa...). As pessoas vão sumindo da nossa vida e com elas os apelidos. Mas eu sou craque em dar apelidos -- que pegam!

Se algum dos meus leitores que me conhecem há mais tempo quiserem me lembrar de algum que eu tenha esquecido, be my guest!

Isabella Taviani et al.

Finalmente! O novo site da Bella está no ar! Recheado de coisas lindas e que coisas lindas! Já me cadastrei para receber o CD autografado em primeira mão.

E tô ouvindo a prévia de todas as músicas, mas que vontade de ouvir mais!
O carinho contínuo dela para com os fãs faz dela uma artista única. No embalo deste mundo globalizado onde qualquer lugar pode ter acesso a internet e a internet alcança qualquer lugar, eis Isabella Taviani jogando suas garras pelo mundo!

Dia 25 de setembro estarei no Canecão no Rio para ver um show oficial e decente pela primeira vez! Espero poder ter a companhia da
Letícia neste dia! Em SP, dia 02 de outubro espero poder estar com Lari e Fabiana para podermos ver a Isabella juntas. Lari é minha companheira da última turnê da Ana -- Dois Quartos.

Agora vamos acrescentar mais uma! Aproveito para falar de uma leva gigante de artistas novos que estou ouvindo! Sim! Aproveitando a fase gêmeos da minha vida, estou conhecendo um pouco de tudo. Já ouvi o novo álbum da Ana Carolina, N9ve. Que álbum interessantíssimo! Desde que me tornei fã dela, na época de Estampado, eu simplesmente me apaixonei por ela. Ana sempre teve sua voz de trovão como marca registrada. Eis que neste novo álbum, como ela já havia previsto desde Dois Quartos, quando disse que o Quartinho era mais a sua cara, ela já dizia que haveria uma mudança de tom. E aconteceu. E eu aprovei! Ana está reflexiva, usando a potência de sua voz para melodias doces, mas não frágeis.

Faixas como
Era e Resta já se tornaram as minhas favoritas! Tá rindo é? e 8 estórias completam o time. Entreolhares é a faixa de
rádio.
A impressão que passa é que Ana amadureceu, como artista e como pessoa. Parece que não importa dar os berros para mostrar a angústia de sua alma. Ela tem faixas de sobra para berrar em todos os seus shows. Agora, o movimento é interior. E lindo, na minha opinião. Nove faixas, com 99.999 cópias de tiragem inicial, 9 no relógio e outras coisas... de virginiana chata como ela deve ser. Mas Ana Carolina ainda é capaz de escrever letras lindas como em Era.

Hoje em dia não me importo com o que fiz no meu passado
Quero amigos, sorte e muita gente boa do meu lado
E não rebato se disserem por aí que eu tô errado
Porque quem se debate está sozinho ou afogado
Eu, que não fico no meio, não começo e nem acabo
Eu sou filho do amor, não de Deus, nem do diabo
Na ciranda das canções eu me ponho a revezar
Rodando entre as ondas que me puxam em alto-mar
Hoje sei bem que sou eu que giro a minha vida circular
Essa roda, eu que invento e faço tudo nela se encaixar
Eu sou assim.

Também escutei o novo álbum da Pitty: Chiaroscuro. Eu que nunca ouvi nada dela. E gostei do álbum, bom rock. Mas, ainda não é o meu estilo mais favorito... mas valeu!

E ouvi o novo da Fernanda Takai: Luz Negra. A doce voz dela, uma das minhas favoritas, fez um álbum interessante e meio difícil para deglutir. Para mim. Não quero dizer saudade do Pato Fu (ops, disse), mas ouvindo o álbum dela dá para entender a separação. Era muita coisa transbordando desta virginiana mineira.

Sobre corajosos e covardes

É... o assunto dá muito pano pra manga!

Eu e minha amiga Aline meio que "brevemente" discutimos sobre o assunto, mas acho que o principal não foi abordado da maneira correta. Covardes e corajosos parece uma classificação parca quase cheirando a maniqueísmo. É muito fácil cair nas classificações e não olhar a coisa como um todo.

Porque quem parece covarde pode ser visto como o extremo cauteloso e o corajoso como um irresponsável impulsivo. Mesmo se aquele que lhe é letárgico ou aquele que sempre está em movimento em direção a algo. Tentar achar um equilíbrio ilusório para isso também é ingenuidade.

Por isso eu acho que a questão está em respeitar o tempo interno de cada um. Muito obviamente, também respeitar o seu próprio tempo e limite. Nesse balanço e contrabalanço, ter algo em mente: se algo se põe diante de você, é porque tem algum motivo. Nunca sabemos exatamente o que é, mas tem algum motivo.

Nesse momento, vc deve fazer uma escolha muito consciente e não julgar a pessoa pela escolha, porque ela não sabe disso. Mas, se vc escolher ajudar, ajude. Se escolher virar as costas, vire e não olhe para trás. Mas, saiba que para cada uma de suas escolhas, existem consequências que vc vai ter de assumir, quer vc pense que está certo ou não.

Para terminar e exemplificar, digo: eu virei muito as costas, eu fiz muitos julgamentos cruéis. Eu ajudei e achei que minhas valiosas lições deveriam ser seguidas rigorosamente. PÉIM! Sinal vermelho. Faça o que sua intuição lhe disser. Aja com racionalidade. E despeça-se do seu ego como o melhor exemplo que Jesus poderia ter dado: faça por fazer, não espere nada em troca.

Às amizades virtuais

Este lance de blogue aqui é coisa nova na minha vida. Nunca pensei que seria blogueira um dia, mas sabe como é.

Faz algum tempo que ando pensando que me listei pra acompanhar muitos blogues por aí, alguns muitíssimos bem escritos; outros pela curiosidade; outros... sei lá porque motivos.

Desses todos, gostaria de destacar algumas "amizades" que fiz nesse ínterim. Amizade entre aspas porque não teve vida real, apenas o clicar de blogue para blogue. Digamos que seja um novo tipo de amizade destes tempos modernos. Enfim.

A primeira garota incrível foi a Letícia, que achei sem querer lendo os coments no blogue da Isabella Taviani. Inteligente, nossa empatia inicial foi mútua. Espero poder, nas minhas idas e vindas ao Rio de Janeiro, conhecê-la pessoalmente! Ou num show da Ana, ou mesmo da Isabella no Canecão!

A segunda garota foi a Carol, que veio postar um dia sem querer no meu blogue, para comentar o caso do "iogurte não é bebida láctea". Com um humor afiado e meio estressadinha (assim como eu), também fomos com a cara uma da outra e alguns coments interessantes aqui e ali.

Por fim, a guria do Sul - Rainbow - que eu achei em algum lugar que não lembro mais. Ela é divertidíssima e eu gosto de ler seus relatos. Já me autoconvidei para ir conhecer o Sul e a casa dela.

E tô esperando os próximos contatos!